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A T M Noções de interesse protético TT

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íNDICE
1. FISIOLOGIA DO APARELHO MASTIGATÓRIO 1
Articulação temporomandibular 1
Mast igação ,..... 10
DegIut ição 16
Fonação 18
2. MOVIMENTOS MAN DIBULARES 21
Movimento bordejante não contactante 22
Movimento bordejante contactante 25
Movimento intrabordejante não contactante ............•................. 29
Movimento intrabordejante contactante :........................ 34
3. RELAÇÃO MAXI LOMAN DIBULAR 39
Dimensão vertical ,........... 39
Relação central........................................................................ 40
Oc Iusão central..................................................................... 41
Art icu Iação..................................................................... .... 42
Interpretação do cilindro de Posselt.............................................. 43
4. ARTICULADOR 49
Arti cu ladores em geral............................. 49
Aparelhos acessórios do articulador............................................ 51
Posi ção dos modelos..................................................................... 54
Fundamentos básicos do articulador T.T. 55
5. PROGRAMAÇÃO DO ARTICULADOR DE STUART 63
Determinação do eixo terminal de rotação com o arco facial
c inemáti co....................................................................................... 63
Pantóg rafo....................................................................................... 67
Programação do articulador de Stuart 72
Transferência dos modelos de trabalho ao articulador 75
6. PROGRAMAÇÃO DO ARTICULADOR T.T. COM BASE EM GUIAS
DE MORDIDA ECOM O PANTÓGRAFO 77
Transferência e montagem dos modelos ..,.................................. 77
Programação do articulador T.T. com base em guias de mordi-
da.............................................. .•. 84
Programação do articulador T.T. com o pantógrafo 88
7. DISFUNÇOES DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR............ 97
Sinais e sintomas das disfunçôes da articulação temporo-
mand ibu lar ~................................................................... 97
RuIdo dos cõnd ilos 97
Etiologia da dor ,...... 98
Classificação dos d istú rbios..................... 99
Vert igem .•................. 100
Espasmo muscu lar ,......... 100
8. DIAGNÓSTICO DAS DISFUNÇOES DA A.T.M. 103
Exame cl rnico.... 103
Exame rad iog ráfico 104
Técnicas radiográficas da A.T.M. 105
Diagnóstico diferencial das disfunçôes da A.T.M....................... 106
Modelo de ficha cllnica utilizada para exame dos distúrbios
da A.T.M. 107
9. TRATAMENTO DAS DISFUNÇOES DA A.T.M...................................... 111
Tratamento sintomático 111
Tratamento etiológ ico.. 113
Tratamento rad ical ".. 118
10. PLANEJAMENTO DOTRABALHO PROTÉTICO.................................. 121
Aparelhos de precisão utilizados para o planejamento.............. 121
Montagem correta dos modelos de estudo 121
Técnicas de reconstrução oclusal................................................ 123
Indicação das técnicas de reconstrução oclusa!........................ 125
Determinação do tipo de oclusão 126
Indicação do modelo de articulador 131
11. RECONSTITUIÇÃO OCLUSAL............................................................... 135
Enceramento progressivo na reabilitação oclusal, segundo o
conceito de cúspide-fossa............................................................. 135
Enceramento progressivo segundo o conceito de cêntrica-
longa 146
Enceramento progressivo segundo o conceito fisiológico 147
FISIOLOGIA DO APARELHO MASTIGATÓRIO
o sistema mastigatório ou sistema estomatognatio está constituído
dos dentes com suas estruturas de suporte, ossos maxilares e mandíbula,
músculos mastigatórios, articulação temporomandibular (A.T.M.), lábios,
língua, bochechas e elementos vasculonervososB• Graças às funções deste
conjunto anatômico realizamos os complexos atos fisiológicos de masti-
gação, fonação, deglutição e respiraçã023•
Assim, Silverman34 define a fisiologia oral como a matéria que trata das
manifestações clínicas dos comportamentos normais e anormais das es-
truturas orais.
No estudo da fisiologia do aparelho mastigatório, geralmente os den-
tes, os músculos e a articulação temporomandibular são considerados os
elementos mais importantes. Sob o ponto de vista da relação maxilomandi-
bular, é ainda ressaltada a importância da ação muscular. Mas, como acon-
selha Carrar09, não se deve perder de vista o conceito de unidade anátomo-
funcional do sistema mastigatório.
Assim, neste capítulo, respeitando a idéia de unidade morfofuncional
do sistema mastigatório, devido à natureza do trabalho que vamos desen-
volver, trataremos de todos esses fatores, agrupando-os sob três títulos: ar-
ticulação temporomandibular, mastigação e deglutição.
A articulação temporomandibular (A.T.M.) está constituída pelo côndi-
10,fossa glenóide, menisco, ligamentos, músculos, vasos e nervosl1.
o côndilo da mandíbula tem a forma cilíndrica e seu longo eixo se
dispõe perpendicularmente ao ramo ascendente. Por esse motivo os pro-
longamentos dos eixos dos côndilos dos lados esquerdo e direito vão se
encontrar num ponto mais acima e posterior ao eixo bicondilar, formando
um ângulo de 1500 a 1650 de abertura, segundo Sicher e Tandler~2 (Fig. 1).
O côndilo de um indivíduo adulto mede de 15 a 20mm de comprimento e
de 8 a 10mm de largura. A parte superior é totalmente lisa e ,apresenta con-
vexidades nos sentidos anteroposterior e vestibulolingual. E através desRa
superfície lisa que a mandíbula' entra em contacto com a cavidade
glenóide. A superfície da parte inferior é irregular e faz conexão com o ra-
mo da mandíbula.
Figura I
Ângulo formado pelos longos eixos
dos côndilos.
Fossa glenóide
A fossa glenóide é oval e côncava. É delimitada, anteriormente pelo
tubérculo articular, posteriormente pelo tubérculo pós-glenóide do osso
temporal, internamente pela fissura tímpano-escamosa e externamente pe-
lo processo retroarticular.
A superflcie da parte profunda da fossa glenóide é, praticamente, desti-
tuida do forramento do tecido fibrocartilaginoso, ao contrário da superficie
das vertentes do tubérculo articular, que é coberta por uma espessa cama-
da; a cabeça do côndilo é igualmente protegida generosamente por esse ti-
po de tecido. Estes fatos mostram que tais porções da A.T.M. estão prepa-
radas para suportar as forças de compressã019 (Fig. 2).
o menisco pode ser considerado morfológica e fisiologicamente em
duas porções: central e periférica25. A porção central é formada de tecido fi-
brocartilaginoso e a periférica de tecido conjuntivo.
Figura 2
1. meala auditivo
2. processo retroarticular
3. arco zigomá/ico
4. tubérculo articular
5. fossa glenóide.
A parte central, fibrocartilaginosa toma a forma de um disco, e assim é
conhecida também com o nome de disco interarticular. Este disco divide a
A.T.M. em dois comportamentos: temporomeniscal e meniscocondílico. A
porção interna do disco é mais delgada do que a parte externa e a sua es-
pessura varia de 1 a 2mm. Sob a pressão de mastigação, segundo Zola43,
esta espessura diminui ainda mais, porém, devido à constituição histológi-
ca própria, suporta bem as forças de compressão.
A porção periférica do menisco, de tecido conjuntivo, toma a forma da
cavidade. É muito espessa, rica em vasos e nervos e devido à sua consti-
tuição não suporta nenhuma força de compressão.
As bordas interna e externa do menisco se inserem nas pontas rugosas
do côndilo. Estas inserções não interferem nos movimentos livres do
côndilo em relação à cápsula. A borda posterior é espessa, altamente vas-
cularizada e inervada e é rica em tecido conjuntivo. Tanto pela espessura,
como pela inserção que se processa na parede posterior da fossa, esta
porção do menisco é conhecida com o nome de coxim retrodiscal. Na bor-
da anterior do menisco ligam as fibras superiores do músculo pterigóideo
externo.
Segundo Pint027há ainda um pequeno ligamento que une o martelo do
ouvido ao menisco na altura da porção média. Para o autor esta comuni-
cação explica o comprometimento da audição nas pessoas com distúrbios
da A.T.M.
