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PARASITISMO 
Parasitismo é uma relação direta e estreita entre dois organismos geralmente bem determinados: o 
hospedeiro e o parasita, vivendo o segundo à custa do primeiro. Essencialmente unilateral, o 
hospedeiro é indispensável ao parasita, que, separado dele, morrerá por falta de nutrição. O 
organização do parasita se especializa correlativamente às condições em que vive no hospedeiro, 
sendo a adaptação a marca do parasitismo.
O parasitismo começou incontestavelmente ao acaso, do contato de um organismo com outro, este, a 
princípio, funcionando como suporte para o primeiro, primitivamente saprofítico ou livre. Com o 
correr do tempo, o suporte - hospedeiro - passou a alimentar o hóspede, e essa adaptação cada 
vez mais exclusiva a uma determinada nutrição (monofagia) constituiu outro fator para se desenvolver 
o parasitismo.
Nos grandes grupos animais encontram-se formas tanto livres como parasitas, evidenciando que os 
hábitos de parasitismo, surgidos independentemente nesses grupos, são ocorrência comum no curso 
da evolução. A evolução dos ectoparasitas, é provavelmente anterior à dos endoparasitas, pois, 
segundo parece, mais fácil é a transformação da existência livre em ectoparasita, que em 
endoparasita. E ainda, a evolução dos hábitos parasitários é mais recente que a dos de vida livre, 
desde que a existência de formas livres deve anteceder a consecução de hospedeiros pelos 
parasitas.
Estudando os esporozoários podemos observar os diversos graus de adaptação de um parasitismo 
intestinal. Nos Sporozoa temos uma classe constituída de espécies exclusivamente parasitas, 
possivelmente descendentes dos rizópodes mais inferiores, que deveriam ter levado, primitivamente, 
existência saprofítica; talvez vivessem nas substâncias orgânicas em decomposição ou no húmus. As 
formas mais simples, e que mais se aproximam da fonte primitiva, são encontradas parasitando as 
células epiteliais de revestimento do intestino dos miriápodes, artrópodes que se alimentam de 
substâncias vegetais e húmus. Passando-se sempre nas células de revestimento a multiplicação do 
parasita, as formas infectantes são expulsas para o meio exterior, e outros miriápodes se infectam por 
simples ingestão.
Aos parasitas com hospedeiro único chamamos de monoxenos e aos outros, heteroxenos.
Na endobiose os organismos endobiontes, que podem ser bactérias, fungos, vírus e protozoários, 
podem viver não só no citoplasma mas também no núcleo de várias espécies de protozoários, tanto 
de vida livre como parasitas.
As transformações morfológicas do parasita, sempre relacionadas às suas condições de vida no 
hospedeiro, oferecem um dos mais importantes aspectos do parasitismo. Nos órgãos locomotores 
observa-se a atrofia, o desaparecimento, ou ainda, a transformação dos apêndices em órgãos 
fixadores. Como exemplo vejam-se os artrópodos, cujos artículos terminais das pernas se tornam 
garras; nos mizóstomos, grupo parasita dos crinoides, derivados do anelídeos, os parapódios se 
atrofiam completamente, sendo representados por um par de cerdas apenas; e, assim, muito mais, 
na fauna parasita.
Compensando a regressão dos apêndices, desenvolvem-se ainda nos parasitas outros órgãos, como 
as ventosas, que, nos trematódeos e cestoideos, constituem os aparelhos característicos de fixação. 
Os acantocéfalos e os nematoides são desprovidos de ventosas; os primeiros fixam-se à parede 
intestinal por meio de uma tromba armada de acúleos, enquanto os segundos possuem, em geral, 
peças bucais móveis que lhes permitem fixar-se de modo mais ou menos permanente à mucosa 
intestinal do seu hospedeiro. Entretanto, as ventosas são encontradas também nos cefalópodes e em 
alguns peixes, o que nos mostra não constituírem tais órgãos apanágio exclusivo dos parasitas.
É comum a redução do sistema nervoso dos parasitas, ocorrendo o mesmo com os órgãos 
sensoriais, particularmente os olhos.
