Tutelas Provisórias - Processo Civil direitoporpamella

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@direitoporpamella 
Tutela Provisória 
Tutela provisória é o mecanismo 
processual pelo qual o magistrado 
antecipa a uma das partes um 
provimento judicial de mérito ou 
acautelatório antes da prolação da 
decisão final, seja em virtude da 
urgência ou da plausibilidade do direito. 
A tutela provisória é gênero e é dividida 
em duas espécies, como diz o artigo 
294 do CPC: 
 
Vejamos de forma mais didática as 
espécies e suas subdivisões 
apresentadas no parágrafo único: 
 
Espécies de Tutela Provisória
Procedimento Comum 
Para que possamos estudar as tutelas 
provisórias dentro do processo civil, é 
importante que façamos uma breve 
revisão sobre o procedimento comum e 
suas fases, pois dessa maneira 
entenderemos qual fase pode ser 
requerida as tutelas provisórias. 
O processo comum está divido em 
quatro fases, sendo elas: a fase 
postulatória, saneadora, instrutória e 
decisórias. 
Fase Postulatória: Trata-se de fase 
processual que dura da propositura da 
ação à resposta do réu, podendo 
ocasionalmente penetrar nas 
providências preliminares 
determinadas pelo juiz. Portanto, 
compreende a petição inicial, a citação 
do réu, a realização de audiência de 
conciliação e mediação, a eventual 
Art. 294. A tutela provisória pode 
fundamentar-se em urgência ou evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de 
urgência, cautelar ou antecipada, pode ser 
concedida em caráter antecedente ou 
incidental. 
 
PROCESSO CIVIL – PARTE ESPECIAL 
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resposta do requerido, e a impugnação 
à contestação, quando esta levante 
preliminares ou contenha defesa 
indireta de mérito. 
Fase Saneadora: Com o final da fase 
postulatória, muitos aspectos da 
relação processual já estão 
definitivamente delineados, sendo 
assim, atingindo o estágio saneador no 
processo, o juiz tem de tomar 
providências no sentido de regularizar o 
procedimento, completando o 
contraditório e mandando sanar 
eventuais irregularidades. Tais 
providências constituem a primeira 
etapa da fase de saneamento. Ou seja, 
o juiz fixará o ponto controvertido da 
demanda e fará a extração de vícios 
que antes não poderiam ser sabidos. 
Fase Instrutória: Trata-se de fase do 
procedimento comum que se destina à 
coleta das provas. 
Fase Decisória: é aquela onde a 
decisão do juiz, ou seja, a sentença 
será proferida. 
Veremos agora de uma forma geral e 
cronológica na linha do tempo abaixo: 
Linha do Tempo Procedimento Comum 
 
Tutela Provisória de 
Urgência 
A tutela provisória de urgência é um dos 
dispositivos judiciais que permite a 
antecipação e asseguração de um 
direito da parte, seja para que o direito 
pedido no processo seja adquirido 
antes do final do mesmo (tutela 
antecipada) ou para assegurar que o 
direito pedido no processo será atingido 
no fim do mesmo (cautelar). 
➢ A tutela de urgência é o mecanismo 
processual criado para possibilitar 
essa aceleração de partes do 
processo. 
 
EX: Rafaela, durante um exame de 
rotina em um clínico geral, descobre 
que precisa fazer uma cirurgia urgente 
para remoção do apêndice, sob o risco 
de ter uma infecção generalizada em 
Quando o direito de alguém se vê 
ameaçado de extinção por conta do 
passar do tempo, podendo ocasionar 
riscos e danos irreparáveis à parte, é 
possível utilizar da medida judicial 
conhecida como tutela provisória de 
urgência para antecipar e assegurar esse 
direito. 
 
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qualquer momento. Portanto, ela 
aciona o seu plano de saúde para 
realizar a cirurgia, mas o plano de 
saúde nega o procedimento sem a 
devida justificativa, mesmo sabendo 
que se trata de uma situação urgente. 
No caso ora mencionado, o advogado 
pode pedir uma tutela provisória de 
urgência devido a situação de Rafaela 
preencher todos os requisitos 
necessários. 
 