Na fisiologia da A.T.M. o disco articular tem as funções de proteger as
superfícies articulares, durante os movimentos mandibulares, ajudar a lu-
brificação, amortecer os choques, regular os movimentos mandibulares
através dos corpúsculos de Ruffini que se encontram nas porções anterio-
res e posteriores e, finalmente, estabilizar o côndilo na cavidade.
No compartimento superior entre o disco e a fossa e no inferior entre o
disco e a cabeça da mandíbula fica um espaço livre que se denomina espa-
ço sinovial.
O espaço sinovial contém o fluido sinovial que nutre e lubrifica toda a
superfície da A.T.M. Este liquido é produzido pelo tecido sinovial que ata-
peta a superfície livre de compressão da articulação, formando uma mem-
brana chamada sinovial. Esta é delgada e altamente vascularizada.
A membrana sinovial, embora de natureza conjuntiva, tem as células de
revestimento superficial semelhantes aos fibroblastos; logo abaixo dessa
camada de células aparecem vasos terminais e complexos capilares.
O tecido sinovial, além do fluido sinovial que é dialisado dos capilares
sinoviais, produz o ácido hialurônico que é um mucopolissacarídeo. Nas
condições normais de saúde da A.T.M. o fluido sinovial apresenta pouca
quantidade de monócitos, fagócitos, linfócitos e macrócitos.
Diante de qualquer anomalia, por exemplo uma sobrecarga, imediata-
mente se verifica um aumento dessas células13 (Fig. 3).
Ligamentos
Os ligamentos que compõem a A.T.M. são: temporomandibular, capsu-
lar (ou cápsula articular), esfenomandibular e estilomandibular.
O ligamento temporomandibular é um ligamento curto, largo, com dis-
posição obllqua que se insere no arco zigomático e na face externa do colo
do côndilo.
O ligamento capsular é uma fibra membranosa que se insere no colo do
côndilo (quase junto à eminência) e na fossa glenóide, dispondo-se
verticalmente.
Figura 3
1. mealo auditivo
2. fibrocartilagem
3. disco articular
4. espaço sinovial
5. tubérculo articular
6. músculo pterigóideo.
o conjunto desses ligamentos, que cobrem totalmente o côndilo pelo
lado externo, atua fisiologicamente limitando os movimentos condilares
de protrusão, de retrusão e de lateralidade (Fig. 4).
O ligamento esfenomandibular, como diz o nome, começa na espinha
esfenoidal, desce obliquamente para frente e se insere na face interna do
ramo da mandrbula, na altura da espinha de Epix, ocupando uma área rela-
tivamente grande.
O ligamento estilomandibular une o processo estilóide ao ângulo da
mandrbula. É, portanto, um ligamento longo que se dispõe obliquamente
logo atrás e quase paralelamente à borda posterior do ramo ascendente da
mandibula.
Os dois últimos ligamentos são considerados ligamentos acessórios,
visto que ficam mais afastados da A.T.M., porém, atuam como estabiliza-
dores e modeladores dos movimentos mandibulares, para evitar que ultra-
passem os limites19 (Fig. 5).
O fisiologista inglês John Hunter observou que os ligamentos, em ge-
ral, toleram perfeitamente as pressões intermitentes, porém, não as cons-
tantes. Seus trabalhos constituem a base da "lei dos ligamentos". Segun-
do Grieder e Cinotti13 esse fato deve ser sempre lembrado na terapêutica
dos distúrbios da A.T.M.
As fibras musculares, estruturalmente, podem ser consideradas sob
três disposições: em série (fibras longas); em paralelo (fibras curtas) e peri-
forme (fibras médias).
Conforme a disposição, com o mesmo número de fibras, os feixes mus-
culares podem ganhar em comprimento ou em potência. Aqueles que ga-
nham em extensão perdem em potência e vice-versa. Na figura 6 represen-
tamos as disposições das fibras musculares de modo esquemático, rela-
cionando-as com as potências desenvolvidas16 (Fig. 6).
Sob o ponto de vista da contração, os músculos podem ser classifica-
dos em isotônicos e isométricos. Quando os músculos desenvolvem as
Figura 4
2 t. J. /igame. Igamento tem n/o capsularporomandibu/ar.
\'---
J. ligamento . Figura 5
2. ligamento esietltomandibutarnomandibular.
Figura 6
J. fibras musculares dispostas em série
2. fibras musculares dispostas em para/ela
3. fibras musculares dispostas em obUqua.
2
~
B
•
B=4A
C=4A.cose>'.
ações com mudanças de comprimento chamam-se isotõnicos e isométri-
cos quando agem sem alterar o comprimento.
Os músculos elevadores e abaixadores da mandlbula, bem como os
que intervêm nos movimentos de lateralidaqe, protrusão e retrusão da
mandíbula, fazem parte da A.T.M. senão topograficamente, pelo menos fi-
siologicamente. Estes músculos são chamados músculos mastigadores e
na realidade deveriam, por esse motivo, ser estudados no capitulo da mas-
tigação, mas, vamos descrevê-Ios aqui para manter a noção anatõmica de
conjunto.
Os músculos masseter, temporal e pterig6ideo interno constituem os
chamados músculos elevadores da mandíbula e os músculos pterig6ideo
externo e digástrico os músculos abaixadores da mandlbula. Os músculos
masseter, pterigóideo interno e principalmente o pterigóideo externo são
responsáveis pelos movimentos de protrusão da mandlbula; o movimento
de retrusão é realizado pela ação do músculo digástrico. Ainda, os múscu-
los temporal e pterigóideo externo são responsáveis pelo movimento de la-
teralidade da mandíbula18.
O músculo masseter está formado de dois feixes curtos: um superficial
e outro profundo. O conjunto tem a forma retangular. As bordas superiores
dos feixes superficial e profundo estão inseridas respectivamente no osso
zigomático e no arco zigomático; as bordas inferiores de ambos os feixes
estão inseridas no ângulo da mandíbula, ocupando uma extensão que vai
do primeiro molar até ã metade do ramo ascendente da mandlbula.
As fibras do feixe profundo estão dispostas verticalmente, ao passo
que as fibras do feixe superficial estão dispostas obliquamente para ante-
rior. Desse modo, a contração simultânea dos dois feixes provoca uma for-
ça resultante no sentido perpendicular ao plano oclusal, enquanto na con-
tração isolada a ação é dirigida no sentido das fibras.
As fibras são curtas e por isso conferem ao masseter uma ação muito
poderosa. É o mais potente dos músculos elevadores.
A inervação é dada pelo nervo masseterino e a vascularização pela
artéria masseterina que é um ramo da artéria maxilar interna (Fig. 7).
O músculo pterigóideo interno é composto de dois feixes musculares:
um inferior e outro interno, que unem a mandlbula ao crânio.
Figura 7
J. músculo masserer
2. arco zigomático.
J .5.2. músculo pterigóideo interno
o feixe inferior insere-se por um dos lados no tuber da maxila e no pro-
cesso piramidal do osso palatino, e o feixe interno na superflcie medial da
placa lateral do osso pterigóideo.
A extremidade oposta do feixe inferior insere-se na mandíbula na face
interna, abaixo da linha oblíqua interna, ocupando uma extensão que vai
do ângulo da mandíbula ao molar, e o terminal do feixe interno insere-se
mais posteriormente, em continuação, ocupando todo o ângúloda
mandíbula.
O músculo pterigóideo interno tem a forma retangular no seu conjunto
e é um músculo de grande potência, quase equivalente ao masseter. O fei-
xe inferior dispõe verticalmente e o interno obliquamente, inclinado para
frente. Na contraç"ão, simultânea dos feixes aparece uma força resultante
perpendicular ao plano oclusal e na contração isolada a direção da força é
dada pela orientação do próprio feixe muscular.
A inervação do músculo é dada pelo nervo pterigóideo médio da
mandíbula e quanto à irrigação é dada pela artéria média do pterigóideo
que é o ramo da artéria maxilar interna (Fig. 8).
Figura 8
J. feixe superior do músculo plerigóideo
externo
2. feixe inferior do músculo pterigóideoexterno
3. feixe interno do músculo pterigóideo interno
4. feixe inferior do músculo pterigóideo
interno.
o músculo temporal é formado por três feixes musculares: anterior,
médio e posterior. As disposições desses feixes são, respectivamente, ver-
tical, obliqua e horizontal.
