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REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

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UNIVERSIDADE PAULISTA – CAMPUS FLAMBOYANT 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
Mônica Augusta Barbosa Silva R.A: C672521 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DAS PENAS 
Redução da maioridade penal no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2016 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA – CAMPUS FLAMBOYANT 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
Aluno: Mônica Augusta Barbosa Silva R.A: C672521 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DAS PENAS 
Redução da maioridade penal no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho entregue à Universidade 
Paulista, como parte das exigências para a 
obtenção de nota de NP2, do 4° período do 
curso de Direito/noturno. 
 
 
 
Goiânia, 17 de novembro de 2016. 
 
 
 
 
 
_______________________________ 
Profº. Tito do Amaral 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2016 
SUMÁRIO 
 
Introdução ......................................................................................................... 4 
1. Evolução e contexto histórico da maioridade penal no Brasil ........................ 5 
1.2. A partir do Código Penal de 1940 .................................................... 6 
2. Aspectos contrários à redução da maioridade penal ..................................... 8 
3. Aspectos favoráveis à redução da maioridade penal .................................. 10 
Conclusão ....................................................................................................... 13 
Referências ..................................................................................................... 14 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
O tema “redução da maioridade penal no Brasil” têm sido estopim para 
diversas discussões acaloradas, envolvendo diversos segmentos da sociedade, 
desde os sociais, jurídico e político, sendo que o último não é producente à 
sociedade, principalmente com relação a políticas públicas voltadas aos 
menores e a família destes. Nosso sistema penitenciário também não se situa 
entre os melhores do mundo. A superlotação nos presídios e as precárias 
situações destes, dificulta a situação para a discussão da redução da maioridade 
penal. Mas em detrimento disto, grande parte da população leiga almeja esta 
redução, acreditando ser uma das medidas a ser instituída para conter a 
criminalidade. 
Este trabalho tem como objetivo trazer um maior esclarecimento sobre 
esta temática, inclusive sobre a ótica jurídica, exemplificando diversos 
argumentos inclusive, com base na opinião de juristas e doutrinadores, que 
divergem sobre a possibilidade da redução, e também sobre os resultados que 
seriam alcançados. 
Inicialmente, farei um breve histórico sobre como a maioridade penal era 
tratada nos códigos anteriores, bem como o critério utilizado para se definir a 
imputabilidade (biopsicológico). Tendo conhecimento disto, será analisada a 
evolução da maioridade penal após o Código Penal de 1940, ainda vigente; e o 
novo critério adotado para a imputabilidade penal (biológico). 
Por fim, serão apresentados argumentos de lados opostos: contrários e 
favoráveis à redução da maioridade penal, usando da opinião dos juristas e 
doutrinadores mencionados acima, considerando a realidade atual de nosso 
país. Este debate revela-se extremamente importante, visto que os mais leigos 
(sociedade em geral) apenas acreditam que menores de idade cada vez 
cometem mais crimes, não considerando toda a realidade que ocorre em torno 
deste tema. 
 
 
 
 
5 
 
1. EVOLUÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO DA MAIORIDADE PENAL NO 
BRASIL 
 
Segundo o sistema jurídico vigente em nosso país, a maioridade penal se dá 
aos 18 anos completos de idade. Essa norma encontra-se inscrita em três 
dispositivos: no artigo 27 do Código Penal; no artigo 104 caput do Estatuto da 
Criança e do Adolescente; e no artigo 228 da Constituição Federal. Mas nem 
sempre a maioridade penal ocorreu aos dezoito anos em nosso país. 
O primeiro código penal brasileiro surgiu em 1830, após a Proclamação da 
Independência. Segundo Bastos (2000): 
 
“O nosso Código Criminal de 1830 distinguia os menores em quatro 
classes, quanto à responsabilidade criminal: a) os menores de 14 anos 
seriam presumidamente irresponsáveis, salvo se se provasse terem 
agido com discernimento; b) os menores de 14 anos que tivessem 
agido com discernimento seriam recolhidos a casas de correção pelo 
tempo que o juiz parecesse, contanto que o recolhimento não 
excedesse a idade de 17 anos; c) os maiores de 14 anos e menores 
de 17 anos estariam sujeitos às penas de cumplicidade (isto é, caberia 
dois terços da que caberia ao adulto) e se ao juiz parecesse justo; d) o 
maior de 17 anos e menor de 21 anos gozaria da atenuante da 
menoridade.”1 
 
