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Bibliografia: José Paulo Giovanetti, fenomenologia e prática clínica Data: 04/04/2019 O texto traz a importância de algumas correntes que predominarão do século XIX e XX, estas correntes foram o idealismo e o positivismo que se destacaram como as mais significativas, o idealismo que é uma corrente filosófica fundada por Fichte e Schelling, mas que teve seu maior expoente em Hegel. Na época de Husserl predomina o idealismo uma corrente fundamentada no pensamento de Kant, que se predominava a ideia das construções a priori e puramente mentais, destacando-se o aspecto racional humano. Para Hegel tudo que era racional era real e tudo que era real era racional, so tendo valor aquilo que a razão penetrasse, gerando assim uma desconfiança na experiência sensorial. Segundo a perspectiva filosófica o espirito é aquilo que chamamos de atividade espiritual, o elemento racional. O positivismo criado no século XIX por Augusto Comte, que deu ênfase ao método exato, onde a ciência aparecia como guia fundamental na compreensão da realidade e da vida humana, essa corrente filosófica aposta que somente a ciência apresenta a verdadeira fonte do conhecimento, bem como o método cientifico, vendo assim a realidade como único e verdadeiro. É nessas encruzilhadas dos dois pensamentos que vem surgir a fenomenologia, se distanciando das construções, buscando sobretudo o retorno a subjetividade, opondo-se assim ao idealismo e se distanciando do positivismo, através da distância das ciências da natureza, e se inclina em busca do ser essencial, que seria o conhecimento da essência, compreendendo assim aquilo que aparece e todos os fenômenos que aparecem a consciência. A fenomenologia se apresenta como atitude metódica, que vai em busca da compreensão do fenômeno, antes de toda compreensão sistemática e de qualquer interpretação, busca a essência do ser enquanto se manifesta. Husserl vem destacando uma novidade da fenomenologia, como uma disciplina psicológica, como uma filosofia, dizendo que o termo fenomenologia designa um novo método de descrição filosófica, incluindo uma disciplina psicológica de antemão, capaz de fornecer uma base solida para a psicologia empírica, se tornando assim uma fenomenologia transcendental, por ser uma filosofia universal. Buscando-se o significado do método fenomenológico e o que é o pensar fenomenológico, para Husserl o que interessava era o fenômeno, aquilo que aparece, aquilo que se mostra, não interessando a existência e as características do objeto em si, mas como o objeto se mostra a consciência, para Husserl o significado do sentido do objeto para nós é o que interessa para o fenomenólogo. Apossar-se dessa postura significa fazer uma série de operações, redescobrir um caminho para que nos desliguemos dos objetos em si e nos voltemos no sentido que surge da relação de na consciência com o objeto, todas as coisas que se mostra para nós, tratamos como fenômeno que conseguimos compreender o sentido. Pensar fenomenologicamente é criar uma postura de ver o mundo que nos abre para a possibilidade de capitarmos os sentidos e significados, é superar a visão objetiva das ciências que classifica todos os objetos segundo categorias predominadas. A fenomenologia vai contra as ciências naturais, porque nas ciências naturais tudo parte e se constrói sobre percepção sensível, interna e externa. Enquanto para a fenomenologia tudo parte e se constrói sob a intuição ou sobre a visão das essências. Husserl diz que capitar a ciência das coisas é captar o sentido, através desse sentido que captamos a essência. Todo esforço da fenomenologia será o de captar o sentido das coisas e não o fato em si, nesses termos para se construirmos este pensar fenomenológico, Husserl lança mão de um método com duas operações que ele denomina de reduções, a redução eidética e a redução transcendental. A fenomenologia é um método é um caminho para captar a essência das coisas, a compreensão do fenômeno, daquilo que se manifesta a consciência. A primeira redução citada por Husserl é denominada de redução eidética, que visa captar a essência das coisas dos fenômenos que nada mais é do que o sentido. Já a redução transcendental busca compreender quem é o sujeito que elabora o sentido, entretendo não é a compreensão do sujeito como individuo como sujeito concreto, contudo é estrutura universal do eu. Na psicoterapia fenomenológica não se deve buscar a compreensão só do funcionamento psíquico, que só pode ser entendido na sua especificidade se interligado ao corpóreo e ao espiritual. Dissemos que no momento que coloca a pessoa como centro da atividade terapêutica e não o funcionamento do psiquismo, estamos falando de uma clínica da pessoa. Logo procuramos entender a maneira de ser da pessoa e não o seu processo psíquico, isso quer disser que se trabalha sob o plano antropológico. As explicações psicológicas sobre as deformações neuróticas e psicóticas devem ocupar um segundo plano, o aspecto mais importante é o acolhimento do outro na sua própria esfera, é resposta existencial de uma pessoa a outra. A força do encontro pessoal é que será a consequência de uma pratica terapêutica que se centra na pessoa. A colocação da pessoa como centro da terapia, é que levou Gebsattel a dirigir a atenção para um espaço interior do ser humano, como um lugar fundamental de ser trabalhado na psicoterapia. Não é o desenvolvimento psíquico o foco central da abordagem fenomenológica, e sim a questão do sentido da existência humana as decisões pessoais, a vivencia da liberdade, como a vida também deve ser compreendia a partir de orientações segundo as normas e os ideais da existência humana. Estar atento a estas questões é cultivar uma pratica clínica baseada na categoria da pessoa. Na abordagem fenomenológica, não se busca tratar a doença em si, em contrapartida se procura tratar do homem doente, o foco não é mais o sintoma, mas sim a pessoa. Em fenomenologia se diz que passa do sintoma para o fenômeno, o essencial de uma doença reside para um homem no modo existencial de seu ser doente. É necessário levar em conta na compreensão dessa pessoa que busca sua intervenção profissional, o contexto cultural e social com toda as suas aspirações como ser humano, para a compreensão do seu mal-estar, e não apresentando um rotulo a categoria da doença ao sintoma apresentado pelo doente, é compreendendo toda sua dinâmica existencial. Uma postura fenomenológica do terapeuta nessa abordagem estaria na atenção que devo dirigir ao cliente, procurando acolhe-lo na sua originalidade sem nenhum julgamento sobre seu modo de ser, é uma atenção acolhedora. A escuta fenomenológica onde procuro de uma forma ativa estar atento aos significados que vão movendo a existência do paciente, as intervenções que suspendem de qualquer compreensão a priori categorial do paciente, e por outro lado ajudo esse ser humano a desvelar para se mesmo o sentido do seu mal esta, para que além disso possa se abrir a novas formas de estar no mundo.