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RESUMO Este projeto tem como objetivo de dilucidar todos os processos de importação envolvidos no modal marítimo. Esclarecendo todos os passos desde a negociação do produto até a chegada ao importador, relacionando todos os documentos necessários e todos os processos sistemáticos, salientando os órgãos e instituições necessárias para os processos logísticos e de importação, envolvendo o produto que em destaque refere-se a soja. Palavra-chave: Importação. Soja e Qualidade. 2 ABSTRACT This project aims to elucidate all import processes involved in the maritime modal. Clarifying all the steps from the negotiation of the product to the arrival to the importer, listing all the necessary documents and all the systematic processes, emphasizing the necessary organs and instituti ons for the logistics and import processes, involving the product that in particular refers to Soy. Key-word: Import. Soy and Quality. 3 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Logo da Empresa 13 Figura 2: Mapa da empresa 14 Figura 3: Produto 15 Figura 4: Logo do exportador 16 Figura 5: Mapa do país exportador – Argentina 18 Figura 6: Moeda do país exportador 18 Figura 7: Países do Mercosul 22 Figura 8: Mercosul 22 Figura 9: Incoterm CIF 24 Figura 10: Navio graneleiro 26 Figura 11: Porto de Buenos Aires 27 Figura 12: Porto do Rio Grande do Sul 28 Figura 13: Esquema do pagamento 29 Figura 14: Esquema desembaraço 31 Figura 15: Canais de parametrização 32 Figura 16: Logo Siscomex 34 Figura 17: Tela Siscomex 34 Figura 18: Logo Secex 35 Figura 19: Logo Bacen 37 Figura 20: Logo Receita Federal do Brasil 39 Figura 21: Modelo do Licenciamento de Importação 42 Figura 22: Modelo Consulta Declaração de Importação 44 Figura 23: Modelo Declaração de Importação 44 Figura 24: Packing List 54 Figura 25: Origin Certificate 56 Figura 26: Bill Of Lading 58 4 SUMÁRIO 1.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................12 1.2 VISÃO...............................................................................................................................13 1.3 MISSÃO............................................................................................................................13 1.4 VALORES.........................................................................................................................13 2. LOCALIZAÇÃO...............................................................................................................14 3. PRODUTO........................................................................................................................14 3.1 BENEFÍCIOS DA SOJA..................................................................................................15 4. EXPORTADOR................................................................................................................16 5. PAÍS EXPORTADOR ARGENTINA..............................................................................16 6. MERCOSUL.....................................................................................................................19 6.1 ACORDO DE COMPLEMENTAÇÃO ECONÔMICA 18.............................................21 7. INCOTERM CIF..............................................................................................................23 7.1 RESPONSABILIDADES DA DON MARIO..................................................................23 7.2 RESPONSABILIDADES DAS TRANSPORTADORAS...............................................23 7.3 RESPONSABILIDADES DA MAIS SOJA BRASIL AS...............................................23 8. TRANSPORTE MARÍTIMO...........................................................................................24 8.1 VANTAGENS DO TRANSPORTE MARÍTIMO...........................................................24 8.2 DESVANTAGENS DO TRANSPORTE MARÍTIMO...................................................25 9. NAVIO GRANELEIRO...................................................................................................25 10. PORTOS...........................................................................................................................26 10.1 PORTO DE BUENOS AIRES..............................................................................26 10.2 PORTO DO RIO GRANDE DO SUL..................................................................27 11. MODALIDADE DE PAGAMENTO – ANTECIPADO..................................................28 12. IMPORTAÇÃO DIRETA.................................................................................................30 13. CAPATAZIA....................................................................................................................30 14. DESEMBARAÇO ADUANEIRO....................................................................................30 15. CANAIS DE PARAMETRIZAÇÃO................................................................................31 16. SISCOMEX.......................................................................................................................32 17. SECEX..............................................................................................................................34 18. BACEN.............................................................................................................................36 19. RECEITA FEDERAL DO BRASIL.................................................................................38 19.1 COMPETÊNCIAS DA RECEITA FEDERAL.....................................................39 20. LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO........................................................................40 21. DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO.............................................................................42 21.1 O REGISTO DA DI SOMENTE E EFETIVADO...............................................43 22. COMPROVANTE DE IMPORTAÇÃO..........................................................................45 23. RADAR SISCOMEX.......................................................................................................45 23.1 A IMPORTANCIA DA HABILITAÇÃO DO RADAR......................................46 23.2 QUANDO POSSO FAZER A SOLICITAÇÃO DO RADAR.............................46 23.3 SUBMODALIDADES DO RADAR SISCOMEX...............................................47 23.3.1 RADAR DE IMPORTAÇÃO EXPRESSA................................................................47 23.3.2 RADAR DE IMPORTAÇÃO LIMITADA................................................................47 23.3.3 RADAR DE IMPORTAÇÃO ILIMITADA...............................................................48 23.4 QUANDO A HABILITAÇÃO DO RADAR NÃO É EXIGIDA.........................48 24. REI – REGISTRO DE EXPORTADORES E IMPORTADORES..................................49 24.1 REQUISITOS DO REI PARA PESSOAS JURÍDICAS......................................50 5 25. TRANSPORTE ENTRE ZONA PRIMÁRIA E ZONA SECUNDÁRIA RODOVIÁRIO................................................................................................................50 25.1 CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO.............................51 26. DOCUMENTOS.............................................................................................................51 26.1 PRÓ-FORMA INVOICE....................................................................................5126.2 PACKING LIST..................................................................................................54 26.3 ORIGIN CERTIFICATE.....................................................................................54 26.4 CONHECIMENTO DE EMBARQUE................................................................56 26.4.1 BILL OFF LADING.................................................................................................57 26.4.2 FUNÇÕES BÁSICAS...............................................................................................57 27. CONCLUSÃO.................................................................................................................59 28. REFERÊNCIAS..............................................................................................................60 6 1. INTRODUÇÃO A Empresa Mais Soja Brasil SA inscrita no CNPJ: 87.548.020/00001-42, é uma típica empresa familiar, situada no Estado do Rio Grande do Sul. Atua no ramo industrial de grãos de soja, importando e revendendo o produto para todo Brasil. Com forte presença de importação de grãos da Argentina, atua diretamente junto às milhares de famílias de agricultores. Anualmente, comercializa volumes próximos a 2 milhões de toneladas, gerando receitas de bens e serviços junto às comunidades onde se situa, garantindo, permanentemente, 500 vagas de empregos diretos, além de outros indiretos, calculados em milhares junto aos seus inúmeros fornecedores de insumos, equipamentos e prestadores de serviços. Com forte presença em todas as regiões de importação de grãos no RS, atua diretamente junto às milhares de famílias de agricultores e suas cooperativas de comercialização estabelecidas e, também, junto aos demais integrantes da cadeia agrícola. Nossos operadores tem larga experiência no mercado brasileiro e mundial, profissionais com mais de 30 anos em atividade no negócio soja. Nossa atividade diária com mercados mundiais nos possibilita uma cobertura de informações bastante abrangente sobre o desempenho dos vários mercados, e maior sintonia com a formação dos preços finais para os vendedores de soja brasileira. Os preços internos ficaram menos lucrativos para a indústria e assim motivou a ter boas oportunidades de negócio com países vizinhos, visando a baixa da moeda Argentina uma ótima oportunidade de lucro. O custo de produção da Argentina é favorecido em três aspectos em relação ao Brasil: 1) Baixo uso de fertilizantes; 2) Baixo custo com os herbicidas 3) Incidência reduzida de doenças. Estes dados reforçam que mesmo a soja sendo uma das grandes geradoras de divisas para o Brasil, ela ainda está muito distante de produzir retornos iguais a dos países concorrentes, fato que geraria maiores investimentos no setor, criando condições para explorar todo o potencial que a soja pode dar para a nação. 