Em 1889, com o advento da República, surgiu o Código Penal dos 
Estados Unidos do Brasil, Decreto nº. 847, de 11 de outubro de 1890, chamado 
de Código Republicano. Seu art. 27, §1º dizia que somente seria irresponsável 
penalmente os menores com idade até 9 anos. Segundo este Código, haveria a 
aplicação do critério biopsicológico, baseando-se no discernimento e possível 
conhecimento do agente. Saraiva (2003): “Ao final do século XIX, a 
imputabilidade penal era alcançada aos quatorze anos, podendo retroagir aos 
nove anos, de acordo com o ‘discernimento’ do infrator.”2 
Com a evolução do ordenamento jurídico brasileiro, surgiu em 1921 a Lei 
4.242, que eliminou o critério biopisicológico, e fixou a idade de 14 anos como 
 
1 BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra da Silva, Comentários a Constituição do Brasil: 
promulgada em 05 de outubro de 1988. 2 ed Atual. São Paulo: Saraiva, 2000 v VIII. 
2 SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente em conflito com a lei: da indiferença à proteção 
integral: uma abordagem sobre a responsabilidade penal juvenil. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2003. 
 
6 
 
sendo a mínima para que um indivíduo responde a processo penal. 
Posteriormente, em 1927 foi criado o Decreto nº 17.943, o primeiro Código 
intitulado como Código de Menores, composto de 123 artigos, conhecido como 
Código Mello Mattos, realizado por uma comissão chefiada pelo jurista José 
Cândido de Mello Matos, no qual visava além da proteção da criança que antes 
estava desprotegida a repressão aos crimes cometidos na época por crianças e 
adolescentes ou infanto-juvenil.3 O Código de Menores trazia diversas novidades 
em relação ao que era usado anteriormente, e fazia três tipos de classificações: 
os menores de 14 anos, que não eram submetidos a nenhum processo; os 
maiores de 14 e menores de 18, que não eram sujeitos ao processo penal e sim 
a um processo especial, tendo em vista que o critério do discernimento foi 
abolido, e os maiores de 16 e menores de 18 anos, autores de crime grave ou 
considerados indivíduos perigosos. 
 
1.2. A partir do Código Penal de 1940 
O Código Penal de 1940 (Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 
1940) fixou a idade de 18 anos como sendo mínima para que um indivíduo 
sofresse um processo penal. No entanto, em 1963, foi proposto pelo Ministro 
Nelson Hungria o Projeto Hungria, trazendo em seu artigo 33 a incorporação do 
critério biopsicológico, sendo permitida a imposição de pena aos que se 
encontrassem entre 16 (dezesseis) e 18 (dezoito), se caso tivessem opera do 
com discernimento, sendo a pena aplicável reduzida de um terço até a metade. 
Havia assim, uma presunção relativa de inimputabilidade. Todavia, o referido 
projeto não se tornou lei. Anos depois, foi proposto um novo Código Penal, pelo 
Decreto-Lei 1.004 de 21 de outubro de 1969. Foi adotado neste código a 
proposta de Hungriatentando-se retomar o critério biopsicológico, contudo, este 
foi revogado antes mesmo de entrar em vigor, desta forma, a imputabilidade 
 
3 ROCHA, Sidnei Bonfim da. A redução da maioridade penal. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, 
XVI, n. 112, maio 2013. Disponível em: <http://ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13332&revista_caderno=12>. 
Acesso em 16/11/16. 
7 
 