As inserções desses feixes no crânio são feitas através de uma grande
área da porção lateral do osso parietal, temporal, frontal e grande asa do
osso esfenóide. As extremidades inferiores dos três feixes inserem-se de
anterior para posterior, respectivamente, na vertente anterior do processo
coronóide, na apófise coronóide e na vertente posterior do processo.
A inervação do músculo temporal é dada pelo nervo femporal e a vascu-
larização é mantida pelas artérias temporais média e profunda.
Os feixes anterior e médio atuam no movimento de elevação propria-
mente dito da mandíbula ao passo que o feixe posterior atua no movimento
de retrusão (Fig. 9).
O músculo pterigóideo externo é constituído de dois feixes: superior e
inferior; ambos dispostos horizontalmente, de dentro para fora e de frente
para trás.
O feixe superior insere-se de um lado na superfície infratemporal da
grande asa do osso esfenóide e do outro se une ao menisco da A.T.M. e ao
Figura 9
J. feixe posterior do músculo temporal
2. feixe médio do músculo ten;zporal
3. feixe anterior do músculo temporal.
colo do côndilo. O feixe inferior, que é maior do que o primeiro, tem sua ex-
tremidade anterior inserida na placa pterigóidea e a parte posterior no colo
do côndilo.
A contração unilateral do músculo pterigóideo externo movimenta o
côndilo deste lado, para frente, para dentro e para baixo, e, a contração bi-
lateral projeta a mandíbula para frente e os côndilos para baixo e para fren-
te. Devido a esse fator fisiológico, quando o pterigóideo externo está em
disfunção, mesmo com a boca aberta, o côndilo permanece dentro da cavi-
dade38. O disco da A.T.M. acompanha o côndilo durante todos esses
movimentos.
Segundo Boucherfi, o músculo pterigókleo externo atua também no mo-
vimento de retrusão, fixando o côndilo dentro da cavidade glenóide, impe-
dindo assim a compressão na parede posterior.
A inervação do músculo pode ser dada ou pelo nervo masseterino ou
pelo nervo bucal, enquanto que a vascularização é feita pela artéria maxilar
interna (Fig. 7).
O músculo digástrico é composto de dois feixes: anterior e posterior. O
feixe anterior inicia-se na borda inferior e lingual da mandíbula, na altura
da sínfese e caminha em direção à parte lateral do osso hióide onde se in-
sere por meio de um tendão. Inicia-se nesse ponto, em continuação, o feixe
posterior do músculo dirigindo-se para o processo mastóide onde se fixa.
A inserção do feixe anterior é dada pelo quinto nervo cranial que é um
dos ramos do nervo trigêmio e a do feixe posterior é dada pelo sétimo nervo
cranial.
Na contração desses feixes eles se apoiam no osso hióide que, por sua
vez, é mantido em posiçi",o graças à ação dos músculos estilo-hióideo e in-
fra-hióideos. A contraçãv desse músculo implica a abertura da boca (Fig.
10).
Figura 10
/. ap6fise estif6ide
2. processo mast6ide
3. ligamento estilo-hi6ideo
4. feixe posterior do músculo digáslriCO
5. feixe anterior do músculo digáslrico
6. músculo mi/ohióide
7. osso hi6ide
8. músculo externo-hióide
9. músculo externo-tiróide
10. músculo omohióide.
Vasos e nervos
A vascularização da A.T.M. é mantida, em geral, pela circulação colate-
ral da região. Porém, podemos destacar os seguintes vasos:
a) na articulação está a artéria carótida externa através das suas ramifi-
cações;
b) na porção anterior estão as artérias masseterina e temporal profunda
que são ramos da artéria maxilar interna;
c) nas porções medial e posterior estão as artérias timpânica anterior,
auricular profunda e meníngea média;
d) nas porções lateral e posterior estão os ramos da artéria temporal su-
perficial.
As veias que drenam as regiões correspondem às artérias que as
irrigam13•
Os vasos linfáticos estão espalhados em toda parte da A.T.M., porém
os mais importantes são os que se localizam nas superfícies lateral e
posterior.
Os vasos linfáticos da região posterior e medial da A.T.M. drenam no
nódulo linfático submandibular ao passo que os da região anterior, no
nódulo linfático parotldic013•
As regiões vascularizadas da A.T.M., como o menisco e o tecido subsi-
novial, também apresentam inervações, enquanto que as partes pobremen-
te vascularizadas, como as porção central do disco, são quase destituídas
de nervos.
Hilton notou que todos os nervos responsáveis pela inervação dos
músculos de uma articulação inervam também a própria articulação. Esta
observação geral funciona integralmente no caso da A.T.M. Assim, a
porção anterior da A.T.M. é inervada também pelos ramos do nervo masse-
terino que é constituinte de um dos ramos do nervo trigêmio e, a parte pos-
terior é inervada pelos ramos do nervo aurículo-temporal que, por sua vez,
faz parte da divisão posterior do ramo mandibular do nervo trigêmi013•
MASTIGAÇÃO
O ato mastigatório é um complexo processo fisiológico que se inicia
com a trituração dos alimentos, seguindo-se a salivação e terminando com
a formação do bolo alimentar. Para execução desta tarefa concorrem, não
só as estruturas moles e duras que compõem a cavidade bucal, mas
também, os elementos mais distantes que com ela mantêm relações de
contigüidade funcional. Estes são: os dentes implantados nos processos
alveolares, os músculos, a articulação temporomandibular, os lábios, as
bochechas, a língua e as glândulas salivares.
A mastigação influi muito na digestão dos alimentos. Os estudos de
Farrell mostram que um alimento suficientemente mastigado atinge 70%
de digestão ao passo que com a mastigação parcial a taxa de digestão do
mesmo pode cair para 23% 12.
Segundo Shanahan35, há dois tipos de movimentos mandibulares: mas-
tigatório e não mastigatório. Os movimentos mastigatórios são os movi-
mentos de revolução da mandíbula, realizados em ciclo no plano vertical.
Os movimentos não mastigatórios são as excursões de lateralidade e de
protrusão, efetuadas no plano horizontal.
Tipos de movimentos mastigatórios
Schweitzer31, divide o movimento mastigatório em dois outros: movi-
mento voluntário e movimento funcional. Chama de movimento voluntário
ao conjunto de movimentos de deslizamento, de esfregamento e de bruxis-
mo que são realizados com os dentes dos arcos opostos em contato. De
movimento funcional são chamados os de mordida natural que são execu-
tados em direção vertical.
Dentro dos movimentos naturais de mordida podemos incluir também o
movimento de incisão, estudado por Jankelson. Este autor considera este
movimento em três modos diferentes, conforme a natureza dos alimentos:
nos casos de alimentos duros quando os incisivos superiores e inferiores
entram em contato de topo; nos casos de alimentos moles, quando os inci-
sivos inferiores deslizam ao longo das faces palatinas dos incisivos supe·
riores e, finalmente, nos casos de alimentos mais ou menos duros, quando
os incisivos inferiores deslizam com ligeirp afastament014 (Fig. 11).
Kawamura19, além dos dois movimentos já expostos, considera mais
um, que é o mandibular de reflexo. Para o autor, os elementos neurofi-
siológicos que concorrem para cada um desses três tipos de movimentos
são diferentes, embora os mecanismos musculares sejam basicamente
semelhantes.
O estudo eletromiográfico das atividades dos músculos mastigadores
durante o ato da mastigação nos mostra o seguinte:
a) Os músculos masseteres atuam em 'duas etapas: na primeira etapa,
que corresponde à trituração, há sempre um trabalho conjugado, isto
é, a ação é bilateral, e na segunda, quando os alimentos estão mais
reduzidos, o trabalho é independente, tornando-se ação unilateral;
b) Observa-se ainda que, enquanto perduraa ação bilateral, as con-
trações das fibras daqueles músculos são muito mais acentuad?s do
que quando a ação é unilateral;
c) Os músculos temporais, ao contrário dos anteriores, geralmente
apresentam a mesma intensidade muscular de ambos os lados, du·
rante o ato mastigatóri028•
As atividades musculares resultam em uma força de compressão que
recebe o nome de força de mastigação. A força de mastigação varia de
uma pessoa para outra e varia também conforme o estado dos arcos den-
tais. O valor da força varia segundo o método empregado para a medida.
