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Asma Na asma, há broncoconstrição. Portanto, os fármacos de 1ª escolha são os broncodilatadores. Hiper-reatividade brônquica: leva ao remodelamento dos bronquíolos. Ocorre o aumento de mediadores pró-inflamatórios, que pioram a asma, o que a torna uma doença autocatalítica. É caracterizada por dois efeitos: broncoespasmo e inflamação. Processo inflamatório: • Inflamação aguda • Inflamação crônica • Remodelamento das vias aéreas Nitrotirosina: biomarcador para diagnóstico da asma. Níveis mais altos estão associados à piora da asma (descompensada). Adenosina: biomarcador que indica a eficácia do tratamento com corticoides. Níveis mais baixos indicam melhora. Classificação da asma Para avaliar o grau da asma, mede-se o Volume Expiratório Forçado (VEF). Depende também da intensidade e frequência das crises alérgicas. VEF próximo a 80% é considerado normal. As amas leve, moderada e severa são consideradas persistentes. Graus: • Intermitente: VEF ≅ 80% → Baixa frequência e intensidade das crises • Leve: VEF ≅ 80% → Tratada com corticoide em dose baixa • Moderada: VEF ≅ 60-80% → Tratada com corticoide + β-agonista • Severa: VEF < 60% → Tratada com corticoide em dose alta + β-agonista + outros Alvos farmacológicos Inflamação (causa) • Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINES) • Anti-inflamatórios esteroidais (AIES) ou corticoides/corticosteroides • Modificadores de leucotrienos • Imunoterapia Broncoespasmos (sintoma) • Broncodilatadores Tratamento Broncodilatadores - anti-asmáticos (aumentam AMPc) • Simpatomiméticos: agonistas β2 • Anticolinérgicos: antagonistas de M1 e M3 • Metilxantinas: inibem a fosfodiesterase (PDE) Anti-inflamatórios • Não-esteroidais: inibem a ciclooxigenase (COX) • Esteroidais ou Corticoides: inibem a fosfolipase A2 (PLA2) Modificadores de Leucotrienos • Inibidores da síntese de leucotrienos • Antagonistas do receptor de leucotrienos Imunoterapia • Anticorpos monoclonais anti-IgE Tratamento da Asma Broncodilatadores Aumentam o AMPc Simpatomiméticos - Agonistas β2 Mecanismo de ação: Receptor β2 é Gs acoplado, então aumenta adenilato ciclase, aumenta AMPc, fosforila canal de Ca2+ L, causando dilatação. Estimula o sistema nervoso simpático. Os não-seletivos agonizam β1, causando efeitos adversos adrenérgicos sistêmicos. • Receptor β1 (coração) - vasoconstrição • Receptor β2 (pulmões) - broncodilatação Associação com corticoides: para gerar ou melhorar o efeito anti-inflamatório Fármacos: formoterol, fenoterol, metaproterenol, salbutamol, salmeterol e terbutalina. Formoterol – tem início de ação rápido (1 a 3 minutos) • É usado como medicação de resgate Fenoterol pode ser usado em nebulização Salmeterol – longa ação Anticolinérgicos ou Antimuscarínicos – antagonistas M1 e M3 Mecanismo de ação: receptores acoplados Gq, estimula fosfolipase C, D e A2, aumentando [Ca2+], que aumenta os níveis de GMPc. Inibe o sistema nervoso parassimpático. Podem antagonizar M2 (encontrados no coração), causando efeitos adversos cardíacos (taquicardia, hipertensão etc.). Fármacos: ipratrópio e tiotrópio Metilxantinas – inibidores da PDE Mecanismo de ação: inibem a fosfodiesterase cíclica (PDE), resultando no aumento de AMPc. Ajudam no fortalecimento do diafragma. Aumentam a ejeção cardíaca, reduzem a inflamação e aumentam a remoção de muco. Efeitos adversos: dor de cabeça, tremores, disritmia