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Estudo: Letícia M. Marques EQUINOS: Etapas: ● Começa com a inspeção do animal em repouso ● Inspeção do animal em movimento ● Palpação e percussão. Inspeção do animal em repouso: 1) Observação de postura alterada: - Animal desloca peso para frente para tirar o peso do talão: doença do navicular - Animal descola peso para trás para tirar peso da pinça: laminite - Virar pé para o lado. Ex. dor na região medial do casco* - Virar pé para dentro. Ex: dor na lateral do casco* * lesões pontuais - Apoiar somente a ponta da pinça ou não apoiar: hipofunção do membro. Ex.: fratura e luxação. - Sapatear devido à dor: animal parado fica sapateando para aliviar dor. Ex: laminite acometendo mais de um membro. - Angulação do casco normal: entre 50° e 55°: a correção do aprumo pode ser feita através da angulação do casco. Para saber se precisa ou não da correção, devo utilizar o angulador de casco. · casco pode achinelar (perde talão e sobe pinça) · casco pode encastelar (sobe talão e perde pinça) - Aprumo: linhas que determinam simetrias. Quanto mais dor o animal tiver maior será a assimetria. Qualquer alteração de aprumo gera sobrecarga no locomotor → Lateral membro torácico: Traçar linha do codilho (articulação escápulo-umeral) que divide o membro atingindo o solo atrás do talão. Linha imaginária deve dividir examente o membro → Frente membro torácico: Traçar uma linha da espádua (porção mais cranial da escápula) até o solo, a 10 cm da pinça do casco. Linha imaginária deve dividir exatamente o membro. → Atrás membro pélvico: traçar linha vertical da ponta da nádega (tuberosidade isquiática) até o solo. Essa linha imaginária deve dividiar exatamente o jarrete, canela e casco. → Lateral membro pélvico: além da linha traçada a partir da tuberosidade isquiática ao solo, traças linha vertical a partir da patela e essa deve tocar o solo em frente a ponta da pinça. Alterações de aprumo: Valgo Varo 2) Inspeção do Casco: olhar como um todo - Inflamações geralmente estão em banda coronária: altera coloração, edema, aumento do pulso da artéria digital. - Olhar conformação: se não há fissuras (não desune a muralha), rachaduras (desunem a muralha) ou alterações de conformação. - Linhas de crescimento sucessivas: podem estar deformadas em caso de estresse/doença crônica, havendo depressão na linha de crescimento. 3) Inspeção dos membro como um todo: partir de baixo para cima olhando todas estruturas anatômicas Principais alterações: - Aumento de volume - Aumento de volume de articulação - Perda de continuidade óssea Inspeção do animal em movimento: Objetivo: identificar se a claudicação é de membro posterior ou anterior, qual membro, qual região e qual estrutura acometida. → Claudicação (1 a 6): sinal clínico da dor > 4: hipofunção de membro 3: claudicação evidente 1- Fazer animal andar em linha reta: Observar: - movimento da garupa - movimento da cabeça - arco do passo ● Observar movimento de garupa e de cabeça: determinar se a claudicação é de posterior ou anterior; indenficar membro afetado pelas alterações de casco/membro. → Claudicação de membro anterior: observar andando ao lado do cavalo, seu movimento de cabeça e o apoio do membro. - Animal compensa com cabeça: ergue a cabeça - Claudicação crônica: animal não apoia o membro, gera atrofia. - Em 70% dos casos, o membro acometido pode estar com o casco encastelado (perda/desgaste de pinça). → Claudicação de membro posterior: ficar atrás do cavalo e observar movimento de garupa. - Observar animal levantando a garupa do lado afetado (olhar a crista do ileo) - Membro afetado mais encastelado (desgaste de pinça) - Crônica: musculatura do dorso e músculo grácil atrofiado ● Observar arco do passo: determinar qual o tipo de claudicação. Olhar pelo triângulo formado ao passo andando em linha reta. → Claudicação de apoio (90%): do boleto para baixo - Aumenta o arco do passo: animal passa mais tempo com o membro em elevação. - Aumenta o tamanho do triângulo do passo - Diminui o barulho do passo no chão → Claudicação de elevação: do úmero para cima - Diminui arco do passo: menos tempo com o membro em elevação - Menor triângulo do passo do membro afetado → Claudicação Mista (raras): do boleto ao úmero, do boleto ao fêmur. 