Trabalho de campo (Direito dos consumidores)

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Alexandre João David
	
Direito dos consumidores
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTANCIA
Xai-Xai 
2019
Alexandre João David
Direito dos consumidores
Licenciatura em Gestão de Empresas
	Trabalho de Pesquisa a ser Apresentada no Instituto Superior de Ciências e Educação a Distancia, para Obtenção de Grau Académico de Licenciatura em Gestão de Empresas.
O tutor
_______________________
(José Nhone)
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTANCIA
Xai-Xai 
2019
Índice
10. Introdução	�
21.Delimitação do Tema	�
22. Justificativa	�
23. Problematização	�
34. Hipóteses	�
35. Objectivos	�
35.1 Objectivo Geral	�
4CAPITULO I: METODOLOGIAS DE PESQUISA	�
41.Metodologia	�
42.Tipo de Pesquisa	�
53.Métodos	�
54.Métodos de abordagem	�
55.Técnica de análise de dados	�
55.1 População e amostra	�
6CAPITULO II: REVISÃO TEÓRICA	�
61. Definição de Conceitos	�
61.1. Consumidor	�
61.1.2 Fornecedores	�
61.1.3 Produto	�
61.1.4 Serviço	�
72.Direitoss do consumidor	�
72.1 Evolução Histórica	�
72.1.1 Responsabilidade por vício do bem	�
82.1.1.1 Responsabilidade por vício do serviço	�
82.2 Relação de consumo entre as duas partes (consumidor e fornecedor)	�
82.3 Impacto da Lei de Defesa do consumidor	�
93.Conclusão	�
104. Referência Bibliográfica	�
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Introdução
O presente trabalho de pesquisa tem com o tema “Direito dos Consumidores”. Este estudo é fundamental uma vez que procura analisar relação comercial entre fornecedores e consumidores a fim de fazer a moeda circular, de gerar postos empregos e de manter um bom ambiente de negócio. Contudo para que esta relação seja saudável para todos os envolvidos (fornecedores e consumidores) foi necessário a criação da lei que protege os mesmos, e que ainda é o elo mais fraco destas relações.
 Com a criação da lei nº 21/2009 de 28 de Setembro, as relações passaram a ter natureza jurídica de modo a garantir ao consumidor a protecção contra abusos e má-fé dos fornecedores. A mesma lei foi instituída tendo por bases os princípios Constitucionais como a dignidade humana, a ordem económica, os valores sociais do trabalho e a justiça social.
Referir que a importância deste tema reside nas dificuldades encontradas pelos consumidores, para reparação dos danos causados pelos fornecedores, pelos vícios existentes nos produtos ou serviços ou até mesmo nos defeitos dos mesmos que acabam resultando em graves acidentes de consumo.
O tema em análise Direitos de consumidores em face a lei nº 21/2009 de 28 de Setembro de defesa dos consumidores, traz um punho na preocupação que a sociedade tem em relação aos prejuízos psico-físicos causados pelos produtos e serviços fornecidos ao consumidor, em punir os maus profissionais que actuam na área de comercialização.
De referir que este trabalho apresenta-se estruturada em 2 capítulos sendo, para além da contextualização que engloba a introdução, delimitação do tema, problematização, hipóteses, justificativa, objectivos. 
No Capitulo I Metodologia de Pesquisa.
No capítulo II a revisão teórica: conceituação dos principais pressupostos: Consumidor, fornecedor, produto e serviços; análise de uma forma geral dos direitos do consumidor buscando um breve comentário da sua evolução histórica relação de consumo entre as duas partes (consumidor e fornecedor), impacto dos danos causados ao consumidor de acordo com Lei de Defesa do consumidor e finalmente têm a conclusão.
Delimitação do Tema
De acordo com GIL (2002:29), para que a pesquisa ocorra satisfatoriamente é necessário que se faça a delimitação do ambiente que pretendemos estudar. 
Neste caso, a abordagem do tema está relacionada com direitos do consumidor em Moçambicanas
2. Justificativa
Para Lakatos & Marconi (1992) é a parte do trabalho que apresenta respostas à questão do porquê da realização da pesquisa. 
O propósito deste trabalho é perceber a preservação dos dereitos de consumidor em Moçambicanas, como é sabido que com aprovação da Lei nº 22/2009-lei de defesa do consumidor ainda verifica se muitas irregularidades no dia-adia dos Moçambicanos desde a venda de produtos, sobretudo alimentares em locais inapropriados, viciação de balanças e publicidade enganosa, para além da existência de instituições que não são penalizadas quando violam os direitos do consumidor.
3. Problematização
Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características. Desta forma, o objectivo da formulação do problema é torná-lo individualizado, específico, inconfundível (RUDIO, 1980:75).
O problema de pesquisa é uma pergunta que deve ser redigida de forma clara, precisa e objectiva, cuja solução seja viável pela pesquisa. Geralmente, a elaboração clara do problema é fruto da revisão de literatura e da reflexão pessoal (CERVO & BERVIAN, 2002). 
