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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA ROBERTO FAGNER FELIX ARAUJO INFLUÊNCIA DA ANATOMIA DO REBORDO RESIDUAL DE USUÁRIOS DE PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL SOBRE A EFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA NATAL 2016 ROBERTO FAGNER FELIX ARAUJO INFLUÊNCIA DA ANATOMIA DO REBORDO RESIDUAL DE USUÁRIOS DE PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL SOBRE A EFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Cirurgião-dentista. Orientadora: Adriana da Fonte Porto Carreiro. NATAL 2016 ROBERTO FAGNER FELIX ARAUJO INFLUÊNCIA DA ANATOMIA DO REBORDO RESIDUAL DE USUÁRIOS DE PRÓTESE TOTAL CONVENCIONAL SOBRE A EFICIÊNCIA MASTIGATÓRIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Aprovada em: ____/____/____ BANCA EXAMINADORA _________________________________________ Prof. Dra. Patrícia dos Santos Calderon UFRN Membro _________________________________________ Prof. Dr. Antônio Ricardo Calazans Duarte UFRN Membro _________________________________________ Profa. Msc. Ana Clara Soares Paiva Tôrres UERN Membro Araújo, Roberto Fagner Felix. Influência da anatomia do rebordo residual de usuários de prótese total convencional sobre a eficiência mastigatória / Roberto Fagner Felix Araújo. – Natal, RN, 2016. 29 f. : il. Orientadora: Profa. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro. Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia. 1. Prótese Total – Monografia. 2. Mastigação – Monografia. 3. Reabsorção Óssea. I. Carreiro, Adriana da Fonte Porto. II. Título. Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”. AGRADECIMENTOS Previamente aos direcionamentos de agradecimento, gostaria de agradecer a Deus, por ter me fornecido toda a fé e vontade de alcançar meus objetivos, e não ter deixado com que eu falhasse ou desistisse em nenhuma etapa da minha carreira acadêmica. Minha crença na Sua existência faz com que eu siga em frente sempre e não tema a obstáculos difíceis. Agradeço aos meus pais, Maria Teresa Felix e José Roberto Araújo, por terem me proporcionado a melhor educação dentro de casa e por terem feito com que eu pudesse sempre buscar o meu melhor, sem passar por cima dos outros, não deixando de lado a personalidade humilde e brincalhona. Esta conquista é prova viva do quanto me dedico para ver vocês felizes com minhas vitórias. Amo através de uma forma divina e devo tudo que sou hoje a vocês. Aos meus tios, Vilma Felix e Carlos Araújo, ambos com o mesmo sobrenome que meus pais e com a graça divina de se portarem como tais. Todo este tempo que passei na graduação, 100% foi vivenciado e compartilhado com vocês. Sem contar na imensa paciência e ajuda que me deram, sem eu ao menos pedir. Considero-me filho desta união e meu amor por vocês é intenso. A todos os professores do Departamento de Odontologia da UFRN, em que tive a imensa honra de ser aluno e amigo da maioria. Vocês devem ser considerados lendas por alunos e ex-alunos, pois o aprendizado colhido por nós em suas aulas e orientações em clínicas possui um valor imensurável. À minha querida orientadora Adriana da Fonte Porto Carreiro, por ter sido fonte suprema de inspiração acadêmica. Considero um ser de extrema habilidade, sabedoria, cuidado e de atenção, seja para seus alunos ou para seus pacientes. Sendo um pouco clichê e bastante verdadeiro: quero ser você, quando crescer. À minha banca avaliadora, Prof. Ricardo Calazans e Ana Clara Paiva, obrigado pela disponibilidade de estarem presentes neste momento tão importante da minha vida e terem contribuído significativamente com o trabalho, e em especial a Profa. Patrícia Calderon, pela extrema gentileza de ter assumido a presidência da banca, representando a minha orientadora. À Annie Medeiros pela inigualável contribuição com este trabalho e por me agüentar desde o princípio. Você também se tornou uma fonte de inspiração para mim e sua dedicação para com o que se compromete a fazer enche meus olhos de lágrimas. Desculpas pelas suas madrugadas perturbadas por minhas dúvidas, mas que carinhosamente foram respondidas efetivamente. Às colegas Gerlayne Barros e Rachel Cardoso por terem se mostrado totalmente a disposição para ajudar com o que eu precisasse para deixar o trabalho cada vez mais completo. Tenho orgulho em saber que muitos pacientes são assistidos por profissionais tão competentes e cuidadosas como vocês duas. Aos meus amigos Aryelle Mayara, Anny Beatriz, Jonathas Sales, Lucas Matheus, Marina Nóbrega, Myrna Tenório, Joiza Barbosa e