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teoria do recurso ordinario pratica av2

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RECURSOS 
 
Conceito: é a provocação do reexame de determinada decisão 
pela autoridade hierarquicamente superior, em regra, ou pela 
própria autoridade prolatora da decisão, objetivando a reforma 
ou modificação do julgado, ou seja, é o remédio processual 
concedido às partes ou terceiro, objetivando que a decisão judicial 
impugnada seja submetida a novo julgamento. 
 
 
Recurso, no âmbito do processo judicial, é um meio processual de 
impugnação de uma decisão judicial dentro do mesmo processo. 
 
Deve atender a pressupostos recursais para que possa tramitar 
normalmente. 
 
Quando um pressuposto recursal não está presente, o recurso 
não será conhecido pelo órgão julgador. O conhecimento de um 
recurso exige que os pressupostos recursais estejam presentes. 
 
Se os pressupostos recursais estão presentes, então o recurso 
será conhecido e as razões (fundamentos) do recorrente serão 
analisadas, podendo recurso ser: 
 
1) provido (acolhido - o recorrente tinha razão) 
2) parcialmente provido (o recorrente tinha parcial razão) 
3) ser improvido (ter o provimento negado – o recorrente não 
tinha razão). 
 
II - Princípios Recursais 
 
a) princípio do duplo grau de jurisdição – em caso de recurso, 
haveria direito da parte de ter a decisão revista por órgão 
jurisdicional distinto do prolator. 
Tal princípio, para os defensores, fundar-se-ia no art. 5º, LV, da CF. 
Todavia, a jurisprudência e doutrina mais modernas admitem que 
o duplo grau de jurisdição não se revela princípio constitucional, 
podendo ser suprimido por lei infraconstitucional. 
 
Desta forma, existem decisões que não são passíveis de recurso 
ou que o recurso afigura-se de uso limitado, como ocorre nos 
recursos das sentenças de procedimento sumário. Veja o art. 2º, 
§ 4º, da Lei 5.584/70. 
 
b) princípio da irrecorribilidade imediata das interlocutórias – as 
decisões interlocutórias não estão, em regra, sujeitas a recurso 
imediato, cabendo impugnação apenas por ocasião do recurso da 
decisão definitiva. Esta previsão decorre do contido no art. 893, § 
1º, da CLT. 
 
c) princípio da voluntariedade – o exercício do direito de recorrer 
depende da vontade da parte. Não se pode cogitar de recurso sem 
que haja demonstração pela parte da intenção de recorrer. 
 
d) princípio da proibição da reformatio in pejus – a condição do 
recorrente não pode ser piorada pelo julgamento do seu próprio 
recurso. 
Todavia, em se tratando de matéria de ordem pública, deve o 
órgão que julga recurso conhecê-la de ofício, ainda que tal 
procedimento traga prejuízo ao recorrente. 
 
e) princípio da singularidade, unicidade recursal ou 
unirrecorribilidade – não é possível, em regra, a interposição de 
mais de um recurso para a mesma decisão com objetivo de 
reformá-la ou anulá-la. Registre-se que este princípio envolve o 
recurso que vise reformar/atacar a decisão, não abrangendo os 
embargos de declaração, os quais são pertinentes a qualquer 
sentença, acórdão ou decisão interlocutória que apesente os 
vícios que justificam os embargos. 
 
f) princípio de fungibilidade recursal – havendo a interposição 
errônea de um recurso pelo outro, o recurso erroneamente 
interposto pode ser recebido como o recurso adequado. Todavia, 
para tanto, devem ser obedecidos os pressupostos do recurso 
adequado, além de que tal erro não pode ser grosseiro ou derivar 
da má-fé. 
 
g) princípio da dialeticidade ou discursividade – muito embora o 
art. 899 da CLT preveja que os recursos serão interpostos por 
simples petição, as razões recursais (os fundamentos) mostram-
se fundamentais. Apenas com a existência das razões do recurso 
pode se verificar a extensão da matéria recorrida (do que 
exatamente se está recorrendo), facilita a análise do interesse 
recursal e autoriza o exercício pleno da ampla defesa e 
contraditório do recorrido (que pode defender a manutenção da 
decisão de forma específica). 
 
h) princípio da manutenção dos efeitos da sentença – Um recurso 
pode ter diversos efeitos, sendo que comumente se recordam do 
efeito devolutivo (segundo o qual se devolve a matéria impugnada 
ao juízo ad quem) e o efeito suspensivo (mediante o qual não se 
pode executar a decisão enquanto o recurso não for julgado). 
No Processo do Trabalho, os recursos são, regra geral, recebidos 
apenas no efeito devolutivo, na forma do art. 899, caput, da CLT. 
 