7 Figura 1: Logo da Empresa Fonte: Elaboração própria 1.1 VISÃO Ser reconhecida como uma das melhores fornecedoras de soluções e oportunidades que satisfaçam as expectativas dos clientes no estado do Rio Grande do Sul. 1.2 MISSÃO Oferecer soluções e oportunidades de negócios rentáveis, de intermediação e consultoria voltada para o setor do agronegócio, prezando a excelência na informação e atendimento, visando à satisfação dos clientes. 1.3 VALORES Nossa cultura organizacional está pautada em cinco valores-chave, que motivam nossos dias de trabalho, refletindo a forma como tratamos as pessoas e conduzindo nossos negócios. São eles: ética, profissionalismo, comprometimento, inovação e paixão pelo nosso trabalho. 8 2. LOCALIZAÇÃO Endereço: Avenida Antônio João Bianchini, 940 - Distrito Industrial, Rio Grande - RS, CEP: 96204-036. Localizada no porto do Rio Grande do Sul, facilita a entrada ao porto Buenos Aires, assim, favorecendo a logística e importação do nosso produto. Figura 2: Mapa da empresa Fonte: Google Maps 3. PRODUTO A soja é um grão originário da China, há 5.000 anos é utilizado na alimentação. É composto por proteínas, fibras, monossacarídeos, oligossacarídeos, óleos, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio, magnésio, cobre, carboidratos, lipídios, vitaminas B e E, ômega 3 e 6. O alto valor nutricional da soja, como pode ser percebido acima, faz com que seu consumo seja bastante importante, pois a partir dos nutrientes que contém ajuda no controle do colesterol, previne problemas cardiovasculares, alguns tipos 9 de câncer, osteoporose, reduz cólicas menstruais e sintomas da menopausa. A isoflavina presente na soja ainda auxilia no processo de fixação do cálcio pelo organismo, diminui a ação dos radicais livres, auxilia no emagrecimento e acelera o metabolismo. A soja pode ser encontrada para consumo no tofu (queijo de soja), óleo de soja, farinha de soja, leite de soja, proteína texturizada de soja (carne de soja), molho de soja (shoyo), soja torrada e extrato de soja. Para a confecção de tais produtos provenientes da soja, os grãos são limpos, condicionados, descascados e flocados. Após transformar os grãos em flocos retira-se desses o óleo e então são submetidos à secagem para que o processo de transformação do produto final seja realizado. 3.1 BENEFÍCIOS DA SOJA Atenua os efeitos da menopausa; Protege a saúde dos ossos; Reduz o colesterol; Previne o câncer de mama; Melhora o trânsito intestinal; Protege o pulmão. Figura 3: Produto Fonte: Sua Saúde 10 4. EXPORTADOR Don Mario Semillas empresa de sementes fundada há mais de 30 anos, nascido na Argentina, estabelecido e focado em toda a região da soja da América do Sul, com vocação de expansão internacional para cobrir o mercado global de soja. Dedicados à melhoria genética para a obtenção, produção e comercialização de sementes de soja, milho e trigo com foco na melhoria da produtividade agrícola. Nossos produtos são importados pela Don Mario Semillas, uma empresa capacitada a atender a alta demanda de pedidos em pequenos prazos. Figura 4: Logo do exportador Fonte: Don Mario Semillas 5. PAÍS EXPORTADOR ARGENTINA Registros arqueológicos provam à presença dos primeiros habitantes na região da Argentina há aproximadamente 13 mil anos. Segundo estudos, esses habitantes eram nômades. Os espanhóis se estabeleceram e começaram a colonizar a região da Argentina em 1516, quando o navegador espanhol Juan Diaz de Sólis, navegando pelo Rio da Prata, tornou oficial a conquista do território. Até então, a região dos pampas era habitada por nações indígenas e a região norte era parte do Império Inca. A capital, Buenos Aires, foi fundada em 1534. Ainda no século XVI é iniciada a exploração da prata na região. No século XVII os espanhóis passam a utilizar a mão de obra indígena para a exploração da prata. 11 Aos poucos os povos indígenas foram sendo conquistados e dizimados pelos espanhóis. Os índios guaranis argentinos foram catequizados pelas missões jesuíticas nesse mesmo período. A Companhia de Jesus foi expulsa da Argentina em 1767. Sua independência só foi conquistada em 1816, após a revolução que derrubou o vice-rei espanhol em 1810. Proclamou sua primeira Constituição em 1853, a qual ainda é vigente, mas com pequenas modificações ocorridas em 1994. A economia Argentina é baseada principalmente na agricultura e na pecuária. A produtividade da agricultura Argentina está entre as mais altas do mundo. O país é um grande produtor e exportador de cereais, sendo o seu principal produto otrigo. A exportação de produtos derivados da pecuária, como a carne de gado e a lã, é de grande importância para a economia argentina. As técnicas de refrigeração e de processamento da carne são referências positivas do setor. A indústria pesqueira, apesar de seu potencial, não é muito explorada. Merluzas e lulas são os destaques da pesca na Argentina. A constituição da Argentina foi criada em 1853 e revista em 1994. Ela ordena a separação de poderes em Executivo, legislativo e judicial, a nível nacional e provincial. Cada província contém sua própria constituição, com a estrutura da constituição nacional. O presidente e vice-presidente da Argentina são eleitos diretamente para mandatos de quatro anos. A Constituição concede ao presidente um poder considerável, incluindo o poder de nomear ministros, a autoridade para aprovar leis por decreto presidencial em condições de "urgência e necessidade" e da linha de veto. O peso argentino foi criado em 1881 quando ocorreu a unificação monetária na Argentina. O peso argentino (atual) começou a circular no ano de 1992, de acordo com a Lei de Conversibilidade. Neste contexto, foi criado o sistema de paridade com o dólar dos Estados Unidos. Desta forma, ao ser lançado, um peso tinha o mesmo valor de um dólar dos Estados Unidos. Este sistema de paridade foi mantido até o ano de 2001, quando entrou em vigou o sistema de câmbio flutuante na Argentina. Na ocasião, ocorreu uma alta desvalorização do peso em relação ao dólar. 12 Figura 5: Mapa do país exportador - Argentina Fonte: Sua Pesquisa Figura 6: Moeda do país exportador Fonte: DeposiPhotos 13 6. MERCOSUL Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram, em 26 de março de 1991, o Tratado de Assunção, com vistas a criar o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O objetivo primordial do Tratado de Assunção é a integração dos Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes. A configuração atual do Mercosul encontra seu marco institucional no Protocolo de Ouro Preto, assinado em dezembro de 1994. O Protocolo reconhece a personalidade jurídica de direito internacional do bloco, atribuindo-lhe, assim, competência para negociar, em nome próprio, acordos com terceiros países, grupos de países e organismos internacionais. O Mercosul caracteriza-se, ademais, pelo regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo não só o aumento do comércio intrazona, mas também o estímulo ao intercâmbio com outros parceiros comerciais. Todos os países da América do Sul participam do Mercosul, seja como Estado Parte, seja como Estado Associado. Estados Partes: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai (desde 26 de março de 1991) e Venezuela (desde 12 de agosto de 2012). Estado Parte em Processo de Adesão: Bolívia (desde 7 de dezembro de 2012). Estados Associados: Chile (desde 1996), Peru (desde 2003), Colômbia, Equador (desde 2004), Guiana e Suriname (ambos desde 2013). Em 2 de dezembro de 2016, a República Bolivariana da Venezuela foi notificada do cessamento do exercício de seus direitos inerentes à condição de Estado Parte do MERCOSUL, em razão do descumprimento de compromissos assumidos no Protocolo de Adesão ao MERCOSUL. Em 05 de agosto de 2017, a República Bolivariana da Venezuela foi notificada da suspensão de todos os seus direitos e obrigações