Tarsila Cavalcante por todo o amor e carinho que me deram através de elogios e palavras de incentivo desde a época do colégio. Apesar de não terem seguido a mesma trajetória que segui, se fizeram presentes a todo o momento que precisei e senti saudade do convívio eterno que tivemos. À Anna Clara Gurgel, Larissa Luz e Victor de Farias que se fizeram presentes em minha vida pessoal e acadêmica desde que comecei a faculdade. Obrigado pelas risadas compartilhadas, épicas histórias, shades, pelo espaço que me deram em suas casas e com suas famílias e, claro, pela ajuda grandiosa com a realização deste trabalho. Aos meus amigos de faculdade pela convivência duradoura e cinematográfica que tivemos. Por livre e natural escolha nos tornamos uma família que divide segredos, ensinamentos, histórias, piadas e amor. Ao meu “Me grelhas”: Anna Letícia, Emmily Farias, Fernanda Fagundes, Haroldo Gurgel, Humberto Chaves, Isabelle Otto, Jéssica Nobre, Jonatas Souza, Lucas Azevedo e Lidya Araújo – duas das maiores companhias de aperreios e história que tenho na vida, Laryssa Maria e Layrlla Moura. Aos meus memoráveis colegas de Centro Acadêmico da gestão 2015 e 2016, os quais escolhi a dedo e consegui ter a grande surpresa de chamá-los de amigos durante as jornadas de respectivas gestões. À Natália Pinheiro, Humberto Chaves, Marília Maia, Thereza Correia, Paulo Pessoa, Andreza Freire, Larissa Silveira, Camila Cavalcante, Eugênio Felipe, Luana Siqueira, Igor Lucena e Karol Pires – representando a gestão 2015, Fernanda Freitas, Daniely Ribeiro, Haron Felipe, Luiz Fernandes, Camila Pessoa, Maria Clara, Miria Curinga e Vitor Sales – representando a gestão 2016, por terem morado nas respectivas salas das gestões, sempre compartilhando risadas, trabalhos, ajudas, momentos dramáticos, ensinamentos, estudos e experiências acadêmicas. Desculpa pelos diários gritos e estresses, muitas vezes gerados por esta pesquisa, e por medir os modelos na nossa bagunçada mesa. Vocês fazem parte da minha história como aluno de Odontologia. “Chefinho” ama vocês.“Não há transição que não implique em um ponto de partida, um processo e um ponto de chegada. Toda manhã se cria num ontem, através do hoje. De modo que nosso futuro baseia-se no passado e corporifica-se no presente’. Paulo Freire RESUMO Declaração do problema: A reabilitação oral com prótese total convencional (PT) tem demonstrado resultados favoráveis, mas enfrenta como desafio a reabsorção progressiva e contínua da crista do rebordo alveolar. Objetivo: objetivo desta pesquisa foi avaliar, através de modelos de estudo, se as características anatômicas de rebordos residuais interferem na respectiva eficiência mastigatória de usuários de próteses totais. Métodos e materiais: A amostra foi composta de todos os pacientes que se apresentaram no Departamento de Odontologia da UFRN em busca de tratamento reabilitador com próteses totais convencionais, que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa. Utilizou-se um compasso de ponta seca e uma régua transparente milimetrada de 30 centímetros para as medições dos modelos de estudo, classificando-se os arcos e rebordos em pequenos, medianos e grandes, separadamente para maxila e mandíbula. A eficiência mastigatória (EM) foi avaliada pelo método das tamises. As variáveis independentes consistiram em: sexo, idade e uso de próteses totais. Os dados foram analisados pelos testes não-paramétricos de Mann- Whitney, Qui-quadrado de Pearson e Correlação de Spearman (nível de significância de 5%). Resultados: 46 pacientes, com média de idade de 70,67 anos, foram avaliados. Houve predominância do gênero feminino (82,6%). Apenas 28 pacientes eram usuários de prótese inferior e superior, enquanto 18 não usavam as próteses inferiores. Usuários de PT inferior tiveram o tamanho da crista significativamente menor do que não-usuários (p=0,007). Cristas do rebordo maxilar altas possuem melhor eficiência mastigatória (p=0,034). Não foi possível concluir o mesmo em relação a crista residual mandibular e ao tamanho dos arcos. Conclusão: A altura da crista maxilar influenciou positivamente a eficiência mastigatória. Pacientes usuários de PT inferior apresentaram reabsorção mais acentuada da crista do rebordo residual mandibular. Palavras-chave: Prótese total; Mastigação; Reabsorção óssea. ABSTRACT Statement of the Problem: Oral rehabilitation with conventional dentures (CD) has shown favorable results, but faces the challenge of a progressive and continuous resorption of the crest of alveolar ridge. In this perspective, Objective: Evaluate, through study models, if the anatomical characteristics of residual alveolar ridge interfere with their masticatory efficiency of rehabilitated patients with CD Material and Methods: The sample was composed by patients who attended the integrated clinics of the Department of Dentistry - Federal University of Rio Grande do Norte in Natal / RN, looking for rehabilitation with CD and accepted voluntarily to participate in this study. It was used a bow divider along a transparent millimeter ruler (30cm) to measure the study models, classifying the arches and the alveolar ridges as small, large, and medium. Separately measurements were assessed for maxilla and mandible. The masticatory efficiency was measured by chewing an artificial food, evaluated by the method of sieves. The independent variables were: gender, age, color and use of CD. Data were analyzed by Mann-Whitney U test, Kruskal-Wallis, Chi-square test and Spearman correlation (5% significance level). Results: 46 patients with a mean age of 70.67 years were evaluated with predominance of females (82.6%). Only twenty-eight patients were denture wearers of both dentures, while 18 did not use the lower dentures. Lower CD users had significantly smaller size of the crest than non-users (p = 0.007). Ridges of high jaw rim have better masticatory efficiency (p = 0.034). It was not possible to infer the same finding about the residual alveolar ridge and the size of the arches. Conclusions: The height of the maxillary alveolar ridge influenced positively at the masticatory efficiency. Patients who used lower CD showed intensified mandibular alveolar ridge resorption. Keywords: Denture wear; Mastication; Bone resorption. 1 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Avaliar as características do rebordo residual de pacientes de forma objetiva, através de medições que mensurem seu tamanho, altura e largura, no momento da obtenção dos modelos de estudo, auxilia na previsão de possíveis limitações anatômicas que venham a interferir as etapas de moldagem, bem como de instalação das próteses. INTRODUÇÃO A reabilitação oral com prótese total convencional tem demonstrado resultados favoráveis, sendo esta uma das modalidades mais instituídas como tratamento para desdentados totais.1 O sucesso deste tipo de reabilitação, no entanto, vai depender também das características clínicas do rebordo residual, sendo necessário o exame preciso da mucosa dos rebordos e a avaliação do formato e altura destes.2 A reabsorção progressiva da crista do rebordo alveolar é considerada um dos maiores desafios encontrados na reabilitação de pacientes edêntulos, pois tal processo permanece contínuo durante toda a vida destes pacientes.2,3 Desta forma, é comum ocorrerem mudanças na arquitetura do rebordo alveolar durante o uso de próteses, o que pode acarretar em desadaptação e instabilidade da prótese, principalmente no que se diz respeito ao usuários próteses inferiores, pelo rebordo mandibular apresentar características ósseas mais limitadas.4 A forma e o tamanho do rebordo residual são alguns dos fatores que podem influenciar na eficiência mastigatória, já que a habilidade de fragmentação dos alimentos sofre influência direta da estabilidade e retenção da prótese.5 Assim, a eficiência mastigatória (EM) se torna um parâmetro que se relaciona intimamente com essas características. Quando a função mastigatória é considerada deficiente, há o consumo preferencial de alimentos mais macios, fáceis de ser mastigados e pouco nutritivos pelo paciente, o que reflete no grau de satisfação dos reabilitados com o tratamento realizado.6,7 A análise da EM pode ser feita de forma objetiva, através do teste de mastigação de alimentos artificiais ou naturais, ou subjetivamente, através de informações obtidas através de questionários.8 2 Alguns estudos na literatura, como o de Tallgreen (1972), descreveram formas de mensuração das características de rebordos residuais, por meio do uso de radiografias panorâmicas9, no entanto, a altura e forma radiográficas podem não corresponder às características clínicas. Outros estudos utilizaram medição em modelos de gesso, mas não correlacionaram essas medidas com a eficiência mastigatória dos pacientes.10,11 O tamanho da área basal de próteses totais foi previamente correlacionado com a eficiência mastigatória, no entanto, empregou-se um método subjetivo.12 O método empregado no referido estudo apresenta a limitação de avaliar a eficiência mastigatória apenas através de questionário. Isso dificulta a identificação da real