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Afetos Positivos Afetos Negativos Dyane Rech Universidade Federal do Rio Grande do Sul Programa de Pós-Graduação em Psicologia Núcleo de Estudos em Psicologia Positiva Bem-Estar Subjetivo - Perspectiva hedônica - Satisfação com a vida = ↑AP e ↓AN - Crença subjetiva de que a própria vida é experienciada positivamente - Divide-se em dois componentes relacionados, porém distintos: - Cognitivo - aspectos racionais e intelectuais (bem-estar cognitivo) - Afetivo - intensidade e frequência dos afetos (bem-estar afetivo) - Afetos Positivos (AP) - Afetos Negativos (AN) Bem-Estar Subjetivo - Perspectiva hedônica - Satisfação com a vida = ↑AP e ↓AN - Crença subjetiva de que a própria vida é experienciada positivamente - Divide-se em dois componentes relacionados, porém distintos: - Cognitivo - aspectos racionais e intelectuais (bem-estar cognitivo) - Afetivo - intensidade e frequência dos afetos (bem-estar afetivo) - Afetos Positivos (AP) Balança - Afetos Negativos (AN) Hedônica Afeto, emoção e humor - Humor - Tende a ser mais duradouro e não é atribuível a um único evento identificável - Geralmente é um sentimento generalista, com pouco conteúdo consciente - Emoção - Tem menor duração e maior intensidade, e ocorre devido a eventos específicos - Tende a ter objetivos específicos e conteúdo cognitivo consciente - Afeto - Termo geral para se referir aos sentimentos, incluindo emoções e humor Diener, Kanazawa, Suh, & Oishi, 2015 Afetos: O que são? Como vivem? O que comem? Definição e Função - Componente essencial do bem-estar - Cumprem importantes funções adaptativas, agindo espontaneamente em resposta a contingências ambientais - Refletem como uma pessoa reage a eventos e circunstâncias em sua vida - Estados emocionais de caráter momentâneo que, acumulados, refletem uma tendência central de bem-estar afetivo Diener, Kanazawa, Suh, & Oishi, 2015; Forgas, 2018 - Estão relacionados com a disposição de uma pessoa para experimentar determinados conjuntos de sentimentos e humores - Base para avaliação do bem-estar individual - frequência e intensidade - Influenciam o planejamento e o desenvolvimento de estratégias - São facilmente distinguidos entre agradáveis ou desagradáveis, porém esse julgamento varia de acordo com o contexto Diener, Kanazawa, Suh, & Oishi, 2015; Forgas, 2018 Definição e Função Afetos e Cognição - Interferência na capacidade mental (décadas 80 e 90) - Emoções afetariam o pensamento por ocuparem memória de trabalho, reduzindo a capacidade cognitiva e os recursos mentais - Sugestão hedônica - Os afetos moldariam a cognição ao indicar se uma pessoa tem ou não capacidade de lidar com as consequências afetivas associadas a uma tarefa - Afetos como informação - Os estados afetivos forneceriam às pessoas informações dos seus ambientes Gasper & Spencer, 2018 Afetos Positivos Afetos Negativos Afetos Positivos - Sistema afetivo caracterizado por uma tendência positiva acima do ponto de neutralidade - Reflete a extensão na qual uma pessoa sente-se entusiástica, ativa e alerta - Menos estáveis ao longo do tempo - Sofrem menos influência dos traços de personalidade e eventos de vida - São influenciados pelas relações interpessoais, promovendo a socialização - Broaden and Build Theory: AP teriam a capacidade de ampliar o repertório cognitivo e comportamental de modo a desenvolver estratégias de coping Watson, Clark & Tellegen, 1988 Afetos Negativos - Sistema afetivo reativo, de maior duração e cognitivamente mais exigente - Caracterizado por um viés de negatividade - Dimensão geral do desprazer subjetivo e do engajamento desprazeroso - Relacionados a conflitos internos e externos e à percepção de problemas - Tornam-se menos frequentes à medida que as pessoas envelhecem - Possuem função adaptativa: