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[CADERNO] direito financeiro caderno

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DIREITO FINANCEIRO E POLÍTICAS PÚBLICAS - PROF KANAYAMA
03/03
Todas as discussões políticas que ocorrem em âmbito nacional e estadual envolvem as finanças públicas.
Passamos por uma crise política e não só econômica que só se agravou com a Petrobras. O que a crise política interfere no orçamento? O orçamento, em verdade, é profundamente relacionado com a luta na esfera política pela conquista de recursos. 
Os direitos negativos independem da atuação estatal, enquanto que os positivos dependem de uma atuação do estado. Nossa constituição prima pela igualdade material e não apenas formal. Ocorre que os direitos não são de graça, eles custam ao estado (tanto os positivos como os negativos). Se defendermos mais direitos e mais políticas públicas, estaremos defendendo maior uso de recursos públicos, que terão que vir de algum lugar - o contribuinte. 
Exemplo: quanto custa a UFPR por ano? Qual o orçamento para que ela funcione por um ano? A universidade tem um orçamento de cerca de 1,2 bilhões de reais. 800 milhões é utilizado para pagamento de pessoal, o resto é de investimentos. Apesar de seu um número vultuoso, é insuficiente. Cada aluno custa em média 4 mil por mês.
Exemplo 2: o estado do Paraná tem um orçamento de 35 bi, aproximadamente. De precatórios (dívidas judiciais que devem ser pagas em dias), deve 16 bi. Isso quer dizer que parcela considerável de seu orçamento está comprometido.
Em momentos de crise política é ainda mais difícil tomar decisões. O legislativo só aprovará a proposta de orçamento/lei se houver distribuição de recursos. Para fazer escolhas de onde alocar e em que alocar é preciso levar em conta os aspectos políticos. 
O orçamento vige durante um ano inteiro - de 01/01 a 31/12 (ano fiscal/exercício financeiro). Contudo, estamos em março e não há orçamento aprovado pelo Congresso. O orçamento impositivo foi aprovado recentemente. Agora a lei orçamentária tem outra cara.
Se os recursos são escassos, decisões difíceis devem ser tomadas. Um dos temas a serem tratados no ano serão as decisões trágicas. Uma pessoa com uma doença terminal que judicialmente aciona o estado para que o Estado custeie um tratamento que prorrogará sua vida por mais alguns meses - o que fazer? Às vezes o judiciário concede, às vezes não. O Estado pode comprometer seu orçamento para conferir um tratamento à um só cidadão? Hoje o estado do Paraná já reserva parte de seu orçamento para esse tipo de decisão judicial, e isso é complicado. Há também que se ponderar que ao mesmo que o judiciário concede dinheiro para tratamento de saúde sob a argumentação da defesa da dignidade da pessoa humana e da defesa do direito à saúde, mas não tem o mesmo posicionamento com as ações que demandam o direito à saúde. Não há disposição constitucional que sobreponha o direito à saúde/vida ao direito à moradia, mas judicialmente vê-se que essa é a decisão que é tomada. Também não há como uniformizar o conceito do mínimo existencial, ou do interesse público, ele será diferente para cada pessoa em situações diferentes. Em última análise, a escolha é política.
>> Programa do ano:
- Introdução
- Receitas Públicas 
- Despesas Públicas
- Orçamento Público (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentária e Lei Orçamentária Anual)
- Dívida Pública
- Controle
>> Avaliações: serão 4 no ano. Geralmente serão provas objetivas (primeira e segunda de múltipla escolha e a última de v/f). A terceira avaliação será um artigo em grupos de 4 alunos. 
>> Bibliografia básica: Curso de Direito Financeiro - Régis Fernandes de Oliveira. 
			 Direito Financeiro - Caldas Furtado
			 Tratado de Direito Constitucional Financeiro Tributário, v.5 - 
			 Ricardo Lobo Torres.
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10/03
Qual deve ser o papel do Estado? Há aqueles que querem um estado mínimo, e aqueles que querem um estado atuante e que forneça muitas políticas públicas. Será que o Estado funciona satisfatoriamente sem nenhuma atuação do Estado? Say dizia que a oferta cria sua própria demanda. Oferta e procura estariam fatalmente equilibradas. Caso houvesse excesso de oferta de um bem e escassez de outro, com o passar do tempo o mercado se equilibraria, de maneira que a intervenção estatal seria desnecessária. 
