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FACULDADE BAIANA DE DIREITO DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL II TURMA: 6A PROFESSOR: ANDRÉ BONELLI DATA: 14/04 ( ATENÇÃO AO HORÁRIO LIMITE DA POSTAGEM 11:59 ) PERÍODO LETIVO 2022.1 NOME: Raquel Lemos de Melo Cardoso AS QUESTOES 1ª, 2ª, 3ª, E 4ª VALEM 2,0 (DOIS) PONTOS CADA. A 5ª VALE 1,0 (UM) Não ultrapasse o limite de linhas indicado para cada quesito! 1ª) O réu formulou quesitos iniciais para que o perito os respondesse por ocasião do fazimento da perícia. Uma vez apresentado o laudo do perito, o juiz intimou as partes a se manifestarem sobre o mesmo, oportunidade em que o réu, impugnando o trabalho pericial, solicitou esclarecimentos em forma de novos quesitos feitos ao perito, motivado na existência de divergências em relação ao parecer apresentado por seu assistente técnico. O juiz, então, concedeu prazo para que o perito respondesse por escrito a tais quesitos formulados pelo suplicado, em relação aos quais o perito posteriormente retornou a juízo apresentando seus esclarecimentos/respostas. Novamente o réu, considerando a insuficiência de dados apresentados com as supostas explicações do expert, veio, diante da obscuridade das suas respostas, a formular uma vez mais novas indagações para que o perito do juízo as respondesse na devida oportunidade, diante do que o magistrado indeferiu o requerimento do réu sob o fundamento de que não é dado à parte o direito de fazer essas reiteradas e procrastinatórias quesitações, sob pena de ser sancionado com a pena da litigância de má-fé. Justifique o erro ou acerto da atuação do juiz, em até QUINZE linhas. RESPOSTA- Atentando para o artigo 477 do Código de Processo Civil, as partes podem questionar o laudo pericial, não havendo fundamentação sobre um número máximo de possibilidades dessa conduta . O artigo prevê que o perito protelará laudo em juízo, enquanto o parágrafo primeiro e segundo afirmam que as partes serão intimadas para se manifestarem sobre o laudo, assim como o réu, tendo o perito o prazo de quinze dias para esclarecer as indagações. Já o terceiro parágrafo prevê que, se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte poderá requerer a intimação do perito novamente, para uma maior elucidação. Dessarte, o juiz agiu erroneamente ao negar o requerimento, privando o réu de um direito garantido pela legislação. O juiz também errou ao acusar indevidamente o réu de litigância de má-fé, tendo em vista que o réu estava exercendo seu direito processual de questionar os critérios do perito. 2,0 2ª) Em audiência de instrução/julgamento presencial, referente à ação que continha dois pedidos cumulados e autônomos ente si, o Autor levou duas testemunhas e o Réu nomeou apenas uma testemunha, a qual se comprometeu comparecer espontaneamente ao ato, mas que, sem qualquer justificativa, não se fez presente. As testemunhas conduzidas pelo autor confirmaram os fatos relativos ao primeiro pedido, sendo que ambas disseram desconhecer os fatos geradores do segundo pedido, mantendo-se silentes sobre estes em seguida. O advogado do réu reconheceu que a testemunha indicada por ele realmente não tinha justificativa para faltar, em face do que requereu a sua substituição. Pleiteou também que o juiz declarasse a ineficácia do depoimento das duas testemunhas indicadas pelo autor, porque seus depoimentos só confirmaram um dos fatos e, desse modo, não pode a parte que quiser invocar os depoimentos como prova, 2ceita-los no tópico que a beneficiar e rejeitar o depoimento no que não lhe for favorável. O juiz, considerando a ausência da testemunha arrolada pelo réu, consignou em ata a desistência do demandado em inquiri-la, autorizando, porém, sua substituição por uma nova testemunha e decidiu também que o desconhecimento dos fatos relativos ao segundo pedido e posterior silencio das testemunhas depoentes, implicava em confissão tácita em desfavor do autor. Comente os erro ou acerto dos argumentos e requerimentos do advogado do réu, bem como o erro e acerto da atuação do juiz, em até VINTE linhas. RESPOSTA- Tendo em vista o pedido de declaração de ineficácia do depoimento das duas testemunhas, não existe fundamentação para tal ato. É previsto no artigo 327 do CPC a licitude de cumulação em um único processo, não havendo requisitos que exijam a multiplicidade de depoimentos das testemunhas. Sobre a ausência da testemunha, se uma testemunha for ausente na audiência sem motivo justificado é necessário saber qual a importância daquela testemunha no caso. Se o advogado se compromete de levar a testemunha, independente de intimação, e não a leva, se entende que este desistiu da testemunha e da sua oitiva. Ademais, após a apresentação do rol de testemunhas, a substituição somente é permitida nas hipóteses previstas no artigo 451 do Código de Processo Civil, sendo elas o falecimento, a enfermidade e, havendo mudança de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça. Dessa forma, não existindo nenhuma das hipóteses mencionadas, o indeferimento da substituição é um erro do juiz. 2,0 3ª) Numa ação de produção antecipada de provas foi requerida perícia sobre uma determinada edificação que estava prestes a ser submersa pelas águas de uma hidroelétrica, o que demandava urgência no fazimento da prova pericial para, após a vistoria e avaliação do imóvel, ser o mesmo caracterizado e fixado o valor da indenização a ser paga. Indicado perito e assistentes técnicos, a perícia teve início e o perito do juízo concluiu que a empresa de energia agiu com desídia e assim era a responsável pelos danos causados à edificação, a qual foi devidamente caracterizada, estimando-se, assim, um determinado valor indenizatório. A empresa ré impugnou o laudo, tendo seu assistente técnico argumentado que não houve culpa/desídia pelos danos porque, em verdade, o autor da ação era um invasor, ocupante clandestino e sem direito