Buscar

PROCESSOS EROSIVOS NAS ENCOSTAS

Prévia do material em texto

PROCESSOS EROSIVOS NAS ENCOSTAS
SOUZA, Iury
Graduando em Geografia – CEDERJ/UERJ – Natividade 
INTRODUÇÃO
 O atual crescimento das cidades, que ocorre graças ao fenômeno da urbanização, pode ser notado em todas as partes do mundo, porém não é algo completamente positivo se levarmos em conta alguns fatores como a exploração desordenada da natureza, por exemplo. Esta pode gerar prejuízos ao meio ambiente, entre eles a erosão.
 Os processos erosivos são fenômenos de transformação do solo, e consistem no transporte de sedimentos, ocasionando a esculturação e o desgaste da superfície. Vale ressaltar que a erosão é um processo natural, ou seja, ocorre na natureza sem a interferência do homem através de agentes como a água, os ventos, o clima e outros. Porém, os processos podem ser acelerados e até mesmo intensificados pela ação humana. O desmatamento, os cortes no solo para a construção de estradas e a ocupação de áreas impróprias, como as encostas, são alguns agravantes para o problema da erosão.
 A rápida urbanização brasileira trouxe com ela uma série de problemas, entre eles a grande aglomeração de pessoas num mesmo espaço. Diferente de outros países, o Brasil não disponibilizou infraestrutura suficiente para a população, gerando assim, uma série de dificuldades de ordem ambiental e social. O modelo de urbanização brasileiro se deu desta forma, porque no momento em que o restante do mundo se urbanizava, nosso país ainda era muito dependente do café. O cenário só foi modificado quando as vendas deste produto começaram a cair e então, o Brasil se viu obrigado a recorrer a este processo para voltar a crescer. Estima-se que dentro de 70 anos o país já havia se urbanizado, tempo relativamente curto, se levarmos em conta a história de outros países.
 “Somente na segunda metade do século 20, o Brasil tornou-se um país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956.” (MIRANDA, 2015).
 Na busca por novas oportunidades, a população vinda do campo, precisava se acomodar no novo espaço e então, passou a ocupar áreas até então não construídas. Porém, muitas destas áreas eram inadequadas para a construção, como as encostas por exemplo. O homem precisou modificar a natureza local, retirando a vegetação para que as moradias fossem construídas. Sem a vegetação, o solo exposto e muito mais vulnerável, foi facilmente danificado pelos agentes erosivos e o problema da erosão foi se tornando maior e mais grave a cada dia. 
“É importante salientar que a expansão das cidades pode ser benéfica para toda a população, mas o ideal é planejar e organizar estratégias ambientais que entrem em equilíbrio aos interesses sociais, ambientais e econômicos. A erosão do solo deve ser reduzida às causas naturais, de forma que o homem apenas monitore as ações da natureza e não seja um agente da destruição.” (MIRANDA, 2015).
 Os processos erosivos nas encostas são muito comuns em áreas de clima tropical como o Brasil e podem ser ainda mais intensificados no verão, por conta do maior volume de chuvas. Não é atoa que nesta estação do ano, é comum assistirmos pela televisão os inúmeros deslizamentos de terra, que ocorrem justamente, em sua maioria, pela união dos principais agentes erosivos: a ação das chuvas e a ação humana. 
 Vale ressaltar que a erosão pluvial é provocada pela retirada de material da parte superficial do solo pelas águas da chuva. Porém, quando a chuva já encontra o solo desprotegido, a ação é acelerada. A erosão pode ocorrer ainda pela ação da gravidade, pela ação dos rios, dos ventos, das ondas, das geleiras e neve e até pelo tipo de solo. Sobre este último ponto, podemos afirmar que existem solos mais resistentes aos processos erosivos que outros e cada um deles têm um comportamento diferente em relação à erosão.
 Existem também algumas características das encostas capazes de incentivar os processos erosivos como a declividade e a forma da encosta. A declividade interfere na velocidade que a água chega até a encosta, pois quanto maior a velocidade, maior o potencial de retirar as partículas de lugar. Já a forma é capaz de nos dizer qual será o direcionamento das águas.
 Existem alguns diferentes tipos de erosão importantes a ser mencionados, como a erosão por salpicamento ou splash-erosion, que é causada pelo impacto das gotas de chuva no solo, típica de áreas descobertas pela vegetação. Como também a erosão laminar que ocorre em períodos prolongados de chuva, onde o fluxo de água é desperso pelo solo e não permanece em apenas um canal e ainda a erosão linear, pela qual os efeitos são mais visíveis, sendo também mais intensos e rápidos. 
CONCLUSÃO
 O problema da erosão nas encostas é grave e deve ser analisado mais de perto pelas autoridades. É importante entender a erosão como algo a mais do que simples rachaduras sobre o solo. Milhares de pessoas vivem sobre áreas de risco e os deslizamentos podem assolar famílias inteiras. Com isso, é importante que as pessoas se conscientizem sobre a gravidade do problema e estejam atentas aos sinais de deslizamentos.
REFERÊNCIAS
ALVES, Rodolfo. Processos erosivos. Mundo Educação. 
Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/processos-erosivos.htm>. Acesso em: 21 de fevereiro de 2019.
FREITAS, Eduardo. Deslizamentos de Encostas.  Brasil Escola. 
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/deslizamentos-encostas.htm>. Acesso em: 22 de fevereiro de 2019.
BIANCHIN, Victor. O que provoca os deslizamentos de terra. Super Interessante. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-provoca-os-deslizamentos-de-terra/>. Acesso em: 22 de fevereiro de 2019.
ALVES, Rodolfo. Erosão. Alunos Online. 
Disponível em: <https://alunosonline.uol.com.br/geografia/erosao.html>. 
Acesso em: 22 de fevereiro de 2019.
RIBEIRO, Amarolina. Erosão. Info Escola. 
Disponível em: <https://www.infoescola.com/geologia/erosao/> 
Acesso em: 22 de fevereiro de 2019.
MIRANDA, Ângelo. Urbanização do Brasil – Consequências e características das cidades. 
Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/urbanizacao-do-brasil-consequencias-e-caracteristicas-das-cidades.htm>.
 Acesso em: 22 de fevereiro de 2019.
SÓ BIOLOGIA. Como evitar a erosão do solo. 
Disponível em: <https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo14.php>. 
Acesso em: 22 de fevereiro de 2019.
BUENO, Jean; DALMOLIN, Ricardo; MIGUEL, Pablo; HORST, Taciara. Erosão em áreas de encosta com solos frágeis e sua relação com a cobertura do solo. Curitiba: Revista Scientia Agraria, 2018.
LEÃO, Otávio; BRUM, Leonardo. Geomorfologia Continental. 
Rio de Janeiro: Consórcio CEDERJ, 2016

Continue navegando