diminuem as chances de falsas memórias, contribuem para o processamento cognitivo e julgamento social, e reduzem vieses de estereótipo e comportamentos autossabotadores Watson, Clark & Tellegen, 1988 Homeostase Afetiva - Eventos muito adversos podem derrotar o sistema homeostático afetivo - Sob níveis normais, o bem-estar afetivo mantém seu ponto de ajuste por meio de três “amortecedores” externos: - Comportamento: rotina e adaptação - Relacionamentos: intimidade e suporte - Recursos financeiros: genética e fator protetivo Cummins, 2013 Homeostase Afetiva - No caso de insucesso, estratégias internas são ativadas com o objetivo de minimizar o impacto do fracasso pessoal na autoimagem - Exemplo: comparações sociais descendentes, lembrete de benefícios e ressignificação positiva - Esses “amortecedores” emocionais distanciam o desafio em questão da imagem central de self - Combinação de estratégias externas e internas Cummins, 2013 Os afetos positivos e negativos estão relacionados aos traços afetivos de emocionalidade positiva e negativa, ou seja, às diferenças individuais na reatividade emocional. Traços de AP e AN corresponderiam aos fatores de personalidade dominantes de extroversão e neuroticismo. Assim, esses traços afetivos também estão associados a construções psicobiológicas e psicodinâmicas de sensibilidade a sinais de recompensa (AP) e punição (AN). Esses estudos sugerem que baixo AP e alto AN são os principais aspectos distintivos da depressão e da ansiedade, respectivamente. Watson, Clark, & Tellegen, 1988 Classifique os seguintes estados emocionais: Feliz Bravo Ansioso Desanimado Animado Relaxado Surpreso Calmo Frustrado Triste Tenso Angustiado Temeroso (medo) Depressivo Irritado Contente Modelo Circumplexo dos Afetos - Conceitualização e estruturação leiga dos afetos - como o homem comum compreende e administra as emoções no dia-a-dia? - Estudo com “pistas afetivas” verbais (semânticas) e não verbais - Se a estrutura cognitiva dos afetos é bidimensional, como representar uma miríade de afetos como raiva, ansiedade ou elação? - Categorização de 28 estados afetivos Russel, 1980 Modelo Circumplexo dos Afetos - Teoriza que todos os afetos podem ser classificados em torno de um círculo bidimensional, de acordo com eixos de valência e excitação - A valência (prazer-desprazer) sinaliza se algo é bom ou ruim, enquanto a excitação (ativação-desativação) indica o nível de urgência da emoção - Difusibilidade = semântica, modelo circular - Função de mapeamento emocional, não de categorização monopolar - Cognição ⇒ Afeto ⇒ Experiência afetiva Russel, 1980 Etiologia dos afetos - Pequena parte dos níveis de BES é influenciada por variáveis demográficas e de circunstâncias objetivas de vida no BES - Estudos com tempo de reação - Alterações nos níveis BES - Influências não genéticas refletem efeitos ambientais não compartilhados Lucas & Diener, 2009 Etiologia dos afetos - Pequena parte dos níveis de BES é influenciada por variáveis demográficas e de circunstâncias objetivas de vida no BES - Estudos com tempo de reação - Alterações nos níveis BES - Influências não genéticas refletem efeitos ambientais não compartilhados Bottom-up Theories Lucas & Diener, 2009 Etiologia dos afetos - Genética, temperamento e personalidade são os principais fatores de influência no bem-estar afetivo - Estabilidade BES (set point theory) Lucas & Diener, 2009 Etiologia dos afetos - Genética, temperamento e personalidade são os principais fatores de influência no bem-estar afetivo - Estabilidade BES (set point theory) Top-down Theories Lucas & Diener, 2009 Etiologia dos afetos - Genética - Reflete a herdabilidade do componente afetivo (heterogeneidade) - Índices variam de 32% a 50% - Uma base hereditáriaseria responsável pela prontidão de uma pessoa para perceber