>> para leitura complementar: Introdução a economia política - avelãs nunes.
Isso vigeu durante o século XIX, e no século XX houve uma crise econômica sem precedentes. A crise de 29 ceifou empregos, reduziu a produção e o consumo. Surge então a teoria de Kaynes: era melhor que o estado enterrasse o dinheiro no chão que não fizesse nada. A ideia era que o estado distribuísse recursos para que as pessoas os gastassem, assim o mercado voltaria a girar. 
Para fazer que a economia voltasse a funcionar os EUA investiram em infraestrutura, assim os empregados teriam recursos para gastar e girar a economia. A ideia era utilizar as finanças publicas para atingir um desenvolvimento economico e social. 
Mas de onde tirar dinheiro, como realizar despesa sem ter receita? É difícil cobrar mais tributos, então voltou-se aos empréstimos. Essa não foi uma boa política. Na década de 70, Nixon extinguiu o acordo de Bretton Woods (que estabeleceu o padrão ouro-dollar), e hoje a moeda é emitida de acordo com a necessidade econômica. 
O que podemos esperar do Estado? Uma ausência que implique em equilíbrio absoluto entre receitas e despesas, ou um estado mais atuante que eventualmente acabará se endividando?
Hoje há uma contestação da ideia de Kaynes. As críticas ao funcionamento do estado parecem bem cabidas. Estados de bem estar social que se apoiam nas finanças públicas para garantir direitos sociais não se mantêm (hoje a Europa sofre muito com isso). O estado tem a obrigação de garantir direitos, mas em que medida o estado deve fazê-lo? 
Apesar de não ter lastro o dollar goza de credibilidade perante o mercado. 
Ciência das Finanças
>> Recomendação de leitura: Aliomar Balieiro - introdução à ciência das finanças.
A ciência das finanças é uma disciplina pré normativa. É informativa - serve para informar ao agente público sobre quais fatos incidirão sobre determinado tributo. 
Antônio de Souza Franco - poucos campos melhor que este são verdadeiro termômetro das relações concretas entre o poder e a sociedade que o integra, bem como das tarefas e funções que esta leva o poder a desempenhar e do modo como os grupos, extratos ou classes sociais se situam perante o poder se beneficiando de seus gastos ou suportando o respectivo custo. 
Regis Fernandes de Oliveira (livro curso de direito financeiro) - a ciência das finanças é antes de tudo informativa fornece dados ao político para que ele decida procura os fenômenos econômicos que ... 
Aliomar Balieiro - afirma que o estudo das finanças públicas se resume às pessoas jurídicas de direito público. 
Finanças Públicas X finanças privadas - finanças públicas tem por principal característica a satisfação das necessidades públicas. O que são necessidades públicas e quem as delimita? Essa é uma decisão política. Isso significa que não existe uma única decisão que seja correta. 
Philip Taylor (livro: a economia das finanças públicas) traça paralelos entre empresas privadas o Estado. Para ele, o Estado seria a maior das empresas. Há várias diferenças fundamentais: 
1) a fonte de captação de recursos. O Estado pode obrigar o particular a pagar tributos, pode estabelecer empréstimos compulsórios. A empresa particular nunca poderá obrigar o particular a lhe pagar; 
2) a relação entre receitas e despesas. Uma empresa privada primeiro precisa ter receita para realizar seus dispêndios. O Estado, por outro lado, em certas situações (em tese) pode gastar de acordo com a previsão das receitas, havendo ainda a possibilidade de eventualmente aumentar tributos. Ademais, pode emprestar com condições melhores (juros mais baixos, prazo maior etc). 
Atividade Financeira
OBTENÇÃO 	 	 	 GESTÃO				DISPÊNDIO
Souza Franco - corresponde a utilização de meios econômicos por entidades públicas ou pelaprópria comunidade a fim de satisfazer necessidades comuns. 
A atividade financeira está no contexto interventivo do Estado.