No aparelho digestório, os órgãos bucais, modificando-se, transformam-se na maioria das vezes em 
um aparelho de sucção. A matérias ingeridas pelos parasitas, contendo pouco ou nenhum resíduo, 
não são problemas para a considerável redução do intestino, que pode mesmo desaparecer 
completamente, como nos cestoides e acantocéfalos, cuja nutrição se faz por osmose das 
substâncias assimiláveis, elaboradas pelo hospedeiro, através da parede exterior ou cutícula.
De outro lado, o parasitismo pode favorecer a evolução do aparelho digestório, que se torna um 
sistema essencialmente absorvente, daí sua especialização sob a aparência de uma degradação.
A reprodução é das mais sensíveis à ação do parasitismo e a que apresenta importância 
preponderante. De maneira geral, há hipertrofia do ovário e multiplicação muitas vezes maior do 
número de ovos, que compensa a perda de considerável quantidade de embriões. Contrabalançando 
essa perda, juntam-se outros aos processos normais de reprodução. Com efeito, em grande número 
de grupos intercala-se, no curso da evolução do indivíduo, uma fase de multiplicação assexual, seja 
por partenogênese, seja por brotamento. A reprodução é o fim de todas as funções do organismo; e 
se nas formas livres a atividade do indivíduo se exerce até certo ponto independentemente dela, nos 
parasitas é função essencial, tudo lhe é subordinado. A vida parasitária limita as condições em que se 
exerce a função de reprodução, ligando o parasita ao hospedeiro e restringindo assim a possibilidade 
de encontro dos sexos. Isto favorece o aparecimento do hermafroditismo ou ao exagero do 
dimorfismo sexual.
O hermafroditismo e a partenogênese são condições frequentes nos parasitas, quer existam nas 
formas ancestrais livres, sendo por consequência primitivos, quer apareçam como secundários e 
resultantes do parasitismo. Pode-se considerar um hermafroditismo primitivo o dos trematódeos, o 
dos cestoideos, e mesmo o dos hirudíneos. Entre os nematoides de sexos separados pode-se 
encontrar um certo número de tipos partenogenéticos, como os do gênero Strongyloides, onde as 
formas parasitas são partenogenéticas. O exagero do dimorfismo sexual consiste quase sempre no 
gigantismo da fêmea em relação macho. Em geral o macho anão vive sobre a fêmea; assim, o 
encontro dos sexos é mais bem assegurado.
O parasita acha-se na dependência maior ou menor do metabolismo do seu hospedeiro. Um parasita 
100% dependente do hospedeiro para o suprimento nutritivo, incluindo o oxigênio, é o Schistosoma 
mansoni, que vive nas veias mesentéricas do homem. Os nematoides e os trematódeos, que 
possuem intestino, também possuem enzimas digestivas capazes de hidrolisar moléculas complexas. 
Não dependem das enzimas digestivas dos hospedeiros. De outro lado, os cestoideos - desprovidos 
de tubo intestinal - só podem utilizar-se de moléculas cujos tamanhos permitam a sua absorção 
através da cutícula do helminto, e estão assim inteiramente dependentes da capacidade do 
hospedeiro desintegrar enzimaticamente carboidratos, gorduras e proteínas. Além dessa 
dependência metabólica, muitos parasitas dependem do seu hospedeiro para a maturação de seus 
ovos, como no caso das fêmeas dos insetos culicinos, que exercem a hematofagia para esse fim e 
não para a sua subsistência, pois que se mantêm em laboratório apenas com água e açúcar.
O caráter patogênico do parasitismo é incidental e não deve ser incluído na sua definição. A 
tendência de confundir parasitismo com doença é devido ao fato de que, no passado, tal 
associação ecológica sempre despertou maior interesse e maiores estudos quando produzia 
consequências médicas ou veterinárias. No intestino do homem, por exemplo, vivem algumas 
espécies de amebas (Entamoeba coli, Entamoeba hartmanni, Endolimax nana) perfeitamente 
adaptadas a esse meio, não possuindo, em condições normais, outros hospedeiros e que jamais 
demonstraram, provadamente, qualquer ação patogênica.