Assim, para Black2, o valor oscila de 2kg a 36kg; BOOS3encontrou um valor
que vai de 5kg a 40kg e Beke1 opina que a força de mastigação está em tor-
no de 10,4kg.
Os movimentos naturais de mastigação embora na realidade sejam em
três dimensões, podem ser registrados num plano frontal. A trajetória re-
Figura 11
A) Mordendo alimento duro
B) Mordendo alimento mole
C) Mordendo alimento semiduro.
gistrada neste plano é comumente chamada de ciclo de mastigação e é
elipsóide, com a forma de uma chama ou ainda a forma de uma gota d'água
como dizem Silverman33, Brotman6, Schuyler30, Kurth20 e Boswell4•
Para Wood41 o ciclo de mastigação, normalmente, inicia-se na posição
de Relação Central, ao' passo que para Boswell4 começa na posição de re-
pouso. Embora haja discordância sobre o ponto inicial, tanto a trajetória
como o ponto terminal da mastigação são os mesmos, não só para esses
dois autores mas para todos que estudam o assunto. Assim, a trajetória di-
rige-se para baixo, para fora, para trás e volta descrevendo uma curva para
cima, para dentro e para f,rente terminando na posição de Relação Central
(Fig. 12).
Figura 12
Ciclos mastigatórios
I.A) posirdo inicial e final (RC)
l.A) posiçdo inicial (repouso) e B) posiçdo final
(RC).
No ciclo de mastigação normal não há interferência cuspidica, porque
o contacto dental verifica-se exatamente na posição de relação central. En-
tretanto, há casos em que, ao completar o ciclo, o contacto dental ocorre
antes, na vertente vestibular, isto é, fora do ponto de relação central. Deste
ponto até ao de relação central a mandíbula realiza um movimento de desli-
zamento. Há portanto, nestes casos, dois contactos oclusais: inicial e fi-
nal. O contacto inicial é, de um modo geral, um contacto anormal ou
traumático que é prejudicial à saúde dos dentes (Fig. 13).
Os pontos de contacto acima considerados, quando analisados ao lon-
go das faces oclusais dos dentes superiores e inferiores, têm as seguintes
local izações:
a) No momento de oclusão, sem deslizamento, ocorrem os contactos
de cúspides com as fossas dos antagonistas (Fig. 14)29;.
b) Na oclusão com movimento de deslizamento, na primeira fase de
oclusão, ocorrem os contactos entre as vertentes das cúspides vesti-
bulares dos dentes dos dois arcos (Fig. 15)e durante a fase final ob-
serva-se o contacto cúspide - fossas como no caso anterior29•
Figura 13
Ciclo mastigatório
A) contac.:to inicial
B) contaclo final
B-A) superfície de des/izamenro.
Figura 14
Pontos de contactos em posição de oclusão.
Figura 15
Pontos de contactos em deslizamento lateral.
Há, portanto, duas modalidades de contactos dos dentes durante a
mastigação. Zander e colaboradores42 verificaram eletromiograficamente
tais contactos durante a mastigação. Estão de acordo também, com as opi-
niões de Shanahan35 e Yurkstas39 que estudaram os contactos por meio de
eletricidade.
Para Jankelson e colaboradores14 os contactos dos dentes só se verifi-
cam quando a espessura do alimento é fina e as cúspides conseguem per-
furá-Ia, caso contrário, eles acham que normalmente não ocorre nenhum
contacto dental (Fig. 16).
As funções mecânicas da língua e das bochechas no ato mastigatório
são de colocar e recolocar os alimentos sobre as superH'Cies de trituração
que são os dentes, assim como de orientar a mastigação no sentido de ho-
mogenizar sempre a massa alimentar (Fig. 17).
Figura 16
Ação mecânica das cúspides dos
dentes.
Figura 17
Ação mecânica da bochecha e da
língua.
Comportamento da articulação temporomandibular
Quanto ao comportamento da articulação temporomandibular (A.T.M.)
durante a mastigação no sistema gnatofisiológico é bastante complexo.
Segundo Brudevold7 um individuo mastiga um alimento duro mais com os
pré-molares do que com os molares. Nestas circunstâ~cias, a mandibula
atua mecanicamente segundo uma alavanca de terceiro grau: a substância
alimentar representa a resistência do conjunto, os músculos elevadores
atuam como a potência e à A.T.M., como o ponto de apoio (Fig. 18).
O côndilo, que serve de apoio para desempenhar o trabalho, executa
três pequenos movimentos, teoricamente: rotação sobre o seu eixo hori-
zontal, translação para fora e rotação sobre o eixo vertical. O côndilo do la-
do oposto executa, por sua vez, simultaneamente, os movimentos de trans-
lação para frente, para' baixo e para dentro.
O primeiro côndilo, no caso, é denominado côndilo de trabalho e o se-
gundo que corresponde ao lado oposto, côndilo de balanceio (Fig. 19).
Como demonstrou Sheppard36, as trajetórias dos côndilos, durante a
mastigação, variam para cada um dos movimentos executados na direção,
na forma, na velocidade e no comprimento. Quanto à direção, tanto no sen-
tido anteroposterior como no de lateralidade, a trajetória é orientada em
vertical; quanto à forma, pode ser um segmento de reta, curva, ou de linha
quebrada e quanto à velocidade e comprimento, variam a todo instante
(Fig.20).
Na mastigação a saliva desempenha importantes funções: desintegra o
amido em maltose (ação digestiva), limpa os dentes e a cavidade oral
(autóclise), auxilia a deglutição, lubrifica a mucosa e tem ação bactericida.
A saliva é secretada, continuamente, pelas células das glândulas sali-
vares e atinge, em média, o volume de mais de um litro por dia. Est~s glân-
dulas são agrupadas em: principais e acessórias. As glândulas prin'cipais
apresentam-se aos pares e são as submaxilares, as sublinguais e as
parótidas.
Figura 18
Alavanca de terceiro grau
A -apoio
R - resistência
P - polincio,
Figura 19
Movimentos condi/ares
B - de balanceio
T - de trabalho.
Figura 20
Regislros das trajetórias condi/ares
/. Movimento anteroposlerior
2. Movimento de lateralidade. <
o movimento de deglutição aparece nos indivíduos com o nascimet:1to,
sob a forma de reflexo e continua presente até a morte26•
Há muitas teorias e hipóteses em torno do mecanismo da deglutição.
Segundo Landa21 estas teorias podem ser agrupadas em três categorias,
conforme a ação muscular:
1) Teoria da ação muscular seletiva - Os alimentos líquidos são pro-
pulsionados diretamente ao estômago, através da contração da língua e
dos músculos milohióideos, enquanto que a contração da faringe fica re-
servada somente para a deglutição dos alimentos sólidos.
2)Teoria da pressão negativa instantânea - Os alimentos são atraídos
da faringe para o estômago através da ação de sucção, produzida pelas ca-
vidades formadas nÇ>dueto laringofaríngeo que antecede o bolo alimentar.
A ocorrência destas cavidades ou câmaras de pressão negativa foi desco-
berta por meio de fluoroscopia. Na radiografia elas aparecem como zonas
radiol úcidas.
3)Teoria da contração sucessiva dos músculos - O bolo alimentar é
conduzido para o estômago, graças às contrações sucessivas dos múscu-
los da faringe e do esôfago. Estes movimentos musculares são conhecidos
com o nome de movimentos peristálticos.
As três teorias, apesar das divergências, têm um ponto em comum: to-
das admitem que a faringe é dotada de movimentos rápidos e possui pare-
des flexfveis e elásticas com a finalidade de facilitar a deglutição.
Mecanismo da deglutição
o ato de deglutição, segundo PosselF8, é consumado em três fases su-
cessivas: na primeira fase o bolo alimentar é empurrado para aparede pos-
terior da cavidade bucal pela ação muscular da.lfngua. Este movimento é
produzido, voluntariamente, com o fechamento da boca, contacto dos
lábios superior e inferior e a seguir a pressão da Ifngua sobre a abóbada pa-
latina, no sentido anteroposterior (Fig. 21).
A segunda fase é involuntária e está c~racterizada pela passagem do
bolo alimentar da faringe para o esôfago. E um ato rápido, resultante dos
movimentos coordenados de vários reflexos pelos quais os alimentos ao
atravessar a faringe produzem simultaneamente o fechamento da boca, a
abertura 'das fossas nasais, a abertura das vias respiratórias e da trompa
de Eustáquio.