Richard Musgrave fala sobre os fins da atividade financeira - existem três: satisfazer necessidades; redistribuição de recursos; contribuição para a estabilidade econômica no caso dos ciclos econômicos. 
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17/03
Finanças Neutras X Finanças Funcionais - as neutras trazem a ideia de obstáculo, trazendo um efeito sócio econômico. As finanças públicas tem por fim apenas sustentar a máquina administrativa do estado. São por isso instrumentais. Fazem parte de um contexto mais liberal, não intervencionista típica do séc. XIX. No século XX temos as finanças funcionais, que tem um caráter intervencionista, que vem para produzir alterações socio culturais. Com isso o Estado também acaba se endividando mais.
>> Recomendação de leitura: José Souto Maior Borges - Introdução ao Direito Financeiro.
Que resultados posso obter com a utilização das finanças públicas? Posso incentivar algumas atividades e obter resultados sociais específicos. Se eu aumento o tributo sobre cigarros, algumas pessoas não deixam de fumar, mas buscam um mercado paralelo, outras podem deixar de ingressar no fumo. Posso usar as finanças públicas para aumentar a população ou diminuí-la. Há hoje incentivos para se ter filhos. O abatimento do imposto de renda é um exemplo. Posso também conceder crédito para as famílias que estejam tendo filhos. Posso incentivar que as pessoas adotem crianças. Souto Maior Borges cita o exemplo da repressão do luxo - aumenta-se o tributo de determinados produtos símbolos da 'ostentação'. 
Receitas extrafiscais são aquelas que produzem um efeito social.
O fim das finanças públicas são as necessidades. Necessidade é aquilo que obriga, que não somente convém, como ocorre com o interesse. Quais as necessidades devem ser satisfeitas por nós mesmos e quais devem ser pelo estado? A decisão é sempre política. 
Antônio de Souza Franco exemplifica a questão com a hipótese de que uma determinada comunidade que está sendo atacada por uma infestação de mosquito. Posso, individualmente, trancar-me em casa, me utilizar de repelente, usar um vaporizador em minha região. Posso contratar um avião para pulverizar a região. Há aqui aquele que sustenta o custo e aqueles que são caroneiros (free riders), isto é, não suportam os custos mas beneficiam-se dos resultados. O Estado tem mais facilidade de lidar com a infestação, pois tem mais acesso a receitas bem como pode utilizar melhor os esforços. Nesse caso o Estado é o mais eficiente para realizar a tarefa. O Estado presta um serviço que é custeado pelas arrecadações. O estado possui maior perspectiva do interesse geral (tem mais condições de avaliar qual é o interesse público), tem perspectiva temporal ilimitada (pode suportar mais riscos - pode contrair empréstimos e pagá-lo durante décadas), detém poder de autoridade (está em posição diferenciada do particular, não só na arrecadação dos tributos), tem condições de organizar seus esforços com mais eficiência.
Embora o Estado satisfaça muitas necessidades, a maior delas é satisfeita pelo mercado, isto é, pelas próprias pessoas. Onde deve o Estado atuar? R: em regra, onde há falhas de mercado.
Quais necessidades devem ser atendidas?
Teixeira Ribeiro - existem dois tipos de necessidades: necessidades de satisfação ativa e de satisfação passiva. As de satisfação ativa são aquelas que dependem de uma ação do consumidor (se você quer se alimentar, precisa buscar o alimento). O consumo dos bens para satisfação ativa é excluível e o consumo é rival, mas pode ser irrival. Rival quer dizer que enquanto eu desfruto do bem, outra pessoa não pode fazê-lo ao mesmo tempo. Excluível quer dizer que aqueles que não podem pagar por esse bem, não poderão usá-lo. Alimentação é uma necessidade de satisfação ativa. Essa será uma necessidade privada. Necessidades de satisfação passiva independem de ação do consumidor e o consumo do bem é inexcluível e irrival. A necessidade aqui é pública. O Estado deve satisfazer prioritariamente as necessidades públicas, não as privadas. Uma necessidade de satisfação passiva é sustentada/satisfeita por bens que são custeadas por impostos. Isso porque não ha como dizer quem usa e quem nao usa. É o caso, por exemplo, da iluminação das vias públicas - não há como determinar quem usa e quanto usa. Nas necessidades privas é possível definir o quanto estou usando e posso pagar por esse serviço, porque é avaliável.
