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BEM-ESTAR ANIMAL DE FÊMEAS SUÍNAS EM GESTAÇÃO

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1 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ARAGUAÍNA 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ZOOTECNIA 
 
 
 
 
 
 
LETÍCIA MONIQUE OLIVEIRA LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
BEM-ESTAR ANIMAL DE FÊMEAS SUÍNAS EM GESTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARAGUAÍNA (TO) 
2019 
2 
 
 
LETÍCIA MONIQUE OLIVEIRA LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BEM-ESTAR ANIMAL DE FÊMEAS SUÍNAS EM GESTAÇÃO 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
curso de Zootecnia da Universidade Federal do 
Tocantins, como parte das exigências para a 
obtenção do grau de bacharel em Zootecnia. 
 
Orientador: Prof. Dr. Gerson Fausto da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARAGUAÍNA (TO) 
2019 
 
 
3 
 
LETÍCIA MONIQUE OLIVEIRA LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BEM-ESTAR ANIMAL DE FÊMEAS SUÍNAS EM GESTAÇÃO 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
curso de Zootecnia da Universidade Federal do 
Tocantins, como parte das exigências para a 
obtenção do grau de bacharel em Zootecnia. 
 
Orientador: Prof. Dr. Gerson Fausto da Silva 
 
 
 
Data de Aprovação _______/______/______ 
 
 
 
Banca examinadora: 
 
 
 
 
________________________________________________________ 
 Prof. Dr. . Gerson Fausto da Silva 
 
 
 
______________________________________________________ 
Prof. Dr. Marilú Santos Sousa 
 
 
 
________________________________________________________ 
Prof. Dr. Danilo Vargas Gonçalves Vieira 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha mãe, Eronicy 
Pereira de Oliveira e aos meus avós, 
Raimunda de Oliveira Sousa e Dinomar 
Pereira de Sousa, pelo apoio e amor. Em 
especial ao meu avô in memória. Família, esta 
conquista é nossa. 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
À Deus, por ter me concedido saúde, força e proteção para superar as 
dificuldades e me manter firme em meus objetivos, pois a realização deste sonho foi 
pela fé depositada no poder de Deus, que tudo pode. 
À minha família, por estar comigo em todo o caminho percorrido, o qual não foi 
fácil. 
À Universidade Federal do Tocantins, por me conceder a realização e 
conclusão do curso. 
Ao corpo docente desta Instituição que através dos ensinamentos, dedicação 
contribuiu para meu crescimento profissional e pessoal, demonstrando o capricho e 
compromisso com a tarefa que lhes foi dada, educar e formar profissionais 
competentes. 
 Ao meu orientador professor Gerson Fausto da Silva, pelas valiosas 
informações para realização deste trabalho, paciência, incentivo e a confiança em mim 
depositada. 
A professora Marilú pela sua dedicação aos alunos, pois o seu carinho e amor 
tem feito a diferença dentro da coordenação do curso de Zootecnia, temos sido 
abençoados por ter essa pessoa junto a nós. 
Ao professor Danilo pela sua paciência, em me instruir no começo desse 
trabalho, sempre atencioso, prestativo, conquista a todos pelo seu caráter, dedicação 
e profissionalismo. Um ser brilhante! 
Aos amigos de graduação que a UFT me presenteou com a presença e 
convivência diariamente, e aqueles que contribuíram de forma direta ou indiretamente 
neste percurso. 
Ao meu namorado Wanderson Tavares que em todos os momentos esteve ao 
meu lado, me incentivando, ajudando e dando o melhor de si, obrigada pela 
compreensão e carinho. 
MUITO OBRIGADA! 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Complicações surgiram, continuaram e foram superadas” 
Piratas do Caribe 
 
7 
 
RESUMO 
 
A criação intensiva dos animais de produção tem gerado grande preocupação 
em termos de BEA e vem se tornando cada vez mais presente. As exigências de se 
criar animais sem maus tratos parte diretamente da sociedade, que cobram ações que 
melhorem a qualidade de vida destes animais. O bem-estar animal é o estado onde 
se busca a harmonia do animal com o ambiente em que se está alojado, destacando 
ótimas condições físicas e fisiológicas. A preocupação em disponibilizar um ambiente 
confortável aos suínos nas várias fases de criação requer conhecimentos específicos 
das diferentes áreas do conhecimento zootécnicos. As matrizes suínas em gestação 
são exemplo de como o conforto vem sendo penalizado pela intensificação da 
produção, reconhecida pela limitação do espaço, movimentação e interação social, no 
qual reduz algumas de suas liberdades de acordo com os princípios básicos de BEA, 
o que leva a consequências físicas e psicológicas que alteram seu comportamento e 
sua produtividade. Diante do exposto, instalações, manejo, nutrição, genética e 
sanidade quando bem elaborados no sentido de atender as cinco liberdades do bem-
estar animal, contribui positivamente para melhoria da eficiência produtiva, 
competitividade e na conquista de um mercado consumidor cada vez mais exigente. 
Com isso objetivou-se desenvolver uma revisão dos principais aspectos relacionados 
ao bem-estar de fêmeas suínas em gestação, destacando os principais pontos 
relacionados com as condições físicas e mentais das matrizes alojadas em baias 
coletivas e individuais, evidenciando as características de BEA e as possíveis 
consequências que o bem-estar pobre pode provocar. 
 
Palavras-chaves: Alojamento. Bem-estar. Comportamento. Estresse. 
 
 
 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
 
The intensive breeding of farm animals has generated great concern in terms 
of BEA and is becoming more and more present. The requirements to breed animals 
without maltreatment come directly from society, which charge actions that improve 
the quality of life of these animals. Animal welfare is the state where the animal seeks 
harmony with the environment in which it is housed, highlighting optimal physical and 
physiological conditions. The concern to provide a comfortable environment to the pigs 
in the various stages of breeding requires specific knowledge of different zootechnical 
knowledge areas. The gestating sows are examples of how comfort has been 
penalized by the intensification of production, recognized by space limitation, 
movement and social interaction, in which it reduces some of its freedoms in 
accordance with the basic principles of BEA, which leads to physical and psychological 
consequences that alter their behavior and their productivity. In view of the above, 
facilities, management, nutrition, genetics and sanitation, when elaborated to meet the 
five freedoms of animal welfare, contribute positively to the improvement of productive 
efficiency, competitiveness and the conquest of an increasingly demanding consumer 
market. The aim of this study was to develop a review of the main aspects related to 
the wellbeing of gestating female pigs, highlighting the main points related to the 
physical and mental conditions of the matrices housed in collective and individual bays, 
showing the characteristics of BEA and possible consequences that poor well-being 
can cause. 
 