III - Pressupostos Processuais 
 
III.1 - Pressupostos Processuais Objetivos (extrínsecos) 
 
Dentre os pressupostos objetivos encontram-se a tempestividade, 
o preparo, a adequação e representação processual. 
 
A) Tempestividade 
Inicialmente, registre-se que o recurso deve ser tempestivo, ou 
seja, interposto no prazo legal. No Processo do Trabalho, a regra 
é de que o prazo recursal é de 8 dias, o que se infere do art. 6º da 
Lei 5.584/70. 
 
Todavia, são 5 dias para os embargos declaratórios (art. 897-A da 
CLT) e 15 dias para o recurso extraordinário (art. 1.003, § 5º, do 
CPC) e 15 dias, na forma do art. 1.003, § 5º, do CPC, para o agravo 
de instrumento com intuito de destrancar recurso extraordinário 
(art. 1.042 do CPC) para o STF. 
 
Registre-se que os entes estatais (União, Estados, DF e 
Municípios), autarquias e fundações públicas possuem prazo em 
dobro para recorrer. Confira Decreto Lei 779/69, art. 1º e art. 183, 
CPC. 
 
Além disso, o Ministério Público do Trabalho (art. 180 do CPC) e a 
Defensoria Pública da União (LC 80/94, art. 44, I; CPC, art. 186) 
também possuem prazo em dobro para recorrer. 
 
o novo CPC traz uma novidade: 
 
Art. 186 (...) 
§ 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática 
jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e 
às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de 
convênios firmados com a Defensoria Pública. 
 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista não 
possuem prazo em dobro. Nesta direção inclusive a inteligência da 
Súmula 170 do TST. 
 
Todavia, ressalva deve ser feita em relação aos Correios (ECT), 
empresa pública que possui determinadas prerrogativas da 
Fazenda Pública, dentre elas o prazo em dobro em decorrência do 
art. 12 do Decreto-Lei 509/69. 
 
Quanto à contagem do prazo, segue-se, antes da redação da 
reforma trabalhista, a regra processual do Processo do Trabalho 
é a contagem em dias corridos. 
 
Contudo, a reforma trabalhista (lei 13.467/17) estabelece a 
contagem em dias úteis: 
 
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão 
contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo 
e inclusão do dia do vencimento. 
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo 
estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: 
I - quando o juízo entender necessário; 
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e 
alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a 
conferir maior efetividade à tutela do direito. 
 
Havendo litisconsortes com procuradores diferentes, o prazo 
continuará a ser o mesmo, sendo inaplicável o art. 229 do CPC. 
 
Na direção da inaplicabilidade confira a OJ 310 da SDI-I do TST. 
 
Registre-se que não é extemporâneo (fora do prazo) o recurso 
interposto anteriormente à publicação do acórdão. Vide art. art. 
218, § 4º, do CPC. 
 
B) Preparo 
 
No que tange ao preparo, esse conceito envolve as custas e o 
depósito recursal. 
 
As custas, no processo de conhecimento, devem ser calculadas na 
forma prevista no art. 789 da CLT. O recolhimento destas 
despesas, se houver recurso, deve ser feito no prazo recursal, 
conforme preceitua o art. 789, § 1º da CLT. 
 
Os entes estatais, as autarquias e as fundações públicas, além do 
Ministério Público, estão isentos do recolhimento das custas na 
forma do art. 790-A da CLT. 
 
No processo executivo, sendoas custas pagas ao final (art. 789-
A, caput), as mesmas não são exigidas para a admissão dos 
recursos interpostos na execução. 
 
Se o valor recolhido das custas for insuficiente, incide o art. 1.007, 
§ 2º, do CPC: 
 
Art. 1.007 (...) 
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte 
de remessa e de retorno, implicará deserção se o 
recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não 
vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
Logo, haverá necessidade de intimação da parte para que tenha a 
oportunidade de complementar o recolhimento, se o preparo for 
insuficiente. 
 
A aplicabilidade ao Processo do Trabalho pode ser vista no art. 10 
da IN 39/2016 do TST: 
 
IN 39/2016 do TST 
Art. 10. Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas 
do parágrafo único do art. 932 do CPC, §§ 1º a 4º do art. 
938 e §§ 2º e 7º do art. 1007. 
 
