Buscar

MediSys Corp a equipe de desenvolvimento do produto IntensCare - Bruna Pires dos Santos Cardoso

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Resenha Crítica de Caso 
Bruna Pires dos Santos Cardoso
Trabalho da disciplina Gestão de Projetos – Visão PMI
 Tutor: Prof. Carlos Fernando da Rocha Santos 
Rio de Janeiro
2019
2
MEDISYS CORP.: A EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO INTENSCARE
Referência: 
DONNELLON, Anne; MARGOLIS, Joshua D. MediSys Corp.: a equipe de desenvolvimento do produto IntensCare. Harvard Business School, outubro,2009.
Disponível em: Material de Apoio da Disciplina – Biblioteca da Estácio.
O caso em questão mostra a problemática a qual a equipe multidisciplinar criada pelo Art Beaumont enfrenta no desenvolvimento e lançamento do IntensCare, um novo sistema de monitoramento remoto da empresa MediSys, utilizado em unidades de tratamento intensivo de hospitais. 
MediSys Corp desenvolvia, fabricava e vendia sistemas de monitoramento médico para o segmento hospitalar. A empresa, mesmo que pequena em relação as que existiam no mercado, era muito lucrativa devido aos seus dois primeiros produtos desenvolvidos, que foram os sistemas de monitoramento pulmonar e renal muito bem-sucedidos. Apesar de ter uma cultura empreendedora, incentivando o pensamento inovador, a alta liderança da empresa sentia os primeiros sinais de desaceleração, e o anúncio da concorrência de produtos para dividir mercado com o IntensCare fez com que fosse necessário um plano de ação rápido e certeiro. Art Beaumont foi então contratado como presidente da empresa, e sua primeira decisão foi de remodelar o desenvolvimento de produtos de uma abordagem sequencial para uma equipe multidisciplinar, com o intuito de aperfeiçoar o foco estratégico, reestimulando o crescimento acelerado, mas preservando ainda a cultura de inovação que acompanhou a MediSys desde o início. A equipe multifuncional e o desenvolvimento paralelo, faria em “teoria” com que o time analisasse o cenário completo, em uma gestão mais de confiança e abertura. 
A ideia do IntensCare foi desenvolvida Aaron Gerson e por mais dois colegas da empresa, e em pouco tempo o grupo já estava organizado para informalmente iniciar o desenvolvimento. O mesmo grupo iniciou pesquisas preliminares de mercado, e levou a ideia para os líderes seniores da MediSys, para que um financiamento fosse negociado e dar continuidade ao produto. Foi disponibilizado capital para o grupo utilizar no desenvolvimento do software e na engenharia do novo produto. Não foi um progresso rápido, pois as pessoas envolvidas frequentemente se afastavam do projeto para trabalhar em outras prioridades de suas áreas funcionais. 
Um ano após o financiamento ter sido aprovado, o novo presidente formalizou uma equipe central e a responsabilizou por acelerar o desenvolvimento do IntensCare. A equipe multidisciplinar criada para orquestrar o trabalho era formada pelos dois desenvolvedores iniciais do projeto, Aaron Gerson e Bret O’Brien. Jack Fogel, gerente de produção sênior que foi nomeado líder de projeto pela sua vasta experiência com produção na empresa; Dipesh Mukerjee, design de desenvolvimento de software; Karen Baio, para assuntos regulatórios e Valerie Merz, encarregada de supervisionar o lançamento e gerenciar o P&L do novo produto. Beaumont tratava o projeto do IntensCare com senso de urgência e alocou mais verba para que houvesse mais tempo e menos erros. O desenvolvimento de um novo produto sempre traz desafios, porém o timing de lançamento para IntensCare trazia ainda mais desafios.
Apesar dos esforços depositados, a equipe passou por diversos problemas com prazo, e alguns impasses durante o desenvolvimento. A terceirização do design e desenvolvimento de software para uma empresa na Índia, e problemas com a engenharia trouxeram dúvidas em relação a competência da equipe, mais precisamente em sua capacidade de entregar o produto no prazo necessário. Havia ainda a falta de reconhecimento do líder da equipe, que com sua liderança disfuncional, acarretava falta de comunicação entre a equipe de uma forma geral. Havia também a dificuldade em relação ao design modular do produto, pois o marketing acreditava fortemente que era exigência de mercado, e a engenharia não tinha recurso de desenvolver esses módulos dentro do prazo. 
A presidência tinha ciência das dificuldades que a equipe enfrentava, mas acreditava que estavam trabalhando duro para resolver os problemas, e tinha total confiança nos na capacidade dos membros (individualmente) que escolheu para compor aquele grupo. 
Com base nos dados apresentados pelo caso, um dos pontos de atrito apresentado é que os membros do time ainda tinham que desenvolver atividades nas suas áreas funcionais, o que leva a falta de foco. Outro problema é que cada um dos membros se preocupa com suas próprias cadeiras, isto faz com que apesar de eles fazerem parte de um time multidisciplinar, continuem trabalhando individualmente. Está evidente que não se tem confiança no potencial um dos outros, e nem do time como um todo, o que eleva o grau de ansiedade, e não contribui em com a moral da equipe. A liderança não está clara: existe um líder posto com atitude passiva colocando o resultado do projeto em risco, e um líder com um perfil agressivo com foco nos resultados, porém sem um cargo formal que lhe permitisse cobrar os membros da equipe. O líder não conhece o perfil de cada um dos membros para saber como motivar a equipe, e as metas eram muito ambiciosas, e o que é considerado inatingível gera desmotivação. 
Ao final deste estudo fica evidente que uma equipe multidisciplinar, precisa de um líder que direcione o projeto e seja atuante. As metas devem e SMART e claras a todos os membros. Nas reuniões de alinhamento as evoluções devem ser comemoradas, e as adversidades devem ser expostas para que a busca por solução seja em conjunto. O sucesso do projeto depende do resultado positivo do grupo como um todo, o resultado negativo de um único departamento pode fadar o projeto ao fracasso.

Continue navegando