Key-words: Accommodation. Behavior. Stress. Well-being. 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1- Orientação do galpão em relação a trajetória do sol.................................27 
Figura 2- Temperatura de conforto térmico para Matrizes Gestantes......................30 
Figura 3- Imagem Granja Miunça – Modelo gestação gaiolas..................................32 
Figura 4- Imagem Granja ECO/BEA – Modelo de gestação em baias coletivas......3210 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1- Particularidades importantes a serem notadas na avaliação dos sistemas 
de criação de matrizes suínas gestantes, quanto ao bem-estar 
animal.........................................................................................................................23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 ABC Associação Brasileira de Criadores de Suínos 
ACTH Hormônio Adrenocorticotrópico 
BEA Bem-estar animal 
 CRH Hormônio Liberador de Corticotropina 
 CTBEA Comissão Técnica Permanente de Bem-Estar Animal 
FSH Hormônio Folículo Estimulante 
GnRH Hormônio Liberador de Gonadotrfina 
HHA Hipotálamo-hipófise-adrenal 
LH Hormônio Luteinizante 
LHRH Hormônio Liberador do Hormônio Luteinizante 
 ZCT Zona de Conforto Térmico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 
2 OBJETIVO ............................................................................................................. 15 
2.1 Objetivos gerais ..................................................................................................................15 
2.2 Objetivos específicos .......................................................................................................15 
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 16 
3.1. Legislações Brasileiras sobre o bem-estar animal ...............................................16 
3.2. Conceito e avaliação do Bem-estar Animal segundo o Projeto Welfare 
Quality ...........................................................................................................................................18 
3.3 Bem-estar Animal de Matrizes Suínas ........................................................................21 
3.4 Avaliações do estresse em matrizes suínas em gestação ..................................23 
3.5 Instalações ...........................................................................................................................26 
3.5.1 Orientação do galpão .......................................................................................................26 
3.5.2 Telhado................................................................................................................................27 
3.5.3 Parede .................................................................................................................................28 
3.5.4 Pé direito .............................................................................................................................28 
3.7 Diferenças entre baias coletivas e individuais ........................................................30 
3.7.1 Enriquecimentos ambientais ..........................................................................................33 
4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 35 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 36 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Brasil destaca-se como um dos principais produtores mundiais de suínos, 
ocupando o quarto lugar no ranking ficando atrás apenas dos EUA, União Europeia e 
China. Os estados brasileiros de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são os 
principais produtores e responsáveis por 83,97% das exportações de carne suína do 
país. Esta conquista deve-se aos estudos nas áreas de genética, melhoramento, 
nutrição, sanidade, manejo e bem-estar dos suínos; além dos vultosos investimentos 
ao longo de sua cadeia produtiva; papel social importante na fixação do trabalhador 
no campo e na geração de empregos diretos e indiretos (ABPA, 2018). 
No Brasil, a criação de suínos se desenvolveu alicerçado no sistema intensivo 
de produção confinado. Neste, o principal questionamento, por parte dos 
consumidores, é sobre as questões ambientais, de segurança alimentar e do bem-
estar animal. Esta última desperta o censo critico com relação à forma como os 
animais são criados, que por vez acarretam mudanças na estrutura de produção, na 
infraestrutura das instalações, no controle de temperatura do ar e no manejo de 
transporte e abate dos animais. 
Constatar as vantagens que estas modificações sob a cadeia produtiva da 
carne suína proporcionam, dentre elas a consciência das necessidades básicas dos 
animais associadas as cinco liberdades, é fundamental para que se compreenda o 
verdadeiro impacto do bem-estar sobre toda a cadeia de produção, principalmente no 
sentido de atender as exigências do mercado externo de carne suína, uma vez que 
18,5% do total da produção brasileira é destinada à exportação (ABPA, 2018). 
Apesar do Brasil estar distante da realidade europeia, algumas medidas para 
promoção do bem-estar na produção intensiva de suínos já foram adotadas no país, 
mesmo não existindo lei especifica. De acordo com Dias et. al, (2015), a mudança no 
manejo, principalmente no tipo de alojamento, são reflexos de pressões impostas por 
Organizações não Governamentais (ONGs) de defesa animal e de alguns mercados 
consumidores de produtos de origem animal, para que os sistemas de criação e ainda, 
o abate dos animais adotem medidas que propiciem o bem-estar (WARRIS et 
al.,2006). Por outro lado, a ética tradicional da sociedade condena a impiedade e os 
maus tratos contra os animais (MACHADO FILHO e HOTZEL, 2000). 
Nesse sentido, no contexto da ciência, o bem-estar na criação de matrizes 
suínas tem sido o principal gargalo, devido a forma de alojamento destes animais em 
14 
 
baias individuais (gaiolas), onde as porcas permanecem durante todo seu período de 
vida útil reprodutivo 114 dias. Esse tipo de acomodação altera a vida social das 
fêmeas e suas formas normais de comportamento, criando diversas situações de 
estresse que agem de forma negativa e direta sobre o seu potencial produtivo 
(POLETTO, 2009). 
Esta revisão de literatura tem como objetivo destacar os principais pontos 
relacionados ao bem-estar animal das matrizes suínas na fase de gestação alojadas 
em baias individuais e coletivas, através dos indicadores de bem-estar animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2 OBJETIVO 
 
2.1 Objetivos gerais 
 
Evidenciar uma revisão bibliografia sobre o bem-estar animal de matrizes 
suínas gestantes; 
Especificar pontos que podem ter influências sobre as matrizes suínas durante 
o seu alojamento em baias coletivas e individuais. 
 
2.2 Objetivos específicos 
 
 Descrever o cuidado com as matrizes suínas, apontando indicações de manejo 
correto e específico; 
 Caracterizar as circunstâncias das matrizes suínas alojadas em baias individuais 
e coletivas, ligando-as com o bem-estar animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
3.1. Legislações Brasileiras sobre o bem-estar animal 
 