inerentes à sua condição de Estado Parte do Mercosul, em conformidade com o disposto no segundo parágrafo do artigo 5º do Protocolo de Ushuaia. O Mercosul tem por objetivo consolidar a integração política, econômica e social entre os países que o integram, fortalecer os vínculos entre os cidadãos do bloco e contribuir para melhorar sua qualidade de vida. 14 O Mercosul visa à formação de mercado comum entre seus Estados Partes. De acordo com o art. 1º do Tratado de Assunção, a criação de um mercado comum implica: Livre circulação de bens, serviços e fatores de produção entre os países do bloco; Estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial conjunta em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais; Coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes; Compromisso dos Estados Parte em harmonizar a legislação nas áreas pertinentes, a fim de fortalecer o processo de integração. O Mercosul hoje representa algo equivalente à quinta maior economia mundial, com PIB de US$ 2,7 trilhões. Desde a sua fundação, as trocas comerciais dentro do Mercosul multiplicaram-se em mais de 12 vezes, passando de US$ 4,5 bilhões, em 1991, para o pico de US$ 57 bilhões, em 2013. Em 2017, os dados até julho mostram crescimento de 22,1% nas exportações brasileiras (US$ 13 bilhões) e de 53% no saldo comercial do Brasil com o bloco (US$ 5,9 bilhões) em relação ao mesmo período de 2016. Além disso, o Mercosul é o principal receptor de Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs) no continente. Nos últimos dois anos, recebeu 47% (2015) e 46% (2016) dos Investimentos Estrangeiros Diretos na América Latina e Caribe e 65% (2015 e 2016) da América do Sul (dados da UNCTAD). Houve também aumento da participação percentual do bloco como destino de investimentos estrangeiros no mundo: nos anos pré-crise (2005-2007), o Mercosul recebia 2% do investimento mundial; em 2015, recebeu 4,4%; e, em 2016, 3,7%. O Brasil tem com os sócios um comércio significativo e de qualidade, composto por produtos de elevado valor agregado, o que contribui para o desenvolvimento tecnológico e gera empregos qualificados no Brasil. O bloco é fundamental para a atividade industrial dos Estados Partes. Em 2016, cerca de 84% das exportações brasileiras para o Mercosul foram de bens industrializados. Em comparação, nossas exportações de bens industrializados ao mundo todo representaram 56% do total. 15 6.1 ACORDO DE COMPLEMENTAÇÃO ECONÔMICA 18 Os Plenipotenciários da República Argentina, da República Federativa do Brasil, da República do Paraguai e da República Oriental do Uruguai, acreditados pelos seus Governos segundo poderes outorgados em boa e devida forma, depositados na Secretaria Geral da Associação. Reafirmando a plena vigência do Tratado de Assunção subscrito em 26 de março de 1991 entre seus países; Considerando que os Governos de seus respectivos países resolveram constituir um mercado comum que deverá estar conformado em 31 de dezembro de 1994 e que se denominará "Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)”; Recordando que este mercado comum implica: - A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos alfandegários e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente; - O estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais; - A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os países signatários: de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras que se acordem, a fim de assegurar condiçõesadequadas de concorrência entre os países signatários; - O compromisso dos países signatários de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração. 16 Figura 7: Países do Mercosul Fonte: Mercosur Figura 8: Mercosul Fonte: Portugal Digital 17 7. INCOTERM CIF A obrigação de contratar o seguro internacional e o custear o frete até o Porto do Rio Grade do Sul é da Don Mario, porém, como a responsabilidade pela mercadoria, passa a ser do comprador desde o momento do embarque no porto de origem. A responsabilidade pelo custo do frete e do seguro da mercadoria, volta para nós no momento em que a mercadoria chegue no Porto do Rio Grande do Sul. 7.1 RESPONSABILIDADES DA DON MARIO A Don Mario é responsável por produzir a soja, emitir os documentos para a liberação da mercadoria no Porto da Argentina e no Porto do Rio Grande do Sul, os documentos são: Invoice, Packing List e Origin Certificate, enviar os documentos para a Mais Soja Brasil, transportar a soja até o Porto da Argentina e custear o frete marítimo e o seguro internacional. 7.2 RESPONSABILIDADES DAS TRANSPORTADORAS A transportadora da Argentina; o navio, é responsável por emitir o Bill Of Lading e o seguro da carga durante o transporte. A transportadora do Brasil (entre o Porto do Rio Grande do Sul até nossa empresa) é responsável por emitir o Conhecimento de Transporte Eletrônico. 7.3 RESPONSABILIDADE DA MAIS SOJA BRASIL S.A Nós somos responsáveis por emitir a Nota Fiscal, Declaração de Importação e Licenciamento de Importação para desembaraçar a mercadoria no Porto do Rio Grande do Sul, para a retirada também é necessário apresentar os documentos da Don Mario e os documentos das transportadoras. O transporte e o seguro entre o Porto do Rio Grande do Sul até a Mais Soja Brasil também é da nossa responsabilidade. 18 Figura 9: Incoterm CIF Fonte: International Contracts 8. TRANSPORTE MARÍTIMO Os navios são extremamente versáteis e aceitam grandes quantidades de cargas. Comparado a outros modais, o frete do transporte marítimo é mais baixo, por ser um meio que consome menos combustível, diminuindo seus custos. Além disso, seu valor pode ser divido em uma quantidade maior de mercadoria. As embarcações utilizadas no modal marítimo têm uma capacidade muito superior à de outros modais, sendo capazes de carregar toneladas de produtos com segurança. O modal marítimo faz o transporte de suas cargas entre cidades, países e continentes, sendo atualmente o modal mais utilizado para o transporte internacional de cargas. Os navios conseguem chegar a locais que, muitas vezes, são de difícil acesso para os modais ferroviários, rodoviários e aéreos, por exemplo. Então pode ser uma estratégia competitiva na distribuição de mercadorias ou aquisição de matéria prima. 8.1 VANTAGENS DO TRANSPORTE MARÍTIMO O transporte hidroviário é vantajoso na medida em que transportam grandes quantidades de cargas a longas distâncias, sendo um transporte muito utilizado para comércio interno e externo. Além disso, é considerado o transporte de menor impacto ambiental, visto que em relação aos outros, apresenta baixos índices de poluição. N o entanto, seu custo de implementação, transporte e manutenção é 19 muito inferior aos outros, o que faz com que seja um transporte muito utilizado até os dias atuais. Grandes volumes de carga. Grandes distâncias a transportar. Trajetos exclusivos (não há vias para outros modais). Tempo de trânsito não é importante. Encontra-se uma redução de custo de frete. 8.2 DESVANTAGENS DO TRANSPORTE MARÍTIMO Em relação a outros meios, os transportes feitos pelas hidrovias são mais demorados que outras modalidades de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo), posto que muitas vezes dependem das condições climáticas (maritimidade, ventos, etc.). Depende de vias apropriadas. É de gerenciamento complexo, exigindo muitos documentos. Depende de terminais especializados. Tempo de trânsito longo 9. NAVIO GRANELEIRO Navio de construção especial, adequado para transporte de carga a granel, não possuindo, assim, guindastes ou ius de carga. Possui características estruturais diferentes, conforme destine ao transporte de graneis pesados (minérios, por exemplo) de granéis leves (cereais, por exemplo). Os graneleiros têm a sua origem remota nos navios de carga a granel que surgiram nos Grandes Lagos dos EUA para o transporte de minério de ferro. Já em 1900 estes navios atingiam comprimentos da ordem dos 150 m. 20 Figura 10: Navio Graneleiro Fonte: Gigantes do Mundo 10. PORTOS 10.1 PORTO DE BUENOS AIRES Buenos Aires é o principal porto argentino e sua principal atividade é a movimentação de contêineres, como também de combustíveis, grãos, veículos e cargas manufaturadas. Além do Terminal de Puerto Novo, Buenos Aires dispõe também do Terminal Dock Sur da Exogan e do Terminal Rio de La Plata, que movimentam contêineres. O granel líquido é movimentado na Dock Sur, que ainda conta com um terminal de derivados de petróleo. A localização no estuário do Rio de La Plata limita o porte dos navios que atendem o Porto de Buenos Aires, cujo acesso é feito pelo Canal Intermédio e pelo Canal Índio até o Forte Ponton, onde está instalada a estação dos práticos Recalada. Os canais com profundidades da ordem de 9 metros exigem uma navegação com muita perícia em função das correntezas, bancos de areia e fortes ventos. Essas condições ocorrem devido ao estuário do Rio de La Plata e seus afluentes - Rio Paraná e Rio Uruguai. Como foi descrito no artigo anterior, eles representam a porta de entrada da enorme bacia hídrica, a Bacia do Prata, que abarca 4.300.000 quilômetros quadrados do Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia, além da própria 21 Argentina. Em função dessas características que limitam o porte das embarcações, o Porto de Buenos Aires tem exigido constantes modificações no uso de cada uma das instalações portuárias a exemplo do ocorrido no Puerto Madero. Porto construído no final do século XIX, tornou-se inadequado para a navegação moderna, a qual a cada década utiliza navios de maior porte. Figura 11: Porto de Buenos Aires Fonte: Bahelitours 10.2 PORTO DO RIO GRANDE DO SUL Privilegiado por seus aspectos geográficos, o Porto do Rio Grande consolidou- se como o porto do Conesul, tendo forte atuação no extremo sul do Brasil, estando entre os mais importantes portos do continente americano em produtividade, oferecendo serviços ágeis e de qualidade. Dotado de uma completa infraestrutura operacional o porto gaúcho é considerado o segundo mais importante porto do país para o desenvolvimento do comércio internacional brasileiro. No entanto, o Porto não para de realizar investimentos em infraestrutura, estando sempre adequado aos padrões internacionais. Com um calado de 40 pés, o Porto do Rio Grande possui excelente profundidade em seus terminais de granéis e de contêineres, superior ao correspondente nos portos argentinos, uruguaios e catarinenses. Com calado e condições operacionais privilegiadas o porto é o ponto perfeito para o transbordo de contêineres e de completamento de carga de granéis dos países da Bacia Hidrográfica do Prata. Além disso, em seu cais público, Porto Novo, com 31 pés de calado, o porto rio- grandino oferece uma invejável disponibilidade de atracação, possuindo um caiscom cerca de 2Km de extensão. Outra grande vantagem do Porto do Rio Grande é a disponibilidade de malhas modais diversificadas e bem distribuídas no território do Rio Grande do Sul. Com 22 uma excelente oferta de infraestruturas de transporte, compreendendo os modais rodoviário, hidroviário, ferroviário e aeroportuário, os caminhos que levam ao porto gaúcho estão em estado de conservação considerado dos melhores no cenário nacional. Figura 12: Porto do Rio Grande do Sul Fonte: Planejamento 11. MODALIDADE DE PAGAMENTO ANTECIPADO Nesta modalidade nós pagamos ao exportador antes do embarque da mercadoria. Essa opção é mais interessante para o exportador, que recebe antecipadamente o pagamento. Nós assumimos o risco de não receber a mercadoria ou recebê-la em condições não acordadas com o exportador. Esse procedimento não é muito utilizado, mas como trabalhamos desde a nossa fundação com a Don Mario e para agilizar a produção da soja negociamos o pagamento antecipado. 23 Figura 13: Esquema do pagamento 1 -O importador faz a negociação com o exportador. 2 - O importador faz pagamento ao seu banco, que faz a transferência ao banco do exportador. 3 – O exportador recebe o pagamento e faz envio dos documentos ao importador, para que o mesmo faça a retirada da mercadoria após o desembaraço. 12. IMPORTAÇÃO DIRETA O nosso contato com o fornecedor é direto, negociamos os preços, a modalidade de transporte e pagamento diretamente. Essa modalidade é mais viável para a Mais Soja Brasil por que buscamos reduzir os gastos e ter total controle com os contratos e negociações. A importação direta apresenta vantagens consideráveis. Uma delas é a possibilidade de ao realizar o desenvolvimento dos fornecedores preservar o contato para operação de médio e longo prazo. É positivo também quando se considera a flexibilidade para a negociação de preços e a definição da logística buscando redução de custos. Além disso, a flexibilidade logística e ter controle da operação são indispensáveis. Como efeito a empresa possibilita o desenvolvimento da equipe interna e exclui intermediários no processo de importação. 24 13. CAPATAZIA Atividade de movimentação de mercadorias nas instalações de uso público, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário. Capatazia é o serviço utilizado geralmente em portos e estações/terminais ferroviários, onde profissionais autônomos, ligados a sindicatos ou de empresas particulares, executam o trabalho de carregamento/ descarregamento, movimentação e armazenagem de cargas. 14. DESEMBARAÇO ADUANEIRO A entrega da mercadoria ao importador somente será realizada após o respectivo desembaraço aduaneiro. Entretanto, em situações justificadas, o chefe responsável pelo despacho aduaneiro poderá autorizar a entrega da mercadoria ao importador antes de totalmente realizada a conferência aduaneira, tendo em vista a natureza da mercadoria ou as circunstâncias específicas da operação de importação. A mercadoria objeto de exigência fiscal de qualquer natureza, formulada no curso do despacho aduaneiro, somente será desembaraçada após o respectivo cumprimento ou, quando for o caso, mediante a apresentação de garantia, nos termos de legislação específica. A mercadoria sujeita a controle sanitário, ambiental ou de segurança, constatado no curso do despacho aduaneiro em decorrência de declaração inexata, somente será desembaraçada após a devida autorização do órgão competente. 25 Figura 14: Esquema desembaraço 15. CANAIS DE PARAMETRIZAÇÃO Os canais de parametrização são a forma de análise criada pela Secretaria da Receita Federal - SRF mediante o despacho aduaneiro, ou seja, uma vez registrada a Declaração de Importação e iniciado o procedimento de despacho aduaneiro, a DI é submetida a uma análise fiscal e selecionada para um dos canais de conferência. Tal procedimento de seleção recebe o nome de parametrização. 26 Figura 15: Canais de parametrização Fonte: Porto Gente 16. SISCOMEX O Portal Siscomex é uma iniciativa de governo eletrônico centrada no aumento da transparência e da eficiência nos processos e controles de exportações e importações. Voltado primordialmente aos operadores de comércio exterior - exportadores, importadores, transportadores, depositários, despachantes aduaneiros, terminais portuários, etc. - o Portal Siscomex objetiva, em sua etapa inicial de implementação, simplificar o acesso aos serviços e sistemas governamentais e à legislação pertinentes às operações de comércio exterior. Todos os sistemas componentes do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), bem como os demais sistemas governamentais destinados à obtenção de autorizações, certificações e licenças para exportar ou importar estão presentes no Portal Siscomex. Por meio dele, os operadores do comércio exterior também contam com acesso simplificado às normas que regem as importações e exportações brasileiras, organizadas por órgão responsável pela edição ou administração da norma em questão. O Portal Siscomex é a etapa inicial de um grande programa de reformulação da atuação governamental sobre as operações do comércio exterior brasileiro - o Programa Portal Único de Comércio Exterior. Irmanado às ações de infraestrutura 27 promovidas pelo governo, o Programa Portal Único se apresenta como o segundo pilar basilar para o aumento da eficiência do comércio exterior brasileiro e da competitividade exportadora do País. Assim, o Portal Siscomex figura como o espaço de interação entre o governo e os operadores de comércio exterior mediante o qual importantes inovações serão apresentadas e implementadas, de forma incremental, ao longo dos próximos anos. A partir de 1993, com a criação do Siscomex, todo o processamento administrativo relativo às exportações foi informatizado. As operações passaram a ser registradas via Sistema e analisadas online pelos órgãos que atuam em comércio exterior, tanto os chamados órgãos gestores (Secex, SRF e Bacen) como os órgãos anuentes, que atuam apenas em algumas operações específicas (Ministério da Saúde, Departamento da Polícia Federal, Comando do Exército etc.). Na concepção e no desenvolvimento do Sistema, foram harmonizados conceitos, códigos e nomenclaturas, tornando possível a adoção de um fluxo único de informações, tratado pela via informatizada, que permite a eliminação de diversos documentos utilizados no processamento das operações. O sistema de registro de exportações totalmente informatizado permitiu um enorme ganho em agilização, confiabilidade, rápido acesso a informações estatísticas, redução de custos etc. O acesso ao Siscomex Importação é feito por meio de conexão com o Serpro a fim de que as operações que necessitam de Licenciamento de Importação possam ser efetuadas. O Siscomex tem sido constantemente aprimorado, tendo incorporado o Módulo Drawback Eletrônico, em novembro de 2001. O Siscomex é responsável por integrar as atividades de registro de nossa empresa, acompanhando e controle das operações de comércio exterior, através de um fluxo único e automatizado de informações. O Siscomex permite acompanhar tempestivamente a saída e o ingresso de mercadorias no país, uma vez que osórgãos de governo intervenientes no comércio exterior podem, em diversos níveis de acesso, controlar e interferir no processamento de operações para uma melhor gestão de processos. Por intermédio do próprio Sistema, podemos trocar informações com os órgãos responsáveis pela autorização e fiscalização. Além de fazer as emissões e registros do certificado de importação. 