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O caso dos Exploradores de Caverna (Lon Fuller)

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Resumo sobre o caso dos exploradores de cavernas um livro escrito por Lon L. Fuller 
professor de Harvard. 
Cinco exploradores Ficaram presos dentro de uma caverna por causa de um deslizamento. 
Durante o trabalho de resgate dez operários morreram por causa de um outro deslizamento. 
No vigésimo dia em que eles estavam presos na caverna a equipe de resgate teria entrado 
em contato com eles por meio do rádio. Um deles chamando Whetmore, pergunta quanto 
tempo ainda eles imaginavam que iria demorar aquele trabalho de resgate, a estimativa 
passada foi que, se não houvesse outro deslizamento, pelo menos ainda mais 10 dias. O 
mesmo pediu para falar com o médico que integravam a equipe de resgate e perguntou se 
eles sobreviveriam por mais 10 dias com aquelas provisões que eles tinham dentro da 
caverna. O médico respondeu que dificilmente eles sobreviveriam, então houve silêncio por 
8 horas. Whetmore pergunta para esse mesmo médico, de novo, se eles conseguiriam 
sobreviver se comerem da carne de um deles. O médico respondeu que sim! Então 
cessaram as comunicações. 
Quando os homens foram finalmente liberado então ficou-se sabendo que, no trigésimo 
terceiro dia após a entrada na caverna, os demais haviam se alimenta da carne do próprio 
Whetmore para se manterem vivos. Os quatro sobreviventes foram acusados pelo homicídio 
de Roger Whetmore. Durante os trabalhos do Júri ficou evidenciado que o próprio 
Whetmore havia sugerido que eles se alimentassem de um deles e curiosamente ele tinha 
um par de dados consigo e sugeriu que eles lançassem para ver quem seria então o 
sorteado para servir de alimento aos demais. Aconteceu um pouco antes deles começarem 
o sorteio, Whetmore desistiu da proposta que ele mesmo tinha feito. Os demais não 
aceitaram isso, começaram sorteio e quando chegou a vez de Whetmore, eles lançaram os 
dados por ele, que foi o sorteado. 
Os quatro Réus foram condenados à forca no primeiro grau, pena de morte. Apesar disso o 
próprio júri e o Juiz, encaminharam um pedido ao chefe do poder executivo para que se 
trocasse a pena de morte em pena de prisão por 6 meses. Até o momento do julgamento 
pelo tribunal do recurso, esse pedido não tinha sido apreciado pelo chefe do poder 
executivo. 
A Suprema corte de Newgarth era composta por 5 juízes. Dois deles voltam para manter a 
condenação, dois votam pela absolvição e um deles se abstém. 
O primeiro a votar é o juiz Truepenny, o presidente da corte, que faz o relato do caso e se 
limita a dizer que seria recomendado fazer a mesma coisa que o júri e o juiz presidente do 
Júri em primeiro grau fizeram com a diferença de que seria mais adequado recomendar, 
dadas as circunstâncias do caso e não apenas pedir, ao chefe do Poder Executivo que 
mudasse a pena. 
O segundo a votar é o juiz Foster e ele apresenta, para absolver os Réus, dois fundamentos 
Independentes. O primeiro argumento é que, presos dentro da caverna, eles não estavam 
submetidos às leis de Newgarth, estavam no estado de natureza sujeitos ao direito natural e 
assim o contrato que eles teriam feito lá dentro caverna seria válido a luz direito natural e 
eles não poderiam ser acusados, por isso, de homicídio. O segundo argumento considera 
de fato a legislação do estado fictício de Newgarth e ele argumenta que mesmo a luz da lei 
que pune o homicídio a finalidade da norma teria sido alcançada, nesse caso, porque o 
objetivo da norma é preservar a vida. Os quatro teriam matado o Whetmore para preservar 
a própria vida, semelhante com o que acontece com a legítima defesa. À luz do nosso 
direito brasileiro, Foster usa a interpretação teleológica objetiva porque busca a finalidade 
da norma e a situação estaria enquadrado numa excludente de ilicitude expressamente 
previsto no código penal, não exatamente como uma legítima defesa mas como estado de 
necessidade. 
O terceiro a votar é o juiz Tatting, ele afirma que racionalmente ele entende que a lei precisa 
ser aplicada mas as emoções dele, diante do caso, das peculiaridades do caso, deixa ele 
muito confuso e quando ele pensa no ato que eles praticaram, o canibalismo, é aí que as 
emoções dele se reviram. Ele adota uma solução inédita e ele se abstém de votar. No Brasil 
isso é impossível, nenhum juiz pode se abster de votar isso é chamada de “non liquet”, na 
lei de introdução às normas do direito brasileiro o artigo 4 que fala: “se não houver lei o juiz 
aplicará a analogia os costumes dos princípios gerais de direito.” 
O quarto a votar é o juiz Keen, ele refuta todos os argumentos do juiz Foster e ainda 
repreende o presidente da corte, entendendo que era necessário recomendar ao chefe do 
Poder Executivo a mudança da pena, ficando com o voto pela manutenção da condenação. 
O quinto e último a votar é o juiz Handy, ele apela ao senso comum para absolver os réus, 
disse que pesquisas apontam que 90% da população entre entende que os réus deveriam 
ser absorvidos e diz dez homens já haviam morrido nos trabalhos de resgate por causa do 
deslizamento além do próprio Whetmore, esses quatro vão ser condenados à forca?! Ele 
chega a afirmar que a sobrinha da esposa dele é amiga íntima da secretária do chefe do 
Poder Executivo e por ser um homem já velho e muito rígido quanto aos seus princípios, 
depois de um “telefone sem fio”, chegou ao juiz que o chefe do Poder Executivo não iria 
comutar a pena dos réus o que derruba o voto do presidente da corte. Com isso o 
julgamento se encerra. Foi-se oferece ao juiz Tatting a possibilidade de voltar atrás e não 
mais se abster mas, diante dos fatos anteriores, ele ficou ainda mais perplexo e mantém a 
sua abstenção. 
Pelas regras de julgamento do tribunal mantem-se a condenação, os réus são condenados 
à morte na forca do dia 2 de abril de 4300 e no final das contas não se tem nenhuma notícia 
de fato se o chefe do Poder Executivo comutou a pena deles ou não.

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