 Segundo Ludtke et al. (2012) o bem-estar animal é o resultado da somatória 
de cada liberdade mensurada, essas evidências deverão descrever e compreender a 
estrutura, função e formas comportamentais que expressem o que o animal sente. 
Para se mensurar as variáveisque interferem na qualidade de vida animal, o Comitê 
Brambell desenvolveu o conceito das “Cinco Liberdades”, que foram aprimorados pelo 
Farm Animal Welfare Council – FAWC (Conselho de Bem-estar em Animais de 
Produção) do Reino Unido e tem sido adotada mundialmente. As cinco liberdades são: 
1. Nutricional (Livre de sede, fome e má nutrição); 2. Ambiental (livre de desconforto); 
3. Sanitária (livre de dor, injúria e doenças); 4. Comportamental (livre para expressar 
seu comportamento natural) e 5. Psicológica (livre de medo e estresse). 
A necessidade de padronizar a legislação contribuiu para que a Organização 
Mundial de Saúde Animal – OIE elaborasse as normas internacionais de bem-estar 
animal. Foram normatizados os procedimentos relativos ao bem-estar animal no 
decorrer do manejo produtivo, do transporte de animais, no pré-abate e no abate para 
consumo humano, para o sacrifício no controle de disseminação de doenças e outras 
motivações sanitárias (IMPROTA, 2007). Este processo determinou a necessidade da 
construção de legislações compatíveis com as recomendações pela OIE por parte dos 
167 países membros, dentre eles o Brasil (OIE, 2007) 
A legislação brasileira que leva em conta o bem-estar dos animais é muito 
imprecisa, subjetiva e pouco adequada. No Brasil teve início com o Decreto Nº 24.654, 
de 10 Julho de 1934, visa medidas de proteção aos animais, contra crueldades e cita 
uma série de itens que são considerados maus-tratos como, por exemplo, expor os 
animais em locais anti-higiênico, mantê-los em locais que lhes impeça o movimento 
ou fazer o animal trabalhar por mais de seis horas consecutivas sem descanso 
(BRASIL, 1934). 
O Decreto Nº 30.691, de 1952, quando foi aprovado o Regulamento da 
Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), gerando 
poucas normas relativas aos animais vivos, sendo que a maior parte diz respeito à 
preocupação sanitária e não a integridade dos animais. A lei Nº 9.605, 1998, trata 
17 
 
sobre sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividade lesivas ao 
meio ambiente, incorporando os maus-tratos aos animais como crime ambiental. 
Em 06 de Novembro de 2008, foi criado a Instrução Normativa nº 56, tornando-
se a primeira norma legal a explicitar a palavra bem-estar animal em seu título, 
estabelecendo procedimentos gerais de recomendações de Boas Práticas de Bem-
estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico (REBEM), englobando os 
sistemas de produção e o transporte. Suas recomendações não são explicitas, 
dificultando muitas vezes a fiscalização (MAPA – Instrução Normativa nº 56, 2008). 
A Instrução Normativa nº 46, de Outubro de 2011, por sua vez, estabelece um 
regulamento técnico para os sistemas de produções animais e vegetais orgânicos. 
Essa instrução traz uma linguagem mais técnica e menos subjetiva em relação às 
orientações acerca do manejo dos animais, priorizando as cinco liberdades 
(nutricional, sanitária, psicológica, ambiental e comportamental), como prioritárias, 
além de estabelecer área mínima de criação por animal, manejos que podem ou não 
serem realizados e proibir o uso de gaiolas. 
A área de bem-estar animal brasileira teve um avanço, quando houve a criação 
da Comissão Técnica Permanente de Bem-Estar Animal – CTBEA (criado pela 
Portaria nº 185, de 2008) dentro do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 
(MAPA). Dentre as concepções da CTBEA estão a divulgação e a proposição de boas 
práticas de manejo, o alinhamento da legislação brasileira com os avanços científicos 
e os critérios estabelecidos pelos acordos internacionais dos quais o Brasil é 
signatário, que tem como objetivo preparar e estimular o setor agropecuário brasileiro 
para o atendimento ás novas exigências da sociedade brasileira e consumidores dos 
mercados importadores (BRASIL, 2008). 
Esta comissão atua na revisão de leis e normas, como a IN nº 3, de 2000, que 
trata sobre abate humanitário, finalizada em 2012, que ainda aguarda publicação. A 
CTBEA auxilia nos grupos de pesquisas sobre a temática com um total de seis 
projetos finalizados, sendo sua maioria sobre manejo dos animais, da fazenda ao 
abate, incluindo manejos como rastreabilidade (identificação), vacinação, transporte e 
abate. 
 
 
 
18 
 
3.2. Conceito e avaliação do Bem-estar Animal segundo o Projeto Welfare 
Quality 
 
O bem-estar animal corresponde a um estado onde o animal está em sintonia 
com a natureza ou com seu ambiente (HUGHES, 1982). A este conceito Hurnik (1992) 
adicionou a ideia de que o bem-estar significa uma alta qualidade de vida do animal, 
justificando que para haver um ótimo funcionamento biológico do organismo, ocorre 
somente quando a sua vida está identificada ou alinhada com o ambiente, reiterando 
que está conjuntura denomina-se estado de harmonia. Também considera que 
somente nestas condições, com o melhor funcionamento biológico, é que o animal 
alcança sua máxima qualidade de vida. 
Porém, Broom (2011) complementa que esta definição, embora seja 
amplamente utilizada e representa uma das formas mais utilizadas de conceituar o 
tema, tem aplicabilidade limitada, pois não permite que com facilidade possa ser 
mensurado este estado de harmonia. 
Faz-se necessário conhecer os diferentes conceitos que definem o bem-estar 
animal. Na visão de Duncan e Fraser (1997), as definições de bem-estar animal esta 
agrupada em três categorias de pensamentos: 
1. Aquelas baseadas nas emoções dos animais; 
2. Aquelas com base no funcionamento do organismo animal; 
3. Aquelas relacionadas ao comportamento natural dos animais; 
No agrupamento baseado nas emoções o bem-estar será reduzido, por causa 
das emoções negativas, como dor, medo, frustração, fome e sede, e aumenta de 
acordo com as emoções positivas, como por exemplo; conforto, contentamento e o 
prazer obtido em certos tipos de interação social (DUNCAN e FRASER, 1997) 
condições estas comumente determinadas de sofrimento e prazer, respectivamente 
(DUNCAN, 2005). 
Neste contexto, é necessário diferenciar as definições de emoções e 
sentimentos. As emoções são fisiologicamente caracterizadas como estímulos 
elétricos e neuroquímicos de determinadas regiões do cérebro, que resultam em 
alterações periféricas, mas não necessariamente envolvem o consciente. Os 
sentimentos estão conectados a essas alterações cerebrais, culminando, pelo menos, 
na consciência perceptiva. Weber (2006) considera o BEA, em animais sencientes, 
como um estado de corpo e mente e a natureza da senciência como “sentimentos da 
19 
 