e irritação gastrointestinal. Fármacos: teofilina e aminofilina Teofilina – ativa a histona deacetilase (HDAC), que inibe a expressão de genes inflamatórios. Anti-inflamatórios Não esteroidais (AINEs) – inibidores da COX Mecanismo de ação: impedem a entrada de Ca2+ nos mastócitos, diminuindo a liberação de mediadores inflamatórios. • São administrados por injeção intramuscular e nebulizador. • Possuem ação anti-inflamatória, analgésica e antitérmica • Efeitos dose-dependentes Ciclooxigenase (COX): produz prostaglandina, mediador pró-inflamatório A atividade da COX2 é aumentada em quadros inflamatórios A COX1 tem atividade constante mesmo em quadro de normalidade. Isso é importante para a homeostase do organismo. Inibidores não-seletivos que também inibem COX1 geram mais efeitos adversos. A prostaglandina inibe a secreção de HCl no estômago Inibidores seletivos COX2: nimesulida e sufixo -oxibe Salicilatos inibem a COX irreversivelmente Paracetamol e dipirona atuam na COX3. Fármacos: cromonas, AAS, nimesulida e -oxibes Esteroidais (AIEs) ou Corticoides – inibidores da PLA2 Também chamados de corticosteroides ou glicocorticoides. Fosfolipase 2 (PLA2): enzima que faz ácido araquidônico a partir de fosfatidilinositol bifosfato (PIP2) Diminuem a expressão de citocinas e mediadores pró-inflamatórios. Usados por via inalatória na asma e por via oral quando a doença está mais avançada. Efeitos adversos por via inalatória são raros, são mais comuns por via oral. Efeitos adversos locais: candidíase orofaríngea, disfonia, tosse, hipetrofia de língua Efeitos adversos sistêmicos: osteoporose, acne, catarata, hipertensão, diabetes, edema e retardo do crescimento infantil. (Devido à alteração no eixo hipotálamo-hipófise) Em casos mais leves, se dá preferência por fármacos com menor biodisponibilidade, para evitar efeitos sistêmicos. Pró-fármacos: beclometasona e ciclosenide Têm baixa biodisponibilidade oral e sistêmica, e alta biodisponibilidade pulmonar. Podem aumentar a expressão do receptor β2, da lipocortina-1 e do IKB (inibidores da PLA2). Resistência aos corticoides • Tipo 1: Resistência das células inflamatórias (receptor é diferente) – mais grave • Tipo 2: Resistência em todas as células – não tem efeito nenhum Fármaco de 1ª escolha: budesonida Fármacos: budesonida, funisolida, beclometasona, fluticasona, mometasona e triancinolona. Modificadores de Leucotrienos Os leucotrienos são mediadores inflamatórios específicos do trato respiratório que induzem broncoconstrição. São mais usados para tratar asma moderada ou grave. São específicos, portanto, são mais seguros e mais caros. Inibidores da Síntese de Leucotrienos (ISLTs) – inibidores da LOX Mecanismo de ação: inibe a 5-lipoxigenase (LOX), enzima que faz leucotrienos a partir do ácido araquidônico A LOX é ativada por uma proteína chamada FLAP Fármacos: zileuton ou zileutina Antagonistas do receptor de Leucotrienos – antagonistas cys-LT1 O principal leucotrieno é o LTb4. Ele se liga ao receptor cys-LTb1 ou cys-LT1. Fármacos: sufixo -lucaste – zafirlucaste, montelucaste e pranlucaste Imunoterapia Anticorpos monoclonais anti-IgE IgE é a imunoglobulina de resposta inflamatória e alérgica. A IgE se liga ao receptor na membrana do mastócito, permitindo a entrada de Ca2+. Isso causa a liberação dos mediadores inflamatórios. Usados para tratar asma moderada e grave. Fármacos: Omalizumabe (Xolair) e sufixo -mabe