Uma das circunstâncias capitais da vidade um parasita é o encontro do hospedeiro, que, não 
conseguido no momento preciso, determina a morte do parasita jovem, embrião ou larva, 
desaparecendo assim um número considerável de indivíduos, cuja perda já sabemos como é 
compensada. Mas existem parasitas, para os quais o ciclo evolutivo mais complicado oferece maior 
risco; são os que necessitam passar por dois hospedeiros sucessivos: o primeiro transitório ou 
intermediário, onde ficam em "estado imperfeito" - reproduzem-se assexuadamente; o segundo, 
denominado hospedeiro definitivo, onde alcançam o estado adulto, e em que se reproduzem 
sexualmente. Assim, com respeito aos plasmódios da malária, diz-se que o mosquito é o hospedeiro 
definitivo, porque nele se passa o ciclo sexuado. Ocorre, entretanto, que os gametócitos se formam 
no homem e a fertilização se dá no intestino do anofelino, ainda no sangue não digerido.
Termo muito usado para hospedeiros invertebrados, principalmente artrópodos hematófagos, que 
transferem parasitas do sangue de um hospedeiro a outro, é o de vetor. Esse termo é útil porque 
existem artrópodes que fazem a passagem do parasita de um organismo a outro, sem serem 
hospedeiros. Isso é muito comum entre as viroses das plantas, e encontrado, também, entre 
protozoários de mamíferos como o Trypanosoma evansi, que é transmitido mecanicamente por 
tabanídeos (motucas). Nesses casos, o papel do vetor é perfeitamente similar ao de uma agulha de 
injeção.
Carrapatos
Os da família Ixodidae diferenciam-se dos outros membros da ordem Acarina, não só pelo tamanho, 
pois são maiores, como pela presença de um par de placas estigmáticas que se abrem na região 
média do corpo, entre o terceiro e o quarto, ou após o 4o par de pernas. Possuem os ixodidas um 
tegumento coriáceo. São vulgarmente denominados carrapatos.
Faz parte das peças bucais várias fileiras de dentes recurvados para trás, constituindo um ótimo meio 
de fixação e de sucção, o que explica a dificuldade que oferece o arrancamento de um carrapato. Ao 
tubo de sucção segue-se uma faringe musculosa, que funciona como poderosa bomba aspirante, 
podendo sugar quantidade de sangue que chega a aumentar de tamanho, por uma distensão 
fantástica, cerca de 40 vezes o volume primitivo.
O carrapato, para se fixar, escolhe no hospedeiro uma região onde a pele seja fina e rica em vasos 
sanguíneos. Nessa região ele se prende por meio de garras e, com as quelíceras, corta a pele mais 
ou menos resistente do hospedeiro; introduz o rostro, forçando a penetração do aparelho bucal 
(hipóstomo) na abertura da pele. A sucção dura tempo variável, desde algumas horas até vários dias; 
as fêmeas são muito mais vorazes do que os machos, que se alimentam pouco.
Os sexos são separados, há dimorfismo sexual. O processo normal de reprodução é feita pela 
fecundação cruzada, porém a reprodução partenogenética tem sido observada em várias espécies de 
carrapatos, por exemplo no Amblyomma agamum.
No Brasil há mais de 30 espécies, sendo a principal o Amblyomma cajennense, vulgarmente 
conhecido pelos nomes de "rapato estrela" e "carrapato de cavalo". Parasita um hospedeiro diferente 
em cada um dos seus três estágios evolutivos (trioxeno). É na fase de ninfa hexápode que parasita 
mais intensamente o homem, sendo então conhecido pelos nomes de carrapatinho, micuim e 
carrapato pólvora.
É esta espécie a mais frequente em nossos campos e cerrados. Suas ninfas vivem amontoadas aos 
milhares, em certas épocas do ano, formando bolos irregulares sob as folhas de arbustos ou 
constituindo verdadeiro revestimento em torno dos galhos de certas plantas rasteiras.