penal continuou na forma determinada pelo Código Penal de 1940, isto é, em 18 
anos, sendo os menores submetidos à legislação especial.4 
Em 1979 surgiu a Lei nº. 6.697, que estabeleceu um novo Código de 
Menores, abordando uma questão antes ainda não mencionada: a sua “situação 
irregular”. Desta forma, o artigo 2º deste referido código compreendeu não 
somente o menor infrator, mas também aquele abandonado, não se fazendo 
qualquer distinção entre eles, a vítima de maus tratos ou castigos, em perigo 
moral, o menor em abandono jurídico, e o menor com desvio de conduta em 
razão de inadaptação familiar ou comunitária. Nesta lei, foram também 
abordadas questões preventivas, com o intuito de tirar os menores de situações 
em que poderiam cometer atos ilícitos, que foram chamadas de medidas de 
vigilância. 
Anos depois, em 1988 veio à tona a Constituição Federal do Brasil, ainda 
hoje vigente, que dispõe, em seu artigo 288: “São penalmente inimputáveis os 
menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.”5 A 
legislação especial a que faz referência, se tornou vigente a partir do Estatuto da 
Criança e do Adolescente (ECA), sob a Lei Federal n° 8069/90, que dispõe sobre 
as sanções para os menores de dezoito anos. De acordo com diversos 
estudiosos, os menores de idade não cometem crimes, justamente por terem 
tratamento diferenciado. Àcerca disto, Cury comenta: 
 
“Por serem inimputáveis, a criança ou o adolescente jamais cometem 
crimes ou contravenções, incorrendo tão só em ato infracional, caso 
adotem conduta de tipicidade objetivamente idêntica. O cotejo entre o 
comportamento do menor e aquele descrito como crime ou 
contravenção atua apenas como critério para identificar os fatos 
possíveis de relevância infracional, dentro da sistemática do Estatuto 
da Criança e do Adolescente. Exatamente porque não se cogita de 
crime ou de contravenção, ao menor infrator não se aplicam penas, 
porém medidas outras de cunho educativo e protetivo, sem critérios 
rígidos de duração, já que vinculadas exclusivamente à sua finalidade 
essencial.”6 
. 
 
4 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.Vol.1. 
5 BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 
15/11/2016. 
6 CURY, Munir, MARÇURA, Jurandir Norberto e PAULA, Paulo Afonso Garrido de. Estatuto da 
Criança e do Adolescente Anotado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. 
 
8 
 
 
2. ASPECTOS CONTRÁRIOS À REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL 
 
Conforme já visto, a maioridade penal foi, e ainda é um tema bastante 
controverso para diversos estudiosos, e mesmo para a população em geral. 
Neste tópico, veremos opiniões e aspectos contrários à redução da maioridade 
penal, sob diversos prismas. Para Segundo Cezar Roberto Bitencourt: 
 
“Nessa faixa etária (entre 16 e 17 anos) os menores precisam, como 
seres em formação, mais de educação, de formação, e não de prisão 
ou de encarceramento, que representa a universidade do crime, de 
onde é impossível alguém sair melhor do que entrou. A experiência do 
cárcere transforma um simples batedor de carteira em um grande 
marginal.”7 
 
 Outro argumento bastante importante é sobre a relação entre 
criminalidade e educação. Não é dúvida de que, há uma grande 
proporcionalidade entre um sistema de governo onde a educação funciona, e a 
taxa de criminalidade, principalmente dos mais jovens. Quanto a este 
argumento, expõe Marli Martins Mattos: 
 
“É mais eficiente educar do que punir. Educação de qualidade é uma 
ferramenta muito mais eficiente para resolver o problema da 
criminalidade entre os jovens do que o investimento em mais prisões 
para esses mesmos jovens. O problema de criminalidade entre 
menores só irá ser resolvido de forma efetiva quando o problema da 
educação for superado.”8 
 
 
De acordo com Roberto Gurgel, é necessário um estudo mais 
aprofundado envolvendo a realidade social do país. “A redução da maioridade 
penal não é a panaceia que muitos afirmam que irá resolver o problema da 
criminalidade no nosso país", disse Gurgel. A proposta de redução da 
maioridade penal também já foi criticada pelo ministro da Justiça, José Eduardo 
Cardozo. Além de considerar a medida inconstitucional, uma vez que a 
maioridade aos 18 anos foi consolidada na Carta Magna de 1988, Cardozo 
acredita que a mudança agravará a situação do sistema carcerário brasileiro, 
 