No que tange ao depósito recursal, atente-se para o fato de que 
o mesmo não possui natureza de despesa processual, mas de 
garantia do juízo. 
 
Os recursos que pressupõem, como regra, depósito recursal 
diante de uma condenação em dinheiro são: recurso ordinário, 
recurso de revista, recurso de embargos no TST, recurso 
extraordinário e agravo de instrumento. 
 
Com a reforma trabalhista (lei 13.467/17), o depósito deverá ser 
realizado em conta judicial vinculada ao juízo, não se fazendo 
mais em conta vinculada do FGTS. 
 
C) Adequação 
 
Quanto à adequação, deve a parte utilizar o recurso adequado 
para a finalidade pretendida. 
 
Se a parte quer suprir uma omissão ou sanar uma contradição, 
deve utilizar embargos de declaração (como veremos mais 
adiante). Se a parte quiser atacar uma sentença em execução por 
entendê-la incorreta, deve utilizar o agravo de petição. 
 
Claro que aqui deve ser lembrado o princípio da fungibilidade 
bem como os casos em que tal princípio não deve ser admitido. 
 
Se o recurso inadequado for interposto, deve ser recebido como 
o recurso certo (adequado), desde que: 
 
a) estejam presentes os pressupostos do recurso adequado; 
b) erro não pode ser grosseiro ou derivar da má-fé. 
A referência exemplificativa a erro grosseiro pode ser constatada 
na própria OJ 412 da SDI-II do TST. 
 
 
D) Representação processual regular 
 
Como você sabe, quando se trata de processo entre empregado e 
empregador, pode ele atuar sem advogado (jus postulandi) em 
recursos que serão julgados pelo juiz da Vara (ex. embargos de 
declaração) ou pelo TRT (ex. recurso ordinário). 
 
Entretanto, no caso de recurso que será julgado pelo TST, apenas 
pode haver recurso subscrito por advogado. Veja a Súmula 425 do 
TST. 
 
Havendo advogado nos recursos, e se houver uma irregularidade 
no seu mandato? 
 
Nesse caso, o TST entende que, havendo procuração no processo 
e estando irregular, cabe ao Desembargador relator ou órgão do 
TRT (se o recurso for de competência do TRT) ou ao Ministro 
relator ou órgão do TST (se o recurso for de competência do TST) 
dar prazo para regularização. 
 
Leia a Súmula 383, I e II, do TST. 
 
III.2 - Pressupostos Processuais Subjetivos (intrínsecos) 
 
Há, ainda, os pressupostos subjetivos, quais sejam, legitimidade, 
interesse recursal, capacidade. 
 
A) Legitimidade 
Primeiramente, deve-se reconhecer o direito de recorrer às 
partes, ao terceiro prejudicado e o Ministério Público do 
Trabalho, seja quando este atua como parte, seja quando atua 
como fiscal de lei (custos legis). Veja o disposto no art. 
996 do CPC. 
 
Um dos casos em que o MPT é parte legítima para recorrer e 
possui o respectivo interesse, muito embora não seja parte, 
refere-se à sentença ou acórdão que reconhece vínculo de 
emprego de trabalhador com empresa estatal sem concurso 
público quando a admissão ocorreu após a Constituição de 1988. 
Veja a OJ 237, II, da SDI-I do TST. 
 
Todavia, quanto à defesa de interesse patrimonial privado, 
registramos que o MPT não tem legitimidade para recorrer, 
conforme OJ 237, I, do TST. 
 
B) Interesse recursal 
 
O interesse recursal cuida da efetiva necessidade de se obter um 
pronunciamento diverso do proferido. 
 
Registre-se que entendemos que a existência de renúncia ao 
prazo recursal (a parte, mesmo tendo interesse em recorrer, 
renuncia o prazo para fazê-lo) apresenta-se como demonstração 
de ausência de interesse recursal. 
 
Agora, quando um recurso já foi interposto e a parte desiste dele, 
então teremos a perda superveniente do interesse recursal. 
No entanto, existe uma corrente que defende que a renúncia do 
prazo recursal seria um fato extintivo do direito de recorrer e a 
desistência do recurso seria um fato impeditivo. Essa corrente 
entende que a ausência de fato impeditivo ou extintivo do direito 
de recorrer é um pressuposto recursal objetivo. 
 