28 Figura 16: Logo Siscomex Fonte: Aquittem Comex Figura 17: Tela Siscomex Fonte: Portal Siscomex 17. SECEX Órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que tem entre suas funções a condução das políticas de comércio exterior e gestão do controle comercial. A Secex normatiza, supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as atividades de comércio exterior. Entre suas atividades estão: participar das negociações dos acordos comerciais internacionais do governo brasileiro, promover a cultura exportadora, deferir atos concessórios de drawback, anuir operações de exportação e importação, promover o exame de similaridade para 29 averiguação de produção nacional, compilar a balança comercial, promover a defesa comercial do país, entre outras. A Secex coordena a atividades desenvolvidas por quatro departamentos que compõe sua estrutura, são eles: Decex (Departamento de Operações de Comércio Exterior), Decom (Departamento de Defesa Comercial), Deint (Departamento de negociações Internacionais), Depla (Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio exterior). Secex tem por objetivo teórico, expandir as vendas do Brasil ao patamar coerente com o potencial brasileiro. Com o desafio de aperfeiçoar os mecanismos de comércio exterior e implementar ações direcionadas à simplificação e adequação a um ambiente de negócios cada vez mais competitivo, o Secex, deixa muito a desejar, uma vez que coordena a administração do Sistema Integrado de Comércio Exterior, mais conhecido como Siscomex. O Secex administra o Sistema integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e sua função é simplificar a operacionalidade do comércio exterior brasileiro e promover as exportações. Propor medidas de políticas fiscal e cambial, de financiamento, de seguro, de transporte e fretes e de promoção comercial, participar das negociações em acordos ou convênios internacionais relacionados ao comércio exterior, formular propostas de políticas de comércio exterior e estabelecer normas necessárias a sua implementação. Figura 18: Logo Secex Fonte: Portal Siscomex 30 18. BACEN O Banco Central do Brasil é um órgão público, criado no ano de 1964, exatamente em 31 de Dezembro, por meio da Lei de número 4.595. É designado pela população como BC, BCB ou BACEN. Possui autarquia federal e faz parte do Sistema Financeiro Nacional (Ministério da Fazenda do Brasil). É a principal entidade monetária do Conselho Monetário Nacional, o CMN, título recebido do Tesouro Nacional, Banco do Brasil e Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC). Antes de sua institucionalização, as funções hoje cumpridas pelo Banco Central eram de competência da Superintendência da Moeda e do Crédito (criada em 1945), cuja finalidade era basicamente controlar a entrada e saída de dinheiro e organizar as transações para a criação de um órgão que centralizasse tudo, o Banco Central. Tinha como principais responsabilidades, a fixação de percentuais e reservas de crédito a bancos comerciais e taxas de liquidez, sem contar os juros sobre transações bancárias. Supervisionava e monitorava as atividades dos bancos e orientava a chamada política cambial. O Banco do Brasil também funcionava como um órgão do governo, cujas operações eram o controle das transações no exterior, recebimento de depósito de bancos comerciais e operações de câmbio do Tesouro Nacional. A emissão do papel-moeda (Real) era de responsabilidade do Tesouro Nacional. Com a sua criação, o Banco Central absorveu todas as funções outrora dos órgãos citados e se tornou o Banco dos Bancos. No ano de 1985, o Banco Central recebeu a responsabilidade de reordenar o sistema financeiro do governo, separando as suas contas e funções do Banco do Brasil e Tesouro Nacional. No ano seguinte, o orçamento da instituição passou a ser transparente o que lhe rendeu mais credibilidade. Em 1988 foram estabelecidas novas regras pela Constituição Federal, as quais podemos destacar a criação de dispositivos importantes como a emissão de moeda. Ele é o responsável por controlar a quantidade de dinheiro que circula no país, os créditos disponíveis, as taxas de juros e como anda a economia – entre outras ações ligadas ao sistema financeiro. Além disso, conduz as políticas monetária, cambial, de crédito, e de relações financeiras com o exterior; a regulação e da 31 supervisão do Sistema Financeiro Nacional; a administração do Sistema de Pagamentos Brasileiro e os serviços do meio circulante. Dentre as suas principais atribuições estão: Emitir papel-moeda e moeda metálica; Executar os serviços do meio circulante; Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras; Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; Exercer o controle de crédito; Exercer a fiscalização das instituições financeiras; Autorizar o funcionamento das instituições financeiras; Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras; Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. Desempenha importante papel na empresa sua função executar e formular as políticas cambiais e monetárias, e é responsável pelo controle das operações de crédito. Figura 19: Logo Bacen Fonte: Wikipedia 32 19. RECEITA FEDERAL DO BRASIL É um órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, e chefiado pelo Secretário da Receita Federal do Brasil. A SRFB está presente no cotidiano dos cidadãos por meio das Agências, Inspetorias e Delegacias da Receita Federal. As Delegacias da Receita, dirigidas pelos Delegados da Receita Federal, são as principais unidades. Lá trabalham os Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil e os Analistas Tributários, que são os cargos que executam as principais funções da Receita. É o órgão controlador e fiscalizador do recolhimento de tributos no Brasil. A Receita Federal do Brasil é responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das contribuições sociais do País. Também subsidia o Poder Executivo Federal na formulação da política tributária brasileira, previne e combate à sonegação fiscal, o contrabando, o descaminho, a pirataria, a fraude comercial, o tráfico de drogas e de animais em extinção e outros atos ilícitos relacionados ao comércio internacional. Compete à RFB, dentre outras atribuições, a administração dos tributos internos e do comércio exterior; a gestão e execução dos serviços de administração, fiscalização e controle aduaneiro; e a repressão ao contrabando e descaminho. Na maior parte dos países do mundo a Alfândega ou Aduana é uma repartição pública autônoma, geralmente ligada ao Ministério da Fazenda, porém desligada dos demais tributos. No Brasil foi colocada dentro da Secretaria da Receita Federal, do Ministério da Fazenda, sujeitaa administração que cuida também dos demais tributos federais. Não existe fiscal aduaneiro no Brasil, mas, sim, auditor fiscal dos tributos federais alocado para trabalhar em assuntos aduaneiros, com capacidade legal para atuar em quaisquer dos tributos federais. É um polivalente, atuando como “clínico geral”. Porém, quando localizado numa Alfândega só tem poderes para atuar em assuntos aduaneiros. O Brasil utiliza a denominação Alfândega, porém somente para algumas repartições, sem nenhum critério lógico. Outras repartições que cuidam de assuntos aduaneiros são denominadas Superintendência Regional, Delegacia ou Inspetoria da Receita Federal. Isto como resultado da fusão das carreiras de fiscais federais ocorrida quando da criação da Secretaria da Receita Federal, uma vez que 33 antes delas o Brasil seguia o que hoje ocorre na maioria dos países, com administração autônoma para cada tributo. Naquela época a administração exclusivamente aduaneira denominava-se DRA – Diretoria das Rendas Aduaneiras. Na maioria dos países o órgão que cuida da administração das alfândegas, em nível nacional, denomina-se Direção Geral das Alfândegas. No Brasil, como vimos, é um órgão da Secretaria da Receita Federal que se denomina COORDENAÇÃO-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA – COANA. A receita federal tem como função fazer o controle de tributos de importação de nossa empresa, além de ter controle da entrada da soja no país, fazendo a conferência na aduana. Figura 20: Logo Receita Federal do Brasil Fonte: Wikipedia 19.1 COMPETÊNCIAS DA RECEITA FEDERAL Marcador administração dos tributos internos e do comércio exterior; Marcador gestão e execução das atividades de arrecadação, lançamento, cobrança administrativa, fiscalização, pesquisa e investigação fiscal e controle da arrecadação administrada; Marcador gestão e execução dos serviços de administração, fiscalização e controle aduaneiro; Marcador repressão ao contrabando e descaminho, no limite da sua alçada; 34 Marcador preparo e julgamento, em primeira instância, dos processos administrativos de determinação e exigência de créditos tributários da União; Marcador interpretação, aplicação e elaboração de propostas para o aperfeiçoamento da legislação tributária e aduaneira federal; Marcador subsídio à formulação da política tributária e aduaneira; Marcador subsídio à elaboração do orçamento de receitas e benefícios tributários da União; Marcador interação com o cidadão por meio dos diversos canais de atendimento, presencial ou a distância; Marcador educação fiscal para o exercício da cidadania; Marcador formulação e gestão da política de informações econômico-fiscais; Marcador promoção da integração com órgãos públicos e privados afins, mediante convênios para permuta de informações, métodos e técnicas de ação fiscal e para a racionalização de atividades, inclusive com a delegação de competência; Marcador atuação na cooperação internacional e na negociação e implementação de acordos internacionais em matéria tributária e aduaneira. 20. LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO Licença de Importação é um documento eletrônico processado através do Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex, utilizado para licenciar as importações de produtos cuja natureza ou tipo de operação está sujeita a controles de órgãos governamentais. O licenciamento, regra geral, deve ser obtido previamente ao embarque da mercadoria no exterior. A Licença de Importação tem validade de 60 dias, contados da data do deferimento. Como regra geral, as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento devendo o importador apenas providenciar o registro da Declaração de Importação (DI) no Siscomex, quando da chegada da mercadoria em território nacional. Em alguns casos, no entanto, exige-se o licenciamento, que poderá ser automático ou não automático, conforme o produto ou operação de comércio exterior, sendo necessária uma Licença de Importação com autorização prévia de um ou mais órgãos anuentes. Uma Licença de Importação automática é uma autorização em que o deferimento acontece automaticamente no Siscomex sem maiores problemas e/ou 35 procedimentos. Não é exercido nesta modalidade de autorização, nenhum efeito restritivo às importações das mercadorias objetos do pedido. A Licença de importação não-automática é obrigatória para uma pequena gama de produtos, que necessitam de controle prévio, dado as suas características e particularidades. Estas importações dependem de um documento eletrônico, que é emitido pelo Siscomex e que será analisado por uma entidade competente e legalmente credenciada, um órgão anuente, que emitirá sua decisão nas seguintes possibilidades: Deferido (autorizado), Em Exigência (que precisa ser ajustada pelo importador, e depois será autorizado), ou Indeferido (que não está autorizado, e que conterá o motivo desta negação). Este tipo de autorização é usado para administrar as restrições ao comércio exterior dos produtos, além de assegurar critérios de comercialização, de controle da saúde pública ou de acordos firmados no âmbito internacional entre países. A licença de importação, automática ou não automática, conjuga informações referentes à mercadoria e à operação, tais como: importador, país de procedência, local em que a mercadoria será descarregada e posteriormente desembaraçada, exportador, fabricante da mercadoria, classificação fiscal, quantidade e peso líquido, descrição detalhada do produto, preço unitário e total, Incoterms, forma de pagamento e o tipo de tributação. Utilizamos a LI, que tem a função obter a autorização do órgão que responde pelo controle daquele produto ou operação. Nela o importador, ou seu representante legal, formula a Licença de Importação no Sistema Integrado de Comércio Exterior e a transmite para a Base Central onde receberá numeração específica e ficará à disposição do respectivo anuente/licenciador. 36 Figura 21: Modelo do Licenciamento de Importação Fonte: Receita da Fazenda 21. DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO É um documento que possui as informações de natureza comercial, financeiras e fiscal referentes à mercadoria adquirida e sobre a operação de importação. O intuito da Declaração de Importação é comprovar o pagamento dos impostos e adiantar o processo de liberação da mercadoria no armazém aduaneiro. A Declaração de Importação é registrada pelo importador no Siscomex, o qual lhe atribui numeração automática única, sequencial e nacional, reiniciada a cada 37 ano e consiste na prestação das informações correspondentes à operação de importação, contendo dados de natureza comercial, fiscal e cambial sobre as mercadorias Após envio ao Siscomex será gerado um diagnóstico que poderá conter alertas ou mensagens de erros, que por sua vez poderão ser impeditivos do registro ou não. Corrigidos os dados ou não sendo constatado erro no preenchimento, o importador deverá informar os dados de pagamento de tributos, se for o caso, e da taxa de utilização do Siscomex para débito automático em conta corrente bancária e transmitir a declaração para registro. Caso a DI esteja corretamente preenchida e tenha sido confirmada pelo banco a aceitação do débito, o Siscomex registrará a respectiva DI, que receberá um número seguindo uma ordem sequencial, anual e nacional. 21.1 O REGISTRO DA DI SOMENTE É EFETIVADO Se verificada a regularidade cadastral do importador; Após o licenciamento da operação de importação, quando exigível, e a verificação do atendimento às normascambiais, conforme estabelecido pelos órgãos e agências da administração pública federal competentes; Após o registro da chegada da carga, exceto na modalidade de registro antecipado da DI; Se a carga não estiver em situação que impeça a vinculação da DI ao conhecimento de carga correspondente no Mantra ou no Siscomex; Após a confirmação, pelo banco, da aceitação do débito relativo aos tributos, contribuições e direitos devidos, inclusive da Taxa de Utilização do Siscomex; e Se não for constatada qualquer irregularidade impeditiva do registro. É irregularidade impeditiva do registro da DI aquela decorrente da omissão de dado obrigatório ou o seu fornecimento com erro, bem assim a que decorra de impossibilidade legal absol. Tem a função de registrar as informações comerciais, financeiras e fiscais das mercadorias que fazemos as importações, fazendo a comprovação de pagamento de impostos. É utilizada na liberação de retirada de mercadoria na zona secundaria. 38 Figura 22: Modelo Consulta Declaração de Importação Fonte: Gett Figura 23: Modelo Declaração de Importação Fonte: Receita da Fazenda 39 22. COMPROVANTE DE IMPORTAÇÃO Após a conferência aduaneira pela fiscalização, a comprovação de que todas as informações contidas no Siscomex estavam de acordo com a documentação apresentada e com a conferência aduaneira, e que tudo estava em conformidade com a legislação aduaneira vigente, é processado pelo fiscal o desembaraço aduaneiro daquela DI. Isto significa dizer que foi registrada a conclusão do despacho aduaneiro, e é autorizada a efetiva entrega da mercadoria ao importador. O Desembaraço aduaneiro é o último ato do procedimento do despacho aduaneiro, e o documento que comprova esta situação é o Comprovante de Importação. Promove definitivamente a nacionalização da mercadoria. É um documento eletrônico emitido pela Receita Federal do Brasil que comprova a efetiva a nacionalização da mercadoria importada, por meio do pagamento dos impostos. O comprovante de importação permite ao importador retirar a mercadoria do recinto alfandegado. 23. RADAR SISCOMEX O Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros, ou Radar Siscomex, é uma ferramenta criada pela Receita Federal Brasileira para realizar o controle aduaneiro das importações e exportações do país. O Siscomex foi instituído pelo Decreto nº 660, em 25 de Setembro de 1992, e trata-se de um sistema informatizado que concentra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior por meio de um fluxo único e automatizado de informações. Com sua utilização, o Governo Federal pode acompanhar a entrada e a saída de mercadorias no Brasil, uma vez que os órgãos responsáveis pelo comércio exterior podem controlar e interferir no processamento de informações. Também por meio do Siscomex, o importador ou exportador pode trocar informações diretamente com os órgãos responsáveis pela autorização e fiscalização. O sistema é gerido pela Secretaria de Receita Federal, pela Secretaria de Comércio Exterior e pelo Banco Central. A utilização do Siscomex reduziu substancialmente as ações financeiras ilícitas no comércio exterior, como o ato bastante comum de abrir e fechar empresas importadoras e exportadoras a 40 qualquer momento com a intenção de fraudar a fiscalização. Contribuiu, também, ao longo das suas mais de duas décadas de existência, para a desburocratização do processo aduaneiro no Brasil, simplificando os processos de importação e exportação para os atuantes no comércio internacional. Para se ter acesso ao Siscomex, primeiro é necessário estar habilitado no Radar, que significa: Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros. Na prática, a inclusão neste sistema tornou-se um controle prévio que evitar que empresas utilizem os negócios de importação ou exportação como forma de fraudar o fisco, praticando contrabando ou descaminho. O Radar tem por objetivo unificar as informações de todos intervenientes no comércio exterior, como importadores, exportadores, para monitorar o comportamento e limite de atuação. 