capacidade que os pacientes têm de fragmentar os alimentos, pelo fato destes relatos subjetivos mascararem o real desempenho mastigatório, o qual pode ser identificado, por meios de métodos objetivos de avaliação.13 Desta forma, o objetivo desta pesquisa foi avaliar, através de modelos de estudo, se o tamanho dos arcos edêntulos e o tamanho da crista do rebordo residual interferem na eficiência mastigatória de pacientes que procuraram o Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) por tratamento reabilitador. Alémdisso, objetivou-se verificar se idade, sexo e uso das próteses influenciam nas características dos rebordos. As hipóteses do estudo são: (1) pacientes com arcos e rebordos de tamanhos pequenos possuem menor eficiência mastigatória, (2) o uso de próteses inferiores pode contribuir com a reabsorção do rebordo mandibular e (3) existe correlação entre altura da crista do rebordo residual com a eficiência mastigatória. MATERIAIS E MÉTODOS Caracterização da amostra. O presente estudo é do tipo clínico observacional transversal, realizado no Departamento de Odontologia (DOD) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, Rio Grande do Norte, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Onofre Lopes (parecer nº 1.043.549/2015) (ANEXO A). Foram incluídos na pesquisa pacientes que se apresentaram no Departamento de Odontologia da UFRN em busca de tratamento reabilitador com próteses totais convencionais, que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa, mediante a assinatura 3 do termo de consentimento livre e esclarecido. De acordo com os critérios de exclusão, não foram incluídos no estudo pacientes que apresentavam estado de saúde debilitado e usuários de próteses fraturadas. Desta forma, a amostra foi composta por todos os pacientes que buscaram o serviço no período de maio de 2015 a maio de 2016. A aquisição dos modelos de estudo e dos valores da eficiência mastigatória para esta pesquisa foram realizadas por outros pesquisadores, nas fases de exame clínico inicial de cada paciente, onde a eficiência mastigatória dos pacientes foi coletada pelo método da mastigação de alimento artificial e peneiramento (tamisação) e os modelos foram obtidos por moldagem anatômica, realizadas com moldeiras de estoque para desdentados, individualizadas com cera utilidade (Newwax, Technew), e hidrocoloide irreversível (Jeltrate, Dentsply) para o rebordo superior e silicona de condensação (Perfil, Coltene) para o rebordo inferior. Então, fez-se uma retrospectiva dos valores da eficiência mastigatória e dos modelos de estudo de cada paciente, para que o examinador do estudo pudesse realizar a medição dos modelos de estudo. Para isso, houve uma calibração intraexaminador, através da medição de dez modelos com intervalo de uma semana entre elas, conseguindo um valor de Kappa maior que 0,8, indicando uma ótima concordância (K = 0,981). Assim, nos modelos foram mensuradas as mediadas da altura, largura dos rebordos residuais e do tamanho dos arcos maxilares. Para isso, utilizou-se um compasso de ponta seca e uma régua transparente milimetrada de 30 centímetros, seguindo-se o método do estudo de Pietrokovski colaboradores (2003)11. Tamanho dos arcos maxilares e mandibulares. O tamanho dos arcos desdentados foi obtido pelo valor do comprimento da linha média e pela largura. Como observado na Figura 1, para a maxila, o comprimento foi dado pela medição dos pontos A até o ponto B, quanto à largura foi dada pela medição entre os pontos C. Da mesma forma, o comprimento do arco mandibular se deu pela medição dos pontos D até o E, e a sua largura foi dada pela medição entre os pontos F. Os valores encontrados foram transformados em índices, a fim de categorizar os arcos em três tamanhos, utilizando da seguinte fórmula: largura do arco x 100 dividido pelo comprimento do arco. Assim, os arcos foram classificados em pequenos (<79), arcos medianos (80-89) e arcos grandes (> 90), separadamente para maxila e mandíbula. 