C) Capacidade processual 
 
Por último, para recorrer, revela-se fundamental possuir 
capacidade processual (de estar em juízo). Recorrer envolve a 
prática de ato processual, devendo a parte ser capaz de praticar 
esse ato. 
 
Recurso Ordinário 
 
 
ESTRUTURA DO RECURSO ORDINÁRIO 
 
➔ O recurso ordinário é o principal recurso trabalhista. Equivale a apelação no 
Processo Civil. 
 
Nos termos do art. 895 da CLT, cabe recurso ordinário para a instância superior: 
I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) 
dias; e 
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de 
sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, 
quer nos dissídios coletivos. 
 
Obs.: No sistema recursal trabalhista, em regra, os recursos passam por um duplo juízo 
de admissibilidade, para análise do preenchimento ou não dos pressupostos extrínsecos 
(objetivos) e intrínsecos (subjetivos): previsão legal (cabimento), adequação, 
tempestividade, preparo, regularidade de representação, capacidade, legitimidade, 
interesse. 
Daí a necessidade de 2 peças: 
1.ª Peça (Petição de Interposição ou Peça de Encaminhamento), direcionada ao Juízo a 
quo (1.º juízo de admissibilidade recursal); e 
2.ª Peça (Razões Recursais), endereçada ao Juízo ad quem (2.º juízo de admissibilidade 
recursal). 
 
1.ª PEÇA: PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO OU PEÇA DE ENCAMINHAMENTO 
 
 
1. ENDEREÇAMENTO COMPLETO (SEM ABREVIATURAS). 
 
Obs.: Juízo a quo (primeiro juízo de admissibilidade recursal) – Juiz do Trabalho da 
Vara do Trabalho; Juiz de Direito investido em Matéria Trabalhista; Juiz-Presidente do 
Tribunal Regional do Trabalho; Desembargador-Presidente do Tribunal Regional do 
Trabalho. 
 
2. PROCESSO NÚMERO. 
 
3. MENÇÃO DO RECORRENTE, DO RECORRIDO E DO ADVOGADO. 
 
Obs. 1: Reclamante ou reclamado (a depender do caso concreto). 
Obs. 2: Mencionar que o recorrente já está qualificado nos autos em epígrafe. 
4. MENÇÃO DO INCONFORMISMO COM A RESPEITÁVEL SENTENÇA OU ACÓRDÃO. 
 
Obs.: Nas razões, o recorrente deverá impugnar a sua sucumbência total ou parcial, 
isto é, as suas Teses vencidas na sentença ou acórdão guerreado. 
 
5. VERBO: INTERPOR. 
 
6. IDENTIFICAÇÃO E PREVISÃO LEGAL DA PEÇA: RECURSO ORDINÁRIO – ART. 895, I OU 
II, DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (CLT). 
 
Obs.: atenção ao correto enquadramento no inc. I ou II do art. 895 da CLT. 
 
7. MENÇÃO DAS RAZÕES ANEXAS. 
 
8. MENÇÃO DO PREPARO (CUSTAS E DEPÓSITO RECURSAL, A DEPENDER DO CASO 
CONCRETO). 
 
9. MENÇÃO DO RECEBIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO E REMESSA DOS AUTOS AO 
RESPECTIVO TRIBUNAL 
(Tribunal Regional do Trabalho ou Tribunal Superior do Trabalho, a depender do caso 
concreto) 
 
10. NOTIFICAÇÃO DO RECORRIDO PARA APRESENTAR CONTRARRAZÕES. 
 
11. ENCERRAMENTO: 
 
a) nesses termos, pede deferimento; 
b) local e data (sem identificação); 
c) advogado e número da OAB (sem identificação). 
 
2.ª PEÇA: RAZÕES RECURSAIS 
 
1. CABEÇALHO 
(4 itens): mençãodo Recorrente, do Recorrido, da Origem e do número do Processo. 
 
2. MENÇÃO DE EXPRESSÕES DE RESPEITO. 
 
Obs.: Exemplos – Colendo Tribunal, Egrégia Turma, Nobres Julgadores. 
 
3. PRESSUPOSTOS RECURSAIS OU REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL. 
 
Obs.: Mencionar que no presente recurso estão preenchidos os pressupostos recursais 
objetivos (extrínsecos) e subjetivos (intrínsecos), ainda que de forma sucinta. 
 