23.1 A IMPORTÂNCIA DA HABILITAÇÃO DO RADAR A habilitação no Radar é uma medida obrigatória para tornar a sua empresa apta a realizar atividades de importação. Além de permitir o cadastro no Siscomex, é essa habilitação que garante a devida autorização para que as empresas importem e/ou exportem de maneira totalmente legal. Na prática, a utilização do Siscomex traz diversas vantagens, como a minimização do uso de documentos físicos, a redução dos custos para todos os envolvidos nos processos, a agilidade na verificação das informações, a desburocratização dos processos e a facilidade de acompanhamento dos processos pelas partes envolvidas. 23.2 QUANDO POSSO FAZER A SOLICITAÇÃO DO RADAR Qualquer empresa que esteja apta, ao menos teoricamente, a realizar importações e/ou exportações pode fazer o pedido de habilitação no Radar Siscomex. Não são feitas distinções quanto ao porte ou ao setor e uma pequena empresa pode fazer a solicitação do mesmo modo que uma líder de mercado. Além disso, até mesmo empresas que ainda não foram constituídas podem fazer o pedido, mas apresentar um histórico de recolhimento de tributos internos contribui muito para que a sua solicitação seja aceita pela Receita Federal. É importante lembrar também que, em todas as modalidades do RADAR, a habilitação de pessoa jurídica no Siscomex é válida por 18 meses. O prazo 41 estabelecido tem como termo inicial a data de deferimento da habilitação ou a data da última operação de comércio exterior realizada no Siscomex. Ou seja, cada operação de exportação ou importação realizada renova a validade da habilitação por mais dezoito meses. Caso a sua empresa não realize nenhuma operação de importação nesse período, a habilitação no RADAR é automaticamente suspensa e você precisará entrar com um novo pedido na Receita Federal. 23.3 SUBMODALIDADES DO RADAR SISCOMEX Sua empresa já está devidamente estruturada para solicitar a habilitação no Radar? O próximo passo é identificar qual das três submodalidades se encaixa melhor no seu perfil. No Brasil, contamos com três tipos voltados para perfis diferentes de pessoas jurídicas: – RADAR EXPRESSO – RADAR LIMITADO – RADAR ILIMITADO 23.3.1 RADAR DE IMPORTAÇÃO EXPRESSA A submodalidade Expressa é a mais recente, criada em 2015, e trata-se da habilitação às operações de menor valor, geralmente a mais adequada às micro e pequenas empresas que desejam iniciar seus negócios internacionais. Não existem limites para exportação, mas, para importações, a modalidade Expressa é limitada à US$ 50 mil, movimentado em até seis meses. A criação desta nova categoria foi extremamente importante para as micro, pequenas e médias empresas, já que essas não precisam mais apresentar capacidade financeira para solicitar a habilitação expressa e não precisam mais provar capital social. Este tipo de RADAR pode ser obtido mais facilmente em comparação aos outros dois e leva apenas 2 (dois) dias úteis após protocolar o requerimento para se obter uma resposta. 23.3.2 RADAR DE IMPORTAÇÃO LIMITADA A habilitação na submodalidade do Radar Limitado permite às pessoas jurídicas realizar operações de importação com cobertura cambial de até US$ 150 mil ou um valor equivalente em outra moeda, num período de seis meses. Para se habilitar 42 nesta modalidade, a empresa precisa apresentar uma capacidade financeira acima de US$ 50 mil e igual ou inferior a US$ 150 mil. Aestimativa de capacidade financeira da empresa é calculada pela Receita Federal com base no maior valor de tributos pagos pela empresa. Porém, se a sua empresa for nova, ela ainda pode ser habilitada no Siscomex, mesmo não existindo um histórico de contribuições. Caso a sua empresa já esteja na habilitação Radar Limitado e deseja apenas modificar a submodalidade, você pode pedir uma revisão de estimativa. Geralmente, o tempo até toda a análise documental ser concluída é de 10 dias, podendo ser mais rápido se o processo não apresentar divergências, isto é, nenhum erro com os documentos da empresa e dos seus representantes, e feito por um profissional qualificado. 23.3.3 RADAR DE IMPORTAÇÃO ILIMITADA Esta modalidade é muito semelhante à modalidade Limitada, mas, no Radar Ilimitado, a pessoa jurídica habilitada pode realizar operações de importação com cobertura cambial num valor acima de US$ 150 mil ou a mesma quantia equivalente em outra moeda, num período de 6 meses. Para solicitar esta habilitação, a capacidade financeira de sua empresa precisa ser superior ao valor de US$ 150 mil e a estimativa da capacidade é calculada da mesma forma que na submodalidade descrita acima. O tempo até a conclusão da análise dos documentos e obtenção de uma resposta sobre a sua solicitação é, também, de 10 dias, podendo variar para menos caso não haja nenhum problema com a documentação. 23.4 QUANDO A HABILITAÇÃO DO RADAR NÃO É EXIGIDA Conforme determina a legislação, a pessoa jurídica pode ser dispensada do procedimento de habilitação do Radar para as operações que não estão subordinadas ao Siscomex. Assim, por exemplo, uma bagagem desacompanhada de viajantes, não precisa que a pessoa jurídica esteja habilitada no Siscomex, podendo ser feita uma declaração simplificada de importação ou de exportação, 43 sendo apenas registrada no servidor aduaneiro da unidade da Receita Federal onde será feito o despacho aduaneiro. Também estão dispensadas da habilitação do Radar as operações realizadas pelos Correios ou por empresa de transporte expresso internacional. 24. REI - REGISTRO DE EXPORTADORES E IMPORTADORES Para exportar, as empresas devem estar cadastradas no REI – Registro de Exportadores e Importadores da Secretaria de Comércio Exterior. A inscrição no REI é automática, no ato da primeira operação, sem maiores formalidades. As pessoas físicas (agricultor ou pecuarista, com registro no Incra, artesãos, artistas ou assemelhados, registrados como profissionais autônomos) deverão solicitar o cadastramento no REI ao DECEX – Departamento de Operações de Comércio Exterior da SECEX. A inscrição no Registro de Exportadores e de Importadores (REI) é condição básica para a realização de operações de exportação ou de importação. O exportador ou importador inscrito no REI anteriormente à implantação do SISCOMEX tem a inscrição mantida, sem necessidade de qualquer providência adicional. O exportador ou importador, ainda não inscrito no REI, inscreve-se no ato de sua primeira operação no SISCOMEX, ao informar o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes ou no Cadastro de Pessoas Físicas. A ligação ao SISCOMEX se concretiza pela Rede SISBACEN. O acesso ao SISCOMEX poderá ser efetuado, depois de habilitado e credenciado, em: Agências do Banco do Brasil que operam em comércio exterior; Demais bancos que operam em câmbio; Corretoras de câmbio; Despachantes aduaneiros; No próprio estabelecimento do exportador ou do importador, observados os critérios específicos para ligação; Outras entidades habilitadas; Salas de contribuintes da Receita Federal. 44 Exportadores, importadores, despachantes aduaneiros, comissárias, transportadores, depositários e outras entidades que desejem operar diretamente o SISCOMEX devem ter uma senha, fornecida pela Secretaria de Comércio Exterior ou pela Secretaria da Receita Federal. As instituições financeiras interligadas ao SISBACEN têm acesso ao SISCOMEX a partir de sua implantação. Permanece a possibilidade do exportador ou do importador delegar a um representante legal o registro, o acompanhamento e o cumprimento de exigências, no que concerne aos aspectos comercial, cambial, financeiro e aduaneiro de suas operações de exportação ou de importação. Os requisitos legais para constituição de representante não foram alterados com o advento do SISCOMEX. 24.1 REQUISITOS DO REI PARA PESSOAS JURÍDICAS Quando se tratar de pessoa jurídica, os requisitos para a inscrição nesse registro são, entre outros: Estar inscrito no Registro Público de Comércio, vinculado à Inspeção Geral de Justiça, do Ministério da Justiça, Segurança e Direitos Humanos, ou, dependendo do caso, no organismo correspondente, e apresentar seus contratos sociais ou estatutos; Inscrever-se junto à Receita Federal, vinculada à AFIP, através da Chave Única de Identificação Tributária (CUIT); Comprovar solvência econômica e outorgar uma garantia a favor da Direção-Geral de Aduanas, vinculada à AFIP, para assegurar o fiel cumprimento de suas obrigações, em conformidade com o que determine a regulamentação. 25. TRANSPORTE ENTRE ZONA PRIMÁRIA E ZONA SECUNDÁRIA - RODOVIÁRIO Transporte rodoviário é aquele feito por meio de vias, como estradas, rodovias e ruas, as quais podem ser asfaltadas ou não. Esse meio de transporte tem a função de deslocar cargas, pessoas e animais para diversos lugares. A consolidação do transporte rodoviário ocorreu com a intensificação da indústria automobilística, fato ocorrido nas primeiras décadas do século XX. Os veículos de transporte são considerados símbolos do capitalismo. 