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peça, CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CIVEL DA COMARCA DE CAMPO MOURÃO-PR
Autos de n° 0000001-01.0001.1.01.0011
CARLOS DA SILVA, já qualificado na Ação Principal, respeitosamente, vem à presença de Vossa Excelência, por meio de seu procurador nos termos e seguintes do CPC, apresentar
CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO nos autos processuais de AÇÃO DE COBRANÇA movida por MOISÉS COSTA igualmente já qualificado, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I- DOS FATOS
O reconvinte adquiriu 1 (um) veículo, pertencente ao reconvindo, pelo preço de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a serem pagos na data de 10 de dezembro de 2018, ocorre, que ultrapassada a data o reconvinte não adimpliu com o referido valor. 
Nestes termos, o reconvindo propôs a presente ação em face do reconvinte, pleiteando o pagamento do valor referente ao veículo. 
O reconvinte foi devidamente citado para comparecimento em audiência de conciliação, que após sua realização, restou infrutífera. 
Incide que embora o reconvinte tenha adquirido o citado veículo, há fatos que o reconvindo ocultou, e que impedem o deferimento de seus pedidos realizados em inicial. 
II – DA REALIDADE FÁTICA
Em que pese o reconvinte tenha adquirido o veículo do reconvindo, sem ter realizado o pagamento, conforme estipulado, a verdade é que, o reconvinte prestou serviços de marcenaria ao reconvindo, consistente na entrega de móveis, realizada no dia 30 de novembro de 2018, com pagamento acordado para esta mesma data, no valor de R$ 15.000,00, que o réu reconvindo não adimpliu, conforme notas de prestação de serviços devidamente rubricadas pelo demandante da ação principal (em anexo). 
Portanto, há a existência de dividas compensáveis, pois o reconvindo é devedor do autor reconvinte. 
Nesta seara, dispõe o artigo 368 do Código Civil de 2002: 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
Sobre o Instituto Jurídico da Compensação, Maria Helena Diniz (pg. 330, ano 2010) ensina que:
“...é um modo de extinção de obrigação, até onde se equivalerem, entre pessoas que são ao mesmo tempo credor e devedor um do outro, e solver-se-á a relação obrigacional até a concorrência dos valores das prestações devidas, de modo, que, se um tiver de receber mais do que o outro, continuará credor de um saldo favorável e decorrente do balanço... "
E não é outro o entendimento jurisprudencial: 
DECISÃO: Acordam os (as) Desembargadores (as) da 16.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em conhecer e dar provimento ao recurso. EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. SEGUNDA FASE.CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DECISÃO QUE REJEITA A IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE.CONSTATAÇÃO DERECIPROCIDADE DE CRÉDITOS E DÉBITOS ENTRE AS PARTES.APLICAÇÃO DOS ARTS. 368 E 369 DO CÓDIGO CIVIL. SALDO DEVEDOR POR PARTE DO CONSUMIDOR QUE DEVE SER ABATIDO NOS VALORES QUE DEVEM SER RESTITUÍDOS PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. REDUÇÃO DO SALDO CREDOR EM DESFAVOR DESTA.RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. Agravo de Instrumento n.º 1.574.359-6 fl. 2.
(TJPR - 16ª C.Cível - AI - 1574359-6 - Toledo - Rel.: Anderson Ricardo Fogaça - Unânime - J. 23.11.2016)
Por conseguinte, no caso em apreço, ante a reciprocidade de débitos, o reconvinte é credor de saldo favorável de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) decorrente do balanço, ante a aplicação do instituto legal supracitado, devendo ser declarada extinta a divida do reconvinte, e indeferido o pedido do reconvindo. 
