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Caso Concreto 2 em pdf

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO: DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
ATIVIDADE – CASO CONCRETO 2: 
a) O que é uma Carta Foral?
Documento em que se estabeleceu as proibições, os direitos e os deveres dos capitães donatários 
para povoar a terra e para com os usos e exploração da terra recebida. Constituiu-se na época da 
Colonização como uma estratégia de exploração e administração das terras brasileiras recém 
descobertas pela Coroa Portuguesa, para geração de renda para a metrópole. 
Seguem algumas obrigações dos donatários: 
1. Criar vilas e distribuir terras;
2. Exercer plena autoridade no campo judicial e administrativo, inclusive autorizar pena de morte;
3. Escravizar os índios, obrigando-os a trabalhar na lavoura;
4. Receber a vigésima parte dos lucros sobre o comércio do Pau-Brasil;
5. O donatário era obrigado a entregar 10% de todo o lucro sobre os produtos da terra ao rei de
Portugal.
6. A parcela de 1/5 dos metais preciosos encontrados nas terras do donatário deveria ser entregue
à coroa portuguesa.
b) Com que fundamento o Município de Olinda continua cobrando o foro anual e laudêmio?
O Foral de Olinda é uma carta de doação de terras para a Câmara da cidade criando sua Vila, 
produzida pelo seu donatário, Duarte Coelho em 1537, com o objetivo de povoar e arrecadar 
receita para a terra. A Prefeitura de Olinda tem a qualidade senhorial, proprietária dos bens 
patrimoniais da antiga Vila de Olinda. O Foral não se caracteriza como imposto (receitas tributárias 
sujeitas ao Código Tributário Nacional) e sim como Foro (receitas originárias, ou seja, são 
rendimentos que o Governo aufere através dos seus próprios recursos). 
O Foral de Olinda está assegurado até os dias de hoje devido: 
-Garantia a partir de três alicerces bases estabelecidos no Artigo 5º, Inciso XXXVI “a lei não preju
dicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada” (sendo o direito adquirido aquel
e exercido pelo titular sem arbítrio de outrem), o ato jurídico perfeito (ato já consumado segundo a
lei vigente ao tempo em que se efetuou) e a coisa julgada (decisão judicial da qual não caiba mais
recurso);
-Um título não perder sua eficácia por ser antigo; (irretroatividade das leis do direito adquirido);
-Pelo princípio do direito à propriedade (CF de 1988, no Artigo 5º, Inciso XXII – “é garantido o direito
de propriedade);
O laudêmio é uma taxa de ocupação devida a União pelo uso voluntário do sujeito às 
propriedades de seu domínio (CF de 1988, Artigo 20). 
Referências: 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro 
Gráfico, 1988. 
CINTRA, Jorge Pimentel. Os limites das capitanias hereditárias do sul e o conceito de território. Disponível em: < 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142017000200203> 
 
CF 88 - Art. 20. São bens da União: 
 I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; 
 II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e 
construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em 
lei; 
 III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que 
banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território 
estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; 
 IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; 
as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, 
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no 
art. 26, II; 
 V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; 
 VI - o mar territorial; 
 VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
 VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
 IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
 X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; 
 XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, 
neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; 
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas 
sob domínio da União, Municípios ou terceiros; 
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; 
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

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