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SEMIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO Hormônios: substancias fisiologicamente ativas secretadas no sangue pelas glândulas endócrinas. Hipófise Tireoide Paratireoides Suprarrenais ou adrenais Ilhoas pancreáticas Ovários e testículos Hipotálamo (produção, rins, aparelho digestivo, tecido adiposo Distúrbios do crescimento e da fertilidade. Mecanismo de regulação Eixo hipotálamo-hipófise Mecanismo de feedback: existem alguns mecanismos de feedback Distúrbios das glândulas endócrinas Hipofunção glandular Hiperfunção glandular Primário: acomete a glândula Central: Secundário: acomete a hipófise Terciário: acomete o hipotálamo Tireoide e paratireoide Funções: Metabolismo basal Metabolismo proteico, lipídico e glicídico Sistema nervoso central Sistema motor Sistema autônomo Sistema circulatório Sistema digestivo Pele Esqueleto Função renal Anamnese Sexo Idade Historia pessoal e familiar de doença autoimune: Hashimoto e graves Naturalidade e a procedência: regiões de dieta com baixa ingesta de iodo (bócio endêmico) Profissão: trabalhadores que manipulam materiais iodados (hipertireoidismo factício) Gestação recente Sintomas Dor Disfonia – acometimento do nervoso laríngeo recorrente. Disfagia – sintomas compressivos – abraça a traqueia e consequentemente o esôfago. Dispneia Exame físico da tireoide Inspeção: descrever cicatrizes, abaulamentos, hiperemia, estase jugular, massas pulsáteis, bócio Palpação: palpar os linfonodos de todas as cadeias cervicais e descrever suas características Palpação da tireoide: avaliar localização – tópica ou ectópica, tamanho, consistência – elástica ou endurecida, sensibilidade dolorosa, superfície – lisa ou presença de nódulos, mobilidade, frêmito Ausculta: tireoide (em casos de hipertireoidismo) e artérias (carótidas e subclávias) Percussão: em casos de bócio mergulhante *Técnicas de palpação: abordagem anterior e posterior. Sinal de Pemberton – indicativo de bócio. Esta manobra faz com que o paciente fique dispneico, com distensão das veias do pescoço, pletora facial ou com estridor. O sinal é positivo quando se verifica congestão da face, o que pressupõe dificuldade de circulação de retorno do sangue das veias da cabeça e do pescoço. Ele é indicativo de aumento de pressão na porção superior do tórax causado, por exemplo, pelo tumor de mediastino e bócio multinodular, devido a compressão dos vasos adjacentes. O bócio mergulhante (BM) é uma afecção relativamente rara da glândula tireóide cuja primeira descrição data de 1749. Consiste em aumento do \total ou parcialmente. Deve-se solicitar uma tomografia computadorizada se suspeita de bócio mergulhante. Hipertireoidismo x tireotoxicose Hipertireoidismo – aumento da tireoide Tireotoxicose – aumento dos níveis circulantes dos hormônios tireoidianos Exame físico – Hipertireoidismo Determinação do peso, frequência cardíaca, pressão arterial Bócio difuso Oftalmopatia* Dermopatia (mixedema pré-tibial) * Retração palpebral, sinal de lid-lag Pele quente e úmida – pode apresentar mãos frias e úmidas. Tremor fino de extremidades, hiper-reflexia, fraqueza muscular proximal Hipertensão sistólica ** doença de graves. Suficientes para confirmar a doença de graves. “ Qualquer paciente com bócio difuso e hipertireoidismo tem Doença de Graves até que se prove o contrário. “ Oftalmopatia – na DG quando tem proptose e quemose (edema da conjuntiva). Edema das estruturas intracavitárias. Sinal de Lid Lag - O desfasamento da tampa é a situação estática na qual a pálpebra superior é mais alta que o normal com o globo do lado negativo. É mais frequentemente um sinal de doença ocular da tireoide, mas também pode ocorrer com alterações cicatriciais da ptose palpebral ou congênita. Mixedema pré tibial Exames complementares TSH, t4 livre e t3 livre ou total Normais = eutireoidismo T4 livre, t3 livre ou total