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Aula 11/03/2019 - PRINCÍPIOS GERAIS DO PREPARO CAVITÁRIO RESINA Adequação cavitária AMÁLGAMA Preparo cavitário PREPARO CAVITÁRIO => tratamento biomecânico da cárie e de outras lesões dos tecidos duros do dente, de forma que as estruturas remanescentes possam receber uma restauração que as proteja, seja resistente e previna a reincidência de cárie. ● Finalidades: ○ Eliminar o tecido patológico ○ Estender as margens da cavidade a locais de relativa imunidade à cárie ○ Conferir à cavidade uma forma que permita receber e reter o material restaurador ○ Preservar a vitalidade pulpar ● Regras do preparo cavitário: ○ Remover totalmente o tecido cariado infectado ○ Deixar as paredes da cavidade suportadas por dentina sadia ou por materiais com igual função ○ Conservar maior quantidade de tecido dental sadio ○ paredes cavitárias planas e lisas ○ preparo cavitário limpo e seco ORDEM GERAL DE PROCEDIMENTOS NO PREPARO CAVITÁRIO, DE ACORDO COM BLACK FORMA DE CONTORNO: define a área de superfície do dente a ser incluída no preparo cavitário e deve englobar todo o tecido cariado + áreas suscetíveis à cárie. => Materiais permanentes Princípios básicos da forma de contorno: 1. Idealmente, todo esmalte sem suporte dentinário friável deve ser removido ou então, quando não friável, apoiado sobre um material adesivo calçador (resina composta ou cimento ionomérico); 2. O ângulo cavossuperficial do preparo deve localizar-se em área de relativa resistência à cárie e que possibilite um correto acabamento das bordas da restauração; 3. Devem ser observadas as diferenças de procedimentos para as cavidades de cicatrículas e fissuras e aquelas de superfícies lisas. ● Cavidades de cicatrículas e fissuras Para o correto planejamento da forma de contorno nessas áreas do dente, deve-se ter em mente vários fatores: ○ Extensão da cárie: a forma de contorno deve englobar tanto a extensão superficial da cárie como a sua propagação ao longo da junção amelodentinária (Dois cones superpostos pelas bases); Janaína Araújo, UEPB. 2019 ○ Extensão de conveniência: todas as cicatrículas, fissuras devem ser englobadas, bem como sulcos muito profundos e próximos à cárie. As estruturas de reforço dos dentes devem ser preservadas, a menos que tenham sido envolvidas pela cárie ou fiquem com uma espessura menor do que 1 mm após a remoção da lesão cariosa; ○ Idade do paciente: em pacientes idosos, nos quais as faces triturantes dos dentes apresentam desgaste oclusal funcional acentuado e os sulcos tenham praticamente desaparecido, a forma de contorno deve se limitar à remoção do tecido cariado e à determinação de paredes em dentina e esmalte hígidos. ● Cavidades de superfícies lisas Propaga-se mais em extensão que em profundidade ● A cárie, que nesses casos se propaga como dois cones superpostos, ápice contra base, na junção amelo-dentinária, deve ser totalmente incluída no delineamento do contorno; ● O ângulo cavossuperficial deve ser estendido até que se encontre uma estrutura dental sadia,possibilitando um bom acabamento da margem da restauração; ● O esmalte remanescente deve estar idealmente suportado por dentina sã. ➔ Extensão para gengival: a extensão ideal da parede gengival dos preparas cavitários seria aquela que pudesse ser determinada o mais distante possível do tecido gengival. Todavia, essa situação ideal não é atingida em todos os casos, pois extensão no sentido gengival é governada por uma série de fatores: ◆ Cáries e outros tipos de lesões: Em função da extensão da cárie e de outros tipos de lesões, a parede gengival da cavidade poderá localizar-se supragengivalmente, ao nível da gengiva ou subgengivalmente (podendo variar de acordo com a idade do paciente, por exemplo). ◆ Estética: determina a localização subgengival do limite cervical das restaurações fundidas estéticas.O limite cervical dos preparos deverá ser localizado subgengivalmente, cerca de 0,5 mm ou metade da profundidade do sulco, a fim de serem conseguidos melhores resultados estéticos com um mínimo de problemas gengivais. ◆ Retenção: Coroas clínicas curtas, pouca estrutura dentária remanescente ou cavidade com paredes axiais sem altura satisfatória,impossibilitando retenção. Nesses casos, determina-se o término cervical da restauração subgengivalmente. ➔ Extensão para vestibular e lingual: o término da cavidade deve ser estendido para áreas que facilitem o acabamento das bordas da restauração. => Materiais semipermanentes - Resinas compostas e cimentos ionoméricos ● As formas de contorno interna e a externa devem limitar-se à remoção da cárie e à conformação das paredes cavitárias, de acordo com a extensão da lesão. ● Deve ser a mais conservadora possível FORMA DE RESISTÊNCIA: Consiste em dar forma à cavidade para que a estrutura dental e material restaurador possam resistir aos: 1. Esforços mastigatórios; Janaína Araújo, UEPB. 2019 2. Variação volumétrica dos materiais restauradores; 3. Diferenças