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Caso Toshiba

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Resenha Crítica de Caso 
Allyson de Araujo Soares
Trabalho da Disciplina de Governança Coorporativa e Excelência Empresarial
Tutor: Prof. Ricardo Barbosa da Silveira
Fortaleza
2019�
ESCÂNDALO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA: COMO A GOVERNANÇA CORPORATIVA FALHOU
 
Referência: MISAWA, Mitsuru. “Escândalo da Contabilidade da Toshiba: Como a governança corporativa falhou”, Asia Case Research Centre, 16/579C, 2016.
	O artigo mencionado discorre sobre o caso ambientado na empresa de tecnologia Toshiba, o qual repercutiu massivamente no ano de 2015, quando o conglomerado japonês apresentou uma série de irregularidades na contabilidade de suas finanças. A empresa inflacionou os lucros de forma exorbitante, fato que foi descoberto pela própria Toshiba por meio de uma auditoria interna. O acontecimento resultou na demissão do então executivo-chefe e presidente, Hisao Tanaka, além de membros participantes do conselho. O novo presidente e CEO da companhia, Masashi Muromachi, realizou novas auditorias detalhadas para pesquisar a fundo as práticas contábeis do grupo, com a intenção de mensurar o real prejuízo para a empresa. Os lucros foram sobreavaliados em US$ 1,2 bilhão em sete anos e a empresa sofreu uma perda líquida de US$ 2,14 bilhões, nos sete anos anteriores ao ano fiscal que terminava em março de 2015. As auditorias realizadas apontaram que além de sobrestimar os lucros, outro fator que contribuiu para o escândalo foi o desastre de Fukushima, acontecimento que impactou a unidade de energia nuclear da empresa. Com o intuito de compensar as perdas nesta divisão, a organização determinou objetivos agressivos em outras divisões. Esta medida ocasionou em uma camuflagem, por parte dos executivos, dos resultados para transparecer o alcance das metas propostas. 
Passada a apuração do caso, o novo CEO, com o intuito de reestabelecer a confiança dos sócios e acionistas na empresa, emitiu uma desculpa pública e prometeu “implementar novos controles internos, estabelecer uma nova divisão de auditoria interna e aumentar o número de diretores externos no conselho com o intuito de supervisionar e responsabilizar a administração”.
	De acordo com o artigo, a “cultura da trapaça” foi criada devido à pressão organizacional para o alcance de objetivos agressivos. Atrelado a isso, estava o fato do não questionamento de autoridade, além da fidelidade cega por parte dos funcionários da base, gerando práticas contábeis ilegais resultando no mascaramento de dados. Essa cultura se tornou um padrão nas práticas operacionais do grupo e foi implementada informalmente em toda a empresa de maneira sistemática, passando a ser vista como algo natural por alguns empregados. Com base nos números falsos apresentados nos relatórios anuais da empresa, os investimentos ainda eram mantidos pelos acionistas. 
	Por mais controverso que possa parecer, o artigo menciona também que a Toshiba foi pioneira e usada como referência em governança corporativa. A empresa era conhecida pela forte fiscalização, uma vez que usava uma estrutura de governança de comitê que aumentava a autoridade dos membros do conselho externo. Eles participavam da nomeação dos membros do conselho de administração e da supervisão deste. No entanto, foram detectadas fraudes também na nomeação desses membros externos. Dentre eles, dois dos quatro membros do conselho externo eram ex-diplomatas que tinham pouca vivência em gestão e em práticas contábeis, além de pouco conhecimento em finanças e direito. Com isso, foi constatado que estes membros estavam no conselho apenas para “preencher espaço” e não para fazer uma supervisão efetiva.
Junto a isso, com o desastre de Fukushima, o interesse em tecnologia para a obtenção de energia nuclear diminuiu drasticamente, impactando na depreciação da Westinghouse, empresa que a Toshiba detinha uma participação de 87%. A Toshiba, mesmo com o prejuízo causado, não reportou as quedas dos valores dos lucros, contrariando as regras da Bolsa de Valores de Tóquio.
	Com a divulgação das questões contábeis, em abril de 2015, algumas implicações ocorreram de imediato contra a Toshiba, como: ação coletiva dos acionistas contra a empresa, ações administrativas contra a companhia e ações contra os ex-executivos. As medidas do novo CEO para conter o impacto e resgatar o valor da empresa foram: formalizar uma direção estratégica por meio da qual existiriam objetivos alcançáveis; assegurar que houvesse alinhamento entre os objetivos corporativos e o trabalho dos executivos internos e externos, e elaborar um plano de negócios que orientasse a direção e o desenvolvimento da organização, de modo a recuperar a competitividade em relação ao mercado.
	Em conclusão, pode-se perceber que o artigo trás um caso que ocorre de maneira recorrente nas organizações. A pressão por sempre obter margem de lucro ou sempre alcançar as metas propostas faz com que os colaboradores acabem por “mascarar” dados com certo medo de uma possível retaliação por parte dos seus superiores ou acionistas. Uma das maneiras de se evitar esse comportamento é a implementação de uma cultura pautada na verdade, na transparência e no controle de dados. Com isso, decisões mais ágeis e efetivas podem ser tomadas com o intuito de minimizar danos e perdas de receita, como no caso dos impactos da tragédia de Fukushima que poderiam ser suavizados ao invés de contrabalanceados com objetivos de difícil cumprimento. Com o incentivo à transparência, pode-se desenvolver certa reatividade em meio a crises. Usando disso, há grandes chances de uma organização ser bem sucedida devido à confiança construída com tais ações.
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