4. RESUMO DA DEMANDA. 
 
5. RAZÕES RECURSAIS – TESE(S). 
Obs.: Motivos justificadores da reforma do julgado; nulidade do julgado etc. 
 
6. PEDIDOS OU CONCLUSÕES 
 
Obs.: Conhecimento e provimento do recurso; reforma total ou parcial do julgado; 
nulidade da sentença e retorno dos autos à primeira instância. 
 
7. ENCERRAMENTO: 
 
a) nesses termos, pede deferimento; 
b) local e data (sem identificação); 
c) advogado e número da OAB (sem identificação). 
 
 
 
 
Questão prática 
 
Determinada empresa demitiu vendedora de loja de roupas finas, alegando que, por ser 
estabelecimento de luxo, seriam mantidas apenas pessoas de boa aparência e que, 
ademais, apresentassem atestado de esterilização, “para que não houvesse riscos de 
afastamentos do serviço”. Ao reclamar da situação, a trabalhadora foi bastante 
humilhada, em público, recebendo irônico “conselho” do Gerente da Loja para que fosse 
“procurar seus direitos”. Despedida, socorreu-se da Justiça do Trabalho onde postulou 
as verbas rescisórias, a percepção em dobro da remuneração pelo período de 
afastamento, tudo acrescido de danos morais a serem arbitrados pelo Juízo, tendo em 
vista as graves humilhações sofridas. O Juízo de primeira instância julgou a ação 
procedente em parte, determinando a reintegração, contra a vontade da Reclamante 
que alegara em Juízo não ter nenhum ambiente para retornar àquele emprego, 
limitando-se, por fim, o julgado, a determinar o pagamento das remunerações, de forma 
simples, do período de afastamento. 
Questão: Como advogado da Reclamante, apresente a medida processual adequada, 
postulando a reforma do julgado, apresentando, para tanto, o devido fundamento legal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 
_____ VARA DO TRABALHO DE __________ 
 
 
 
 
Processo número 
 
 
 
 
NOME DA RECORRENTE, já qualificada nos autos do processo em 
epígrafe, movida em face de NOME DA RECORRIDA, vem, 
tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que 
esta subscreve, inconformada com a respeitável sentença proferida, interpor 
o presente RECURSO ORDINÁRIO, com fulcro no art. 895, I, da 
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. 
 
 
 
Assim, requer o recebimento das razões recursais anexas e a posterior 
remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da _____ 
Região para a reapreciação da demanda. 
 
Outrossim, requer seja a Reclamada notificada para que, querendo, apresente 
as contrarrazões que julgar necessárias. 
 
Tendo em vista a sentença guerreada ter sido parcialmente procedente, a 
reclamante recorrente deixa de recolher custas. 
 
Ademais, deixa de recolher o depósito recursal por ser empregada recorrente. 
 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado 
OAB n. _____ 
 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO 
 
 
Recorrente: Nome da Reclamante 
Recorrido: Nome da Reclamada 
Origem:_____ Vara do Trabalho de _____ 
Processo:__________ 
 
 
Egrégio Tribunal, 
Colenda Turma, 
Nobre Julgadores, 
 
 
I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
 
O presente recurso ordinário preenche todos os seus requisitos de 
admissibilidade recursal extrínsecos e intrínsecos. 
 
Dessa forma, espera o recorrente que este recurso seja conhecido e tenha o 
seu mérito apreciado. 
 
II – DO RESUMO DA DEMANDA 
 
A Recorrente ajuizou Reclamação Trabalhista postulando as verbas 
rescisórias, a percepção em dobro pelo período de afastamento, tudo 
acrescido de danos morais, tendo em vista as graves humilhações sofridas 
em decorrência dos fatos exarados na inicial. 
 
Ocorre que, o Douto Julgador de primeira instância julgou a ação procedente 
em parte, 
determinando a reintegração da Reclamante e o pagamento de forma simples 
do período de afastamento. 
 
A decisão recorrida merece ser reformada consoante os fundamentos abaixo 
consignados. 
 
III – DAS RAZÕES DO RECURSO 
 
A) DA PRÁTICA DISCRIMINATÓRIA NO AMBIENTE DE 
TRABALHO 
 
Diante da despedida injusta e das humilhações sofridas em público, a 
Recorrente postulou o pagamento das verbas rescisórias, bem como a 
percepção em dobro da remuneração pelo período de afastamento, além de 
danos morais. 
 