Pelo princípio da fungibilidade, caso 
o advogado entre com a medida errada, 
pode trocar entre as espécies de tutela 
provisória de urgência antecipada ou 
cautelar. 
O fundamento legal da tutela de 
urgência está presente no artigo 300 do 
CPC: 
 
Os principais princípios 
constitucionais que dão 
embasamento à tutela de urgência é: 
• Princípio da celeridade processual; 
• Princípio da segurança jurídica; 
• Princípio da isonomia. 
Como já vimos, a tutela de urgência é 
dividida em duas espécies: a 
antecipada e a cautelar: 
A tutela de urgência antecipada 
antecedente tem como 
objetivo antecipar uma decisão 
judicial já pedida dentro do processo, 
fazendo com que os seus efeitos 
objetivos ocorram antes que o processo 
seja finalizado. 
 
Tutela Antecipada Antecedente 
Sua forma está prevista em lei nos 
artigos 303 e 304 do CPC. 
A tutela provisória de urgência de 
natureza antecipada pode ser 
requerida antes do ajuizamento da 
petição inicial, no bojo da petição 
inicial ou no curso do processo. 
 
Basicamente, o autor fará uma petição 
simples pedindo a tutela antecipada 
antecedente tendo em vista a urgência 
da medida, o mesmo terá que informar 
nessa mesma petição se deseja aditar 
ou não a petição inicial. 
Não informou se deseja aditar: os 
pedidos serão limitados a tutela 
antecipada de emergência 
antecedente. EX: o autor precisava de 
uma cirurgia de emergência e não 
informou que deseja aditar a petição 
inicial, sendo assim, no momento em 
São requisitos necessários para pedir a 
tutela provisória: 
• Fumus Boni Iuris (probabilidade do 
direito); 
• Periculum in mora (perigo da demora). 
Art. 300. A tutela de urgência será 
concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil 
do processo. 
Se a parte quer receber através de tutela 
de urgência a mesma coisa que ela quer 
receber ao final do processo, dá-se o nome 
de tutela de urgência antecipada. 
Dependendo do grau de urgência, se 
permite que a tutela antecipada seja 
formulada em petição inicial incompleta 
(que será complementada a posteriori). 
https://www.projuris.com.br/julgamento-antecipado-da-lide/
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que a cirurgia foi feita, esgotou-se a 
pretensão do processo e o mesmo está 
resolvido. 
Informou que deseja aditar: o autor 
terá o prazo de 15 dias para aditar a sua 
petição inicial com todos os pedidos 
pretendidos. 
Veremos o que acontece no processo 
se o juiz acolher a tutela ou não: 
Concedeu a tutela Antecipada Antecedente
 
É importante ressaltar que o réu pode 
agravar a decisão ou não, caso ele não 
agrave acontecerá a estabilização da 
decisão por até 2 anos, mas se o réu 
agravar, o processo seguirá como 
procedimento comum, como se “nada 
tivesse acontecido”. 
 
Caso o autor não tenha interesse em 
aditar os pedidos no prazo de 15 dias e 
o réu também não agravou, a 
pretensão será apenas a tutela de 
urgência antecipada e a ação será 
extinta sem julgamento do mérito. 
Não Concedeu a tutela Antecipada Antecedente 
Em caso de indeferimento, o autor terá 
o prazo de 5 dias para aditar ou 
emendar a petição, caso não faça, o 
processo será extinto. 
Durante esse período de estabilização 
qualquer uma das partes poderá fazer 
novos pedidos e depois dos 2 anos sem 
qualquer movimentação, o processo 
extinguirá com julgamento do mérito 
fazendo trânsito julgado material. 
 
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Tutela Antecipada Incidente 
Pode ser que no momento do 
ajuizamento da ação a parte não 
disponha de elementos necessários à 
concessão da tutela, mas depois da 
contestação, exemplificativamente, 
esses elementos afloraram. 
 