4 Tamanho dos rebordos residuais maxilares e mandibulares. Para definir o tamanho dos rebordos residuais, foram realizadas medições da altura e largura das cristas residuais. Foi adotado um ponto médio no rebordo para tal medição - região de pré-molar - da mesma forma que foi estabelecido no estudo de Pietrokovski et al. (2003)11 (Figura 2). De acordo com a figura 3, para a crista residual maxilar, a altura foi medida de forma retilínea entre os pontos A e B, a largura foi medida entre os pontos B e C. Para crista residual mandibular, a altura foi mensurada entre os pontos D e E, da imagem, e a largura entre os pontos E e F. Os valores encontrados também foram transformados em índices, seguindo a fórmula: largura da crista x 100 dividido pela a altura do rebordo. De acordo com os resultados dos índices, as cristas alveolares residuais foram classificadas como pequenas (< 69), medianas (70-79) e grandes (> 80), separadamente para a maxila e mandíbula. Eficiência mastigatória A avaliação da eficiência mastigatória foi realizada por outros pesquisadores, através do protocolo de mastigação de pedaços de alimento artificial pesados e avaliados pelo método das tamises. O alimento teste artificial foi o Optocal, o qual é confeccionado com material odontológico de moldagem à base de silicone de condensação. Este alimento apresenta na sua composição, os seguintes componentes e respectivas proporções: Silicone de condensação Optosil Comfort® (Heraeus Kulzer) – 53 gramas (g); Pasta Catalisadora – 1,43 g; Creme dental – 25 g; Vaselina – 3 g; Gesso Odontológico – 8 g; e Alginato – 4 g. As respectivas especificações e dados do fabricantes dos materiais utilizados na confecção do alimento-teste Optocal estão descritos no Quadro 1. Após mistura dos componentes, a massa homogeneizada foi colocada em moldes metálicos com compartimentos cúbicos com dimensões de 0,9 x 0,9 cm de extensão e 0,6 cm de altura previamente vaselinados. Para assegurar a completa polimerização o material precisou ser posteriormente estocado em estufa bacteriológica (Modelo SL 101 – Solab Equipamentos para Laboratórios), onde permaneceu por 16 horas a 65°C. Na sequência, o alimento, já em formato de cubos, foi removido do molde metálico e teve seu peso mensurado 5 em balança de precisão de 0,001g (Modelo AD330, Marte Científica) armazenado em local fresco e fechado e sendo descartado após um período de 7 dias. O alimento foi separado em porções de aproximadamente 3g, para cada paciente da pesquisa. Todos os pacientes receberam orientações antes do experimento em relação à quantidade de movimentos mastigatórios a serem realizados e, também, quanto ao bochecho a ser executado após a mastigação - em número de três. Desta forma, uma porção dos cubos foi entregue a cada paciente para mastigação durante 20 ciclos. Esta quantia de ciclos é muito próxima do momento da deglutição, sendo que cada ciclo corresponde a uma mordida máxima simulando a mastigação. Os ciclos foram monitorados pelo examinador. Com o alimento no interior da cavidade bucal, os pacientes, sentados em cadeira odontológica em posição confortável, a fim de não alterar o processo de trituração do material-teste, puderam escolher a melhor forma para mastigar. Após a mastigação, o alimento foi recolhido em um recipiente descartável após ser expelido da cavidade bucal. Neste momento, foi solicitado ao paciente o enxágue da boca com 200ml de água, por duas vezes com e uma vez sem as próteses. A água dos enxágues também foi coletada juntamente com as partículas existentes nas próteses e o material mastigado assegurando a remoção de todo o resíduo. Em seguida, o material recolhido foi despejado na parte superior de um conjunto de cinco tamises granulométricas (BerTel, Indústria Metalúrgica Ltda.) com aberturas de 5,6; 4,0; 2,8; 2,0; 1,4; 1,0; 0,71 e 0,5 mm, acopladas em ordem decrescente, de acordo com o tamanho da abertura de seus orifícios. Desta maneira os fragmentos colocados nas tamises passam, de acordo com suas respectivas dimensões, progressivamente da maior para a de menor diâmetro, sendo realizada com um litro de água corrente vertida no conjunto detamises, o qual foi colocado em vibração por dois minutos. Após a tamisação o conteúdo retido em cada tamise foi colocado para secar naturalmente, e após a secagem, a massa foi mensurada separadamente em balança analítica com precisão. O material retido em cada peneira é pesado e submetido a equações específicas para que seja obtido o diâmetro mediano das partículas (X50). A eficiência mastigatória é inversamente proporcional a este valor. Análise estatística 6 Foi criado um banco de dados no software Microsoft Excel 2013 para a colocação dos dados coletados referentes às variáveis de estudo, os quais foram posteriormente transferidos para o SPSS versão 20.0 Windows para a realização dos testes estatísticos quantitativos. As variáveis foram apresentadas de maneira descritiva e através da mediana e valor de p. Os dados foram analisados pelos testes não-paramétricos de Mann-Whitney, Qui- quadrado de Pearson e Correlação de Spearman. As diferenças foram consideradas estatisticamente