Restou comprovado nos autos que a Recorrida exigia de seus empregados, 
além da boa 
aparência, atestado de esterilização. 
 
A respeitável decisão “a quo” reveste-se da inobservância do ordenamento 
trabalhista vigente, portanto, equivocada, da qual não se pode concordar. 
 
A Lei 9.029/1995 proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização, 
e outras práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de 
permanência da relação jurídica de trabalho. 
 
Com efeito, o art. 1.º da Lei 9.029/1995, aduz que fica proibida a adoção de 
qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso a relação 
de emprego, ou sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, 
estado civil, situação familiar ou idade, ressalvadas, neste caso, as hipóteses 
de proteção ao menor previstas no inc. XXXIII do art. 7.º da CF/1988. 
 
Nesta toada, o art. 4.º da mencionada lei vaticina que, na hipótese de 
rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, o empregado terá 
o direito, além da reparação pelo dano moral sofrido, a faculdade de optar 
entre: 
 
“I – a reintegração com ressarcimento integral de todo o 
período de afastamento, mediante pagamento das 
remunerações devidas, corrigidas monetariamente, acrescidas 
de juros legais; ou 
II – a percepção, em dobro, da remuneração do período de 
afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros 
legais.” 
 
Dessa forma, o rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório 
assegura ao 
empregado a faculdade de opção entre duas soluções: a reintegração no 
ambiente de trabalho com o ressarcimento integral de todo o período de 
afastamento, ou a percepção em dobro da remuneração desse período, sem 
prejuízo da indenização do respectivo dano moral. 
 
Vale ressaltar que essa faculdade consubstancia um direito potestativo 
obreiro, não cabendo qualquer tipo de ingerência por parte do empregador 
ou até mesmo do magistrado. À guisa de desenvolvimento de raciocínio, 
direito potestativo é aquele capaz de influenciar a esfera jurídica de outrem, 
cabendo a este apenas aceitar (potestade de uma parte X sujeição da parte 
contrária). 
 
No caso em tela, o Ilustre Magistrado deveria ter respeitado a sua escolha da 
percepção em dobro da remuneração pelo período de afastamento, e não 
determinar a reintegração ao ambiente de trabalho. 
 
Diante do exposto, espera a recorrente que a sentença de primeiro grau seja 
reformada, 
respeitando-se o disposto na legislação ora apresentada. 
 
B) DO CABIMENTO DE DANOS MORAIS 
 
Tendo em vista os fatos acima mencionados, resta inequívoco o cabimento 
de danos morais. 
 
Corroborando esse pleito, a Constituição Cidadã de 1988, em seu art. 5.º, V 
e X, aduz a proteção à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das 
pessoas, assegurando, também, o direito à indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação. 
 
No mesmo sentido, os arts. 186e 927 do Código Civil estabelecem que 
comete ato ilícito aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito de outrem, ainda que exclusivamente moral, 
comete ato ilícito, ficando obrigado a repará-lo. 
 
Ainda, vale ressaltar que a CLT é omissa quanto ao regramento de dano 
moral decorrente da relação de trabalho. Todavia, o próprio Diploma 
Consolidado, em seu art. 8.º, parágrafo único, afirma que na hipótese de 
lacuna, o direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo 
em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. 
 
Por derradeiro, o art. 114, VI, da Constituição Cidadã de 1988, com redação 
dada pela EC 45/2004, aduz que compete à Justiça do Trabalho processar e 
julgar as ações de indenização por danos materiais ou morais decorrentes da 
relação de trabalho. 
 
No mesmo sentido da Competência Material da Justiça Laboral, ensina a 
Súmula 392 do TST que, nos termos do art. 114, VI, da Constituição da 
República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações 
de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, 
inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas. 
 
Ainda, à luz da Súmula Vinculante 22 do Supremo Tribunal Federal, a 
Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de 
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de 
trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que 
ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da 
promulgação da EC 45/2004. 
 
Concluindo, a recorrente espera que a sentença da primeira instância seja 
reformada e que a Recorrida seja condenada ao pagamento dos respectivos 
danos morais a serem arbitrados por este Colendo Tribunal. 
 