2- Fazer cavalo andar em terreno irregular e regular: determinar qual o tipo de claudicação, exacerbar claudicação. · Terreno que absorve impacto (areia, pasto): exacerba claudicação de elevação. · Terreno firme: exacerba claudicação de apoio . Terreno irregular: observar se estímulo no local gera claudicação devido à broca, abscesso de sola 3- Fazer cavalo andar em círculo · Claudicação de apoio: exacerbada quando o membro acometido estiver para dentro do círculo. · Claudicação de elevação: exarceba quando o membro acometido estiver para fora do círculo. Obs.: Claudicação a quente: de tecido mole, por exemplo, tendões e ligamentos onde o animal precisa de exercício prévio para mancar. Palpação e Percussão Depois de identificar o membro acometido e o tipo de claudicação, devo isolar as áreas para identificar a estrutura lesionada, através da PALPAÇÃO. ▪ Fazer as flexões: flexionar de baixo para cima todas as articulações, uma por vez. ▪ Manter o animal flexionado por 2 minutos e colocar pra andar ▪ Se a região comprimida for a alterada, a claudicação se exacerba nos 4 primeiros passos. 1- Tirar a ferradura e colocar pra andar: cravo nao pode encostar na sola, pode chegar no máximo até a linha branca 2- Limpar o casco com limpador de casco tirando sujidade de ranilha e sola para melhor observação. Sola: perfurações de sola Ranilha: podridão de ranilha: lascas com mal cheiro 3- Com a rineta e tirar parte superficial da sola para avaliar o que tem ali debaixo. Passar rineta de dentro para fora (da ranilha para a ponta do casco) 4- Palpar com pinça de casco (pinça clínica ou de Viena): bilateral e comparativa Passar a pinça com ponta na muralha e outra ponta na parte viva palpando: - sola - ranilha - talão 5- Palpar muralha: palpação direta (com a mão) verificando temperatura Percussão: → Percutir muralha e sola com martelo de trube ou cabo da pinça Avaliar som e sensibilidade Som: · Som maciço: normal · Som oco: bactéria produtora de gás, laminite. Avaliar a Sensibilidade: com sonda botonada - Quanto mais a sonda entrar, maior a lesão. RINETA Continuar subindo a palpação pelas estruturas: - Palpação superficial: ver conformidade - Palpação Profunda: para ver sensibilidade Obs.: Palpar de baixo para cima inclusive cabeça, pescoço e garupa. Bloqueios: feitos de distal para proximal. É utilizado para identificar estrutura acometida; não pega a face interna da articulação - Perineural: anestésico injetado ao lado do nervo para dessensibilizá-lo - Intra-articular: feito quando não encontrado a estrutura com o perineural. Necessita de cuidados cirúrgicos de antissepsia; Deve-se esperar a saída de cerca de 2mL de líquido sinovial. Obs.: Antes de fazer os bloqueios fazer adução, abdução e rotação das articulações para indicar alguma alteração articular. Teste da prancha: se o animal tiver doença do navicular ele vai querer sair da prancha: - Fazer animal pisar na prancha - Fazer mão de amigo no membro não afetado - Levantar a prancha BOVINOS Etapas: - Exame em estação - Exame/Inspeção em movimento. Se o animal pode andar, começo como exame em movimento Exame/Inspeção do animal em movimento: O que observar no exame em movimento: → Como está movimentando a cabeça: - Se o animal baixa muito a cabeça está deslocando centro de gravidade para frente - Se o animal eleva muito a cabeça: descola centro de gravidade para trás Obs.: quando eleva a cabeça pode elevar mais para direita ou para esquerda, aliviando peso de um lado ou de outro. → Alterações de passo: · Claudicação de apoio: passo longo - mais comum em bovinos! Geralmente a alteração está nas partes inferiores/distais ex. Casco. · Claudicação de elevação: passo curto Geralmente a alteração está nas partes superiores/proximais. · Andar em abdução: abre o passo apoiando mais a unha medial aliviando a unha lateral; podemos chegar a unha afetada · Andar em adução: fecha mais o passo apoiando mais a unha lateral, aliviando a unha medial. (Alteração na unha de fora). · Apoiar mais nos talões, alivia a pinça: problema na terça falange; Animal joga corpo mais pra trás. · Apoiar na pinça, alivia os talões. Animal joga o corpo para frente. · Exarcebamento de claudicação durante o andar em círculo: encontrar se acomete sistema de apoio ou de elevação; Origem da claudicação (apoio ou elevação) Membro do lado de fora do círculo é forçado aos movimentos de elevação Membro do lado de dentro do círculo é forçado aos movimentos de apoio Mudar o tipo de solo