significativas quando p ≤ 0,05. RESULTADOS Foram avaliados 46 pacientes com média da idade de 70,67 anos, com a predominância do gênero feminino sobre o masculino (82,6%). Dos 46 pacientes, 28 eram usuários de prótese superior e inferior, 13 pacientes eram usuários somente da prótese superior e cinco não utilizavam nenhuma prótese. Em relação à classificação do tamanho dos arcos edêntulos, de acordo com os valores de índices encontrados, 80,4% da amostra apresentou arco maxilar grande, enquanto 100% dos pacientes avaliados apresentaram arco mandibular grande (n = 46). Em relação ao tamanho dos rebordos residuais, houve predominância de rebordo residual maxilar grande entre os participantes (84,8%), bem como de rebordo residual mandibular grande (58,7%) (Gráfico 1). Analisando a influência do uso de próteses inferiores sobre os rebordos residuais mandibulares, observou-se que a maioria dos pacientes usuários de PT inferior possui o tamanho da crista do rebordo residual mandibular significativamente menor do que aqueles que não utilizam a prótese (p<0,05). Para correlacionar a eficiência mastigatória com as características anatômicas estudadas, utilizou-se apenas pacientes que utilizam ambas as próteses (n=28), a fim de evitar interferência nos resultados da variável uso de prótese. A média dos valores obtidos para eficiência mastigatória (X50) dos 28 pacientes avaliados foi de 6,43 mm, variando de 4,47 a 7,07 mm. Para análise dos dados optou-se por categorizar a variável “tamanho da crista residual” em “pequena/média” e “grande” (Tabela 2). 7 Para a avaliação de existência da relação entre a altura da crista do rebordo residual maxilar e mandibular com a eficiência mastigatória (X50) foi utilizado o teste de correlação de Spearman. A altura da crista residual maxilar obteve correlação negativa com o X50 (p<0,05), indicando que quanto maior foi a altura, melhor foi a eficiência mastigatória. Não foi possível concluir o mesmo com a altura da crista residual mandibular (Tabela 3). DISCUSSÃO Através da metodologia empregada na limitada amostra deste estudo, não foi possível confirmar significativamente a primeira hipótese do estudo, quando foram analisados os tamanhos dos arcos e rebordos com a eficiência mastigatória, o que poderia ser esperado devido a falhas na adaptação e retenção das próteses possivelmente geradas em arcos e rebordos de tamanhos menores. Cerca de 5 a 20% dos pacientes permanecem insatisfeitos após a reabilitação com prótese total convencional, devido principalmente à instabilidade da prótese inferior14. Esta queixa está associada à própria anatomia do rebordo mandibular, o qual fornece pequena área de suporte em relação à maxila, isso implica em uma maior necessidade de coordenação muscular intensa para estabilizar a prótese. Além disso, a fibromucosa de revestimento do rebordo mandibular é fina, móvel e facilmente traumatizável.6,15 Os pacientes que utilizavam prótese inferior nesta pesquisa apresentaram menor rebordo do que aqueles que não faziam uso, corroborando com a segunda hipótese do estudo. Assim, isso pode ser associado ao pressuposto de que estes pacientes necessitam mastigar de 4 a 8 vezes, em média, para atingir o mesmo grau de mastigação de pacientes dentados naturais - o que reforça a teoria de que as forças oclusais direciona ao rebordo uma reabsorção intensificada.10,16,17 Na literatura, há registros de que a reabsorção do rebordo residual foi mais acentuada em pacientes do gênero feminino e naqueles que possuíam maior tempo de edentulismo, aliado a uma quantidade maior de próteses utilizadas na mandíbula.18 No presente estudo, a mandíbula também foi o arco que possuiu maior grau de reabsorção associada ao frequente uso de PT inferior. Entretanto, a limitação da amostra impossibilitou a avaliação das variáveis gênero e tempo de uso da prótese. 8 Outro estudo analisou a influência da idade e do uso de prótese sobre a altura do rebordo residual e tamanho do arco, resultando na predominância de arcos maxilares médios e cristas residuais médias e sem associação significativa com a idade. Os autores concluíram que os pacientes que não eram reabilitados possuíam arcos e altura do rebordo residual maior em relação ao grupo que portava prótese total convencional11, o que concorda com os resultados trazidos neste estudo. Quanto ao método e material utilizado para coleta da eficiência mastigatória empregado, levou-se em conta a dificuldade de usar alimentos naturais como alimento- teste por não ser possível o controle da sua textura e da dimensão