IV – DA CONCLUSÃO 
 
Diante das argumentações e das provas constantes nos autos, a Recorrente 
espera que o presente Recurso Ordinário seja conhecido e provido, com a 
consequente reforma da decisão de primeira instância, acolhendo-se na 
integralidade os pleitos acima mencionados. 
 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado 
OAB n. _____ 
 
( Fonte de Consulta -modelo de petição: Prática Trabalhista. Coleção Prática 
 Forense – 2017– Leone Pereira) 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 
Aplicação: articulação teoria e prática 
XXI EXAME OAB 
Paulo foi empregado da microempresa Tudo Limpo Ltda. de 22/02/15 a 
15/03/16. Trabalhava como 
auxiliar de serviços gerais, atuando na limpeza de parte da pista de um 
aeroporto de pequeno porte. 
Durante todo o contrato, prestou serviços na Aeroduto ? Empresa Pública de 
Gerenciamento de 
Aeroportos. Ao ser dispensado e receber as verbas rescisórias, ajuizou 
reclamação trabalhista em face da empregadora e da tomadora dos serviços, 
pretendendo adicional de insalubridade porque trabalhava em local de 
barulho, bem como a incidência de correção monetária sobre o valor dos 
salários, vez que recebia sempre até o quinto dia útil do mês subsequente ao 
vencido. Logo, tendo mudado o mês de competência, deveria haver a 
correção monetária, dado o momento, na época, de inflação galopante. A 
ação foi distribuída para a 99ª Vara de Trabalho de Salvador. No dia da 
audiência, a primeira ré, empregadora, fez-se representar pelo seu contador, 
assistido por advogado. A segunda ré, por preposto empregado e advogado. 
Foram entregues defesas e prova documental, sendo que, pela segunda ré, 
foi juntada toda a documentação relacionada à fiscalização do contrato entre 
as rés, o qual ainda se encontra em vigor, bem como exames médicos de 
rotina realizados nos empregados, inclusive o autor, os quais não 
demonstravam nenhuma alteração de saúde ao longo de todo o contrato, além 
dos recibos do autor de fornecimento de EPI para audição. Superada a 
possibilidade de acordo, o juiz indeferiu os requerimentos da segunda ré para 
a produção de provas testemunhal e pericial, consignando em ata os protestos 
da segunda ré, pois visava, com isso, comprovar que o EPI eliminava a 
insalubridade. O processo seguiu concluso para a sentença, a qual decretou 
a revelia e confissão da primeira ré por não estar representada regularmente. 
Julgou procedentes os pedidos de pagamento de adicional de insalubridade 
em grau máximo, bem como de incidência de correção monetária sobre o 
valor do salário mensal pago após a ?virada do mês?. Outrossim, condenou 
a segunda ré, subsidiariamente, em todos os pedidos, fundamentando a 
procedência na revelia e confissão da 1ª ré. 
Avaliaçã 
o 
Gabarito Comentado 
 ( Atenção : gabarito anterior à Reforma Trabalhista. É necessário buscar a 
atualização para verificar a aplicabilidade dos dispositivos legais ao caso 
concreto) 
 
O(A) examinando(a) deverá apresentar um Recurso Ordinário, elaborando a 
petição de interposição e as razões recursais. 
 
Deverá indicar as partes, citar o Art. 895, inciso I, da CLT e indicar o 
recolhimento das custas e o depósito recursal. 
 
Deverá ser arguída preliminar por cerceamento de defesa, em razão do 
indeferimento da prova testemunhal, conforme o Art. 5º, inciso LV, da 
CRFB/88. 
 
Deverá ser arguída preliminar por cerceamento de defesa, em razão do 
indeferimento da prova pericial. 
 
Deverá ser sustentado que não houve a revelia da 1ª ré, pois, tratando-se de 
microempresa, a 
representação foi correta, nos termos da Súmula 377 do TST. 
 
Deverá ser sustentado que, tratando-se de empresa pública que fiscalizou a 
íntegra do contrato, não há que se falar em responsabilidade subsidiária, nos 
termos da Súmula 331, inciso V, do TST. 
 
Deverá ser sustentada a reforma do julgado quanto ao adicional de 
insalubridade, pois o trabalho, nas condições do autor, teve a insalubridade 
neutralizada pelo EPI fornecido, nos termos da Súmula 80 do TST. 
 
Deverá ser sustentado que o juiz não pode fixar o grau de insalubridade 
mesmo na revelia, conforme o Art. 195, § 2º, da CLT, que exige perícia. 
 
Deverá ser sustentada a reforma da sentença quanto à incidência de correção 
monetária, nos termos da Súmula 381 do TST. 
 
Encerramento.

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