matéria”, reflete na capacidade dos animais possuírem e expressar sentimentos de 
dor, medo, estresse, angústia e demais sentimentos. Portanto, uma emoção pode 
culminar em sentimentos, porém isso não é um fator obrigatório (BROOM, 2008) 
Alguns autores abordam o conceito de bem-estar de acordo com o 
funcionamento biológico do organismo animal. Nesta visão os parâmetros 
pesquisados são índices de produtividade dos animais, ocorrências de doenças e 
adaptação do animal ao ambiente em que se encontra (DUNCAN e FRASER, 1997). 
Os pesquisadores que adotam estas definições são influenciados pelo conceito 
de que se há aumento do estresse, ocorre também à redução do bem-estar (DIAS, 
2014) e por consequência a produtividade diminui. Neste sentido, o estresse pode ser 
indicado como estimulo ambiental com potencial para sobrecarregar, desafiar os 
sistemas de controle ou de homeostasia do animal, diminuindo sua adaptação 
(BROOM, 2003). 
A palavra estresse deveria ser utilizada apenas para caracterizar a parte do 
bem-estar pobre, que se referem somente as situações nas quais houve uma falha 
nas tentativas deenfrentar as dificuldades (BROOM e MOLENTO, 2004). 
Conforme o terceiro grupo de definições, o bem-estar dos animais depende se 
o modo de criação permitirá que os animais sejam livres para expressar o 
comportamento natural da espécie. Pesquisadores que utilizam deste conceito 
frequentemente estudam o comportamento dos animais na natureza e o comparam 
com aquele dos criados em cativeiro, supondo que as diferenças observadas são 
decorrentes do ambiente (DUNCAN e FRASER, 1997). 
Mesmo que há contradições nestes conceitos, é de concordância que alguns 
dos comportamentos próprios de cada espécie são importantes e é necessário que os 
animais possam expressá-los, ao contrario, o bem-estar estará prejudicado. Algumas 
necessidades são de extrema importância para a manutenção do bem-estar dos 
suínos, pois quando não são atendidas alteram a produção e causam depressão de 
humor. As necessidades de comportamento na qual os suínos é altamente motivado 
envolvem; necessidade de exploração e busca de alimento, necessidade de se 
locomover, necessidades de construir seu próprio ninho antes do parto e necessidade 
de contato social (BERGERON et al, 2008). 
Embora as três abordagens apresentadas em relação ao bem-estar parecerem 
muito diferentes, é notório que são complementares. Logo há um consenso de que as 
20 
 
três abordagens devem ser levadas em consideração quando se tentar definir o bem-
estar animal. 
Broom (1986) divulgou uma definição de bem-estar que foi muito bem aceita e 
difundida, que relata “O bem-estar de um indivíduo é o seu estado em relação ás suas 
tentativas de lidar com o ambiente em que se encontra”. Uma das orientações é que 
o bem-estar está relacionado a capacidade do animal em relação as possíveis 
dificuldades criadas pelo ambiente em que se encontra (FRASER e BROOM, 2002). 
Consoante ao texto, Broom e Johnson (1993) apontaram três aspectos relacionados 
com a questão: o bem-estar é uma característica do animal; bem-estar pode variar de 
muito bom a muito ruim e o bem-estar pode ser medido cientificamente. 
Além das grandes mudanças comportamentais causadas pelo estresse, outras 
surgem em decorrência de ambientes pouco adequados para os animais. Uma dessas 
mudanças são as estereotipias, que são identificadas pelo comportamento repetitivo 
que resultam em tentativas repetidas para se adequar ao um ambiente hostil para a 
criação animal. Os sistemas considerados inadequados para o ponto de vista do bem-
estar animal são aqueles cujo manejo, alojamento e o tipo de dieta, causam uma alta 
porcentagem de animais com estereotipias (VIEUILLE-THOMAS; LE PAPE; 
SIGNORET. 1995; ARELLANO et al, 1992). 
Doenças como diarreias, claudicações, bursites, mastites ou doenças 
respiratórias, são indicadores úteis do baixo grau de bem-estar dos suínos. Bem 
como, também é importante a mortalidade, as lesões causadas pelo manejo, o 
ambiente (físico) e as brigas entre os animais (WELFARE QUALITY PROTOCOL, 
2009). 
Os indicadores associados à produção devem ser considerados, também, para 
uma avaliação mais extensa sobre bem-estar animal. Uma depreciação na produção 
deve ser considerada como um indicador de baixo grau de bem-estar. Porém, é 
importante levar em consideração que uma produção satisfatória não corresponde 
necessariamente em um nível adequado de bem-estar (LUDTKE et al, 2014), isso 
porque os animais de produção foram selecionados para manter sua produção 
elevada, independente da interação do genótipo com ambiente, assim não afetando 
sua produtividade, mesmo em condições que não sejam as ideais do ponto de vista 
do bem-estar. 
Com objetivo de desenvolver estratégias práticas para aperfeiçoar, definir e 
padronizar formas cientifica para mensuração do bem-estar animal, em 2004 iniciou-
21 
 
se o projeto Welfare Quality angariado pela comissão da União Europeia e envolveu 
40 especialistas de institutos e universidades advindas de 13 países europeus e 4 da 
America latina. O projeto combinou noção de concepção e atitudes do consumidor 
com o conhecimento existente da ciência do bem-estar animal, detectando quatro 
princípios (KEELING; VEISSIER, 2005): bom alojamento; boa alimentação; 
comportamento adequado e boa saúde. 
 Os quatros princípios estão diretamente ligados a um conjunto de 12 critérios, 
em que toda avaliação do bem-estar em suínos deve se basear, tai como (WELFARE 
QUALITY PROTOCOL, 2009): ausência de fome e sede prolongada, conforto em 
relação as áreas de descanso e conforto térmico nas instalações, facilidade de se 
locomover, ausência de lesões, ausência de doenças e de dor provocada por práticas 
de manejo, expressão de comportamento coletivo adequado livre de estereotipias, 
boa interação entre o tratador e o animal, de forma em que não haja a manifestação 
de medo em relação ás pessoas que os manejam. 
 Para se obter avaliação eficiente sobre os graus de BEA de uma produção é 
necessário levar em conta todos os critérios descritos pelos especialistas do Welfare 
Quality, além de que deve se considerar que os animais são seres sencientes e que 
por isso, possuem valor intrínseco que deve ser respeitado. 
 
3.3 Bem-estar Animal de Matrizes Suínas 
 
 Quando se fala em bem-estar animal na criação de matrizes suína, devem-se 
considerar os princípios de um manejo alimentar apropriado (água e ração), 
alojamento adequado (local de descanso, facilidade de movimento e conforto térmico), 
boa saúde (ausência de doenças, lesões e dor causada pelo manejo), evitar situações 
de estresse (possibilidade do animal expressar seu comportamento natural) (ABCS, 
2016). 
 O bem-estar está ligado ao conforto físico e mental do animal (CARVALHO, 
2017). Difícil mensurar o grau de satisfação do animal com o seu ambiente, porém 
pode-se evidenciar alguns comportamentos que identifica o desconforto ou 
contentamento do animal em relação ao seu espaço, inclusive mental. A contenção 
de estímulos ambientais (ambiente monotomo, falta de palha, terra, ramos) leva a uma 
profunda frustração, fazendo com que o animal tenha comportamentos anormais, 
como: morder grades, vocalização e canibalismo. 
22 
 
