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Reabsorções dentárias Estágio Clínico I Jaini Abatti, Etyele Amaral A reabsorção dentária é um processo relativamente frequente e pode ser ser induzidas por fatores traumáticos e/ou infecciosos que consiste em perda do tecido dentário mineralizado como o cemento e dentina da superfície interna ou externa do dente em consequência da ação dos clastos. Reabsorção radicular na ortodontia. Ativação e mecanismo de absorção É associado ao processo de reabsorção óssea; Os tecidos mineralizados do dentes não sofrem remodelação; Depende da interação entre células inflamatórias, células de reabsorção – clastos- e as estruturas dos tecidos duros mineralizados; Os clastos precisam ser “ativados” a partir do processo inflamatório; Perda da intregridade de cementoblastos e odontoblastos através de traumas de grande ou pequena intensidade. Agressão Classificações das reabsorções dentárias Reabsorções externas, quando se iniciam na superfície radicular externa Reabsorções internas, quando se iniciam nas paredes da cavidade pulpar; Reabsorções internas/externas (perfurantes), quando o processo reabsortivo estabelece comunicação entre as áreas de reabsorção. Reabsorção Dentária Externa Substitutiva Quando há a substituição do tecido radicular reabsorvido por osso. Depende da destruição completa do ligamento periodontal. Após cessar a inflamação inicial responsável pela perda do ligamento periodontal, células adjacentes à raiz competem para repovoá-la. Consequentemente há formação de tecido ósseo em contato direto com a raiz dentária. Esse fenômeno é denominado anquilose dentoalveolar. Reabsorção Dentária Externa Transitória Reabsorção dentária transitória ou de superfície é uma reabsorção externa que paralisa sem qualquer intervenção. Pela falta de estímulo para manter sua ação e/ou para vencer o fator inibidor de reabsorção presente na dentina, as células clásticas cessam a atividade reabsortiva e as do ligamento promovem o reparo da área. É causada por agressões pouco significativas e de pequeno tempo de ação. Reabsorção Dentária Externa por Pressão Quando é exercida pressão nos tecidos radiculares, produzida por forças internas ou externas, leva à diminuição do oxigênio do ligamento periodontal por alteração do aporte sanguíneo, levando à necrose das células em algumas zonas, formando áreas de troca de proteínas e em seguida de reabsorção. Pode ser provocada por tratamento ortodôntico, dentes impactados, erupções dentárias, cistos, neoplasias e trauma oclusal, e cessa desde que removida a causa. Cisto dentígero REABSORÇÃO DENTÁRIA EXTERNA ASSOCIADA À INFECÇÃO DA CAVIDADE PULPAR A partir do trauma, há a necrose da polpa, causando um processo infeccioso no canal. Inicia-se na dentina, e por ser um processo assintomático, a lesão progride e ao vencer o cemento, deixará os túbulos dentinários expostos, favorecendo assim uma inflamação nos tecidos periodontais, tendo assim, uma lesão de comunicação. No caso da reabsorção cervical, a infecção pode ter inicio do sulco gengival (doença periodontal). Esta reabsorção progride continuamente (em processos crônicos) e sua paralisação exige a intervenção do profissional dentista, que elimina a causa da infecção com tratamento endodôntico. Podem ser classificadas de acordo com suas regiões: reabsorção dentária externa apical; reabsorção dentária externa do segmento médio; e reabsorção dentária externa cervical. REABSORÇÃO DENTÁRIA INTERNA Normalmente resulta de um processo inflamatório crónico e contínuo; Pode iniciar em qualquer ponto da superfície da cavidade pulpar; Podem ser transitórias ou progressivas; As transitórias envolvem apenas a perda de odontoblastos e pré-dentina, sendo autolimitantes e reparadas por novo tecido duro. As progressivas continuam além do local em que a dentina foi exposta após a perda dos odontoblastos e da pré-dentina. São classificadas em inflamatórias e substitutivas. Reabsorção Dentária Interna Inflamatória A reabsorção dentária interna inflamatória se caracteriza pela reabsorção da face interna da cavidade pulpar por uma inflamação crônica, tendo como fatores etiológicos ou fisiológicos. Reabsorção Dentária Interna de Substituição Reabsorção radicular que resulta de uma irritação pulpar de baixo grau, como por exemplo a pulpite irreversível crónica ou necrose parcial numa pequena parte do canal radicular. O tecido pulpar é substituído por tecido conjuntivo. A reabsorção dentária interna por substituição se caracteriza radiograficamente por um aumento irregular da cavidade pulpar. Diagnóstico O diagnóstico é feito através de radiografia, apresentando áreas radiolúcida. Geralmente é assintomático, podendo ser achados radiográficos. Quando sintomático, apresenta mobilidade dentária. Deve-se ter cuidado com causas primárias como fratura do dente, e assim fazer acompanhamento. Tratamentos Remoção do agente causador. Tratamento endodôntico. Cirurgia - quando a reabsorção está localizada no terço apical, é indicada a remoção apical. Em outros segmentos da raiz, quando acessível, faz-se o preenchimento do defeito com materiais indicados para obturação de canal. Referências Consolaro A. O conceito de Reabsorções Dentárias ou As Reabsorções Dentárias não são multifatoriais, nem complexas, controvertidas ou polêmicas! Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):19-24. LOPES, H.P., SIQUEIRA Jr, J.F. Endodontia. Biologia e técnica. 4ª ed. Cap. 24, Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Koval, Anna, Reabsorção dentária (2015). Universidade de Porto – Fernando pessoa Gerato Dibbern, Caroline, Considerações sobre as reabsorções radiculares externas em dentes traumatizados: revisão de literatura – Piracicaba, SP: 2017. Jordão, Inês, Reabsorção radicular: repercussão no tratamento ortodôntico: Revisão de literatura - Universidade de Porto – Porto: 2012 OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!!