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PROVA TESTEMUNHAL

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PROVA TESTEMUNHAL
Declarações feitas em juízo por terceiros imparciais que presenciaram os fatos;
Testemunhar é ter contato com um determinado fato;
Depor é declarar perante o juiz o que foi presenciado;
Tipos de testemunhas
Presencial/Direta: aquela que presenciaram o fato;
Indireta/Referencial/Indiciária: que não presenciou o fato, mas tomou conhecimento dele por informações de alguém que presenciou;
Referida: aquela que tem conhecimento do fato por meio do depoimento de outra testemunha;
Arrolada: indicada/listada em rol de testemunhas;
Segundo o art. 442, a prova testemunhal é em regra admissível, desde que não exista previsão legal dispondo de modo diverso;
Há limitações ao cabimento da prova testemunhal – art. 443:
Quando os fatos forem provados por documentos ou confissão da parte, a prova testemunhal será indeferida;
Quando os fatos só puderem ser provados por documentos ( aqueles que exigem instrumento público – casamento, óbito);
Quando os fatos demandarem prova pericial, porque nesse caso é exigido um conhecimento técnico específico que não pode ser suprimido por testemunha;
Admissibilidade:
Como subsidiária ou complementar da prova por escrito em um negócio jurídico;
Art. 444 – nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível quando houver começo de prova por escrito da parte contra a qual se pretende produzir a prova;
Admitida quando o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação;
Art. 446 – é lícito à parte provar com testemunhas:
I – na divergência entre a vontade real e a vontade declarada nos contratos simulados;
II – os vícios de consentimento nos contratos em geral;
Em regra, qualquer terceiro pode testemunhar;
O art. 447 prevê hipóteses de incapacidade, impedimento e suspeição que vedam determinados sujeitos em determinadas circunstancias de prestarem depoimento como testemunhas;
São incapazes:
O interdito por enfermidade ou deficiência intelectual;
O acometido de enfermidade ou debilidade mental que impossibilite de ter o discernimento necessário e/ou a devida percepção dos fatos;
O menor de 16 anos;
O cego e surdo, quando a ciência dos fatos depender os sentidos que lhes faltam;
São impedidos:
O cônjuge, ascendente e descendente em qualquer grau, ou colateral até o terceiro grau de qualquer das partes, por consaguinidade ou afinidade;
OBS: o impedimento cessa quando exigir o interesse público ou nas ações do estado da pessoa, quando a prova for decisiva e não puder ser produzida de outra forma;
As partes na causa e o sujeito que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes;
São suspeitos:
O inimigo ou amigo íntimo da parte, e não do juiz ou do advogado;
O que tiver interesse no litígio, entendendo-se que o interesse deve ser jurídico;
Sendo estritamente necessário, o juiz pode admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas; 
- os depoimentos serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz atribuirá o valor que merecerem;
De acordo com o art. 452, sendo o juiz da causa arrolado como testemunha, poderá se declarar impedido de continuar a conduzir o processo sempre que tiver conhecimento de fatos que possam influenciar na decisão e se nada souber, mandará excluir o seu nome;
Deveres das testemunhas:
Comparecer em juízo para prestar depoimento;
Depor, respondendo às perguntas que lhe sejam dirigidas;
Tem o dever de dizer a verdade – a testemunha será advertida pelo juiz antes do início da audiência de que mentir constitui crime de falso testemunho;
De acordo com o art. 448, a testemunha não é obrigada a depor sobre fatos que:
Acarretem grave dano à própria testemunha, seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em terceiro grau;
- Nesse caso, haverá a possibilidade de recusa da testemunha, mas sendo de sua vontade não existe nenhum impedimento em prestar o depoimento;
A respeito de fatos a cujo respeito, por estado ( por exemplo, líder religioso) ou profissão ( por exemplo, advogado e médico), deva guardar sigilo;
- Nesse caso, há dever de não revelar os fatos e quem descumprir esse dever sem justa causa será responsabilizado criminalmente, além de eventuais consequências cíveis e sanções administrativas;
 Art. 449, as testemunhas deverão ser ouvidas na sede do juízo, há exceções:
Quando a parte ou a testemunha, por enfermidade ou por outro motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer, não de prestar depoimento, o juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la;
Art. 450 (requisitos formais exigidos): O rol de testemunhas deverá conter, sempre que possível, o nome, a profissão, o estado civil, a idade, o CPF, o número da identidade, endereço completo da residência e do local de trabalho;
O juiz fixará prazo comum não superior a 15 dias para que as partes apresentem o rol de testemunhas; 
A necessidade de arrolamento prévio do rol de testemunhas tem como principal função preservar o contraditório, permitindo que a parte contrária tenha conhecimento prévio de quais testemunhas serão ouvidas na audiência;
De acordo com o art. 451, a parte só poderá substituir uma testemunha quando ela:
Falecer;
Não estiver em condições de depor em razão de enfermidade;
Tendo mudado de residência ou de local de trabalho e por esse motivo, não foi localizada pelo oficial de justiça ou correio;
Art. 453: em regra, as testemunhas depõem na audiência de instrução e julgamento perante o juiz, exceto as que prestam depoimento antecipadamente e as que são inquiridas por carta; 
- As autoridades previstas no art. 454, podem ser ouvidas fora da audiência de instrução e julgamento, bem como a testemunha que, por enfermidade ou por outro motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer;
Art. 455 – cabe ao advogado da parte que arrola a testemunha realizar sua intimação, realizada por meio de carta com aviso de recebimento, cabendo ao advogado juntar cópia da correspondência de intimação e do comprovante de recebimento com antecedência mínima de 3 dias da data da audiência;
A eventual inércia em realizar a intimação será considerada como desistência da oitiva da testemunha arrolada;
A intimação por via judicial pode ocorrer nas hipóteses previstas pelo art. 455, §4º:
For frustrada a intimação por carta;
Sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz;
Figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar;
Testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública;
A testemunha for uma daquelas autoridades previstas no art. 454;
Art. 456: as testemunhas arroladas pelo autor são ouvidas antes das arroladas pelo réu;
- O parágrafo único do artigo prevê que essa ordem só poderá ser alterada em caso de concordância entre as partes;
O art.457 determina que a testemunha seja qualificada, declarando ou confirmando seus dados e informando se tem relações de parentesco com a parte, ou ainda, se tem interesse no objeto do processo;
- Nesse momento, a parte contrária poderá contraditar a testemunha, ou seja, insurgir-se contra a tomada de seu depoimento, apontando alguma causa de suspeição ou impedimento;
- Apresentada a contradita, o juiz dará a palavra à testemunha para se manifestar sobre a alegação da existência de suspeição ou impedimento e, na hipótese de negativa, possibilitará a produção de prova documental ou testemunhal para a parte que alegou o incidente;
- Não sendo demonstrada a procedência da contradita, o juiz tomará o depoimento da testemunha; caso contrário, poderá ouvi-la como informante, sem o compromisso de dizer a verdade, ou dispensar seu depoimento;
De acordo com o art. 459, as perguntas serão feitas diretamente pelo advogado das partes, e não mais pelo juiz;
- Caberá ao juiz indeferir perguntas que possam sugerir a resposta e impedir que os advogados, dealgum modo, possam exercer influência nas respostas;
- A lei permite que o juiz formule perguntas à testemunha antes ou depois da inquirição feita pelos advogados;
Art. 461: havendo divergência nos depoimentos de duas ou mais testemunhas sobre um mesmo fato, o juiz de ofício poderá determinar a acareação (confrontar as testemunhas) dessas testemunhas;
- Os acareados serão reperguntados para que expliquem os pontos de divergência;

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