inicial, o que frequentemente leva a uma não padronização de resultados. Sendo assim, empregou-se o alimento artificial Optosil, mais indicado e utilizado em pesquisas que avaliam a eficiência mastigatória19,20, pois gera a possibilidade de reprodução e padronização dos testes e a não sofre a interferência de ação solubilizante e/ou enzimática de água e saliva no meio bucal.21 Falhas de retenção e estabilidade de próteses totais convencionais associadas ao rebordo mais reabsorvido podem acarretar à força reduzida da mordida e a consequente diminuição do desempenho mastigatório. O fraco desempenho é compensado pela mastigação e deglutição de maiores partículas de alimentos. É importante ressaltar que nesse estudo, a qualidade técnica das próteses pode ter influenciado na eficiência mastigatória, já que esse dado foi coletado com o uso das próteses portadas pelos pacientes que buscaram o serviço do local de estudo para substituí-las. A substituição das próteses possivelmente implicará em impacto positivo sobre a eficiência mastigatória.22 A partir da análise dos tamanhos de ambos os arcos e cristas do rebordo residual, apenas nos pacientes que utilizam ambas as próteses, não foi possível observar diferença significativa quanto à eficiência mastigatória. Quando individualizada apenas as variáveis altura da crista residual maxilar com a eficiência mastigatória (X50), observou-se correlação negativa estatisticamente significativa, indicando que pacientes com rebordos maxilares altos possuem uma melhor eficiência mastigatória. A mesma significância não foi atribuída à crista residual mandibular, possivelmente devido ao tamanho limitado da amostra. Apesar disso, é possível confirmar a terceira hipótese do estudo, sugerindo que existe alguma influência das características dos rebordos sobre a eficiência mastigatória dos pacientes. 9 Por razão do limitado tamanho da amostra deste estudo, surge à necessidade de trabalhos futuros avaliarem as características dos rebordos e eficiência mastigatória da mais pacientes que procuram um tratamentoreabilitador com próteses totais convencionais. É importante ainda minimizar o efeito da qualidade técnica das próteses, coletando-se a eficiência após a substituição das próteses também. CONCLUSÃO Foi possível concluir que a altura da crista maxilar influenciou positivamente a eficiência mastigatória, de forma que quanto maior a altura da crista do rebordo maxilar do paciente, melhor será sua eficiência mastigatória. Pacientes usuários de PT inferior apresentaram reabsorção mais acentuada da crista do rebordo residual mandibular em relação aos não usuários. 10 REFERÊNCIAS 1. 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Rev CEFAC, 2008; 10 (4); 490-502. 6. Ribeiro JAM, de Resende CMBM, Lopes ALC, Farias-Neto A, Carreiro AFP. The Influence of Mandibular Ridge Anatomy on Treatment Outcome With Conventional Complete Dentures. Acta Odontol. Latinoam. 2014. 27 (2): 53-57. 7. Strini PJSA, Machado NAG, Strini PJSA, Gavião MBD, Neto AJF. Avaliação da performance mastigatória em pacientes com dentes naturais e após a reabilitação com próteses removíveis totais imediatas superior, inferior e bimaxilares – relato de casos clínicos. RFO 2011; 16(2): 200-205. 8. Carlsson GE. Masticatory efficiency: the effect of age, the loss of teeth and prosthetic rehabilitation. Int Dental J 1984; 34(2): 93-96. 9. Tallgren A. The continuing reduction of the residual alveolar ridges in complete denture wearers: A mixed longitudinal study covering 25 years. J Prosthet Dent, 1972. 27:120-32. 10. Campbell RL. A comparative study of the resorption of the alveolar ridges in denture wearers and non-denture-wearers. 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Oral Rehabilitation, 2011. 38 (10): 754-80. 17. Klemetti A. A review of residual ridge resorption and bone density. J Prosthet Dent, 1996. 75(5): 512-14. 18. De Baat C, Kalk W, van’t Hof M. Factors connected with alveolar bone resorption among institutionalized elderly people. Community Dent Oral Epidemiol, 1993. 21(5): 317-20. 19. van Kampen FM, van der Bilt, A, Cune MS, Fontijn-Tekamp FA, Bosman F. Masticatory function with implantsupported overdentures. J Dent. Res., 2004. 83: 708– 711. 20. Pera P, Bassi F, Schierano G, Appendino P, Preti G. Implant anchored complete mandibular denture: evaluation of masticatory efficiency, oral function and degree of satisfaction. Journal Oral Rehabilitation, 1998. 25 (6): 462-7. 21. Fontijn-Tekamp FA, Slagter AP, van der Bilt A, van ‘t Hof MA, Kalk W, Jansen JA. Biting and chewing in overdentures, full dentures and natural dentitions. J. Dent. Res., 2000. 