 A criação de matrizes gestantes e lactantes no sistema de confinamento em 
gaiolas tem sido um tema muito debatido, ao que se refere bem-estar animal, uma vez 
que esses perdem uma das cinco liberdades (livre para expressar seu comportamento 
natural), assim como outros padrões especifico da espécie suína. Esses tipos de 
sistema de alojamento podem desencadear um comportamento repetitivo realizado 
sem um propósito aparente, resultando nas chamadas estereotipias (CARVALHO, 
2017). 
 Com a crescente atividade suinícola, o sistema de utilização de gaiolas tornou-
se comum, devido apresentar vantagens como a alta densidade de animais, mão de 
obra barata e a facilidade de manejo (MARCHANT-FORD, 2009). Entretanto, quando 
se observa o sistema de alojamento de porcas em gaiolas e em baias coletivas é 
perceptível que, no alojamento coletivo, há uma redução de incidências de 
comportamentos provocados pelo estresse animal (SILVA; PANDORFI; PIEDADE, 
2008). 
Ao longo dos anos as instalações passaram a serem os requisitos mais 
importantes para a suinocultura moderna, pois as mesmas tem uma 
representatividade de adaptação do animal, que outrora viviam em liberdade e passou 
a viver em cativeiro, sem perder suas características básicas (FERREIRA, 2005). 
 No entanto, a criação intensiva ou industrial, faz com que o animal permaneça 
grande parte da sua vida em ambiente fechado, muitas vezes sendo privado do 
convívio social e em espaço reduzido, altera consideravelmente as características 
normais de comportamento, criando diversas situações de estresse,interferindo 
diretamente no seu bem-estar (SILVA et al., 2008). A intensificação da produção de 
suínos em sistemas de confinamento expõem os animais ao um estado de 
estereotipias por consequência do tipo de manejo e ambiente (AFONSO e RABELI, 
2007). 
 As principais particularidades a serem notadas em uma análise de bem-estar 
animal em matrizes suínas no período de gestação estão dispostas no quadro 1. 
Existem uma série de combinações possíveis para análise do melhor sistema que 
proporcione melhor qualidade de vida a matriz gestante é praticamente impossível, 
quando se faz uma simples análise. 
 
 
23 
 
Quadro 1. Particularidades importantes a serem notadas na avaliação dos sistemas 
de criação de matrizes suínas gestantes, quanto ao bem-estar animal. 
CARACTERÍSTICAS TIPOS 
Tipo de instalação Confinado; Hibrido; Ar livre 
Agrupamento Alojado em baias individuais ou grupo 
Grupo: densidade do grupo e taxa de 
lotação, estático ou dinâmico 
Sistema de alimentação Controle individual 
- alimentação em gaiola 
- alimentadores eletrônicos 
Piso e cobertura Confinado 
- em cama 
- ausência de cama (piso ripado, semi-
ripado ou compacto) 
Ao ar livre 
- com sistema de pastejo 
- ausencia de sistema de pastejo 
 
Fonte: Adaptado de Marchant-Ford (2009). 
 3.4 Avaliações do estresse em matrizes suínas em gestação 
 
 O comportamento animal é descrito como a expressão de um esforço para 
habituar-se ou ajustar-se a diferentes condições internas e externas, ou seja, o 
comportamento pode ser caracterizado como uma resposta do animal ao seu 
ambiente (BLACKSHAW, 1989). É uma das características mais importantes, pois é 
vital nas adaptações das funções biológicas e representa a parte do organismo que 
interage com o ambiente (SNOWDON, 1999). 
Quando se deseja avaliar o bem-estar animal, a análise das alterações 
comportamentais é considerada um dos métodos mais rápidos e práticos (POLETTO, 
2010). Por meio da análise comportamental é possível mensurar o estado do indivíduo 
em relação ao seu ambiente (BROOM, 1991). Assim, o bem-estar animal está 
diretamente associado à capacidade de desenvolver comportamentos de uma forma 
natural (Kiley-Worthington, 1989). 
24 
 
Os comportamentos destrutivos são aqueles que causam anomalias nos 
animais, tais como: as mordeduras e os vícios de sucção da cauda, orelha, flanco e 
vulva, tal como os comportamentos agressivos (ZANELLA, 1995; SOBESTIANSKY e 
ZANELLA, 2007; POLETTO, 2010). Segundo Andersen et al. (2000) as interações 
agonísticas são um meio de definição da hierarquia social em baias coletivas após a 
mistura de grupos. E esses comportamentos podem estar relacionados com uma série 
de fatores estressantes, causados por impasses nas instalações e no manejo 
inadequado dos animais (SOBESTIANSKY e ZANELLA, 2007). 
De acordo com Jensen (2009), as estereotipias são aspectos particulares de 
comportamentos anormais e podem ser descritas como movimentos repetitivos, que 
ocorrem várias vezes e ocupam quantidade substancial do tempo do animal. Perante 
as circunstâncias de confinamento, os suínos criados em baias ou presos por amarras 
por longo tempo apresentam comportamentos estereotipados, embora alguns 
indivíduos se tornam extremamente inativos e não responsivos (BROOM, 1991). Tais 
comportamentos são: enrolar a língua, falsa mastigação e mastigação de parte das 
instalações, tais como barras, portas, dentre outras (POLETTO, 2010; ZANELLA, 
1995). Algumas literaturas retratam problemas comportamentais em suínos alojados 
em ambientes áridos, enfadonho, sem enriquecimento ambiental, levando a frustração 
(RADOSTITS et al., 2002; LOPES, 2004). Esses traços comportamentais indicam que 
o indivíduo em questão está com dificuldades em lidar com o ambiente (BROOM, 
1991). 
Na falta de um ambiente com conforto térmico, a espécie suína em particular, 
também pode modificar sua conduta natural (RADOSTITS et al., 2002; KIEFER et al., 
2009). 
Silva et al. (2008) realizaram um estudo com 24 matrizes primíparas mantidas 
em baias individuais e coletivas durante 67 dias. Foram avaliados o comportamento, 
os índices zootécnicos (período de gestação, duração do parto, número de leitões 
nascidos vivos, natimortos e mumificados, peso dos leitões no nascimento, peso no 
desmame e mortalidade) e os parâmetros fisiológicos (frequência respiratória e 
temperatura retal). Os animais alojados em baias coletivas apresentaram menor 
incidência de comportamentos estereotipados e agressivos resultantes do estresse 
térmico. 
Sendo assim, medir o estresse em fêmeas suínas pode ser executado de 
diversas maneiras, como por exemplo: a observação da presença e frequência de 
25 
 