7 BITENCOURT, César Roberto. Código penal comentado. São Paulo: Saraiva, 2002. 
8 MATTOS, Marli Martins. Redução da maioridade penal. Ijuí – RS, 2015. Disponível em: < 
http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/3575/CORRE%C3%87
%C3%95ES%20MONOGRAFIA%202015-3.pdf?sequence=1> . Acesso em: 18/11/2016. 
9 
 
que está 50% além de sua capacidade. “Reduzir a maioridade penal significa 
negar a possibilidade de dar um tratamento melhor para um adolescente”, disse 
Cardozo. Ministros do Supremo Tribunal Federal, como Gilmar Mendes e Marco 
Aurélio Mello, também já se manifestaram contra a alteração das regras sobre 
maioridade penal. Eles defendem, no entanto, uma aplicação mais efetiva do 
ECA, seja com fornecimento de melhores condições de educação, de saúde e 
de pleno emprego aos jovens, para evitar infrações, seja com tratamento 
adequado nas unidades de internação, reduzindo a reincidência e facilitando a 
ressocialização.9 
 Além dos fatos mencionados acima, o objetivo da prisão não é só punir o 
responsável por um crime, como também fazer a sua ressocialização, evitando-
se assim, a reincidência. No entanto, nós sabemos que o sistema prisional 
brasileiro não coopera nesse sentido. Mattos propõe então: 
 
“O sistema prisional brasileiro não contribui para a reinserção dos 
jovens na sociedade, o índice de reincidência nas prisões brasileiras é 
de 70%. Ou seja, 7 em cada 10 ex prisioneiros voltam à cadeia. É mais 
provável que os jovens saiam de lá mais perigosos do que quando 
entraram.”10 
 
 Segundo Maristela Cristina de Oliveira, que dispõe sobre como esse 
assunto afeta a sociedade como um todo: 
 
“A aplicação das medidas sócio-educativas do Estatuto da Criança e 
do Adolescente como forma de ressocialização e de punição também 
é largamente defendida principalmente por cidadãos ligados aos 
direitos da criança e do adolescente, tanto no Brasil como em outros 
países. O ECA, legislação considerada exemplo para outros países, 
abrange a questão educacional, trabalhista, protecionista e 
ressocializadora do menor e apresenta soluções que, segundo estudos 
e pesquisas, poderiam reduzir drasticamente os crimes praticados por 
adolescentes.”11 
 
9 ZAMPIER, Débora. Redução da maioridade penal é tema controverso entre juristas. In Agência 
Brasil. Disponível em: http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-07-13/reducao-da-
maioridade-penal-e-tema-controverso-entre-juristas. Acesso em 14/11/2016. 
10 MATTOS, Marli Martins. Redução da maioridade penal. Ijuí – RS, 2015. Disponível em: < 
http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/3575/CORRE%C3%87%C3%95ES%20MONOGRAFIA%202015-3.pdf?sequence=1> . Acesso em: 18/11/2016. 
11 OLIVEIRA, Maristela Cristina de. Redução da maioridade penal: uma abordagem jurídica. 
Londrina, 2008. Disponível em: 
http://www.escoladegestao.pr.gov.br/arquivos/File/artigos/justica_e_cidadania/reducao_da_mai
oridade_penal_uma_abordagem_juridica.pdf. Acesso em: 14/11/2016. 
10 
 
Por fim, temos o argumento do ilustre Alexandre de Moraes, em sua obra 
de Direito Constitucional: 
 “Assim, o artigo 228 da Constituição Federal encerraria a hipótese e 
garantia individual prevista fora do rol exemplificativo do art.5°, cuja 
possibilidade já foi declarada pelo STF em relação ao art. 150, III, b ( 
ADIn 939-7 DF) e consequentemente, autentica cláusula pétrea 
prevista no artigo 60,§4°, IV” (...). Essa verdadeira cláusula de 
irresponsabilidade penal do menor de 18 anos enquanto garantia 
positiva de liberdade, igualmente transforma-se em garantia negativa 
em relação ao Estado, impedindo a persecução penal em Juízo.”12 
 
Ademais, os menores infratores já são responsabilizados através das 
sanções denominadas medidas socioeducativas, dispostas no artigo 112 da 
legislação especial, o Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo as seguintes: 
advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, 
liberdade assistida, semiliberdade e internação. A medida só pode ser aplicada 
pelo Juiz, observando os seguintes fatores: gravidade da infração, circunstâncias 
do fato e capacidade do menor infrator em cumpri-la. 
 