O bolo em deglutição não interrompe o seu trajeto- nesta fase, porque
está sob a ação da parte posteriorda Ifngua e contração dos músculos pa-
latoglossos. A massa alimentar entra no esôfago porque a comunicação
nasal, assim como as vias respiratórias, estão fechadas neste momento,
devido à elevação do palato mole e da faringe ...-
A terceira fase da deglutição consiste na passagem dos alimentos do
esôfago para o estômago. Para vencer esta trajetória o alimento é impul-
sionado pelos movimentos peristálticos do esôfago.
Figura 21
Ação muscular no ato de deglutição
I. ação das 16bios
2. ação da lfngua
3. bolo alimentar
4. direç40 do bolo alimentar.
Em resumo, as três fases analisadas correspondem, respectivamente, à
fase oral, à fase farfngea e à fase esofágica.
O tipo de deglutição acima descrito é o de deglutição com alimento. Há
também um outro tipo chamado deglutição vazia, que corresponde à deglu-
tição da saliva acumulada na cavidade oral. Segundo Jankelson15 e Mal-
son22,normalmente, esta deglutição ocorre cerca de 1.500 vezes ao dia.
Devido às constantes deglutições vazias, as mucosas oral e naso-
faríngea são permanentemente umidecidas. A ação muscular, assim como
a coordenação dos reflexos, não diferem nos dois tipos de deglutição, a
não ser num detalhe: na deglutição vazia há contração dos músculos perio-
rais e na deglutição com alimento há forte contraÇ'ão dos músculos
masseteres.
Tanto na deglutição com alimento como na deglutição vazia há sempre
um forte contacto dos arcos dentais superior e inferior5·20.Este contacto in-
teroclusal verifica-se exatamente na posição mandibular que corresponde
à relação central devido aos músculos que estão em açã04o.Por esse moti-
vo, no desdentado completo, existem técnicas para a determinação da re-
lação central através do ato de deglutição17.
A fonação é uma das quatro funções importantes da fisiologia oral, co-
mo foi salientado por Mehringer23.
Fisiologicamente falando, os sons produzidos no órgão da fonação são
convenientemente controlados, amoldados e articulados pela interferência
da laringe, faringe, cavidade bucal e cavidade nasal.
Desse conjunto de órgãos que concorrem para a fonação, a boca de-
sempenha um papel destacado na articulação dos sons. Esta depende da
posição da língua e da sua capacidade de se movimentar, da presença e
posição dos dentes e também da movimentação dos lábios e das boche-
chas. As atividades das estruturas mencionadas determinam uma posição
mandibular própria que proporciona um espaço interdental, o qual permite
uma correta articulação de cada silaba24.
Por outro lado, está demonstrada a grande importância das próteses na
fonética. Aliás, a restauração da pronúncia nos indivíduos desdentados,
através dos aparelhos, é um dos objetivos da Prótese Dental. Este assunto
está convenientemente estudado no nosso trabalho sobre Dentaduras·
Completas37.
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MOVIMENTOS MANDIBULARES
Os movimentos mandibulares mastigatórios, segundo McCollum32,
compreendem três espécies de movimentos: de abertura e fechamento, de .
protrusão e retrusão e de lateralidade e rotação. Na opinião de Brandrup-
Wognsen11, estes movimentos podem ser agrupados em dois tipos funda-
mentais: de rotação e de translação. Da combinação dos dois resultam os
movimentos de abertura e fechamento, de deslizamento para frente e de
deslizamento para os lados. Barnett4 também estudou o assunto e classifi-
cou-os em três categorias: movimento de abertura e fechamento, de pro-
trusão simétrica e de lateral idade. Finalmente, Posselt44dividiu-os em; mo-
vimentos contactantes e não contactantes e considerou ainda, para cada
um dos movimentos citados, os movimentos bordejantes e intrabordejan-
teso
Os movimentos contactantes, mencionados pelo autor acima, corres-
pondem ao conjunto dos movimentos mandibulares realizados no plano
horizontal e os não contactantes aos executados no plano sagital. Os mo-
vimentos bordejantes são os movimentos forçados que delimitam o contor-
no externo máximo de todos os tipos de movimentos mandibulares e os in-
trabordejantes correspondem aos movimentos de abertura e fechamento,
protrusão e retrusão, e de lateral idade executados normalmente pelos
pacientes.
Ao nosso ver, todos esses movimentos focalizados, levando-se em con-
sideração principalmente a movimentação do côndilo dentro da cavidade
glenóide, podem ser agrupados em três distintos movimentos: de rotação,
de translação e de transrotação.
Os métodos empregados para o estudo dos movimentos mandibulares
são diversos. A primeira tentativa foi o emprego do arco facial com essa fi-
nalidade. Assim, Walkert'2, em 1897, adaptando no arco facial um dispositi-
vo chamado clinometer estudou o movimento do côndilo na abertura da bo-
ca. Mais tarde, Bennett6, em 1908, por meio de dois arcos, um facial e outro
cranial, estudou o movimento de lateral idade. Recentemente, Messerman34
novamente com o método do arco facial, registrou os movimentos mandi-
bulares no aparelho de sua idealização para o estudo da cinemática mandi·
bular. Posselt40apresentou um aparelho chamado Gnathothensiometer pa-
ra a mesma finalidade.
Por outro lado, os movimentos mandibulares são estudados, moderna-
mente, através dos seguintes métodos: cinefluorografia, por Berry e Hof-
mann7, radiografia cefalométrica, por Kydd27,eletromiográfico, por Vig60e
pontos iluminados, por Shanahan e Leff49.
Movimento de protrusão
Da posição de interdigitação dos dentes dos arcos superior e inferior
(oclusão), havendo uma contração simultânea e bilateral dos músculos
pterigóideos internos e externos, a mandrbula é levada para a posição de
protrusão. A trajetória destes movimentos, graficamente descrita no plano
sagital, na altura dos incisivos, mostra uma linha quebrada ASC. O trecho
AS é descendente e SC é ascendente. Este movimento, além de bordejan-
te, é contactante, no trecho AS visto que é dado pelo contorno da face pala-
to incisal dos incisivos superiores, descrito pelos incisivos inferiores43 (Fig.
22).
Os côndilos da mandrbula, durante os movimentos de protrusão, des-
crevem uma trajetória curva AS, descendente para frente, a partir da fossa
glenóide, seguindo a conformação da cavidade e vão se estacionar na emi-
nência do osso temporal. Segundo Wooten65, normalmente o côndilo ultra-
passa a eminência cerca de 3mm e a trajetória AS descrita forma um ângu-
lo que varia de 22° a 53° com o plano de Camper, na opinião de Isaacson25
(Fig.23).
C A
B
Figura 22
ARe - Movimento bordejante contactante.
Figura 23
AB - Trajetória conditar em movimento
bordejante contaclante.
Da posição de protrusão da mandlbula, mantendo-se a contração dos
músculos pterigóideos externos, descontraindo-se os pterigóideos inter-
nos e a seguir contraindo-se os músculos digástricos, obtém-se a abertura
da boca em protrusão, delimitando-se a borda anterior do movimento bor-
dejante. A trajetória marcada no plano forma um arco CD, com o centro de
rotação nos côndilos. Desse modo, nesta fase de movimento, os côndilos
executam apenas um movimento de rotação, embora Sõnstebo afirme que
seja de translaçã054 (Fig. 24).
Movimento de fechamento
o movimento bordejante de fechamento é realizado em duas etapas: na
primeira, a mandlbula se locomove sob a ação da contração dos músculos
pterigóideos internos, masseteres, feixes anteriores e médios dos múscu-
los temporais e na segunda etapa, sob a ação dos feixes posteriores do
temporal. Estas trajetórias de fechamento registradas no plano sagital dão
dois arcos DE e EF diferentes entre si, tanto na extensão como na abertura
do arco (Fig. 25).
Figura 24
CD - Trajetória de rotação do movimento
bordejanle não contactante
R - Movimento de rotação.
Figura 25
DE - Trajetória de transrotação do
movimento bordejante não contac/ante
EF - Trajetória de rotação do movimento
bordejante não contactante.
Durante a descrição da trajetória bordejante de fechamento da boca os
côndilos executam dois movimentos de amplitudes diferentes.