comportamentos estereotipados, incidência de doenças (queda da imunidade) e pelos 
índices fisiológicos (nível de cortisol, opióides endógenos, dentre outro), ou seja, 
produtos liberados pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA). 
O cortisol é um glicocorticóide produzido pelo córtex da adrenal, através do 
estimulo do HHA e está vinculado à manutenção da pressão sanguínea, na 
gliconeogenese (níveis de glicose no sangue), na regulação da absorção de cálcio e 
nas respostas dos processos anti-inflamatórios e imunológicos. Os níveis de 
concentração no organismo são recorrentes aos estímulos dos agentes estressores e 
dos desafios ambientais. (DALLA COSTA et al.,2006; KOEPPEN e STANTON, 2009). 
Em respostas às situação adversas que o indivíduo enfrenta, o organismo libera 
opióides endógenos (endorfinas, encefalinas e dinorfinas) com intuito de amenizar o 
enfrentamento das dificuldades. Tem como efeito analgésico poderoso e controla as 
secreções hormonais. A mensuração destes são relevantes para avaliar o bem-estar 
agudo em suínos (BROOM, 1991; ZANELLA et al.1996). 
A resposta emocional e comportamental desencadeada por um agente 
estressor é um fator determinante para estabelecer, o tipo e a intensidade da resposta 
fisiológica (DANTZER, 1989). Estas respostas visam, na sua grande maioria, envolver 
atividades que diretamente possa reduzir os aspectos nocivos que este agente causa 
no indivíduo. Porém, quando um animal está sob sua influência, comportamentos 
estereotipados podem existir. 
Miller (2004) afirma que os sistemas comerciais têm registrado um melhor 
desempenho reprodutivo e menores taxa de mortalidade em porcas alojadas em baias 
coletivas em vez daquelas alojadas em baias individuais. Há evidencias de que as 
respostas fisiológicas ao agente estressor crônico podem ser responsáveis pela 
redução da produtividade das matrizes suínas (HEMSWORTH et al., 1981). Broom e 
Molento (2004) declaram que quando o bem-estar animal é comprometido, ocorre 
redução no ganho de peso e atraso no início da reprodução, podendo levar os animais 
a morte. 
Para que o estresse tenha efeitos negativos sobre a reprodução, é importante 
considerar fatores como, a predisposição genética e o tipo de estresse. De acordo 
com Einarsson et al. (2008), em resposta ao agente estressor, o eixo Hipotálamo-
hipófise-adrenal (HHA) desencadeia a secreção do hormônio liberador de 
corticotrofina (CRH) na corrente sanguínea, o qual atinge o lobo anterior da hipófise 
estimulando-a liberar o adrenocorticotrófico (ACTH) para a circulação que irá agir no 
26 
 
córtex da adrenal para produção do cortisol. A produção do hormônio liberador de 
gonadotrofina (GnRH) por sua vez é freada pelo CRH, pois em situações de estresse 
a produção de LH e FSH é deprimida, justificando a diminuição da libido após estresse 
crônico (TAVARES et al., 2000). Os efeitos negativos que o estresse agudo/crônico 
provoca sobre o desempenho reprodutivo é bem conhecido,porém pouco se sabe a 
respeito dos mecanismos exatos que os controlam. 
 
3.5 Instalações 
 
A criação e produção de suínos em decorrência a tecnologia e o avanço dos 
estudos teve uma grande evolução nos últimos anos, ocasionando a transformação 
da produção familiar em uma produção industrial. Atualmente, na produção industrial, 
os animais são alojados em sistemas extremamente intensivos, onde os interesses 
econômicos são levados em consideração. 
As instalações são um dos fatores relevantes dentro do sistema de produção 
intensivo, por meio delas os animais podem ser influenciados com maior ou menor 
grau de bem-estar animal, e devem ser construídos visando o aproveitamento dos 
recursos naturais, como ventilação e iluminação adequada, pré-requisito este nem 
sempre abordado (ALVARENGA et al., 2011). 
Para o controle de algumas variações ambientais, são utilizadas como 
medidas: escolha da orientação do galpão, materiais de construções, demarcação do 
espaço físico, densidade de animais, sistema de ventilação e refrigeração, 
economicidade e simplicidade, condições de conforto e proteção, higiene, facilidade 
de acesso e manejo especifico indispensáveis a essas instalações (BORTOLOZZO, 
2011; CAMPOS, 2008; TOLON, 2005). 
3.5.1 Orientação do galpão 
A edificação do galpão deve seguir os princípios de bem-estar térmico sendo 
orientado pelo o nascer e pôr do sol no sentido leste-oeste (figura 5), para que no 
verão ou nas horas mais quentes do dia ocorra menor incidência de radiação solar no 
interior do galpão. A orientação norte-sul traz desconforto térmico, pois a radiação 
solar fica em contado direto com os animais grande parte do dia, causando ferimentos 
na pele e estresse. Devem ser evitados terrenos baixos, devida índices alto de 
27 
 
umidade, menor incidência de ventilação e radiação solar insuficiente no inverno 
(BRIDI, 2006). 
Desta forma, a orientação equivocada da edificação pode trazer consequências 
desastrosas nos índices produtivo e reprodutivo dos animais. 
 
Figura 1. Orientação do galpão em relação á trajetória do sol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.5.2 Telhado 
 
Em relação às instalações, o objetivo principal é na medida do possível não 
deixar que o calor externo, nem o frio excessivo passem para o interior da edificação. 
Portanto, se faz necessário utilizar um telhado com boa refletividade térmica. A 
escolha do material do telhado é importante e imprescindível, uma vez que o mesmo 
pode ou não apresentar aspectos que influenciam na carga térmica solar. O melhor 
material que atua absorvendo ou como albedo a carga térmica são as telhas de barro, 
telhas de cimento amianto pintadas de branco e alumínio (BRIDI, 2006). 
A inclinação indicada do telhado é de 20 a 30º visando melhor à forma das 
trocas de calor por radiação entre o animal e o telhado, facilitando a entrada de saída 
do ar (lanternim), outra estrutura que compõem os pré requesitos do telhado é o beiral, 
que deve ser planejado e projetado de forma que se evite a penetração de águas 
pluviométricas e raios solares, e deve varia de 1,5 a 2,0 metros (BRIDI, 2006). 
Fonte: EMBRAPA AVES E SUINOS, 2003. 
 
28 
 
 
3.5.3 Parede 
 
As paredes é a principal barreira física dos raios solares direto no interior do 
galpão e nos animais. Deve ser pintado com cores claras, serem sombreadas por 
barreiras vegetais ou beirais. O uso de cores claras, principalmente o branco, tem alto 
poder de refletividade da radiação solar (BRIDI, 2006). 
3.5.4 Pé direito 
 
A altura do pé direito está intimamente ligada à altura do galpão, ou seja quanto 
mais largo o galpão, maior deve ser a altura do pé direito. Isto implica diretamente no 
conforto térmico dos animais, pois quanto mais distante a superfície inferior da 
cobertura os animais estiver, menor será a sensação da carga térmica radiante sob 
os animais. Assim, recomenda-se que o pé direito tenha de 3 a 3,5 metros de altura 
(EMBRAPA SUINOS E AVES, 2003). 
3.6 Estresse térmico por calor na gestação de matrizes suínas 
 