E a educação? Que necessidade está sendo satisfeita? Algumas atividades do estado servem para satisfazer, concomitantemente, necessidades públicas e privadas.
Teixeira Ribeiro diz que a passividade no consumo dos bens leva o Estado a produzir três espécies de bens: A) bens que só satisfazem necessidades coletivas (ex: segurança pública); B) bens que satisfazem, além de necessidades coletivas, necessidades particulares gratuitamente ou a preço inferior ao custo (ex: transporte público); C) bens que satisfazem além de necessidades coletivas, necessidades particulares com preço igual ao custo ou superior ao custo, mas abaixo do preço cobrado no mercado (ex: atividade de fomento, como o BNDES, que empresta dinheiro, obtém lucro, mas com custos menores). 
Joaquim dos Santos Carvalho afirma existir as necessidades estritamente individuais, que são satisfeitas pelo indivíduo, as individuais e/ou coletivas que podem necessitar dos serviços públicos e as estritamente coletivas, que decorrem da vida em sociedade (ex: comunicação, justiça).
Marcelo Caetano (Tratado Elementar de Direito Administrativo) diz que uma necessidade é pública se sinto a necessidade em sociedade. A necessidade de se alimentar não advém da vida em sociedade. Transporte público é uma necessidade que somente surge da vida em sociedade. Dessa maneira, alimentação não é uma necessidade pública, transporte público sim.
Aliomar Balieiro diz que a necessidade pública é aquela que é satisfeita pelo serviço público. 
Adolf Wagner dizia que as necessidades se complexificariam de maneira que o Estado teria que suprir cada vez mais necessidades, de modo que as despesas públicas somente aumentariam com o passar dos anos (Teoria do Crescimento das Atividades Estatais/das Despesas Públicas). Esse seria um aumento real.
A despesa aumenta em valores reais se eu considerar a desvalorização monetária (inflação), o aumento demográfico (avaliação da despesa per capta), o crescimento econômico do país (PIB). Somente vendo os números, não é possível afirmar se o aumento é real ou não.
Souza Franco diz que alguns processos levam ao aumento real da despesa pública. São alguns deles: I) o progresso tecnológico; II) a falta de eficiência dos serviços (serviços ineficientes são custosos); IV) as guerras; V) problemas fiscais. 
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24/03
Alguns autores,a i invés de usar a categoria 'direito financeiro' usam 'direito fiscal', mas na verdade direito fiscal está relacionado ao direito tributário. 
Aliomar Balieiro: direito financeiro é um conjunto de normas sobre todas as receitas compulsórias (tributos).
Onde se encaixa o direito financeiro? Ele está dentro da constituição nos artigos 163-169. Art. 164 CF. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
§ 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Art. 163 CF. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa einterna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; 
 VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Art. 165 CF. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
§ 9º - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
Art. 167CF. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoalativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.  
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201
(cont. art. 167 CF)
§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta
Art. 168 CF. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
O direito tributário é um dos capítulos do direito financeiro, pois trata somente das receitas públicas, mais especificamente, os tributos (impostos, taxas).
Enquanto o direito administrativo é o âmbito pelo qual o estado age, o direito financeira delimita os meios pelos quais o estado pode agir. 
No início o direito financeiro não era um ramo autônomo, mas integrava o direito administrativo. 
Sobre o papel do direito financeiro, na sociedade alguns interesses são arbitrários. Entre as pessoas e o Estado existem diversos interesses. As normas vêm para arbotrar esses interesses. Vêm também para criar uma possibilidade de que o Estado desempenhe suas tarefas.
Lobo Torres (A ideia de liberdade no estado patrimonial e no estado fiscal) afirma que o Estado, só por existir, teria por atribuição a arrecadação de tributos (pois o estado só pode existir se os tributos o mantiverem). 