que o animal vai andar: - Claudicação Exarcebada em solo duro quando de apoio - Claudicação Exarcebada em solo macio quando de elevação Exame do animal em repouso 1) Inspeção: - Aprumos: animal pode apoiar mais um lado que o outro - Aumento de volume de musculatura ou articulações - Avaliar angulação do casco com angulador de casco/podogoniometro (questão de prova!!!) Torácico: 50 a 55 Pélvico: 45 a 50° - Avaliar ângulo entre as unhas: 15 graus°: com compasso e verificar no transferidor 2) Palpação: - Palpar estruturas anatômicas: ossos, articulações e osso. Verificar sensibilidade, temperatura e continuidade. - Manobras ortopédicas: fazer mão de amigo e realizar flexão, extensão e torção do membro e vai subindo. Verificar se há dor, temperatura elevada, crepitação. Alterações: artrose, tendinite, etc - Palpação das artérias digitais: quando há alteração no membro as artérias digitais são sentidas facilmente - Avaliação da resistência passiva: puxar a perna para fora Deve se sentir a força contrária que o animal faz pra dentro. Se houver ruptura do ligamento do ligamento redondo, não haverá resistência. - Palpação indireta com pinça de casco (normal ou de Viena): uma parte da pinça na muralha e outra na sola 3) Percussão: Avaliar som e sensibilidade: com o dorso/cabo do martelo - Na muralha - Na sola Som medianamente ressonante - NORMAL Som mais ressonante: descolamento de sola ou gás Som menos ressonante: pus/líquido; → Percussão com Auscultação: identificar fratura de óssea - Percutir no osso próximo ao estetoscópio e ao longo do osso sem tirar o estetoscópio do lugar - Se houver fratura haverá descontinuidade óssea e portanto o som não se propaga. Rineta - Cortar pedaços maiores do casco Cureta - retirar broca (podridão do casco) Bloqueio nervoso - Auxilia no diagnóstico de claudicação Materiais - Anestésico local - Agulhas estéreis - Seringas estéreis Deve-se fazer bloqueio em determinados pontos que dessensibiliza os nervos adjacentes. · 1º ponto: alteração na metade da sola pra trás ou talão. Ao realizar bloqueio o animal para de mancar – · 2º ponto – alteração em pinça e/ou terceira falange CÃES: 1) Histórico e anamnese: A) Identificação do paciente - Raça: raças pequenas (Pinscher, Chihuahua) são mais propenças a fraturas ósseas, luxação de patela. - Porte: grande porte como fila, labrador são propensos a displasia coxofemoral, neoplasia como osteossarcoma e condrossarcomas - Idade: idoso pode ter displasia, neoplasia; filhote: doenças congênitas, fraturas. B) histórico → Habitat - Qual o piso o animal vive, se há escadas ou obstáculos a serem pulados - Acesso à rua: possibilidade de atropelamento ou brigas - Animal pega sol? Quando não, pode desenvolver raquitismo devido a falta de vitamina D → Alimentação - Qual tipo de alimentação? Come apenas ração balanceada? É comida caseira com suplementação? Há excesso de fósfofo (moela, fígado, vísceras de aves) podendendo baixa de cálcio e consequente hiperparatireoidismo secundário nutricional levando a estreitamento de pelve, sensibilidade óssea, desvios ortostáticos; Alimentação excessiva em cálcio pode levar a fechamento precoce de linha metafisária distal da ulna levando a alterações ósseas em raças grandes. → Animal faz prática de exercício? Qual é essa prática? - Animal forçado a fazer exercícios mais intensos do que pode suportar: osteocondrite dissecante (articulação escápulo-umeral) Exercício intenso em filhotes pode acelerar aparecimento de doenças congenitas: osteocondrite dissecante, displasia coxofemoral, etc. → Doenças sistêmicas: diferenciar se a patologia é ortopédica ou neurológica; ou se a alteração de marcha está sendo causda por outra doença. Portanto devemos procurar outros sinais clínicos que não os locomotores que outras doenças podem apresentar. - É só a claudicação ou há outros sinais como tosse, diarreia, ressecamento de coxins etc? (Cinomose) - Encefalopatias por toxemia hepática ou renal - Cinomose - Hérnia de disco (neurológico) - Compressão medular após trauma devido ao edema medular - Avulsão de plexo braquial → Está usando alguma medicação? 