e interpretar o mundo mais ou menos positivamente - Forte relação com traços de personalidade e fatores protetivos de psicopatologia Lucas & Diener, 2009 Se 40% do componente afetivo é herdado, isso significa que 60% do bem-estar afetivo é causado por fatores ambientais? Etiologia dos afetos - Genética - Herdabilidade = Proporção entre variância genética e variância ambiental - Estatística populacional - Não indica que as circunstâncias não afetam o BES - Influências ambientais distinguem-se em sua natureza e extensão - “Em cada um de nós, fatores genéticos e ambientais operam em conjunto para criar um conjunto único que não pode ser dividido em percentuais de efeito” Roysamb & Nes, 2018 Etiologia dos afetos - Personalidade - Extroversão, Agradabilidade e Neuroticismo - Facetas essenciais: ansiedade, depressão (N), afetos positivos e atividade (E) - Associação duradoura ao longo do tempo - Variáveis ambientais contribuem para interação personalidade - BES - Diferenças de personalidade interferem na desejabilidade de AP e AN (congruência emocional) - Afeta o grau no qual o bem-estar retorna ao ponto de ajuste (set point) Lucas & Diener, 2009; Roysamb & Nes, 2018 Mensuração - Frequência e intensidade dos estados afetivos - Escalas padronizadas de autorrelato - Adaptação para distintos grupos etários - Conjunto de itens na forma de adjetivos ou sentenças - Instrumentos validados e nacionais Hutz, 2015 Mensuração - Escala de Afeto Positivo e Negativo para Crianças (EAPN-C) - 17 itens cada / 05 itens cada - Evidências de validade e fidedignidade (0,88) - Escala de Afetos (EA) - Adultos e adolescentes - 10 sentenças cada - Evidências de validade, fidedignidade (0,83) e correlação PANAS Hutz, 2015 Mensuração - Positive and Negative Affect Scale (PANAS) - Escala mundial - 20 itens cada - Escala de Afetos Positivos e Negativos para Adolescentes (EAPN-A) - 14 itens cada - Evidências de validade, fidedignidade (0,83) e correlação PANAS Hutz, 2015 Referências Diener, E., Kanazawa, S., Suh, E. M., & Oishi, S. (2015). Why people are in a generally good mood. Personality and Social Psychology Review, 19(3), 235-256. http://dx.doi.org/10.1177/1088868314544467 Forgas, J. P. (2018). Negative affect and the good life: On the cognitive, motivational, and interpersonal benefits of negative mood. In J. P. Forgas & R. F. Baumeister (Eds.), The social psychology of living well. New York: Psychology Press. 10.4324/9781351189712-12 Gasper, K., & Spencer, L. A. (2018). Affective ingredients: Recipes for understanding how affective states alter cognitive outcomes. In E. Diener, S. Oishi, & L. Tay (Eds.), Handbook of well-being. Salt Lake City, UT: DEF Publishers. DOI:nobascholar.com Lucas, R. E. & Diener, E. (2009). Personality and subjective well-being. In E. Diener (Ed.), Social indicators research series: Vol. 37. The science of well-being: The collected works of Ed Diener (pp. 75-102). New York, NY, US: Springer Science + Business Media. Ng, W. (2017). Extending traditional psychological disciplines to positive psychology: A view from subjective well-being. Journal of Happiness Studies: An Interdisciplinary Forum on Subjective Well-Being, 18(5), 1553-1571. 10.1007/s10902-016-9782-5 Røysamb, E., & Nes, R. B. (2018). The genetics of wellbeing. In E. Diener, S. Oishi, & L. Tay (Eds.), Handbook of well-being. Salt Lake City, UT: DEF Publishers. DOI:nobascholar.com Russell, J. A. (1980). A circumplex model of affect. Journal of Personality and Social Psychology, 39, 1161–1178. https://doi.org/10.1037/h0077714 Watson, D., Clark, L. A., & Tellegen, A. (1988). Development and validation of brief measures of positive and negative affect: The PANAS Scales. Journal of Personality and Social Psychology, 47, 1063–1070.
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