no coeficiente de expansão térmica do dente e do material restaurador. ● Princípios mecânicos de black ○ Todo esmalte deverá estar suportado por dentina sadia; ○ Paredes circundantes planas e paralelas entre si e perpendiculares a parede pulpar; ○ Parede gengival plana e paralela à parede pulpar e ambas perpendiculares ao longo eixo do dente; ○ Ângulos diedros e triedros definidos; ○ Ângulo Áxio-pulpar arredondado; ○ Reconstrução do ângulo Áxio-Pulpar. ● Para Mondelli: paredes pulpar e gengival planas, paralelas entre si e perpendiculares ao eixo longitudinal do dente, possibilitam uma melhor distribuição dos esforços mastigatórios. Por outro lado, paredes circundantes da caixa oclusal paralelas entre si proporcionam bordas de restauração com espessura insuficiente para suportar as cargas mastigatórias, devendo-se, principalmente no caso de dentes com acentuado grau de inclinação das vertentes de cúspides, confeccionar paredes circundantes convergentes para oclusal. FORMA DE RETENÇÃO: consiste em dar forma à cavidade com a finalidade de evitar o deslocamento da restauração, durante a mastigação de alimentos pegajosos, ou por diferença do coeficiente de expansão térmica entre material restaurador e a estrutura dentária. ● Tipos de retenção ○ Friccional = atrito ○ Química = Condicionamento ácido + Sistema Adesivo ○ Mecânica = Retenção adicional ■ Black: "quando a profundidade de uma cavidade for igual ou maior que sua largura vestíbulo-lingual, por si só ela será retentiva.”/ Mondelli: se a abertura vestíbulo -lingual for maior que a profundidade, deverão ser providenciadas retenções mecânicas adicionais internas determinadas em dentina, na base das cúspides. Janaína Araújo, UEPB. 2019 ■ Retenção mecânica em cauda de andorinha: retenção de restaurações de cavidade próximo-oclusais. ■ Retenção em sulco ou canaleta: confeccionado à custa das paredes vestibular e lingual da caixa proximal com o objetivo de evitar o deslocamento lateral da restauração quando da incidência de uma carga oclusal. ■ Retenção retenção através de pinos em dentina: ■ Retenção através de Pino Intra-radicular. Janaína Araújo, UEPB. 2019 FORMA DE CONVENIÊNCIA: consiste em se dar ao preparo cavitário características que facilitem o acesso, a conformação e a instrumentação da cavidade. ● Afastamento Temporário dos Dentes; ● Isolamento Absoluto do Campo Operatório; ● Proteção do Dente Vizinho (P.Cavitário Classe II) ● Caixa Oclusal nas Cavidades de Classe II: o acesso à lesão proximal para instrumentação por meio das faces oclusal ou vestibular, mesmo que estas não estejam cariadas, é considerado uma forma de conveniência● A confecção da parede pulpar inclinada de vestibular para lingual, em pré-molares inferiores, e da parede axial convexa, em preparas de Classe V, acompanhando a superfície externa do dente, constitui forma de conveniência biológica, pois evita exposição pulpar e preserva a exposição pulpar e preserva a estrutura dentária. REMOÇÃO DA DENTINA CARIADA REMANESCENTE: ● Quando a cárie é incipiente, a remoção da dentina cariada é concomitante com as outras fases do preparo cavitário. ● Se permanecer cárie após as fases prévias, somente a porção cariada deve ser removida, o que ocasionará uma depressão no assoalho cavitário. Essa depressão deverá ser preenchida com uma base protetora adequada até atingir o nível da parede de fundo. ● Quando a cárie for extensa e profunda, a remoção poderá ser feita antes da delimitação da forma de contorno externa. Janaína Araújo, UEPB. 2019 ● Progressão da cárie em dentina - Caracterizada por duas áreas, segundo Sturdevant e Mondelli: ○ Área de dentina profunda afetada: Dentina desmineralizada mas não infectada, podendo ser preservada e protegida no ato operatório ○ Área de dentina infectada: Dentina mais superficial e significativamente invadida por microorganismos. Deve ser removida. ● Evidenciação da dentina cariada - Corantes: Fucsina básica 0.5 ml em 100 ml de propileno glicol. ACABAMENTO DAS PAREDES E MARGENS DE ESMALTE: alisar as irregularidades das paredes de esmalte e do ângulo cavo-superficial do preparo cavitário de forma a proporcionar: ● Melhor adaptação marginal possível entre o material restaurador e a estrutura dental; ● Melhor vedamento marginal; ● Mínima infiltração marginal. OBS: Pode ser realizado com instrumentos manuais cortantes ou instrumentos rotatórios, como brocas multilaminadas, discos, pontas diamantadas e pedras montadas para acabamento. LIMPEZA DA CAVIDADE: É a remoção de detritos deixados durante a instrumentação (Smear layer) ● Emprego de jatos de água e de ar, para livrar a cavidade de partículas remanescentes do preparo. ● Uso de agentes não desmineralizantes: ○ Germicidas: Clorexidina / água oxigenada 2% ○ Detersivos: Tergentol ○ Alcalinizantes: Produtos à base de hidróxido de cálcio ● Uso de agentes desmineralizantes ○ Ácidos ■ Ácido Fosfórico 15; 25; 35 ou 37% ■ EDTA 10 % ■ Ácido Poliacrílico 25% Janaína Araújo, UEPB. 2019