A criação em laboratório, em larga escala, do Amblyomma cajennense para preparo de vacina 
contra a febre maculosa foi obtida por Travassos e Vallejo-Freire (1944) no Instituto Butantã. Esta 
espécie é vetora da febre maculosa, atacando animais e o próprio homem em diferentes estágios 
evolutivos. É um dos principais vetores da Rickettsia rickettsi, agente etiológico da febre maculosa 
de São Paulo, Minas Gerais e Estado do Rio de Janeiro.
Em determinadas condições, carrapatos de diversas espécies podem transmitir a febre Q. Esta forma 
detifo foi descrita pela primeira vez em Queensland (daí o nome de febre Q), sendo a Coxiella 
burnettii o seu agente causal. A transmissão ao homem se dá por meio do leite cru ou por 
transmissão direta do homem ao homem, pelo ar. A doença é prevalente em vários países da 
Europa, onde é importante problema sanitário. Vários animais domésticos (cão) podem se infectar e 
transmitir o germe para o homem.
Numerosas síndromes hemorrágicas - viroses - são transmitidas ao homem por carrapatos, como a 
febre hemorrágica da Crimeia; a febre hemorrágica de Omsk, a do norte da Bucovina, a da floresta 
dos Cárpatos, etc.
As encefalites transmitidas por carrapatos pertencem ao grupo das arboviroses: encefalite japonesa 
B, encefalomielite equina, febre da floresta de Kyasanur, etc.
A doença bacteriana - tularemia - cujo agente etiológico é a Pasteurella tularensis, é transmitida 
quer natural quer experimentalmente por carrapatos.
O combate aos carrapatos é feito, preferencialmente, com inseticidas clorados, particularmente o 
DDT e BHC. O DDT pode ser usado sob a forma de banhos contendo 0,5% do inseticida; para a 
destruição dos carrapatos nas casas, ranchos e galinheiros etc, recomenda-se o DDT em emulsão a 
5%.
Como proteção individual, sobretudo contra as ninfas hexápodes, podem ser usados repelentes: a 
butilacetanilida e o benzoato de benzila. Todos podem ser misturados a um pó inerte, que é aspergido 
dentro da roupa, ou dissolvido em acetona, com a qual se impregnam as roupas. Neste caso a ação 
do repelente pode manter-se mesmo após várias lavagens.
Piolhos
Os insetos da ordem Anoplura são comumente denominados piolhos. Nesta ordem estão insetos 
pequenos de metamorfose incompleta - hemimetábolos - ápteros, achatados dorsoventralmente. 
Parasitam exclusivamente mamíferos, vivendo especificamente do seu sangue.
A mais importante é a família Pediculidae na qual se encontram os piolhos parasitas do homem. A 
espécie mais ilustre é o Pediculus humanus, que pode parasitar o corpo e a cabeça do homem. Os 
piolhos da cabeça - Pediculos humanus - cimentam os ovos - lêndeas - na base do cabelo e são 
mais ativos a baixas temperaturas do que os do corpo. Provocam a pediculose.
A postura dos ovos da fêmea é feita nos cabelos, sendo que o piolho nutre-se de sangue, em todos 
os estádios da sua existência. Alimenta-se diversas vezes ao dia. Os piolhos são muito ativos, mas a 
atividade diminui com a temperatura. Por outro lado, quando a temperatura se eleva, eles se tornam 
superexcitados, e é por isto que tendem a abandonar os indivíduos febricitantes.
Este fato é de grande importância para a transmissão de moléstias. Por outro lado, quando o 
indivíduo morre e a temperatura cai, os piolhos abandonam-no em busca de outro hospedeiro, o que 
também condiciona oportunidades para a transmissão de moléstias.
Na pele, a picada do parasita produz um botão pruriginoso, que, por efeito da coçadura, pode 
escoriar-se e sofrer infecção secundária, resultando pústulas ou outras lesões infetadas. No couro 
cabeludo podem ocorrer as infecções secundárias do tipo impetigo e tumefação dos gânglios 
occipitais.
O tratamento consiste na aplicação de um óleo de cabelo contendo 2% de DDT ou 0,2% de 
gamexane. O paciente não deve lavar a cabeça durante pelo menos 24 horas e deve repetir o 
tratamento após uma semana. Também o benzoato de benzila em loção a 30% dá bons resultados.