III- DA RECONVENÇÃO
De acordo, com a lei 13.105/15, em seu art. 343, in verbis:
Art. 343.  Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
A pretensão do reconvinte encontra amparo na legislação pátria, sendo admissível a apresentação da reconvenção eis que preenchidos seus requisitos, quais sejam:
1. A pretensão da ré-reconvinte é conexa com os fundamentos de defesa, eis que, as partes são credor e devedor um do outro, de obrigação da mesma espécie (pecúnia), se tratando de dividas liquidas, vencidas e exigíveis, ou seja, mesmas partes e mesma causa de pedir (adimplemento de divida). 
2. É o presente juízo competente para a causa, por não se tratar de competência de órgão especial, sendo o procedimento compatível com a medida.
3. É tempestiva, eis que apresentada dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias considerando que a audiência de conciliação foi realizada em 21/02/2019, e a presente reconvenção, apresentada em 01/01/2019 como demonstra o protocolo anexo.
IV- DO MÉRITO DA RECONVENÇÃO 
Conforme defesa indireta apresentada acima, ficou demonstrado que embora o réu-reconvinte tenha realizado a compra do veículo do autor-reconvindo, com prazo para pagamento em 10 de dezembro de 2018, houve a contratação dos serviços de marcenaria do reconvinte, pelo reconvindo, no valor de R$15.000,00 (quinze mil reais), com vencimento na data da entrega dos produtos em 30 de novembro de 2018, conforme notas em anexo, e que até o presente, não foi adimplido pelo reconvindo. Desta forma, o reconvinte exonerou-se do pagamento do crédito ao reconvindo. 
Nesse momento a medida jurídica de compensação da dívida alegada em sede de defesa de mérito indireta na ação principal dá suporte ao pleito do réu-reconvinte quando à pretensão de alcançar o crédito remanescente. Veja-se:
Evidente, que os princípios da probidade, lealdade e boa fé processual foram desrespeitados pelo reconvindo, ao ocultar a verdade dos fatos, e se esquivar do débito que possuí com o reconvinte. 
Portanto, ante o inadimplemento do reconvindo, reza o art. 394 Do Código Civil de 2002:
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento, e o credor que o não quiser receber no tempo, lugar e forma convencionados.
Quanto a natureza da divida (prestação de serviços) leciona Carlos Roberto Golçalves (2008, pg 336) “seja qual for sua natureza, qualquer serviço, desde que lícito, pode ser objeto do aludido contrato, não se fazendo distinção entre trabalho braçal ou intelectual .”
No que tange a exigibilidade de divida liquida, em sede de compensação, colaciono o seguinte entendimento jurisprudencial: 
CIVIL E PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. COMPENSAÇÃO DE DIVIDAS. POSSIBILIDADE. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. PEDIDO IMPLICITO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DE ALVARA. DATA DA EXPEDIÇÃO. DISPONIBILIDADE DO BEM. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PROVIDA EM PARTE. 
(TJ-DF - APC: 20140111171580, Relator: GILBERTO PEREIRA DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 16/12/2015, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 27/01/2016 . Pág.: 191)
Sendo assim, uma vez operada a compensação em sede da demanda principal, o reconvinte tem direito ao crédito remanescente de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). 
V- DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, em sede de contestação, requer: 
a) A improcedência dos pedidos do autor, pelos motivos acima expostos, em decorrência da compensação das dividas, cf. art. 368 do Código Civil de 2002;
b) A condenação do autor ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;
Em sede de reconvenção, pugna o reconvinte: 
a) A procedência total dessa reconvenção, pelos motivos acima expostos, culminando com a condenação do reconvindo ao pagamento no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), acrescidos de juros legais desde a data do vencimento, cf. exposto em item IV;
b) A condenação do reconvindo ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;
VI- DAS PROVAS
Protesta provar o acima exposto, através das provas documentais a este acostada, bem como as testemunhas arroladas abaixo.
VII- VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). 
Termos em que
Pede e aguarda deferimento.
Campo Mourão-PR, 01 de março de 2019. 
Renan Alcides Moraes WenneckOAB/PR 15.3391-8

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