Nesse caso, o pedido será formulado 
em simples petição, dirigida ao juiz do 
feito, que conterá as alegações e 
indicação das provas referentes aos 
requisitos da tutela antecipada. 
➢ Não haverá pagamento de custas, 
porque, se devidas, foram pagas 
quando da distribuição da ação. 
Será analisado o pedido conforme o 
grau de probabilidade, exigiráou não 
caução para a concessão da tutela 
pretendida. Pode ocorrer de não ser o 
caso de se deferir liminarmente a tutela 
assim requerida, então deve-se 
proceder à audição do réu. 
 
Para melhor fixação, veremos a tutela 
de urgência antecipada incidental na 
linha do tempo abaixo: 
Momento processual da Tutela Antecipada Incidente 
 
Enquanto a tutela de urgência 
antecipada busca acelerar os efeitos da 
sentença final, propiciando ao autor da 
ação os seus direitos antes do fim do 
processo, a tutela cautelar visa 
assegurar um direito da parte, 
possibilitando que a mesma possa 
procurar o direito que busca ao fim do 
processo. 
 
O aditamento é realizado quando o autor 
deseja fazer mais pedidos, já a emenda é 
feita quando é necessário sanar algum 
vício processual. 
 
Perigo da irreversibilidade da medida: o 
juiz deverá decidir conforme a fala do autor 
pois não aconteceu a citação do réu para 
apresentar o contraditório, sendo assim, 
algumas medidas podem trazer prejuízos 
irreversíveis ao réu. Dito isso, o juiz pode 
pedir caução ao pedido de tutela de 
urgência. 
A tutela antecipada pode ser pedida em 
qualquer fase, inclusive em sede recursal. 
 
O pedido que só seria concedido na 
sentença, o juiz dará antes da fase 
decisória. 
A tutela de urgência cautelar vai assegurar 
algum direito ou algo importante para o 
processo em si, pois aquele direito pode 
perecer com o tempo e precisa tomar 
medidas para que esse direito seja 
protegido. 
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EX: o autor pode arrolar bens 
penhoráveis do réu no processo de 
conhecimento caso tenha indícios que 
ele está se desfazendo do seu 
patrimônio para não ser executado lá 
na frente. 
➢ Sendo assim, ele pode proteger um 
direito que você tem ou terá. 
Nesse caso, o autor não fará o pedido 
principal, ele apenas fará um pedido 
para assegurar o seu pedido 
principal. 
EX: Arrolamento de bens e partilha de 
bens no divórcio. 
➢ A tutela cautelar, diferente da tutela 
antecipada, não estabilizará o 
processo justamente porque não se 
tratar do pedido principal (o autor 
ainda não chegou no seu objetivo). 
 
Tutela Cautelar Antecedente 
A tutela antecedente é um tipo de tutela 
provisória requerida antes do 
processo principal, que será aditado 
posteriormente para inclusão do 
pedido. 
➢ Antes da citação do réu. 
 
Caso o juiz conceda a liminar e lá no 
final o processo seja julgado 
improcedente, será usado a caução 
(caso tenha sido pedido pelo juiz) ou 
caberá indenização conforme os 
prejuízos que o réu arcou após a 
concessão da liminar. 
➢ O réu poderá pedir a liquidação para 
apurar as perdas e danos. 
➢ Após o aditamento do autor, o 
processo seguirá pelo procedimento 
comum. 
➢ Se não aditou o pedido, o processo 
será estabilizado. 
Tutela Cautelar Incidente 
A tutela de urgência incidental pode 
ser definida, em síntese, como 
toda tutela provisória pleiteada em 
qualquer momento do processo, seja 
em conjunto com a petição ou durante 
o transcurso da lide, sendo uma 
questão paralela que caminha ao lado 
do pedido principal da ação. 
➢ Depois da citação do réu a qualquer 
momento. 
Tutela Provisória por 
evidência 
A tutela de evidência possibilita 
a antecipação total ou parcial do 
mérito de um processo judicial antes 
Na tutela cautelar, os momentos que 
sugerem ser antecedente ou incidente é 
igual ao momento da tutela antecipada, 
sendo antes ou depois da citação do réu. 
 
O réu terá o prazo de 5 dias para contestar 
somente a tutela cautelar e o juiz têm 5 dias 
para proferir decisão interlocutória após o 
pedido do autor. 
 