O conforto térmico para suínos é um dos temas mais relevantes quando se trata 
de BEA. Os suínos são animais homeotérmicos, ou seja, tem a capacidade de manter 
a temperatura corporal dentro de certos limites, independente da variação da 
temperatura ambiente, assim, só apresentam máximo desempenho quando mantidos 
em ambiente térmico confortável, representado por uma faixa de temperatura em que 
os processos termorregulatórios são mínimos (BERTON, 2013). 
 Contudo, esses animais possuem sistema termorregulador pouco 
desenvolvido, devido ao número reduzido de glândulas sudoríparas, além disso, não 
funcionais e queratinizadas, por depositar gordura nos dois extratos da hipoderme e 
de metabolismo elevado, por esses motivos, se tem cuidado maior com a 
termoneutralidade do ambiente, já que tem efeito direto sobre o animal (LUDTKE, 
2010). O efeito das altas temperaturas sobre os animais tem sido constantemente 
estudado a fim de se obter um ambiente confortável de alojamento, com melhor 
desempenho tanto produtivo como reprodutivo (SOUZA, 2004). 
29 
 
Os suínos quando expostos a temperaturas que ultrapassam a zona de 
conforto, seu organismo faz modificações metabólicas buscando regular a 
temperatura e manutenção da homeostase (NUNES, 2001). Consoante a isto, Black 
et al. (1993) relata que a faixa de termoneutralidade recomendada para matrizes 
suínas encontra-se entre 12 a 18º (figura 1). 
 
Figura 2: Temperatura de conforto térmico para Matrizes Gestantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte : ZANARDO, 2016. 
 
Van Der Lende (2000) e Varley (1991) relatam que a concentração de cortisol 
no plasma devido ao estresse térmico, nas primeiras horas ou dias próximos da 
ovulação, reduz os níveis de LH causando uma inadequada luteinização dos folículos 
maduros, por outro lado, o estresse por calor tem efeito direto sobre taxa de 
mortalidade dos embriões pós-fecundação na espécie suína. 
A resposta dos suínos ao estresse térmico consiste em dissipar calor por 
formas sensíveis (não evaporativas), como: condução, convecção e radiação e latente 
(evaporativa) (Berton, 2013). Por não possuir glândulas sudoríparas funcionais a 
principal forma de liberação de calor pelos suínos é via latente, onde através da 
respiração ocorre perda de água por evaporação nas vias aéreas (Erhart et al., 2015) 
e redução no consumo de ração, em consequência a isto há redução na ingestão de 
energia e da atividade da glândula tireoide, com isso o animal reduz a produção de 
calor metabólico (TAVARES et al., 2000). 
Na busca por atenuar o estresse por calor no período de gestação, tem-se 
recomendado a utilização de recursos de climatização. De acordo com Nããs (2000), 
temperaturas elevadas de resistência ao calor é dissipada pelo mecanismo de troca 
térmica de convecção devido à ventilação, aumentar a velocidade do ar dentro das 
30 
 
instalações é uma necessidade, principalmente em regiões onde predomina 
temperaturas altas. Contudo, muitas vezes usar a presença de ventiladores não é 
suficiente para se alcançar a termoneutralidade, havendo por tanto a necessidade de 
recorrer ao uso do sistema de nebulização. A função da nebulização é reduzir a 
temperaturas interna da instalação. 
Já Andersen et al. (1999) afirmam que suínos submetidos a temperaturas 
criticas inferiores, podem sofrer estresse pelo frio. Nas condições de temperaturas 
amenas são desencadeados alguns procedimentos para manter a temperatura 
corporal próximo a 22ºC. Verificando-se uma queda da temperatura do ambiente, os 
suínos saem da sua zona de conforto térmico(ZCT), com isso o organismo aciona o 
mecanismo termorregulatórios para aumentar a produção e retenção do calor 
corpóreo, compensando a perda de calor para o ambiente. 
Estresse por hipotermia reduz o crescimento dos animais e a eficiência da 
conversão alimentar (MANGOLD, 1967), contudo o suíno pode perder peso, a menos 
que aumente a quantidade de alimento ou nutrientes (SOUSA, 2002). Segundo Curtis 
(1983), pode-se observar a ocorrência de tremor muscular, quando o animal está 
exposto à temperaturas abaixo da zona crítica inferior. 
 
3.7 Diferenças entre baias coletivas e individuais 
 
A criação de matrizes suínas na fase gestacional apresenta desafios no que se 
refere à questão de bem-estar animal. O modelo de alojamento convencional dessa 
categoria é em baias individuais, uma pratica comum na produção suinícola intensiva 
em todo mundo. Anil et al. (2002) argumentam que baias individuais (figura 2), quando 
comparada as baias coletivas (figura 3) apresenta certa vantagem, pois diminui 
consequências advindas de comportamentos agressivos, como lesões, 
competitividade por alimento e inserção de animais em grupos formados. Nunes 
(2011) afirma que agrupar matrizes em fase gestacional, ocasiona agressividade e 
acarreta lesões de gravidade variável, como perdas reprodutivas, se realizada de 
forma não programada. 
Porém, as baias individuais também possuem certas limitações, já que priva o 
animal de alguns aspectos das cinco liberdades como, por exemplo: livre de 
desconforto, livre para expressar o comportamento natural da espécie e livre de medo 
e estresse. De acordo com Santos (2013) o alojamento de matrizes gestantes em 
31 
 
baias individuais, induz comportamentos estereotipados nestes indivíduos, privando-
os de expressar seu comportamento comum em ambientes naturais, como de 
construir ninhos e forragear e fuçar. 
Poletto et al. (2014) identifica que as estereotipias são consideravelmente 
recorrente em matrizes suínas alojadas em baias individuais (30% do seu tempo), 
quando correlacionadas àquelas alojadas em baias coletivas (8-12% do seu tempo), 
e inclui falsa mastigação, pressionar bebedouro sem beber e mordeduras de barras. 
Ao longo da sua fase gestacional em baias individuais pode prejudicar 
significativamente sua saúde e o seu bem-estar, principalmente pela restrição de 
executar movimentos como virar-se e locomover-se. A intensa restrição dos 
movimentos leva perda considerável da massa muscular e fragilidade na resistência 
óssea, tornando difíceis os movimentos mais básicos (MARCHANT; BROOM 1996). 
 Figura 3: Imagem Granja Miunça – Modelo gestação gaiolas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: MAURO et al. 2014 
 
Figura 4: Imagem Granja ECO/BEA – Modelo de gestação em baias coletivas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: MAURO et al., 2014 
32 
 