O tifo exantemático ou tifo epidêmico é moléstia determinada por uma rickettsia - Rickettsia 
prowazeki. O piolho do corpo - mais raramente o da cabeça - infeta-se sugando o sangue do 
enfermo, geralmente do terceiro ao décimo dia da moléstia. Em condições normais, todos os piolhos 
que se alimentam em um tifoso tornam-seinfetantes. A infecção transmite-se ao homem por 
intermédio das fezes do inseto nas quais pululam as rickettsias. Admite-se que a penetração dos 
germes se processa através de escoriações de coçaduras, através da mucosa intacta, e finalmente 
por inalação de diminutas partículas de dejeções do piolho, o que determina a moléstia pelas vias 
respiratórias.
A febre das trincheiras ou febre dos cinco dias - surgiu entre os soldados que combatiam nas 
trincheiras, durante a Primeira Grande Guerra - é causada por uma rickettsia (Rickettsia quintana) 
e transmitida pelo Pediculus humanus corporis, ou seja, o piolho do corpo.
Pulgas
A ordem dos Siphonaptera compreende os insetos vulgarmente conhecidos por pulgas. A fêmea 
fecundada de certas espécies - Tunga penetrans - quando entranhada na pele, recebe o nome de 
"bicho do pé" ou "tunga".
As pulgas, na fase adulta, são insetos hematófagos e inteiramente desprovidos de asas. O corpo é 
revestido de cerdas e comprimido lateralmente, o que facilita o deslocamento do inseto entre os pelos 
dos hospedeiros. O longo comprimento do 3o par de patas permite saltos enormes. O aparelho bucal 
é do tipo picador-sugador. As metamorfoses são completas - holometábolos - com larvas 
vermiformes, apresentando peças bucais conformadas para mastigação.
A cópula realiza-se normalmente com a fêmea cavalgando o macho e quando ela se acha em estado 
de maturidade sexual, atingido cerca de uma semana após a saída do casulo. A alimentação 
sanguínea é indispensável para a realização das posturas. As larvas que saem do ovo alimentam-se 
de detritos orgânicos encontrados na poeira dos assoalhos, nos ninhos dos animais, preferindo os 
excretas das pulgas adultas, representados por sangue coalhado e dessecado. Entre uma e duas 
semanas de vida, a larva tece um casulo onde irá completar a metamorfose.
As pulgas em geral habitam a superfície do corpo dos seus hospedeiros, metem-se entre os seus 
pelos e procuram as zonas onde a pele é mais fácil de ser perfurada. As fêmeas da Tunga 
penetrans - "bicho de pé" - tornam-se parasitas fixos, penetrando todo o corpo na espessura da 
pele. As suas larvas desenvolvem-se no meio exterior como outras espécies de pulgas não 
penetrantes. Quando a pulga penetra, determina um prurido leve, porém insistente; depois, com o 
desenvolvimento do abdome do inseto, há intumescimento dos tecidos circunvizinhos e dor 
localizada.
Quando o parasitismo é muito intenso, o paciente exibe centenas de parasitas, o que dá ao pé um 
aspecto de favo de mel, devido aos numerosos tumores. As tungas podem provocar feridas que 
favorecem o desenvolvimento do tétano, da gangrena gasosa e de micoses, como a 
blastomicose.
O tratamento da tungíase consiste na extirpação asséptica do parasita, fazendo-se, por meio de 
agulha esterilizada, a dilatação do orifício e enucleação do parasita inteiro. Depois, cauterização com 
tintura de iodo.
A peste, moléstia infecciosa produzida por um bacilo, a Yersinia pestis, é primariamente moléstia 
de roedores, particularmente de ratos e só secundariamente do homem. Desde a mais alta 
antiguidade tem-se notado a infalível relação entre ratos e a peste; as epidemias humanas de peste 
eram precedidas pela epizootia altamente mortífera entre os ratos. A Xenopsylla cheopis foi a pulga 
que se mostrou mais eficiente na transmissão da Yersinia.
Quanto à pulga do homem, a Pulex irritans pode transmitir o germe da peste. Todavia, como não é 
frequentemente encontrada em ratos, não tem grande importância na epidemiologia da moléstia.
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