Ao ser concebida a liminar, o autor possui 
o prazo de 30 dias (contados do 
deferimento da liminar) para aditar a 
petição inicial com o pedido principal, tendo 
em vista que para explicar a cautelar, o 
autor também deverá mencionar o pedido 
principal na petição. 
https://www.projuris.com.br/julgamento-antecipado-da-lide/
https://www.projuris.com.br/julgamento-antecipado-da-lide/
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que a decisão final sobre o mesmo 
seja proferida. 
 
Isso quer dizer que a tutela de 
evidência é uma tutela não definitiva de 
uma demanda judicial, que tem como 
objetivo antecipar uma decisão judicial 
com base na comprovação de que a 
parte notoriamente é titular dos direitos 
apontados, ou que consegue mostrar 
que a probabilidade de tê-los é quase 
certa. 
Nesse caso, diferente da tutela de 
urgência, na tutela por evidência não 
existe uma urgência, mas sim uma 
evidência do direito que poderá sem em 
favor ou desfavor do autor. 
EX: Decisão do STJ dos repetitivos. 
Pode acontecer do autor entrar com 
uma ação sem saber que tem uma 
decisão proferida pelo STJ, sendo 
assim ela será evidentemente 
improcedente. 
Repetitivos: são recursos especiais 
que possuem teses idênticas, sendo 
assim, o STJ profere uma única decisão 
para todas elas e serve para a ações 
novas que ainda não entraram na 
justiça, podendo ser julgada 
improcedente pela evidência. 
Chamado de improcedência liminar do 
pedido, previsto no artigo 487 do CPC. 
 
➢ Nesse caso, vai antecipar o pedido 
formulado pelo autor e não irá 
proferir sentença sem antes o réu ter 
se pronunciado. 
Requisitos 
Poderá pedir a tutela provisória por 
evidência pelas atitudes do réu, ou 
seja, quando ele está tomando atitudes 
protelatórias no processo para evitar o 
resultado evidente. 
 
É importante ressaltar que a tutela 
provisória por evidência é um instituto 
novo no código de processo civil. 
Necessidade de prova documental 
É importante ressaltar a importância da 
prova documento suficiente, idônea 
para a comprovação do que está sendo 
pedido, com ausência de provas capaz 
de gerar dúvida razoável do juiz. 
 
Tutela por evidência incidente e 
antecipada 
Não existe uma uniformidade de 
entendimento doutrinário sobre existir 
tutela de evidência de caráter incidental 
e antecedente. Muitos acreditam que a 
tutela por evidência só é possível de 
forma incidental e outras acreditam que 
pode sim ser cabível de forma 
antecedente. 
A tutela de evidência baseia a antecipação 
do mérito nas evidências que comprovam 
que o requerente tem direitos evidentes ou 
bastante prováveis dentro da demanda. 
Lembrando que não pode julgar 
liminarmente procedente o processo, pois 
precisa respeitar o princípio do 
contraditório e da ampla defesa. 
É importante que exista fundamento de 
jurisprudências oriundas de casos 
repetitivos ou em súmulas vinculantes, mas 
não precisa necessariamente. 
O réu apenas faz uma defesa 
inconsistente, sem conseguir alegar 
incontroversas. 
@direitoporpamella 
Se há o preenchimento dos requisitos 
para a Tutela de Evidência nos moldes 
do art. 311 do CPC/15, há fundamento 
para a tutela antecipada; por que então 
o Magistrado concederia uma tutela 
conservatória, quando possível desde 
logo deferir algo melhor. 
 
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/novo-
codigo-de-processo-civil/tutela-provisoria-da-evidencia 
https://www.projuris.com.br/tutela-de-urgencia/ 
Manual de Processo Civil Daniel Amorim Assunção 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O momento processual ideal para a tutela 
por evidência é na réplica da contestação, 
pois o réu não trouxe matérias extintivas, 
modificadora e impeditivas de direitos. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893917/artigo-311-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/novo-codigo-de-processo-civil/tutela-provisoria-da-evidencia
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/novo-codigo-de-processo-civil/tutela-provisoria-da-evidencia
https://www.projuris.com.br/tutela-de-urgencia/