45 Apesar de ter seu uso bastante difundido no mundo, o transporte rodoviário gera custos altos, se comparado com o transporte ferroviário e hidroviário. O alto valor do frete é decorrente do preço dos combustíveis e da manutenção que deve ser feita periodicamente. Nesse sistema de transporte, a infraestrutura necessária para seu funcionamento possui um valor elevado em sua construção e manutenção, o custo pode se elevar ainda mais quando o terreno é acidentado. Esse fator gera a necessidade de construções adaptadas às condições do relevo, como túneis, viadutos, entre outros. A principal indicação do transporte rodoviário é o seu uso em casos de deslocamentos curtos, pois o mesmo possibilita uma grande agilidade. Esse modal representa a maior parte do transporte de cargas e serviços no Brasil. A quantidade de mercadoria que atravessa o país por meio das rodovias é imensa. A primeira rodovia asfaltada no Brasil foi inaugurada no governo de Washington Luís. Seu lema era “Governar é abrir estradas”. Chamada de Rodovia Rio-Petrópolis, tornou-se realidade em 25 de agosto de 1928. Atualmente, esse trecho adquiriu o nome do presidente. Até aquele momento, a transição entre a capital federal (na época Rio de Janeiro) e Petrópolis era realizada por caminho de terra. Desde sua criação, esse transporte enfrentou dificuldades gigantescas para fluir, além do excesso de peso das cargas, os graves e recorrentes acidentes e a poluição. 25.1 CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO NO BRASIL Com relação ao transporte de cargas, esse é o tipo mais usado no Brasil porque é bem mais barato que o ferroviário. Além disso, apresenta vantagens e desvantagens: Tem mais opções de acesso pelo país; Mais facilidade de substituição no caso de acidentes; Possui forte impacto no meio ambiente causando poluição; Pequena eficiência energética e facilidade de distribuição dos produtos; Custo operacional elevado; Congestionamentos; Danificação da malha rodoviária. 46 26. DOCUMENTOS 26.1 PRÓ-FORMA INVOICE É um documento que representa a operação comercial, ou seja, deverá conter todas as informações iniciais que foram declaradas na fatura pró-forma e as demais que confirmam a realização da exportação. É emitida pelo exportador em formulário próprio (não obedece a um modelo oficial), preferencialmente com o texto em inglês, devendo ser preenchida de acordo com a regulamentação deste. A Fatura Comercial representa a operação comercial e serve para formalizar a transferência de propriedade da mercadoria para o comprador. É emitida pelo próprio exportador, não estando sujeita ao controle fiscal. Este documento deverá ser elaborado e apresentado pelo exportador ao importador em inglês ou no idioma do país importador, podendo ser um contrato formal assinado e reconhecido oficialmente ou um fax com aceitação de ambas as partes, ou ainda, como prática e para melhor apresentação das informações, o exportador poderá utilizar-se de um formulário simples chamado: Fatura Pró-forma. Este documento concentrará informações fundamentais para o fechamento do negócio e poderá ser utilizado pelo importador para abertura da carta de crédito ou para efetivar a remessa de valores. A Fatura Proforma não gera obrigação de pagamento por parte do importador. Serve de base para a Fatura Comercial definitiva e precede a venda. Não possui valor contábil ou jurídico. Proposta de venda sujeito à aprovação por parte do importador. 47 PRO-FORMA INVOICE: Date: 05/05/2018 Importer: Mais Soja Brasil SA Exporter: Don Mario Semillas Total net weight: 100t Means of transport: Ship ship ship DELIVERY LOADING PORT DESTINATION PAYMENT CONDITION Brazil Brazil Advance Payment PORT OF ORIGIN: PORT OF DESTINATION: COUNTRY OF ORIGIN: INCOTERMS: Buenos Aires Porto Alegre Argentina CIF QTY UNIT DESCRIPTION UNIT.PRICE TOTAL 1 100 t Bulk soybeans US$ 9,24 bushel US$ 33.993,05 ANOTES: TOTAL PRICE: US$ 33.993,05 FREIGHT: US$ 5.098,95 INSURANCE: US$ 407,92 TOTAL: US$ 39.499,92 Date: ASS: 48 26.2 PACKING LIST Sua finalidade é complementar a fatura comercial, nos casos em que várias unidades do mesmo produto são expedidas em diferentes volumes, ou quando a quantidade, o peso e o conteúdo, diferem de um volume para outro. Normalmente prepara-se uma relação separada para cada volume, indicando peso, dimensões e conteúdo (frequentemente é necessário colocar as dimensões globais de cada volume, bem como o peso global da remessa). Os fiscais aduaneiros podem, tendo em mãos o packing list proceder a um exame de amostragem, inspecionando alguns volumes. Se as indicações da relação desses volumes estiverem exatas, tudo indica que o restante também em ordem e, a seu critério, pode dispensar o restante da conferência física. Aqueles que trabalham nos armazéns de conferência aduaneira sabem da utilidade do romaneio. Mas sabem também que, por não ser obrigatório, há países que não o utilizam, ao mesmo tempo em que há países que o utilizam sistematicamente quando de suas exportações com muitos volumes e conteúdo diferenciado. Figura 24: Packing List 26.3 ORIGIN CERTIFICATE O Certificado de Origem é o documento necessário para que as mercadorias se beneficiem do tratamento tarifário preferencial. Para tanto, deve ser emitido em conformidade com as regras prescritas por cada Acordo. Ele é um documento indispensável para a comprovação da origem das mercadorias. Esse certificado 49 deverá indicar inequivocamente que a mercadoria à qual se refere é originária da parte signatária de um acordo comercial. A emissão do certificado de origem é necessária em cada operação de exportação efetuada. Cada certificado está estritamente vinculado a uma fatura comercial. Assim, se um exportador emite três faturas, mesmo destinadas a um só importador, deverá providenciar a emissão de igual número de certificados. O Certificado de Origem possui um prazo de validade de 180 dias, contados a partir da data de sua emissão. Estes certificados somente podem ser emitidos por repartição oficial ou entidade de classe, com personalidade jurídica, credenciadas pelo governo do país exportador. Para que as mercadorias originárias se beneficiem do tratamento preferencial, estas deverão ter sido expedidas diretamente pelo país exportador para o país destinatário. Além disso, poderá ser aceita a intervenção de terceiros operadores, sempre que sejam atendidas todas as disposições previstas neste certificado. Em tais situações, o certificado será emitido pelas entidades certificantes habilitadas, que farão constar como observação que se trata de uma operação por conta e ordem do operador. O Certificado de Origem é emitido, em cada Estado, pela Federação local das Indústrias ou por algumas de suas Delegacias Regionais. A Secretaria de Comércio Exterior Secex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MDIC, tornou público por meio da Portaria Secex nº. 23, de 14 de julho de 2011, as entidades credenciadas e autorizadas a emitir Certificados de Origem. No Estado de São Paulo, a entidade autorizada é a FIESP. É importante ressaltar que, atualmente, o comércio internacional utiliza este documento impresso em papel e, com o objetivo de garantir maior legitimidade aos documentos brasileiros apresentados no exterior assim como possibilitar melhoria dos serviços prestados aos operadores de comércio internacional, a Secretaria de Comércio Exterior Secex atualizou os procedimentos de emissão de certificados de origem contidos na Portaria Secex. 50 Figura 25: Origin Certificate 26.4 CONHECIMENTO DE EMBARQUE Conhecimento de embarque é o documento emitido por conta do transportador, descrevendo-se o tipo e quantidade de mercadorias embarcadas, e mencionando o embarcador, o consignatário, os portos ou aeroportos de embarque e descarga, o nome do navio ou avião transportador e o valor do frete. Deve ser assinado pelo comandante do navio ou do avião ou preposto expressamente autorizado para tanto, admitindo o recebimento das mercadorias descritas a bordo do navio ou avião mencionado, em boa ordem e condições, no local ou porto mencionado, com a obrigação de entregá-las, no porto ou local de destino mencionado, nas mesmas condições recebidas, ao consignatário nomeado ou o portador do conhecimento de embarque, mediante o pagamento de um frete. 51 26.4.1 BILL OF LADING O conhecimento de embarque (BL - Bill of Lading) é um dos documentos mais importantes do comércio exterior, sendo de emissão da companhia responsável pelo transporte da mercadoria. O BL é um contrato de transporte, recibo de entrega da carga e título de crédito. O conhecimento pode ser emitido em quantas vias originais forem necessárias e solicitadas pelo embarcador. Normalmente é emitido em três vias. Os pagamentos de fretes marítimos são feitos pela companhia responsável pelo embarque, podendo ser feitos de três maneiras: pré-pago, a pagar e pagável no destino. 26.4.2 FUNÇÕES BÁSICAS 1. Servir como recibo de entrega da carga ao transportador; 2. Evidenciar um contrato de transporte entre a companhia marítima e o usuário; 3. Representar um título de propriedade da mercadoria (transferível e negociável). O B/L pode ser
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