O primeiro é o movimento de transrotação dos côndilos e que corres-
ponde ao registro do trecho DE. A trajetória é descrita durante o retorno
dos côndilos para o interior das fossas glenóides, seguindo o recorrido BA
percorrido no ato do movimento de protrusão, que ultrapassam cerca de
1mm o ponto A, sofrendo uma intrusão e vão localizar-se no ponto H. Os ar-
cos DE e BA descritos têm como centros de rotação os pontos instantâ-
neos P' e P" que se localizam na altura do occipital, segundo a teoria de
Gysi21.
O segundo movimento dos côndilos, que corresponde à descrição do
trecho EF, é de rotação e é resultante também da ação dos feixes posteriQ-
res dos músculos temporais. Os côndilos executam este movimento de ro-
tação na posição de retrusão H. Para Sõnstebo54, tanto o arco DE como o
FE da trajetória do movimento bordejante posterior, são descritos durante
o movimento de rotação do côndilo. Boucher e Jacoby10 verificaram que a
descrição da trajetória do movimento bordejanteposterior, apesar de de-
pender muito da ação muscular complexa, no resultado do traçado, prati-
camente, não tem influência o estado do paciente, narcotizado ou não (Fig.
26).
Figura 26
Trajetória do côndilo no O
movimento de fechamento da boca
P' e p" - Pontos instantâneos de
ro/açdo.
O problema do movimento de intrusão do côndilo na cavidade é um as-
sunto muito controvertido. Segundo Page38,o deslocamento posterior do
côndilo é regulado pelos ligamentos da A.T.M., e de acordo com Stei-
nhardt55 depende dos músculos pterigóideos externos. Porém, April & Sai-
zar2e Boucher9 observaram que esses fatores assinalados não têm influên-
cia no movimento de retrusão.
Por outro lado, a extensão do deslocamento varia, também, conforme
os autores: Posselt39apresenta 1,2mm como média da retrusão do côndilo,
ao passo que Saizar46 encontrou apenas O,5mm.
O movimento bordejante no plano sagital termina com o retorno dos
côndilos à posição A. Esta volta se verifica pela descontração dos feixes
posteriores dos músculos temporais e pela contração dos masseteres, dos
pterigóideos internos e dos feixes anteriores dos músculos temporais. O
registro gráfico desse movimento demonstra que os pontos F e A são uni-
dos por um segmento de reta, no sentido ascendente (Fig. 27).
Figura 27
Gráfico do moviménto bordejante
não contactante de Possell.
o movimento bordejante contactante horizontal descreve o contorno
externo máximo da trajetória do movimento de lateral idade de um in-
divíduo, executado tanto para o lado esquerdo como para o lado direito. A
trajetória deste movimento é registrável numa plataforma colocada hori-
zontallT]ente por meio de um estilete marcador.
Para o registro dos movimentos deste tipo, inicialmente, procura-se a
posição de retrusão da mandíbula, fazendo coincidir a ponta do estilete
marcador com o ponto F do gráfico registrado no plano sagital. Portanto,
neste início de movimento, os feixes posteriores dos músculos temporais
devem estar em contração simultânea e bilateral.
Após esse cuidado, solicita-se ao paciente que procure relaxar os fei-
xes posteriores do músculo temporal do lado esquerdo e contrair o múscu-
lo pterigóideo externo do mesmo lado e então a mandíbula é fortemente
deslocada para o lado direito, até o ponto N, descrevendo uma trajetória
FN (Fig. 28).
Figura 28
Movimento bordejante contactante:
trajetória incisa/ FN corresponde a
primeira etapa do movimento. A
trajetória condi/ar AA ' é realizada
através dos movimentos de
rotação, intrusão e retrusão' e
corresponde ao movimento de
Bennell. A trajetória condi/ar BB'
é dirigida nos sentidos póstero-
anterior, de cima para baixo e de
fora para dentro.
o côndilo do lado esquerdo que estava na posição retrusiva H, dentro
da fossa glenóide, sofre extrusão e é deslocado até a eminência do osso
temporal no ponto I. A trajetória HI tem uma forma semelhante da HB,
porém o ponto I está quase sempre mais abaixo e medial do que o ponto B.
Desse modo há formação de dois ângulos: um ângulo com abertura para
baixo, contido no plano sagital e outro com abertura para dentro, traçado
no plano horizontal.
O primeiro ângulo, isto é, o contido no plano sagital, chama-se ângulo
de Fischer e é dado pela inclinação da parede interna da cavidade
glenóide. Este ângulo determina a altura das cúspides palatinas dos den-
tes superiores e cúspides vestibulares dos inferiores"
O segundo ângulo descrito no plano horizontal foi estudado por Isaac-
son24, em 1958, que chamou-o de ângulo de Bennett. Este ângulo varia de
0° a 35° e orienta a direção dos sulcos vestibulolinguais dos dentes inferio-
res (Fig. 29).
Figura 29
Trajetória condilar correspondente ao
movimento de lateralidade do lado de
balanceio
J. Vista lateral, mostrando o ângulo de Fis~~~
2. Vista superior, mostrando o ângulo... de
Bennell IHB.
A seguir, mantendo-se contraído o músculo pterigóideo externo do lado
esquerdo, e contraindo-se o pterigóideo externo do lado direito, o estilete
marcador deslocará ao ponto C correspondente à posição de protrusão,
traçando uma trajetória reta NC (Fig. 30).
Ao traçar essa trajetória do movimento bordejante, o côndilo do lado di-
reito (D)executa um movimento de translação e o côndilo do lado esquerdo
(E)descreve um movimento de transrotação passando do ponto I para o B.
Com esse movimento o côndilo traçou um triângulo HBI na vertente ante-
rior da fossa glenóide (Fig. 31).
Mantendo-se contraído o músculo pterigóideo externo no lado direito e
desGontraindo-se o músculo similar do lado oposto ao mesmo tempo que
se contrai o feixe posterior do temporal esquerdo, a mandíbula é desviada
fortemente para esse lado. A ponta do estilete se desloca do ponto C para
um novo ponto M, descrevendo uma trajetória CM reta no plano horizontal
(Fig.32).
O côndilo do lado esquerdo, quando a mandíbula descreve o traçado do
trecho CM, desloca-se do ponto B para o ponto de partida H, percorrendo a
trajetória BH. O côndilo do lado direito, durante esse movimento, executa o
movimento de transrotação passando do ponto B para o I (Fig. 33).
Figura 30
NC é a segunda etapa do gráfico
do movimento bordejante
conlactante: neste movimento O
lado (D)faz Iranslaçàoeo lado
oposto rE), transrolaçào.
Figura 31
Trajetória condilar de protrusão do lado direito com o côndilo do lado esquerdo já em protrusão
J. Vista lateral;
2. Vista oclusal.
Figura 32
CM - Terceira etapa da trajetÓria
do movimento bordejante
contactante: o côndilo do lado E
executa movimento de translação e
o côndilo do lado D executa
movimento de transrotação.
Figura 33
Movimentos condilares da terceira etapa da trajetória do movimento bordejante contactante CM.
1. Vista lateral - o côndilo do lado E passa do POnto B para o ponto H.
2. Vista oclusal - o côndilo do lado D. Que executa o movimento de transrotação. passa do ponto B para O pomo I.
3. Vista oclusal - o côndilo do la.do E passa do ponto B para o ponto H.
Para se traçar o último trecho MF da trajetória bordejante do movimen-
to de lateral idade da mandíbula, descontrai-se o músculo pterigóideo ex-
terno do lado direito e contrai-se o feixe posterior do temporal do mesmo
lado. À custa dessas ações musculares, a mandíbula volta novamente à po-
sição inicial de retrusão e o estilete demarca o último segmento de reta
MF, retomando ao ponto F (Fig. 34).
Figura 34
MF última etapa do movimento
bordejante contactante: ambos os
côndi/os estão na posição mais
recuada das cavidades g/enóides.
Neste movimento final, o côndilo do lado esquerdo apenas executa o
movimento de rotação e o do lado direitC?o de translação.
O movimento de lateral idade bordejante da mandíbula, na altura dos in-
cisivos descreve uma figura geométrica que, segundo PosselF6, asseme-
lha-se a um losango e na altura do côndilo, traça uma figura cuja forma va-
ria de retângulo a hexágono.
