TEORIA DA JURISDIÇÃO

Prévia do material em texto

-Tutelas Provisórias
Mesmo que seja tutela provisória, a decisão tem que ser fundamentada pelo juiz, mas pode ser modificada a qualquer momento e grau de jurisdição.
Tutela de urgência
Requisitos gerais: perigo iminente (“periculum in mora” - o seu direito pode ser perder na demora) e probabilidade de existência do direito (“fumus boni iuris” – o direito pode me amparar). Há dois tipos:
Tutela de urgência cautelar
Tutela de urgência antecipada/satisfativa
A tutela de urgência cautelar ou satisfativa pode ser deferida;
“inaudita altera parte” – deferir a medida antes da citação do réu
Liminarmente – pedido deferido após a citação do réu 
Após a audiência de justificação previa – audiência que ocorre para convencer o juiz sobre os fatos (chamar testemunhas, prova oral...) 
* os itens 1 e 2 não violam o principio do contraditório, somente estão postergando seu cumprimento, protegendo um bem maior
* não existe formalidade para o requerimento de tutela provisória de urgência em caráter incidental 
 
Tutela de urgência antecipada/satisfativa
Destina-se a permitir a imediata realização pratica do direito alegado pelo demandante. Antecipa a sentença, o julgamento do mérito, por exemplo, no caso de uma cirurgia, que não pode esperar a sentença, pois há risco de vida. (O que peço previamente se confunde com o que quero futuramente, inclusive entrarei com ação – mesmo processo)
Há um requisito especifico negativo: não será admitida, se for capaz de produzir efeitos irreversíveis, porem, segundo o enunciado 419 do fórum permanente de processualistas civis, o §3º do art. 200 não é absoluto, por exemplo, em caso de cirurgia. 
- caução: Garantia de o requerente poder requerer tutela provisória
- poder geral de cautela: juiz conforme a violação do direito nomeia a cautelar que deferirá, mediante:
Arresto
Sequestro
Arrolamento de bens
Registro de protesto contra alienação do bem
Qualquer outra medida idônea (poder geral)
 -Requisitos da PI: requerimento da tutela e indicação do pedido da tutela final, valor da causa (há pagamento de custas). Obs: há de se especificar que VAI propor uma ação depois, cumprindo antes os requisitos da tutela de urgência. 
 -Após: aditar (acrescentar) a PI. Após 15 dias da apreciação (acolhimento) da ação com tutela de urgência, o autor aditará a PI, junto com a argumentação, novos docs e pedido final (Se passou o prazo de 15 dias pro autor, ou não aditou, cabe recurso de Agravo de Instrumento, pois é uma decisão interlocutória.). Só há necessidade de complementação se o pedido da tutela final for alterado. O aditamento será juntado nos autos, sem novas custas processuais, caso não seja aditado, o processo será extinto sem resolução do mérito. 
 -Aditada: o réu é citado para audiência de mediação ou conciliação, caso não haja auto composição, cabe defesa no prazo de 15 dias, que pode ser: 
Contestação 
Reconvenção (dentro da contestação como pedido)
Incompetência (arguida dentro da contestação)
Exceção de impedimento ou de suspeição
Na resposta do réu quando não há acordo, no prazo de 15 dias, cabe Reclamação, que é instrumento que não tem natureza de recurso destinada a corrigir violação de direitos que decorreram de atos omissivos ou comissivos do poder judiciário. 
O recurso agravo é interposto pelo réu, para constar depois, para que não se estabilize a tutela. Para que, caso surjam fatos novos, a tutela não seja revogada, mas que haja um reexame sobre os fatos JÁ alegados. 
 -Sem elementos para a concessão da tutela: caso não hajam elementos requeridos suficientes, a PI será emendada em 5 dias, caso não seja emendada, será indeferida. 
 -Estabilização da tutela: se o réu não agrava, a tutela se estabiliza. A decisão não faz coisa julgada. Se a tutela provisória urgente satisfativa for concedida e o réu, regularmente citado, não vier a interpor recurso agravo, haverá a estabilização da tutela com a consequente extinção do processo, não gerando coisa julgada, ou seja, embora estável, não há imutabilidade. Se não há coisa julgada, não há de se falar em propositura de ação rescisória. A tutela conserva seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada. Se as partes querem imutabilidade, tem que propor ação própria. O prazo decadencial para que a estabilização não torne a tutela definitiva é de 2 anos. Depois de 2 anos, tem preclusão máxima do direito, na hipótese do autor desistir e a tutela estar estabilizada. 
Tutela de urgência cautelar
Pretende assegurar a efetividade do processo, protege resultados uteis, assegura. Não é satisfativa, porque não é capaz de viabilizar a imediata realização pratica do direito. (o que eu peço previamente não se confunde com o que quero futuramente)
Aquelas provisórias e urgentes cuja pretensão não se confunde com a tutela definitiva. Ex: eu, destinatário de um cheque pós-datado, vejo que a pessoa que emitiu o cheque esta dilapidando seus bens. Com receio de não receber o pagamento, peço uma “tutela cautelar antecedente de arresto”, que fará com que X moveis ou imóveis sejam congelados para garantir meu pagamento. 
Requisitos:
Lide e seu fundamento 
Exposição sumaria do direito que se objetiva assegurar (“fumus boni iuris”)
Perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (“periculum in mora”)
Se o juiz, ao receber a PI com pedido de tutela cautelar, entender pela natureza satisfativa, após ouvir o autor, determinará o processamento. 
>Contestação para a tutela cautelar: prazo de 5 dias, para o réu também trazer suas provas. Inicia-se o procedimento comum
>Se não houver contestação: fatos alegados pelo autor presumem-se aceitos pelo réu como ocorridos. Juiz decide em 5 dias.
Deferida a medida (com ou sem contestação) o autor terá 30 dias para formular a medida principal, isso porque na PI não sempre está o pedido principal, mas sim o pedido urgente. Deferida a medida, esta será efetivada e, a partir de então, correm os 30 dias, podendo ampliar e alterar o pedido. O Juiz designa audiência de conciliação ou mediação e as partes serão intimadas na pessoa dos advogados. Se houver acordo, homologa-se a sentença. Se não houver acordo, o réu é intimado a oferecer resposta no prazo de 15 dias. 
>Cessamento da cautela:
O autor não deduz o pedido principal no prazo legal
Se não for efetivada dentro de 30 dias (por culpa do autor)
O juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução do mérito.
*se for cessada a tutela, o autor não pode renovar o pedido, só se tiver novos fundamentos que poderá.
Tutela de Evidência
Só existe de forma incidental. Tem a pretensão de antecipar o resultado “pratico” final do processo pelo fato de se observar que o direito é evidente, de modo que o “periculum in mora” deixa de ser requisito para o seu deferimento. É uma técnica de aceleração do resultado útil do processo. 
Requisito: probabilidade máxima da existência do direito material 
Caráter incidental. É tão evidente o direito que ampara que eu antecipo, porque a ação já estará em andamento quando requeiro a tutela provisória de evidencia. Pode ser:
Antecedente: juízo competente (que julgara a ação consequente também) a apreciar tal tutela
Incidente : juízo competente que julga minha ação 
* a tutela é apreciada pelo órgão que julga o mérito recursal