à reparação. O juiz, ao finalizar a ação, entendeu que a ré atuou culposamente e que o autor era legítimo possuidor, passível, portanto, de ser indenizado, afirmando, porém, que não poderia condenar a suplicada ao pagamento, cuja condenação deveria ser requerida e imposta em ação ordinária de indenização. Justifique os erros ou acertos da conclusão do perito judicial, dos argumentos constantes da impugnação da ré e da atuação do juiz, em até VINTE linhas. RESPOSTA- O juiz não poderá valorar a prova, tendo em vista que, a valoração da prova será feita na decisão que examinar o direito que se funda nos fatos cuja prova se pretendeu produzir na ação probatória autônoma. Isto é, a prova somente será valorada pelo juiz em duas ocasiões, se a parte promover outra ação, em que afirma outro direito, cujo suporte fático será provado com a prova produzida antecipadamente, ou se o juiz julgar a demanda, já em curso, que se funda em direito cujo suporte fático foi provado com a prova produzida antecipadamente. Ademais, sobre o réu, este não poderá se defender sobre a prova, tendo em vista que a prova está sendo produzida, dessa forma, o réu é apenas citado com intuito de acompanhar a produção desta prova. Entretanto, o réu poderá impugnar no que se refere as questões de relações técnicas sobre a legitimidade, não referentes a defesa, o que ocorre no caso em questão. 1,5 - O laudo pericial foi equivocado ao concluir que a empresa de energia agiu com negligencia e assim era a responsável pelos danos causados à edificação, porque esta consideração do perito foge ao seu campo de ação, voltado, no caso, tão somente para caracterizar o imóvel, não lhe sendo dado ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia (§ 2º do art. 473/CPC); 4ª) Aníbal de Oliveira, réu na ação movida por Teotônio Vilela, ao apresentar sua contestação requereu o depoimentopessoal do autor Teotônio e, na mesma peça, denunciou da lide Elisabete Taylor, requerendo que a mesma também prestasse depoimento pessoal em audiência, sob pena de confissão. Deferida a denunciação, no curso da fase instrutória o juiz veio a designar audiência de instrução e determinou que tanto o autor como a denunciada fossem intimadas para prestar depoimentos pessoais, sob pena de confissão. O advogado da denunciada Elisabete peticionou nos autos impugnando a decisão, que determinou o depoimento pessoal dela, argumentando que este depoimento ocorre quando a parte requer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, porém não é cabível que seja determinado ao denunciado da lide – simples terceiro interveniente – que preste depoimento pessoal, muito menos sob pena de confissão. Comente o erro ou acerto dos argumentos apresentados na petição do advogado da ré, em até QUINZE linhas. RESPOSTA- O depoimento pessoal é um meio de prova com vistas a produzir outro meio de provas, sendo aquele que a parte adversária requer do outro com quem ele litiga para que ele deponha em audiência, porque a parte requerente vai tentar obter dele a confissão ficta ou real. Outrossim, o denunciado da lide assume posição de assistente litisconsorcial, desta forma assume todos os benefícios e riscos que seriam de uma parte normal. Dessarte, este deve ser considerado como parte, se sujeitando ao meio de prova em exame e o depoimento pessoal sob pena de confissão. Assim, é lícito o requerimento de depoimento pessoal da denunciada da lide por parte do réu. 2,0 5ª) Antonio Vilar trabalha numa empresa de serviços de jardinagem e recebeu uma intimação judicial para prestar informações sobre o quanto lhe fora solicitado, pelo juiz, em ofício a ele dirigido, sob pena de vir a adotar, em caso de descumprimento, além da imposição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias. Tais informações poderiam vir a esclarecer alguns aspectos dos fatos deduzidos numa ação judicial na qual Antonio, mesmo sendo um terceiro juridicamente desinteressado e não tendo qualquer relação com as partes, poderia contribuir. Antônio, consultou um advogado e lhe disse que embora conhecesse alguns dados sobre o objeto litigioso, pela vontade dele não tinha interesse em prestar tais informações, diante do que foi orientado pelo profissional no sentido de responder ao juízo que, não sendo parte e não tendo qualquer relação com elas, não teria interesse em prestar tais informes, sendo que medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub- rogatórias só podem ser aplicadas às partes ou a terceiros intervenientes, mas não a terceiros desinteressados juridicamente no deslinde da questão. O juiz atuou corretamente? A justificativa do advogado procede? Responda a ambas indagações em um total de até DEZ linhas. RESPOSTA- Segundo a doutrina, os terceiros desinteressados são aqueles que não têm qualquer tipo de interesse no processo e na própria prestação jurisdicional, seja jurídico em sentido estrito, seja interesse jurídico em sentido mais amplo, ou em qualquer outro interesse legítimo que justifique a sua intervenção. Dessa forma a justificativa do advogado é correta, pois o terceiro desinteressado não poderá ser considerado como parte propriamente dita do processo, tendo em vista que não sofre nenhum tipo de efeito com a formação da coisa julgada, se afastando assim das obrigações previstas no artigo 380 do CPC. 0,0 - O Antonio Vilar foi intimado para responder a um ofício do juiz, na condição de terceiro. Nesse contexto, a orientação do advogado é incorreta, porque ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade (art. 378/CPC) e incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa, informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha conhecimento, sendo que, mesmo que seja um terceiro juridicamente desinteressado, pode ser-lhe aplicadas, além de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias (art. 380,I, § u. do CPC).
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