No direito financeiro, a lei é a principal fonte do direito. Temos a Lei Orçamentária Anual (LOA - 1 ano), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO - aprox. 18 meses), e o Plano Plurianual (PPA - 4 anos). A própria ideia trazida por essas leis mostra como o direito financeiro é autônomo, pois tem sua metodologia própria. Temos que na teoria do direito uma lei nunca é revogada pela falta de uso. É possível, contudo, que a lei tenha vigência por tempo determinado. As leis orçamentárias SEMPRE vigem por tempo determinado. Mesmo que não houver uma nova lei para vigorar em se lugar, ela perde sua eficácia. No caso da LOA, no dia 1º de janeiro, não havendo uma nova lei, em tese o Estado não poderia de maneira alguma gastar dinheiro. Isso não acontece de fato no Brasil, mas nos EUA há um shut down - só continuam serviços essenciais tais como a segurança pública, mas fecham-se, por exemplo, parques nacionais, a estátua da liberdade etc.
A jurisprudência também tem uma conotação de fonte de direito. A jurisprudência terá sempre papel orientador. Ex: o RJ tentou aumentar a vigência da LOA para além de um ano caso não houvesse uma nova lei orçamentária. O Supremo recebeu a ADI e tudo indicava que ia declarar a inconstitucionalidade, mas a constituição estadual mudou e a ação perdeu o objeto. Mas mesmo não havendo disposição constitucional expressa, entende-se que a vigência dessa lei é de um ano.
COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL
O que quer dizer autonomia? Capacidade de criar suas normas. Os estados membros são autônomos, não soberanos.
As competências são definidas na CF. Posso falar que há uma hierarquia entre os entes federativos? Não. Não se pode falar em hierarquia, pode-se falar que cada um detém uma competência específica. Embora a lei federal possa, em certas ocasiões, se sobrepor à lei estadual, isso não denota hierarquia entre os entes federativos, mas entre normas. A união tem competência para tratar de assuntos gerais, os estados para tratar de assuntos regionais e os municípios para tratar de assuntos locais. 
No Brasil os entes federativos detém autonomia: A) administrativa (gerir-se); B) legislativa (criar suas próprias normas); C) política (eleger seus representantes); D) orçamentária (criar seu próprio orçamento). Dentro da ideia do orçamento pode-se incluir a autonomia para se endividar. O município pode emprestar dinheiro, bem como escolher em que conta depositar seu dinheiro. 
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31/03 (não fui pra aula)
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07/04
(cheguei atrasada)
Permitir apenas uma conta oficial cria um desequilíbrio entre as instituições financeiras. 
Nessas contas dos entes federativos ficam depositados os recursos. Todo dia 20 de cada mês deve ser depositado os duodécimos referentes ao orçamento anual (estabelecido no art. 168 CF). Se o duodécimo não for entregue, é possível entrar com MS em face do governador responsável pelo repasse. 
Art. 168 CF. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º
 
ORÇAMENTO PÚBLICO 
O art. 165 da CF trás três leis orçamentárias PPA, LDO e LOA. 
O PPA tem vigência de 4 anos que vige desde o segundo ano de mandato até o segundo ano do mandato subsequente. É um plano de governo. Essa continuidade no mandato subsequente é positivo pois mantém coerência entre os planos de governo. 
A LDO tem vigência aproximada de 1,5 ano - e tem como função trazer as despesas de capital para o exercício subsequente, organizar e coordenar a elaboração da LOA do ano subsequente (nesse sentido é uma lei preparatória). Lobo Torres entende que a LDO poderia ser dispensada, pois funcionaria melhor num sistema parlamentarista que no nosso sistema presidencialista. Kanayama discorda porque é a partir da LDO que se delimita os poderes financeiros dos entes. 
A LOA é a lei orçamentária por excelência,, tem vigência de um ano e traz em seus anexos a previsão da receita e a fixação das despesas
Tem virado 'moda' mudar a meta do estado para maquiar os descumprimentos a ela. É como se propor a perder 10 quilos em um ano, e ao final do período perder 3. No final do ano, ao invés de admitir que não cumpri com a minha meta eu a mudo: a meta era perder um quilo a cada 4 meses. Sob essa perspectiva eu cumpri com a minha meta. 