79 (7): 1519-1524. 22. Wostmann B et al. Influence of denture improvement on the nutritional status and quality of life of geriatric patients. J. Dent., 2008. 36, (10): 816-21. 12 ANEXOS ANEXO A – Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes (CEP-HUOL). 13 TABELAS, QUADROS E GRÁFICOS Tabela 1. Análise do tamanho do rebordo mandibular em função do uso de prótese inferior. Natal/RN, 2016. Uso de prótese inferior Tamanho da crista mandibular categorizada p Pequena/Média (n) Grande (n) Total (n) 0,007 Sim 16 12 28 Não 3 15 18 Total 19 27 46 Fonte: Autor. Nota: Teste Qui-quadrado de Pearson. 14 Tabela 2. Distribuição da eficiência mastigatória (X50) nas diversas variáveis de estudo, exceto de tamanho mandibular, pois todos foram classificados com grandes. Natal/RN, 2016. Variáveis n X50 (q25 – Q75) p Tamanho do arco maxilar Mediano 4 6,48 (6,34– 8,80) 0,533 Grande 24 6,39 (5,82 – 6,86) Tamanho da crista residual maxilar Pequena /Média 6 5,94 (5,05– 6,75) 0,131 Grande 22 6,46 (6,31 – 6,86) Tamanho da crista residual mandibular Pequena/Média 16 6,51 (6,31 – 6,86) 0,403 Grande 12 6,32 (5,82 – 6,75) Fonte: Autor. Nota: Teste não-paramétrico de Mann-Whitney. 15 Tabela 3. Correlação entre as alturas das cristas dos rebordos com o diâmetro mediano das partículas (X50). Natal/RN,2016. Condições gerais X50 rho p Altura da crista maxilar - 0,401 0,034 Altura da crista mandibular 0,082 0,678 Fonte: Autor. Nota: Correlação de Spearman. 16 Quadro 1 – Materiais, e respectivas especificações, utilizados na confecção do alimento-teste Optocal. Natal/RN, 2016. Material Nome comercial Fabricante Origem Porcentagem em peso (%) Quantidade em gramas (g) Silicone para impressão Optosil Comfort Putty Heraeus Kulzer, Alemanha 57% 53g Creme dental Colgate tripla-ação hortelã Colgate- Palmolive Company Brasil 27% 25g Vaselina sólida Vaselina Rioquímica Brasil 3% 3g Gesso odontológico tipo III Gesso pedra tipo III Asfer Brasil 9% 8g Alginato Alginato Avagel Tipo II Dentsply Brasil 4% 4g Pasta catalisadora universal Activador Universal Heraeus Kulzer Alemanha 27mg/g 1,43g Fonte: o autor. 17 Gráfico1. Tamanho dos arcos edêntulos e tamanho das cristas residuais (n=46). Natal/RN, 2016. Fonte: Autor 18 ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Pontos e traços de mediçãode comprimento e largura para o arco maxilar e arco mandibular. (A) Papila incisiva; (B) Ponto medial da linha imaginária que liga as tuberosidades maxilares; (C) Tuberosidades maxilares; (D) Ponto medial na região incisiva; (E) Ponto medial da linha imaginária que interliga as papilas retromolares; e (F) Papilas retromolares. Figura 2. Esquema de marcação do ponto médio do rebordo. (A) Ponto médio do rebordo representativo da região pré-molar para realização das medições de altura e largura da crista residual do rebordo maxilar e mandibular. 19 Figura 3. Esquema de medição para altura e largura dos rebordos residuais maxilares e mandibulares. A) Ponto mais alto da crista residual maxilar; (B) Ponto profundo do sulco vestibular superior; (C) Ponto no palato duro respectivo ao ponto B; (D) Ponto mais alto da crista residual mandibular; (E) Ponto limítrofe entre rebordo e assoalho bucal; e (F) Ponto no fundo de sulco vestibular inferior respectivo ao ponto E. Statement of the Problem: Oral rehabilitation with conventional dentures (CD) has shown favorable results, but faces the challenge of a progressive and continuous resorption of the crest of alveolar ridge. In this perspective, Objective: Evaluate, through study models, if the anatomical characteristics of residual alveolar ridge interfere with their masticatory efficiency of rehabilitated patients with CD Material and Methods: The sample was composed by patients who attended the integrated clinics of the Department of Dentistry - Federal University of Rio Grande do Norte in Natal / RN, looking for rehabilitation with CD and accepted voluntarily to part... Results: 46 patients with a mean age of 70.67 years were evaluated with predominance of females (82.6%). Only twenty-eight patients were denture wearers of both dentures, while 18 did not use the lower dentures. Lower CD users had significantly smalle... Conclusions: The height of the maxillary alveolar ridge influenced positively at the masticatory efficiency. Patients who used lower CD showed intensified mandibular alveolar ridge resorption. Keywords: Denture wear; Mastication; Bone resorption.
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