O movimento bordejante horizontal que foi descrito pode ser executado
em qualquer grau de abertura da boca. Porém o contorno do losango F, N,
C, M obtido, vai diminuindo à medida que se aproxima do ponto D do plano
sagital. A figura do traçado obtida no espaço assemelha-se a uma pirâmide
e este gráfico denomina-se "cilindro" ou "envelope" de movimentos man-
dibulares de Posselt (Fig. 35).
MOVIMENTO INTRABORDEJANTE NÃO CONTACTANTE
Neste tópico estudaremos os movimentos normais de abertura e fecha-
mento da boca.
O movimento de abertura e fechamento, pelas suas características na-
turais, pode ser considerado em três fases diferentes: a primeira fase é de-
terminada pela posição de dimensão vertical de repouso, a segunda fase
corresponde à posição de abertura da boca de 20 a 35mm e a última é dada
pela abertura máxima.
A primeira fase da abertura da boca, segundo Hickey e colaboradores23,
na altura dos incisivos é de cerca de 2mm, ao passo que para Silverman52 é
de 3,3mm.A mandíbula, normalmente, encontra-se nesta primeira fase, li-
Figura 35
Envelope ou cilindro dos movimentos
bordejantes de Posselt
o - posiçdo de oclusão,'
I - ponto incisaJ;
C -~ prolrusão;
F - relrusào;
D - abertura máxima:
M e N - lateralidades máximas para esquerda
e direita.
geiramente aberta. Esta posição corresponde à posição de repouso mus-
cular ou de tono muscular dos músculos abaixadores e elevadores da
mandfbula.
Por muitos anos pensou-se que o côndilo, durante a primeira fase do
movimento de abertura e fechamento da boca, executasse apenas o movi-
mento de rotação sobre o seu longo eixo. Porém, Alexander1, Tamaki56, Hic-
key e colaboradores23 demonstraram que ao invés do movimento de ro-
tação ocorre o de transrotação. Os dois primeiros estudaram o movimento
por meio radiográfico e os segundos fixando um pino sobre o côndilo. A ex-
tensão do deslocamento do côndilo, encontrado por Hickey e colaborado-
res e por Tamaki, foi da ordem de O,4mm e 1mm, respectivamente.
A trajetória de abertura e fechamento da fase inicial, no gráfico do cilin-
dro de Posselt, corresponde ao arco OR, em direção ao ponto D (Fig. 36).
Figura 36
Movimento intrabordejante não
contactante: OR-fase inicial de
abertura, c;orresponde espaço
funcionar de repouso e mede de
O,4mm a 3,3mm. o
Segunda fase do movimento de abertura e fechamento
A segunda fase da abertura e fechamento da boca é controlada pelo
movimento do cõndilo, isto é, a sua amplitude é considerada até o momen-
to em que os cõndilos iniciam o movimento de lranslação, ou melhor, pas-
sam de rotação para o de translação. Na opinião de Granger20, o limite da
abertura é dado pelos cõndilos, no instante que deixam de funcionar como
eixo rotatório e passam a atuar como eixo transladante.
A separação intermaxilar máxima desta segunda fase do movimento de
abertura e fechamento varia de uma pessoa para outra: Posselt42 encontrou
20mm em média e Sheppard e colaboradores51 ~5mm.
Eixo terminal de rotação
O eixo de rotação ou eixo terminal de rotação, embora não seja o eixo
do movimento de mastigação, é importanUssimo na prática porque serve
como ponto de referência para a reprodução dos movimentos mandibula-
res no articulador. Este eixo foi determinado no paciente primeiramente
por Fischer19, em 1935 e mais tarde em 1939, por McCollum32.
O eixo terminal de rotação pode ser determinado por meio do arco fa-
cial cinemático, pelo método radiográfico e pelo método anatõmico. Se-
gundo McCollum33, o método radiográfico não dá bons resultados devido
às distorções das imagens, resultantes da anatomia da região, ao passo
que, o método cinemático proporciona um resultado positivo. Beck5 experi-
mentou os métodos cinemático e anatõmico em 12 pacientes e pelos resul-
tados obtidos afirma que, às vezes, justifica-se a aplicação do método
anatõmico (Fig. 37).
Quanto à determinação do eixo de rotação, apesar de Leva031, em 1955,
ter afirmado que os modernos métodos já permitem localizá-Io com pre-
cisão, sabemos que, até hoje, esse ideal ainda não foi atingido. Assim,
Borgh e Posselt8, Lauritzen29 e Lauritzen e Wolford3o apresentaram, respec-
tivamente, 1,25mm, 2,5mm e 2mm, como médias das aproximações em re-
lação aos eixos reais. Quanto à localização do eixo, segundo Rode45 e Brot-
man14, ele está sobre os cõndilos quando a mandíbula ocupa a posição
mais retrusiva da cavidade glenóide, ao passo que, para outros como Neva-
kari37 o eixo está fora dos cõndilos.
Figura 37
E - eixo de roroçào única para os dois
côndilos: escola Gnato/6gica de McCollum.
Brekke12, McCollum e Stuart convencidos da importância da determi-
nação do eixo terminal de rotação nos trabalhos protéticos, fundaram na
Califórnia uma sociedade denominada Gnathológica para aperfeiçoamen-
to e estudos da matéria. Segundo Schweitzer47 a Gnathologia fundamenta-
se nos estudos do eixo terminal de rotação, do plano cranial do movimento
de Bennett e no estudo da aparelhagem especializada.
Há entretanto, autores que consideram a teoria Gnathológica discutfvel
e outros que, de princípio, não concordam. Aull3, investigando os trabalhos
sobre o eixo terminal de rotação, catalogou as opiniões a respeito, dividin-
do-as em quatro grupos:
1!' grupo - os autores que acham que o eixo termililal de rotação pode
ser determinado com precisão;
2!' grupo - os autores que acham que o eixo terminal de rotação não
precisa ser localizado com precisão;
3!' grupo - os que acham que o eixo terminal de rotação só pode ser
determinado com certa precisão;
4!' grupo - os que admitem dois eixos de rotação ao invés de um.
Podemos acrescentar, para completar as correntes de opiniões, mais
dois grupos:
5!' grupo - os que não aceitam o eixo terminal de rotação;
6!' grupo - os que acham que pode existir um ou dois eixos de rotação
terminal conforme o paciente.
Os principais autores que representam os primeiro, segundo e terceiro
grupos já foram mencionados e discutidos em linhas anteriores: faltam os
integrantes dos grupos restantes.
Segundo Brekke13,foi Page o primeiro pesquisador a admitir a existên-
cia de dois eixos transversais, diferentes entre si, que controlam os movi-
mentos de rotação da mandíbula. Ele divergiu da Escola Gnathológica, da
qual fazia parte, e expôs a sua teoria depois de acuraoa investigação. Devi-
do à assimetria da mandíbula, assim como a conformação anatõmica pe-
culiar do côndilo e sua disposição, foi levado a pensar na existência de um
eixo para cada côndilo. A interpretação teórico-prática da matéria, dada
por Page, é conhecida com o nome de Escola Transográfica.
Na opinião de Trapozzan057, a teoria Transográfica está baseada na teo-
ria Gnathológica: a única diferença está em considerar os eixos terminais
de rotação, para cada côndilo, separadamente. De fato, segundo Davis18,a
Escola Transográfica fundamenta-se também nos quatro pontos citados
por Schweitzer47 como base da Gnathologia, ou seja, eixo terminal de ro-
tação, movimento de Bennett plano cranial e aparelhagem especializada
(Fig. 38).
Os autores que não aceitam o eixo terminal de rotação são muitos. Ci-
taremos apenas alguns: Collett17 e Shanahan & Leff48 acham que o eixo de
rotação não existe; Weinberg64 e Shanahan & Leff50opinam que tal eixo não
faz parte dos movimentos normais da mandíbula; para Silverman53, o con-
ceito do eixo terminal de rotação não pode ser aplicado para todos os
pacientes.
Por outro lado, há autores que aceitam a existênci~ do eixo terminal
único ou de um duplo, conforme o paciente. Por exemplo, Trapozzano e
Lazhari58, nas suas pesquisas, encontraram eixo simples em 42,8% e eixo
duplo em 57,2% dos pacientes estudados.