 
Nas baias coletivas as matrizes são alojadas em espaços maiores, garantido 
ao animal expressar seu comportamento natural, socialização entre os indivíduos e 
apresentando menores taxa de comportamentos estereotipados, problemas ósseos e 
musculares. O uso de baias coletivas gera resultados positivos na produção de 
leitegada, pois apresenta maior número de leitões nascidos e maior peso ao 
desmame, quando comparados aos das matrizes alojadas em baias individuais 
(SANTOS 2014). 
De acordo com Dias et al (2014), a criação intensiva de suínos é uma atividade 
econômica, na qual , a lucratividade não está intimamente ligada a produtividade, pois 
produtividade nem sempre é um indicador de BEA, a sustentabilidade é o que define 
o negócio, gerando o equilíbrio entre lucratividade e BEA. 
Mauro et al. (2014) realizaram um estudo de caso para analisar a viabilidade 
econômica entre os sistemas de alojamento de gestação individual e coletivo. O 
estudo foi realizado no município de Planaltina, na fazenda Miunça e tem como 
atividade principal produzir leitões para engorda e abate. O primeiro sítio, denominado 
Granja Miunça, utilizava-se do sistema convencional de gestação com capacidade 
para 2.150 matrizes suínas. O segundo sítio, Granja ECO-BEA, com capacidade para 
1.350 matrizes empregava o sistema de gestação coletiva com alimentação 
individualizada por meio de comedouros automatizados. Constatou-se que o sitio 
ECO-BEA obteve desempenho financeiro superior ao sítio Miunça, embora o 
investimento seja alto para adotar os sistemas de baias coletivas, a distinção do valor 
gerado ocorreu pela maior produtividade das matrizes, menor custo com mão de obra 
direta, evidenciando um Fluxo de Caixa Livre de Negócio em Estabilidade/Matriz de 
R$ 452,72 em comparação a R$ 286,30 no sítio Miunça com sistema convencional de 
gestação. Desta forma, o investimento inicial acaba por ser compensado em fluxo de 
caixa futuro. 
É de extrema importância conhecer o comportamento natural dos suínos, para 
termos competência ao avaliar sinais de estresse e dor, para que possamos suprir a 
demanda de produtos de boa qualidade que agrega valor ético na criação, levando 
em consideração o bem-estar e rentabilidade econômica (LUDTKE et al., 2014). Uma 
matriz suína permanece grande parte da sua vida útil em período gestacional, o que 
comprova o quanto é importante o manejo e instalação adequada nesta fase, quando 
se tem como objetivo de aumentar a produtividade para atender a demanda. As baias 
33 
 
coletivas se mostram mais adequadas as condições de BEA, pois diminui o estresse, 
problemas fisiológicos e locomotores, proporcionando um melhor conforto aos 
animais, quando comparadas as baias individuais. 
3.7.1 Enriquecimentos ambientais 
O processo da produção intensiva precisa ser um ambiente benéfico, possuir 
características éticas e ser socialmente aceitável. O confinamento foi criado para 
reduzir trabalho com mão de obra, espaço e perda energética dos animais, facilitando 
o manejo e controle dos animais (MACHADO FILHO e HOTZEL 2000). 
Dalla Costa et al. (2005) afirmam que o enriquecimento ambiental é um aliado 
para o sistema de produção, que compreende introduzir melhorias no próprio sistema 
de confinamento, tornando o ambiente adaptado as necessidades comportamentais 
dos animais. 
O enriquecimento ambiental tem como objetivo aprimorar a qualidade de vida 
dos animais em sistemas intensivos, através do fornecimento de estímulos ambientais 
necessários para atingir o bem-estar animal psíquico e fisiológico, estimulando 
comportamentos naturais da espécie, reduzindo o estresse e tornando o ambiente 
intensivo menos monótono (CAMPOS et al., 2010). 
Corroborando com a UNIÃO EUROPEIA em sua diretiva 2001/93/EC declara 
que os suínos devem ter acesso constante a materiais que induzam seu 
comportamento natural de investigação e manipulação, como palha, feno, serragem 
e madeira ou a utilização mista desses materiais, não comprometendo a saúde dos 
mesmos (COUNCIL DIRECTIVE 2001/93/EC). 
A disponibilidade de materiais para fuçar incentiva a necessidade de 
investigação exploratória dos suínos, reduzindo o desenvolvimento de estresse e 
consequentemente comportamentos estereotipados. A redução do estresse, 
comportamentos estereotipados, mortalidade e a melhoria na reprodução e da saúde, 
são benefícios do enriquecimento ambiental (CARLSTEAD E SHEPHERDSON, 
2000). 
Beattie et al. (2000) declaram que, animais alojados em ambiente enriquecidos 
reduz significativamente o tempo ocioso, comportamento estereotipados e agressivos, 
enquanto gasta seu tempo em comportamentos exploratórios. 
Pode-se considerar como critério de enriquecimento ambiental, objetos como 
correntes, uso de baias coletivas, aprimorando baiasindividuais (aumentado área, 
34 
 
melhorando comedouros e bebedouros), boa relação homem-animal, uso de 
substratos para cama (palhas). Outro meio importante para enriquecer o ambiente e 
reduz o estresse é a musicoterapia. A utilização de estímulos sensoriais, como 
também a aromaterapia, colabora eficientemente para melhoria na qualidade de vida 
dos animais e dos seres humanos, embora pouco estudada, já existem resultados 
promissores para redução de monotonia ambiental (Ellis e Wells et al., 2010). A 
música tem a capacidade de direcionar ao cérebro informações importantes para 
serem processadas, acarretando a ativação de regiões cerebrais responsáveis por 
estimular mudanças cognitivas e motoras (SILVA, 2012). 
 
 
 
35 
 
4. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica, realizado por meio de 
consultas a artigos científicos, documentos eletrônicos, relatório anual, anais, 
publicações em revistas, relacionados à influência dos alojamentos individuais e 
coletivos no bem-estar de matrizes suínas e os resultados sobre a produção e 
reprodução. O banco de dados utilizados para a busca dos periódicos: GOOGLE 
ACADÊMICO as palavras-chaves ou descritores utilizados para a busca dos artigos 
foram “bem-estar animal”, “manejo de matrizes suínas”, “instalações” e “baias 
coletivas e individuais”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Apesar do crescimento constante e evolução da suinocultura nos últimos anos 
em sistemas de produção intensivos, melhoramento genético, nutrição, manejo, 
instalações e mão de obra, esta atividade precisa melhorar nas questões do bem-
estar animal. 
No decorrer deste trabalho, observou-se que, o uso de baias coletivas para as 
matrizes suínas, evidenciam vantagens como, satisfação do animal com o seu 
ambiente (livre para realização de exercício físico, socialização com outros indivíduos, 
livre para expressar comportamento natural, menor taxa de estereotipias e 
anormalidade no desenvolvimento ósseo e muscular). Ainda que, o alojamento 
coletivo possa causa brigas por hierarquia e causar estresse nos animais, mostra-se 
mais indicado, por certo que permite atender parte das cinco liberdades, quando 
comparadas à maternidade em baias individuais, em razão de que esta limita o bem-
estar animal. A passagem do sistema de produção de matrizes suínas em gaiolas 
individuais para baias coletivas, com central de alimentação automatizada, já é uma 
realidade para atender ao bem-estar animal cada vez mais exigido pelo mercado 
consumidor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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