elevados + TSH elevado = hipertireoidismo central TSH reduzido = hipertireoidismo primário T4 livre, t3 livre ou total normais + TSH reduzido = hipertireoidismo subclínico. Formas atípicas de apresentação da Doença de Graves Acentuada atrofia muscular Hipertireoidismo apático em idosos: predomínio da sintomatologia cardíaca Fibrilação atrial ou insuficiência cardíaca sem causa aparente e/ou refratárias ao tratamento usual Casos de amenorreia ou infertilidade Crise tireotoxica ou tempestade tireoidiana Exacerbação do hipertireoidismo Mortalidade de 10% 1 a 2% dos casos de tireotoxicose Fatores precipitantes: infecção é o mais comum Quadro clínico: sinais e sintomas da exacerbação da tireotoxicose Febre (típica e pode exceder 41°C), marcante taquicardia, insuficiência cardíaca, tremores, náuseas e vômitos, diarreia, desidratação, inquietação, agitação extrema, delírio ou coma. HIPOTIREOIDISMO Primário – causado por disfunção intrínseca da glândula tireoide, resultando em deficiência na síntese e na secreção dos hormônios tireoidianos. Secundário ou Central– causa hipofisária por deficiência de TSH Terciário – causa hipotalâmica por deficiência de hormônio liberador da tireotrofina (TRH). Sinais e sintomas Faces Mixedematosa Macroglossia Edema de face Hipertensão diastólica Diagnóstico Solicitar TSH e T4 livre. Hipoparatireoidismo Sinal de Chvostek: contração da musculatura da face e do lábio superior quando realizada percussão do nervo facial na região pré-auricular. Sinal de Trousseau: flexão do punho, extensão das articulações interfalangeanas e adução do polegar, configurando a chamada “mão de parteiro”, quando realizada a insuflação do manguito do aparelho de pressão durante 3 minutos, 20mm acima da pressão sistólica do paciente. Hiperparatireoidismo Primário: adenoma de paratireoide, hiperplasia de paratireoide, carcinoma de paratireoide Secundário: IRC (mais comum) Terciário PATOLOGIAS TIREOIDEANAS BÓCIOS: Aumento de volume da tireoide. Difusos, nodulares e difuso-nodular. Qualquer desses tipos podem ser tóxicos ou atóxicos. Bócio difuso atóxico: Caracteriza-se por um aumento global da tireoide, sem sintomatologia de disfunção. Ao exame físico encontra-se um tireoide indolor, sem limites precisos e com superfície lisa. Deficiência de iodo, gravidez, puberdade, ingestão de substancias bociogênicas (repolho, couve, soja, lítio), hereditário. Na tireoide de Hashimoto, quando ainda não se foi capaz de determinar hipotireoidismo, as características clínicas são as de bócio difuso atóxico. Bócio difuso tóxico: Doença de Basedow-Graves Aumento global da tireoide acompanhado de sintomatologia de hipertireoidismo. Ao exame físico, apresenta consistência firme, elástica, superfície lisa. Possui frêmito e sopro sistólico sobre a glândula, o que evidencia hipervascularização e a hipercinesia cardiovascular. Bócio uninodular atóxico: Caracteriza-se pela presença de nódulo único, sem sinais e sintomas de disfunção. Caracterizar o tamanho do nódulo comparando-se ao cotidiano ou estimando o volume em centímetros. Pode ser firme, duro ou pétreo, ou de consistência cística, móvel á deglutição ou estar aderido aos planos superficiais e profundos. Principais causas são o bócio coloide e carcinomas. USG. Apenas quando existe suspeita de hiperfunção de um nódulo, com base na dosagem de TSH diminuída, solicita uma cintilografia. Bócio uninodular tóxico: Conhecido como doença de plummer, também é um nódulo único acompanhado de sintomas de hipertireoidismo. O restante da glândula se torna impalpável. Em pacientes com essa doença, está indicada uma cintilografia da tireoide, que revelará a presença de um nódulo hipercaptante e sem captação do restante da glândula. Nódulos únicos hiperfuncionantes são resultados de uma mutação no receptor do TSH. Níveis de T3 e T4 aumentados. Não há frêmitos nem sopros. Bócio multinodular atóxico: Bócios de longa