 
3. ASPECTOS FAVORÁVEIS À REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL 
 
Pode-se dizer que apenas uma minoria é favorável à redução da 
maioridade penal, e por isto, os argumentos para sua defesa não são muito 
amplos. As opiniões favoráveis concernentes a mudança da Constituição 
Federal e Código Penal para que os menores de idade sejam imputáveis 
esbarram na questão dó próprio Estatuto da Criança e Adolescente. 
Cerqueira e Marques, quando comentam sobre o assunto, demonstram a 
maneira de pensar sobre este aspecto daqueles convergentes a mudança: 
“O Estatuto da Criança e do Adolescente é muito benevolente, e 
por isso não intimida os menores. Como meio de ajuste à realidade 
social e de instituir instrumentos para encarar a criminalidade com vigor 
é necessário que se considere imputável qualquer pessoa com idade 
a partir de dezesseis anos de idade. O ECA, não seguiu o avanço deste 
 
12 MORAES, Alexandre. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. 5. Ed., 
São Paulo: Atlas,2005, p.2176. 
11 
 
novo centenário. É uma legislação atrasada, antiquada e obsoleta, 
visto que contraria o movimento do direito, que se encontra estático 
diante de um tema que demanda novas reflexões. Sem contar que o 
Estatuto fixa somente três anos como pena máxima ao menor 
delinquente independente da gravidade do delito que ele pratique.”13 
Ainda sobre o assunto, Barbosa comenta a respeito do critério para aplicação da 
imputabilidade, que, conforme falado anteriormente, deixou de ser biopiscológico 
e passou a ser fixado na idade: 
“O melhor critério é o biopsicológico, considerando-se que a idade de 
dezesseis anos é a idade de aquisição facultativa dos direitos políticos, 
(...) se a mulher casada se emancipa civilmente com o casamento aos 
dezesseis anos e se projeto de lei visa a que o maior de dezesseis 
anos possa dirigir veículos, não se compreende que não possa 
responder pelos atos ilícitos que porventura praticar.”14 
 
Este autor argumenta que, devido aos direitos políticos serem dados 
nesta idade, garantindo a cidadania aos maiores de 16 anos de idade, através 
de critérios biológicos, fica inviável a imputabilidade penal apenas para os 
maiores de 18 anos, contrapondo-se às regras constitucionais básicas de 
igualdade. 
No entanto, a esmagadora maioria de autores que se posicionam a favor 
da redução da maioridade penal, argumentam que é que a Constituição Federal 
de 1988 atribuiu maturidade ao jovem de 16 anos de idade, principalmente 
quanto ao direito de voto, mesmo facultativo. Com isto, podem eleger seus 
representantes políticos, os que irão conduzir e legislar os interesses de toda a 
nação brasileira. Contudo, não podem ser penalizados por crimes eleitorais se 
acaso cometam, e somente lhes serão aplicadas medidas de proteção instituídas 
pelo ECA. Há posicionamentos também de que no Código Civil, no seu artigo 5º, 
parágrafo único, inciso I, é concedida a emancipação aos 16 anos de idade, com 
a autorização dos pais, declarado em Cartório, atentando para o fato de que o 
 
13 CERQUEIRA, Lucília Olímpia; MARQUES, Micaella Bruno da Cruz. Redução da maioridade 
penal: uma solução viável?. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII, n. 72, jan 2010. Disponível em: 
<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=7096&n_link=revista_artigos_leitura>. Acesso em: 
15/11/2016. 
14 BARBOSA MF. Menoridade penal. RJTJESP, LEX - 138. 1992. 
12 
 
jovem amadurece mais cedo, podendo casar, constituir família, ter 
responsabilidade da mantença de um lar e educação e criação dos filhos, 
inclusive pode ser proprietário de empresa e gerenciá-la. Com isto, diz o escritor 
Cláudio da Silva Leiria: 
 