2) Queixa principal: - Claudicação: diminuição do tempo de apoio do membro no solo no momento do passo ou trote. Ex. Fissura de rádio e ulna. - Impotência funcional: não apoia, anda em 3 membros. Ex. Fratura completa de rádio e ulna; - Decúbito: mais de um membro afetado **** importante: diferenciar se é ortopédico ou neurológico, porém pode ser os dois. 3) Exame físico: a) Inspeção: com animal andando: levar o animal para andar se possível fora do consultório para inspecioná-lo: - Observar cranial, caudal, lateral - Avaliar passadas - Atentar-se ao barulho das unhas tocando ao chão - Observar coxins: pode haver um mais gasto que o outro, sinal que aquele membro está sendo mais apoiado - Onicogrifose: pode indicar que animal não está apoiando a pata (desuso). DDF.: leishmaniose. - Um dos membros deslocado medialmente e o outro lateral: animal desloca mdialmente o membro sadio para manter equilíbrio. - Membro que sustenta o peso tende a afastar os dígitos - Posição de cabeça: animal que manca de membro anterior “mexe” mais a cabeça - Quando toca o chão e levanta bem o membro rapidamente: lesão é distal (falange, coxim, metatarso ou metacarpo) - Quando toca, apoia e depois levanta: lesão proximal (escápulo-umeral) - Desvios ortostáticos: comum em algumas raças · Varo: Bulldogs · Valgo: pastor alemão, raça grande · Sifose: galgo, cachorro magrelo · Lordose: cachorro gordo · Escoliose: - Assimetria: edema, atrofia por desuso ****** sempre olhar os dois lados comparativamente!!! Atenção: não esquecer o que é cranial, caudal, dorsal, anterior, posterior, distal, proximal, lateral, medial. Saber quais são os ossos da região. B) Palpação: em decúbito lateral, examinar sempre os membros que não estão em decúbito. → Palpação superficial ▪ Começa de distal para proximal palpandotodas as estruturas procurando alterações citadas abaixo. Avaliar: - Temperatura: com o dorso da mão. Comparar com o membro contralateral. - Integridade - Se há massa e qual sua consistência - Edema: sinal de Godet positivo indicando inflamações decorrentes de fraturas ou processos compressivos secundários a neoplasias. - Abcesso - Fleimão - Crepitação de tecidos: decorre de acúmulo de gás, caracterizando enfisema, e está associada às infecções por bactérias. - Crepitação óssea: fraturas - Crepitação articular: luxações - Proeminencias ósseas - Locar exato da dor - Ferida → Palpação profunda/óssea: palpa com mais vigor para sentir a continuidade óssea. Se houver descontinuidade óssea: ▪ Segurar as extremidades ósseas ▪ Movimentar uma contrária à luta Palpacao/exame de articulação: → Avaliar - Temperatura - Sensibilidade → Depois palpar fazendo o movimento fisiológico da articulação: - Dor - Instabilidade articular - Articulação não faz o movimento: por artrose, por exemplo. Palpação/exame da coluna: animal em pé → Fazer palpacao dos processos espinhosos → Verificar se está alinhada, se há desvio ortostático, se o animal tem dor → Avaliar a coluna cervical: movimentar cabeça Palpar asa do ílio, tuberosidade isquiática, e verificar se a distância está correta/igual em ambos os lados . Pode balançar as duas estruturas pra ver se tem fratura. C) Testes Específicos: 1- Teste da Hiperextensão dos membros posteriores - Posicionar-se atrás do animal - Colocar os polegares na tuberosidade isquiática - Colocar 4 dedos na frente do fêmur - Hiperextender membros posteriores Observar: calcâneo e falanges precisam estar na mesma altura. A luxação deixa o membro mais curto. Ex.: Luxação coxofemoral 2- Teste de gaveta: verificar se há distenção ou ruptura de ligamento cruzado cranial ou caudal A ruptura causa instabilidade na articulação femurotibial. - Localizar crista da tíbia - Segurar o Fêmur parado - Colocar dedo polegar na crista da tíbia - Segurar tíbia com outros dedos - Deslocar tíbia antero-posterior e manter fêmur parado Se a tíbia deslocar para frente: ruptura de ligamento cruzado cranial Se deslocar para traz: ruptura de lig cruzado caudal 3- Teste da instabilidade patelar: verificar se a patela sai do sulco patelar ou não (tem vídeo). Diagnosticar subluxações ou luxações de patela. - Localizar a patela sentindo a crista da tíbia (patela está cranial a crista da tíbia) - Patela está anterior a crista da tíbia - Segurar a patela entre dedo indicador e polegar - Fazer extensão e flexão - Sentir patela descolando Se a patela sair e voltar: ele tem luxação de patela 4- Teste da compressão trocanterica - Localizar trocanter maior do fêmur - Colocar mão espalmada - Segurar fêmur com outra mão - Fazer abdução/deslocamento lateral do fêmur Se houver crepitação: luxação ou subluxação coxofemoral