evolução com consistência variável– firme, elástica ou endurecida. Os limites dos nódulos podem ser imprecisos e não raramente mergulham atrás da fúrcula esternal, em direção ao mediastino (bócio mergulhante). Bócio multinodular tóxico: Sinais e Sintomas de hipertireoidismo. Fisiopatologia é a mesma do bócio difuso tóxico. Mutações no receptor do TSH também levam à produção autônoma de hormônios tireoidianos. TIREOIDITES Inflamação da tireoide havendo quadros agudos, tireoide de Hashimoto, granulomatosa subaguda e de Riedel. TIREOIDITE AGUDA: Processo inflamatório decorrente de invasão bacteriana ou fúngica da glândula. Dor, calor e rubor local TIREOIDITE DE HASHIMOTO: É um distúrbio inflamatório crônico de etiologia autoimune, consequência da agressão ao tecido tireoidiano por anticorpos. Também chamada de tireoidite linfocítica crônica. Na fase inicial pode se confundir com hipertireoidismo, mas a principal consequência funcional é o hipotireoidismo. Em geral, o bócio é difuso, com superfície irregular, firme ou firme-elástica e indolor. TIREOIDITE GRANULOMATOSA SUBAGUDA: Tireoidite viral ou de Quervain É causada por vírus. Dor local intensa, irradiada para os arcos da mandíbula, acompanhada de febre, mal-estar geral, astenia. Sintomatologia de hipertireoidismo Frequentemente a dor é confundida com faringite ou amigdalite. Nesse tipo de tireoide encontra-se bócio com baixa captação de iodo. TIREOIDITE DE RIEDEL: Muito rara. Tireoidite fibrosa – proliferação de tecido fibroso. Pode ser confundida com o câncer. CÂNCER: As neoplasias malignas estão presentes em 5 a 10% dos nódulos tireoidianos. Evolução lenta. Na anamnese devem chamar atenção a irradiação prévia sobre o pescoço, nódulo de crescimento rápido, rouquidão. Ao exame físico evindencia, nódulo duro, aderido ou não, podendo haver comprometimento da cadeia ganglionar cervical. Vascularização aumentada, margens irregulares, hipercoicos HIPERTIREOIDISMO Também chamado de tireotoxicose, é uma síndrome clínica, fisiológica e bioquímica que surge quando os tecidos ficam expostos a quantidade excessiva de T3 e T4. Pode ser transitório ou permante. Entre os pacientes com hipertireoidismo 65 a 80% apresentam sintomatologia clinica semelhante a doença de Graves. O hipertireoidismo é apenas um aspecto da doença de graves. Aumento difuso da tireoide, oftalmopatia, mixedema pré-tibial e acropatia. A fisopatologia dessa síndrome é imunológico, do tipo humoral. Os linfócitos B produzem imunoglobulinas estimuladoras da tireoide causando uma hiperfunção e hiperplasia, como consequência maior produção hormonal, fora do controle do TSH. No hipertireoidismo causado por bócio nodular (único ou múltiplo) não decorre de alterações autoimunes e não surgem oftalmopatias. No hipertireoidismo que surge na tireoidite subaguda e nada de Hashimoto, o processo inflamatório lesiona os folículos tireoideanos, causando liberação dos hormônios. O hipertireoidismo da síndrome de Jod-Basedow é causado pelo iodo contido em medicamentos ou pela exposição ao iodo frio em pacientes que já apresentam a doença nodular de tireoide. Por meio desse mecanismo, amiodarona, contrastes iodados, podem ocasionar hipertireoidismo em pacientes com bócio prévio. Os achados laboratoriais consistem em altos níveis de T3 e T4 livres e baixo de TSH. Pacientes com hipertireoidismo subclínico apresentam concentrações séricas normais de T3 e T4 e níveis baixos de TSH e apresentam episódios de fibrilação atiral. A crise tireotóxica consiste no aparecimento de um quadro clinico grave de hiperfunção tireoidiana com febre, taquicardia, náuseas, vômitos, dor abdominal, ansiedade intensa, podendo ser fatal. HIPOTIREOIDISMO É uma síndrome clínica e bioquímica causada pela secreção diminuída de T3 e T4, em consequência de afecção da tireoide, da hipófise e/ou do hipotálamo. No hipotireoidismo primário os níveis de TSH estão elevados.