“No Brasil os legisladores na esfera penal se valeram do 
critério biológico, e instituíram que até 18 anos de idade estes não 
possuem plena capacidade de entendimento para entender o caráter 
criminoso de atos que praticam. Tal constatação não é cabível no 
mundo moderno e globalizado em que vivemos.”15 
 
 
Entre os estudiosos e doutrinadores do direito que se destacam em 
defender a redução da maioridade penal no Brasil, para 16 anos de idade, 
encontram-se: Manoel Pedro Pimentel, Diógenes Malacarne, Marcelo Fontes 
Barbosa, Cláudio da Silva Leiria e Paulo José da Costa Junior, este último 
Professor de Direito Penal, na USP, e livre-docente da Universidade de Roma, 
advogado criminalista renomado no Brasil, com mais de cinqüenta anos de 
profissão, autor de quarenta livros na esfera penal, membro da Academia 
Paulista de Letras, hoje com 82 anos de idade, ainda atuante na área do direito 
penal. 
Segundo Paulo José da Costa Junior, este teria convencido o jurista 
Nelson Hungria em estabelecer no Código Penal em 1969 a maioridade penal 
em 16 anos de idade, estabelecendo o critério biopsicológico aos maiores de 16 
e memores de 18 anos de idade, possibilitando a aplicação de pena, desde que 
o menor entendesse ou tivesse possibilidade de entendimento do caráter ilícito 
de sua conduta. Este Código Penal não entrou em vigor, devido às críticas da 
época, 28 voltando a imputabilidade penal a partir dos 18 anos de idade, como 
era anteriormente no Código Penal de 1940, e que vigora até hoje. 
 
 
 
 
15 Lereia, Carlos Alberto. Redução da maioridade penal: por que não?. Disponível em: 
http://www.pontojurídico.com/modules.php?name=Newa&file=article&sid=152-39K. Acesso em 
14/11/2016. 
13 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Após constatação das diversas argumentações de estudiosos no direito, 
entre juristas e doutrinadores na matéria constitucional e penal, sobre a redução 
da maioridade penal ser viável ou não juridicamente, verifica-se que este tema 
ainda continua sendo motivo de divergências em nossa realidade. 
Devemos considerar também, que possuímos uma legislação penal 
bastante desatualizada, e que feita em um tempo em que o contexto das 
relações, da informação e da criminalidade era bastante distinto do que temos 
hoje. Este inclusive é um dos argumentos que algunsestudiosos utilizam para 
apoiar a redução da maioridade penal, afirmando que em 1940, época da criação 
do código penal vigente, as crianças e adolescentes não tinham tanto 
esclarecimento e tampouco maturidade como o tem hoje, visto que o acesso à 
informação tornou isso possível e descontrolável. 
No entanto, outros estudiosos utilizam-se do argumento de que, embora 
o Código Penal seja bastante antigo, a Constituição Federal é bem mais recente, 
e fixou como cláusula pétrea a idade para imputação penal como sendo dezoito 
anos. Sendo assim, seria inconstitucional alterar este disposto, mesmo com 
emenda à Constituição. 
Diante dos relevantes posicionamentos acerca do tema, percebe-se que 
a discussão culmina num ponto jurídico comum: não há consenso, portanto não 
há como se falar em pacificação social nesse quesito. Ademais, as acaloradas 
discussões nas demais áreas da sociedade não se sustentam sem se desvendar 
primeiramente a questão jurídica, social, e as possíveis consequências do que a 
redução da maioridade penal poderia acarretar em nossa sociedade. Por fim, 
conclui-se que, a redução da maioridade penal é plausível, mas seria tão 
somente uma das formas dentre várias outras para acabar com a criminalidade, 
pois por si só, esta não alcançaria tal finalidade. 
 
 
 
 
14 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BARBOSA MF. Menoridade penal. RJTJESP, LEX - 138. 1992. 
BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra da Silva, Comentários a 
Constituição do Brasil: promulgada em 05 de outubro de 1988. 2 ed Atual. São 
Paulo: Saraiva, 2000 v VIII. 
BITENCOURT, César Roberto. Código penal comentado. São Paulo: Saraiva, 
2002. 
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