Em Moçambique os direitos do consumidor estão consagrados na Constituição da Republica de Moçambique (artigo 92) na lei de defesa dos Direitos do consumidor (lei 22/2009 de 28 de Setembro).
E o nosso País ainda está longe de garantir em pleno os direitos de consumidor devido a factores de diversa ordem, desde desregulação da lei, instituições pouco eficientes, até à falta de pessoal formado para lidar com questões de protecção do consumidor.
Neste contexto, com o presente trabalho pretende -se encontrar a resposta teórica à seguinte questão:
Será que o consumidor tem conhecimento e consciência dos direitos que lhe assistem?
4. Hipóteses
Para Rudio (1980), hipótese é uma suposição que se faz na tentativa de explicar o que se desconhece. Esta suposição tem por característica o facto de ser provisória, devendo, portanto, ser testada para a verificação de sua validade. Trata-se de antecipar um conhecimento na expectativa de que possa ser comprovado. 
Entretanto, Lakatos & Marconi (2001) nos alertam que a hipótese de trabalho, usada nos estudos de carácter exploratório ou descritivo, onde é dispensável sua explicitação formal, é necessária para que a pesquisa apresente resultados úteis, ou seja, atinja níveis de interpretação mais altos. 
H1: É provável que os consumidores de produtos e serviços conhecem a existência da Lei que os defende.
H2: Pode ser que a falta de formação sobre os direitos de consumidor e alocação dos meio necessário para garantir a educação do consumidor fez com que haja violação os direitos do consumidor
5. Objectivos 
5.1 Objectivo Geral
Analisar analisar o impacto da lei de defesa dos consumidores.
 
 5.2. Objectivos Específicos
Avaliar o impacto dos danos causados ao consumidor de acordo com Lei de Defesa do consumidor;
Descrever as formar de fazer valer os direitos do consumidor;
CAPITULO I: METODOLOGIAS DE PESQUISA
Metodologia
Segundo Demo (1987), a metodologia é uma preocupação instrumental, que trata do caminho para a ciência tratar a realidade teórica e prática e centra-se, geralmente, no esforço de transmitir uma iniciação aos procedimentos lógicos voltados para questões da causalidade, dos princípios formais da identidade, da dedução e da indução, da objectividade.
Para garantir a materialização e sustentabilidade teórica e prática deste trabalho foi aplicado o método documental de com vista a desencadear um estudo mais elaborado e consolidado sobre os direitos do consumidor.
Paralelamente a estes métodos, recorreu se também as técnicas de documentação directa e indirecta. Que a primeira consistiu, no levantamento de dados no local onde procedeu se o estudo de caso, com base na observação directa intensiva 
Tipo de Pesquisa
Este trabalho de pesquisa baseou se em tipo de pesquisa exploratória.
Segundo Gil (1999), considera que a pesquisa exploratória tem como objectivo principal desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias,tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Segundo o autor, estes tipos de pesquisas são os que apresentam menor rigidez no planeamento, pois são planeadas com o objectivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado facto.
Métodos 
Método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade" (CERVO E BERIAN, 1978:17). 
Métodos de abordagem
São os métodos que possuem carácter mais geral. São responsáveis pelo raciocínio utilizado no desenvolvimento da pesquisa, ou seja, procedimentos gerais, que norteiam o desenvolvimento das etapas fundamentais de uma pesquisa científica, (ANDRADE, 2001:130-131).
Para concretização deste trabalho foi importante a aplicação do método indutivo. 
Segundo Lakato e Marconi (2003:86) método indutivo, parte-se de algo particular para uma questão mais ampla, ou seja, geral. 
Nesta perspectiva, procedeu-se com método indutivo, uma vez que estabelece uma verdade universal ou uma referência geral com base no conhecimento de certo número de dados singulares, por outro lado por ser um processo mental que permite chegar ao conhecimento ou demonstração da verdade, através de factos particulares comprovados e tira uma conclusão genérica.
Técnica de análise de dados
5.1 População e amostra
Segundo LAKATOS E MARCONI (1999:47) a população corresponde ao agregado de todos os elementos que acompanham um conjunto de características de interesse para o problema. Neste caso a população alva são os fornecedores e consumidores.
CAPITULO II: REVISÃO TEÓRICA
1. Definição de Conceitos
Destaca-se como conceitos, a forma de pensar sobre algo, consistindo em um tipo de apreciação através de uma opinião, que é manifestada quando se forma um bom ou mau conceito. Entretanto nesta fase teremos como conceitos fundamentais: Consumidor, fornecedor, produto e serviços.
1.1. Consumidor
Segundo a lei nº 22/2009 de 28 de Setembro, no seu Anexo Consumidor é todo aquele a quem sejam fornecidos bens, prestados serviços ou transmitidos quaisquer direitos, destinados ao uso não profissional, ou tarifa, por pessoa que exerça com carácter profissional uma actividade económica que vise a obtenção de benefícios.