A previsão da receita é exatamente isso: uma previsão, não há como ter certeza de quanto de receita o estado arrecadará naquele período. As despesas, por outro lado, são fixadas. O máximo que pode ser gasto está estabelecido pela lei.
A receita atende ao regime de caixa, enquanto que as receitas atendem ao regime da competência. As receitas são contabilizadas no momento que são arrecadadas. É como ter que pagar o IPVA em um mês, mas só pagar depois de 2 anos. O valor arrecadado no futuro pertencerá ao futuro. Já as despesas pertencem ao exercício financeiro em que foram empenhadas. Se a despesa é empenhada hoje, mas o pagamento só ocorre daqui 2 anos, a despesa continua pertencendo ao exercício financeiro atual. A ideia é não acumular obrigações para os exercícios subsequentes. 
RECEITAS PÚBLICAS
O Estadopode obter receitas de diversas formas: pagamento de tributos, exploração de seu patrimônio, doações, extorsão de outros países em casos de guerras. O Estado pode obter também empréstimos, mas eles não são considerados receita.
O Estado já dependeu primordialmente de seu patrimônio para obter receitas - explorar petróleo, vender prédios, participação em empresas etc. A principal forma de obtenção de receita é a arrecadação tributária. 
Existem receitas públicas que não são o recebimento de pecúnia por parte do estado? R: Há divergência na doutrina. Parte dela fala que o recebimento é só em pecúnia - não há recebimento in labore ou in natura. Defente isso, por exemplo Alberto Deodato (Manual de Receita das Finanças. Aliomar Balieiro se manifesta no mesmo sentido. Alfredo Augusto Becker (Teoria Geral do Direito Tributário), por outro lado, diz que é sim possível, em tese, pagar tributo in labore ou in natura. O problema é que a legislação brasileira veda essas possibilidades. Não se está aqui a considerar os casos de execução tributária (em que temos a penhora, por exemplo). {Indicação de leitura: Carnaval Tributário - Alfredo Augusto Becker} O pagamento do crédito tributário é só em dinheiro. Existem outras formas de extinção do crédito tributário, mas elas não configuram pagamento propriamente dito (art. 156 CTN). A dação em pagamento, por exemplo, é uma forma de extinção do crédito, mas não é pagamento, é dação. 
Art. 156 CTN. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto 
no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.42
Receita pública é só em dinheiro. 
Quando o Estado recebe um imóvel em pagamento cria-se uma ficção contábil em que o imóvel é tido ao mesmo tempo como se fosse receita e despesa. Isso é importante porque se não for feito pode acabar diminuindo o quantum a ser repassado posteriormente aos municípios. 
{Indicação de leitura: Direito Administrativo Para Céticos}
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14/04
Há dois tipos de entradas: as entradas provisórias e as definitivas. Entrada é qualquer entrada de dinheiro nos cofres púbicos. As provisórias são as que possuem correspondência no passivo, entram nos cofres públicos com destino para saída. Já têm destino certo futuro. Ex: empréstimos, depósitos em processos licitatórios e que o sujeito que participa do certame deposita o valor para poder participar (tb chamado de movimento de caixa). Na contabilidade do estado os empréstimos entrarão como receita, mas isso é mais um artifício de contabilidade.
As entradas definitivas. Aqui sim temos as receitas públicas, que não tem nenhum correspondente no passivo e não têm nenhuma correspondência no passivo. Ex: impostos, taxas, contribuições, tributos - todo tributo é receita? R: não, os empréstimos compulsórios são tributos mas não são receita. 
>> Classificação das receitas públicas 
1. Quando a regularidade
- Ordinárias - são recebidas com regularidade
- Extraordinárias - recebidas sem regularidade
O problema é decidir o que é ou não regular. É preciso definir o que é a regularidade, pois ela é relativa a um certo período. Tributos são receitas regulares, doações não. 
art. 11, Lei 4320 - define receitas correntes e receitas de capital. 
Art. 11 Lei 3420 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.       
 § 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.  
 § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
(não coloquei parágrafos 3º e 4º)
2. Conforme o serviço público prestado (classificação de Gaston Jéze)
- Administrativo de interesse geral - seria o prestado à coletividade sem possibilidade de divisão sobre qual é o uso do serviço por cada uma das pessoas. A receita mais adequada para sustentar esse tipo de serviço são os impostos. 
- Administrativo de interesse geral mas excluíveis - são aqueles que é possível aferir quanto a pessoa usa ou não. Devem ser mantidos por um tributo a ser pago por cada pessoa, ou seja, as taxas. 
- Exploração industrial e/ou comercial sob regime de livre concorrência - a receita a ser arrecadada aqui seria o preço porque está atuando no mercado.
- Exploração industrial/comercial sob regime de monopólio (só o estado atua) - aqui o estado pode atuar para controlar o preço. A receita para sustentar esse subsídio também será os preços e os impostos (o chamado preço político). 
3. Quanto a origem
- Originárias - são próprias da exploração do patrimônio do estado. A origem é o próprio patrimônio. Outra forma de receita que é a contratualidade, em que não há coercitividade mas também é uma receita originária. Aqui temos uma relação de direito privado (Régis Fernandes diz que é direito público disponível, mas Kanayama não concorda). Uma doação ao estado também é uma receita originária. Ex:a visita ao museu; EsTar (vc usa o espaço público e paga por isso, e o preço é definido por decreto).
- Derivadas - não provêm do patrimônio do estado, mas do patrimônio dos particulares. Aqui teremos uma relação de direito público, em que o estado exige compulsoriamente a receita. Sempre depende de lei formal (submetida ao processo legislativo). Temos aqui os tributos (menos empréstimos compulsórios) e as multas. Os valores também serão definidos por lei. Excepcionalmente poderão ser definidos por decreto, mas sempre nos limites impostos pela lei. O art. 62 CF traz algumas exceções e prevê casos em que podem ser estabelecidos por meio de medidas provisórias.
- Transferidas - são as provenientes de outros entes federativos. Podem ser voluntárias ou constitucionais ou legais. As voluntárias englobam os convênios entre os entes; as constitucionais são advindas da constituição; e as legais as previstas em lei.
> Receitas derivadas
Tributos há vários entendimentos doutrinários sobre quais tributos temos em nosso ordenamento. Sendo assim, há sobre os tributos também teorias quanto a classificação. 
Teoria Bipartida. Defende que existem os tributos vinculados à uma atuação estatal e os não vinculados. Os vinculados seriam as taxas, ou seja, a pessoa paga e quer ago em troca de imediato. Não vinculados seriam os impostos. Essa classificação é de geraldo atalibe e alfredo becker
Teoria Tripartida. Há duas:
Paulo Carvalho - se baseia na constituição (art. 145) para defender que tributos são impostos, taxas e contribuições de melhorias.
Ricardo Lobo Torres - defende que tributos são impostos, taxas e empréstimos compulsórios.
Teoria quadripartida. 3 primeiras+ contribuições especiais.
Quinquipartida. É a teoria de Aliomar Balieiro. Tributos são impostos, taxas, contribuições, contribuições especiais e empréstimo compulsório
Hexapartida. 5 primeiras + contribuição de iluminação pública porque ela seria uma espécie própria.
É correto afirmar que nem todo tributo é receita do Estado? R: sim, não só por causa dos empréstimos voluntários, como por causadas custas de emolumentos (cobrados pelos cartórios). Essa receita embora seja taxa, não entra para o bolso do estado, mas para os cartorários. 
>> Tributos em espécie
I) Taxas - estão previstas no art. 145, II CF.São cobradas pelo exercício do poder de polícia ou pela prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados efetivamente ou postos a sua disposição (prestação efetiva ou potencial). É sempre complicado definir o conceito de serviço público, isso porque é um conceito que muda muito de acordo com o contexto sociais. Diz-se divisível porque é possível individualizar. Devem ser definidas por lei formal. O poder de polícia diz respeito à capacidade do estado de conformar comportamentos particulares. Ex: alvará de funcionamento, passaporte, autorização para porte de arma, CNH
Art. 78 CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso
ou desvio de poder.
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21/04 Feriado
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28/04 (não fui à aula)

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