Gestão Clinica

Prévia do material em texto

Gestão Clinica
O que é?
- A expressão gestão clinica no Brasil foi adotada por Eugenio Vilaça Mendes em 2001, escreveu “Os grandes dilemas do SUS”, ele que trouxe esse conceito
- Expressa um sistema de tecnologias de microgestão e dos sistemas de atenção a saúde que são aplicáveis no SUS
- A gestão clinica é inspirada em dois movimentos:
Atenção gerencial que foi desenvolvido no sistema de atenção à saúde dos Estados Unidos
Governança da clinica que se estabeleceu no sistema público de atenção à saúde do Reino Unido
Objetivos:
- Prover uma atenção a saúde de qualidade , centrada na pessoa
- De forma efetiva, estruturada e com uso de recursos financeiros adequado
- Ampliar o acesso a Atenção Básica 
- Nortear o trabalho em equipe multiprofissional com abordagem nas pessoas com múltiplos problemas
- Possibilitar a percepção da Atenção Básica como coordenadora do cuidado 
Modelos assistenciais na APS no Brasil:
- Ubs básica de saúde tradicional- fragmentação do cuidado, trabalha o medico clinico, pediatra, ginecologista , obstetra, técnico de enfermagem, dentista 
- Ubs com ESF- tradição de trabalhar com programas, trabalha o medico generalista, enfermeiro da equipe, técnico de enfermagem e agentes comunitário de saúde . A estratégia trabalhasse com os programas hipertensão, diabetes, gestantes, saúde mental 
- AMAs/UPAs- pronto atendimento, ambulatório medico 
- Saúde suplementar(privada)- baixo escore na APS, cuidado fragmentado e sem coordenação, sistema privado
Tecnologias de gestão da clinica:
- Diretrizes clinicas
- Gestão de patologia
- Gestão de caso
- Lista de espera
- Auditoria clinica
Fatores que influenciam na gestão da clinica:
- Trabalhar com áreas adstritas- áreas delimitadas ou não
- Lista e numero de pessoas- 3 a 4 mil pessoas na ESF (no Brasil)
- Trabalhar com programas – negligência outras demandas?
- Conformação das equipes (abertas ou fechadas):
Abertas: EX: Inglaterra ( médicos tem uma população definida e os outros profissionais se organizam por tarefas lidando com pacientes de outros médicos)
Fechadas: EX: ESF Brasil ( médico, enfermeiro, ACS, técnicos de enfermagem tem uma população definida. Área de cobertura)
Organização da Agenda :
- Organizar numero de consultas disponíveis de forma compatível com a demanda ( adaptar as variações da demanda)
- Não setorizar(atendimento em equipe) ou verticalizar(especialidades), separar períodos para programas, deve sim ter os programas, desde que eles tenham um tempo separado para isso
- Manter e prever espaços entre consultas para recuperação dos atrasos
- Alternar a agenda complementar entre médico e enfermeiro
- Individualizar o tempo de consulta, deixar a maior arte para consultas rápidas, deixando espaço para algumas consultas demoradas, auto conhecimento. 
- Abordagem individual, intervir nas pessoas de maior risco
- Abordagem populacional, intervir no grupo como um todo para que haja um beneficio geral
- Reservar um tempo para paper work (demandas burocráticas), atender telefone, responder e-mails dos pacientes, evitando de marcar consultas para saber questões básicas que podem ser solucionadas por meio do telefone, email
- Gerenciar o tempo de consulta de acordo com a necessidade do paciente (10-15min/20-49min)
Hiperutilizador- frequent visit
- São os pacientes que procuram o serviço de saúde em excesso
- São predominantemente mulheres
- Demandam 3x mais consultas que a média
- 8x mais internações hospitalares
- Principais diagnósticos são psiquiátrico, dor, doença crônica, gestação, crianças
- Um desafio da gestão clinica é convencer quem utiliza muito a unidade, e é de baixo risco, a ir menos e quem não utiliza e tem algum risco a ir mais. 
OBS: Geralmente os homens são os pacientes que não procuram o serviço de saúde .
Como lidar com o hiperutilizador?
- Um erro frequente: limitar o acesso 
- Estratégias: 
Agendar horários fixos diário e semanal (esgotamento), que vai chegar um ponto em que o paciente não vai mais se sentir confortável em ir direto a unidade 
Praticar a abordagem centrada na pessoa
Ter cuidado com sistemas de avaliação de “qualidade ou de resultados”, que medem apenas quantidade
Habilidades utilizadas na gestão da clinica:
- Tempo- evitar a rigidez, variação de 15-40min durante o dia
- Média de utilização de 5 consultas/ano
- Fixar o profissional na unidade – quanto mais tempo o profissional permanecer é mais possível trabalhar com a longitudinalidade, acesso, manejo do tempo, organização do serviço e satisfação
- Evitar encaminhamentos ou retornos mal programados e avaliar para cada problema, qual a demora permitida (sem risco para o paciente)
- Observação atenta, uso do telefone, e-mails, apoio do ACS e da equipe, facilitando a comunicação entre o medico e o paciente, em saber se a medicação esta funcionando, esta tomando regularmente e etc.
- Outras estratégias utilizadas no Brasil:
Clinica ampliada- valorização do conceito de vida, abordagem centrada na pessoa, olhar por trás do paciente, um olhar integral além da doença e da dor
Acolhimento- triagem, diferenciar as pessoas que necessitam , das que não necessitam de consulta em determinado momento, de acordo com a visão do profissional
Além da doença, as ideias, sentimentos, medos são levados em consideração nesse momento?
Matriciamento: atendimento compartilhado, geralmente o medico com outro médico ou com enfermeiro, nutricionista e etc
Protocolos: Classificados por cores (Manchester), doenças, programas (diabéticos, hipertensos, gestantes)
Pontos importantes:
- Conhecer a demanda para o bom gerenciamento da clinica ( na área possui mais crianças, idosos, gestantes?)
- A agenda deve ajudar na organização da demanda e não diminui-la ou limita-la, “ hoje só fecho gestante, amanhã só atendo idosos”
- A agenda não deve ser verticalizada ou organizada por programas
- Conhecer os modelos de atenção, conhecer o sistema de saúde do Brasil
OBS: Maioria dos brasileiros avalia saúde como ruim ou péssima
- Para os entrevistados , o tempo de espera é o que mais contribui para os problemas no atendimento
- O tempo de espera é longo por conta da má administração, má organização da agenda, pouco profissional e muita demanda