1.1.2 Fornecedores
Todas as pessoas singulares ou colectivas, publicas ou privadas com carácter profissional ( incluindo profissionais liberais), que habitualmente desenvolvam actividades de produção, fabrico, importação, construção, distribuição ou comercialização de bens ou serviços a consumidores, mediante a cobrança de um preço. Segundo a lei nº 22/2009 de 28 de Setembro, no seu Anexo.
1.1.3 Produto 
Qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Segundo a lei nº 22/2009 de 28 de Setembro, no seu Anexo.
1.1.4 Serviço
Qualquer actividade fornecida no mercado de consumo mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e segurança, salvo as decorrentes das relações de carácter laboral. Segundo a lei nº 22/2009 de 28 de Setembro, no seu Anexo.
2.Direitoss do consumidor
2.1 Evolução Histórica
Uma vez que os direitos do consumidor estão consagrados na Constituição da Republica de Moçambique (artigo 92) na lei de defesa dos Direitos do consumidor (lei 22/2009 de 28 de Setembro), houve necessidade de instituir um sistema moçambicano de defesa do consumidor com objectivo de assegurar os seus direitos, ao abrigo do nº 1 do artigo 179 da Constituição da Republica a Assembleia da Republica determinou como direitos de consumidor nomeadamente:
direito à qualidade dos bens e serviços;
direito à protecção da vida, saúde e da segurança física;
direito à formação à educação para consumo;
direito à informação para consumo;
dereito à protecção dos interesses económicos;
direito à prevenção e à reparação dos danos patrimoniais ou não patrimoniais que resultem da ofensa de interesses ou direitos individuais homogéneos, colectivos ou difusos;
Protecção jurídica e uma justiça acessível e pronta;
participação, por via representativa, na definição legal ou administrativa dos seus direitos interesses;
protecção contra a publicidade enganosa e abusiva.
2.1.1 Responsabilidade por vício do bem
Os fornecedores de bens de consumo duradouros e não duradouros respondem solidariamente pelos vícios de qualidade e quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade em relação as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes da sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. Segundo o número 1 do artigo 15 da lei 22/2009 de 28 Setembro.
2.1.1.1 Responsabilidade por vício do serviço
O prestador de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhe diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir alternativamente e a sua escolha. Segundo o número 1 do artigo 15 da lei 22/2009 de 28 Setembro.
2.2 Relação de consumo entre as duas partes (consumidor e fornecedor)
O conceito relação para Roberto Basilone Leite vem do século XVI, provem do latim relatio, onis, acção de dar em retorno, acto de pagar um favor com outro favor, o qual deriva do verbo latino refere, repor, trazer de novo, reproduzir, repetir.
Relação de consumo segundo mesmo autor trata se de uma relação de cooperação, pois um cidadão entra com bem ou serviço e outro oferece em troca o pagamento do preço, ambos colaboraram assim para o sucesso do objectivo comum.
2.3 Impacto da Lei de Defesa do consumidor
Partindo do pressuposto de que antes da existência da lei de defesa do consumidor as pessoas se sentia desamparado, em como reclamar um bem ou serviço com defeito, hoje em dia e se formos a fazer uma comparação daquilo que nós éramos em termos de mercado, em termos de exigência ao consumidor e, hoje, há uma distância abismal.
Com a mesma lei criou se associações de consumidores, que estão dotados de personalidade jurídica, sem fins lucrativos e com objectivo principal de proteger os direitos e os interesses dos consumidores em geral ou dos consumidores e seus associados. Segundo número 1 do artigo 34 da lei 22/2009 de 28 de Setembro.
3.Conclusão
O intuito do presente trabalho foi demonstrar a importância da defesa do consumidor uma vez as relações de consumo fazem parte da evolução e crescimento de um país, pois, tudo que adquirimos seja um produto ou serviço, é resultado de uma negociação. 
Todavia, o consumidor é a peça fundamental na relação de consumo e figura jurídica vulnerável nessa relação, por isso observou-se a necessidade de protecção ao consumidor e um ordenamento jurídico, contudo surgiu a lei nº 22/2009 de 28 de Setembro com finalidade de regulamentar e reequilibrar as relações de consumo em Moçambique.
Contudo o Governo deve fortificar ainda mais acções que possam garantir melhorias de protecção dos consumidores, pós é uma das ferramentas que possa garantir a qualidade de vida aos moçambicanos deve apostar na formação, capacitação e alocação de meios necessário para garantir educação e formação sobre direitos do consumidor a todos os níveis.
4. Referência Bibliográfica
Constituição da Republica de Moçambique de 19 de Novembro de 2004
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 3a edição. São Paulo: Editora Atlas, 1996. 
Lei nº22/2009 de 28 de Setembro: lei da defesa dos consumidores.
Módulo de Introdução a Direito.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999
RUDIO, F. V. Introdução ao projecto de pesquisa científica. 4.ed. Petrópolis: Vozes, 1980