A trajetória descrita na segunda fase do movimento de abertura da bo-
ca, considerado dentro do gráfico do cilindro de Posselt, é o arco RT, des-
crito em continuação ao arco OT, com os mesmos raio e centro e orientado
para o ponto D. O côndilo nestas duas fases de abertura da boca faz ape-
nas o movimento de rotação (Fig. 39).
Figura 38
E' e E" - eixos de rotação, um para
cada c6ndilo: escola transográfica
de Page.
Figura 39
RT - segunda fase de abertura da
boca em continuação a ORo
A terceira fase do movimento corresponde à abertura total da boca. Du-
rante este movimento os côndilos realizam uma transrotação ao longo da
vertente anterior da cavidade glenóide, sob a ação dos músculos pte-
rigóideos externos e a guia inscritora descreve o arco TD, no gráfico do ci-
lindro de Posselt, guiado pelo 'músculo digástrico. Como a trajetória TD foi
descrita durante o movimento'de transrotação dos côndilos, embora o raio
seja igual aos dois arcos anteriores OR e RT, a curvatura não é igual, porém
mais aberta. Resumindo, temos os arcos OR e RT descritos durante os mo-
vimentos de rotação e TD durante os de transrotação.
Segundo Ulrich59 a abertura máxima calculada é por volta de 30°; para
cada10° de abertura da boca do côndilo desliza cerca de 7,5mm. Na masti-
gação, porém, normalmente se desloca apenas 2,5mm em média (Fig. 40).
Durante a abertura máxima da boca, como já foi visto, o côndilo realiza
duplo movimento: de rotação e de translação dentro do menisco que o en-
volve. Porém, para Hjorty e Moss, como salienta Koski26, ocorre um fenôme-
no curioso com o menisco: este também executa, funcionalmente, os mes-
mos movimentos de rotação e translação executados pelo côndilo. Desse
modo aqueles autores admitem dois eixos de rotação para realizar a aber-
tura da boca: um para o menisco e outro para o côndilo. Esta maneira de
explicar o problema recebeu o nome de teoria biaxial Hjorty e Moss (Fig.
41).
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Figura 40
TD - trajetória da terceira fase de
abertura da boca: durante este
movimento o côndilo passa do
ponto A para o ponto B.
/
/
/
/
/
/
/
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/
/
/
/
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/
/
/
Figura 41
Ilustração da teoria biaxial de
Hjorty e Moss: tanto côndilo como
o menisco executam movimentos
funcionais semelhantes.
Há, entretanto, muitos conceituados autores entre os antigos e con-
temporâneos que admitem só o movimento de translação do côndilo no
momento de abertura máxima da boca. Assim, por exemplo, Gysi21 acha
que o centro de rotação está na altura da nuca, mudando de posição a cada
instante conforme o afastamento intermaxilar. Para Villa61 o movimento de
abertura e fechamento da boca quando é registrado tem a forma eliptica e
o centro de rotação fica localizado acima do plano oclusal e anterior aos
côndilos. Monson35 explica esse tipo de movimento mandibular através de
uma esfera com o centro de rotação situado na altura da glabela. Hall22 é
da opinião de que o eixo de rotação é fixo e se localiza sobre o plano oclu-
sal, logo abaixo dos côndilos.
Os movimentos intrabordejantes contactantes de interesse protético
são os movimentos de protrusão, de retrusão e de lateralidade. Os dois pri-
meiros já foram estudados conjuntamente com o movimento bordejante
não contactante. Assim, resta-nos analisar somente os movimentos de
lateralidade.
No movimento de lateral idade cada côndilo apresenta uma trajetória
própria, descrita simultaneamente. Desse modo, enquanto que um dos
côndilos sai da fossa glenóide e descreve uma trajetória curva, relativa-
mente extensa, o outro permanece dentro da fossa glenóide e executa três
pequenos movimentos: de rotação sobre si mesmo; translação para a linha
mediana e novamente de translação no sentido póstero-superior. a conjun-
to desses três deslocamentos constitui o chamado movimento de Ben·
nett6; a trajetória do primeiro côndilo em relação ao plano horizontal forma
o chamado ângulo de Bennett, ao passo que a mesma trajetória em relação
ao plano sagital forma o ângulo de Fischer (Fig. 42).
a movimento de lateralidade, no cilindro de Posselt, é representado pe-
las trajetórias FN e FM. a ângulo formado NFM.coincide com o arco gótico
descrito por Gysi21 quando estudou o problema da determinação da re-
lação central nos edentados totais. A trajetória aF corresponde ao movi-
mento de retrusão, que determina a linha mediana do arco dental e a tra-
jetória alc representa o movimento de protrusão. a ponto F corresponde a
posição da Relação Central e a a posição de Oclusão Central nos estudos
da Oclusão Dental (Fig. 43).
Figura 42
Movimentos de lateralidade: lado
(D) movimento de Bennett,
composto de três pequenos
moviment.()s: rotação, intrusão e
retrusão; lado (E) ângulo de
Bennett formado pelas trajetórias
HI e HB.
Figura 43
Cilindros de Posselt: ângulo MFN
corresponde o arco gótico; o ponto
O corresponde a posição de
Oclusão Central e o ponto F a
posição de Relação Central.
o movimento de Bennett, devido a sua importância na prótese, é talvez
um dos mais estudados. Assim, segundo Landa28, os principais meios de
que os autores se valeram são: estudo diretamente em crânios; radiografia;
cinematografia e ótica. Podemos acrescentar ainda o estudo por meio do
pantógrafoque é hoje muito comum.
Atualmente, há uma tendência forte para não admitir o movimento de
translação no sentido medial durante o movimento descrito por Bennett.
Nesse sentido Naylor36 e Cohn16 encontram respectivamente uma trans-
lação de 3mm e 4mm para fora da cavidade e Weinberg63 chama atenção
dos movimentos de rotação executados sobre os eixos vertical, sagital e
transversal no movimento de lateral idade (Fig. 44). •
Figura 44
Movimentos de lateralidade
A) segundo Nay/or e Cohn;
J. movimento de extrusiJo; 2. rotação; 3. retrusdo;
B) segundo Weinberg,
I. eixo dt rotação transversal; 2. eixo de rolação sagita/; 3. eixo de rotação vertical.
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RELAÇÃO MAXILOMANDIBULAR
Na prática cllnica os problemas relacionados com a dimensão vertical
(D.V.), relação central (A.C.) e oclusão central (O.C.) nunca podem ser consi-
derados separadamente, porque um depende do outro. Assim, a determi-
nação correta da A.C. depende da posição de D.V.; a D.V. correta depende
da posição de O.C. e a correta O.C. depende, por sua vez, da posição de
A.C. Neste capítulo, porém, trataremos estes assuntos, individualmente,
por razões didáticas.
Na opinião de Martone e Edwards17, se dividirmos o rosto de um in-
divíduo em três partes iguais: frontal, nasal e bucomental, a porção inferior
corresponde à região que vai do mento à base do nariz. Esta distância é de-
nominada, na prática, comumente, de dimensão vertical. Thompson33 verifi-
cou que a D.V. se estabelece aos três meses de vida intra-uterina e a pro-
porcionalidade de 1/3 em relação à altura do rosto nunca mais se altera, ao
longo da vida. A dimensão considerada é, portanto, independente da pre-
sença ou ausência dos dentes, pois, na posição mandibular considerada,
os arcos dentais não estão em contacto (Fig. 45).
A análise eletromiográfica dos músculos elevadores e abaixadores da
mandíbula na posição de D.V. demonstra que eles se encontram no estado
de tono muscular11, entretanto, para alguns autores, esta posição corres-
ponde ao estado de repouso fisiológic018• Devido à influência da expressão
repouso, a dimensão vertical, em questão, ficou conhecida com o nome de
dimensão vertical de repouso (D.V.A.).
Figura 45
Segundo Martone e Edwards,
a face pode ser dividida em
a) frontal,
b) nasal e
c) bucomental.
Há muitos fatores que influem na posição de.O.V.A. Para Arwood1, den-
tre todos, os fatores psicológicos e neuromusculares são os mais impor-
tantes, ao passo que para Sicher26 é o relaxamento da musculatura. .
Kurth14considera mais duas dimensões verticais: a dimensão vertical de
oclusão (O.V.O.) e a dimensão vertical máxima

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