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6 ., .:} Sistemas de Coordenação de Ordens 6.1 Definições básicas .Já definimos no Capítulo 1que o-Controle da Produção (CP) é a .atividadegeréncial responsável por regular (programar, coordenar, organizar, dirigir e monitorar), no curto prazo (geralmente até três me- ses), o fluxo de materiais em um sistema de produção por meio de ínformações-regras de controle e decisões para execução. As decisões do âmbito do CP objêtivam basicamente responder às questões: (O O que produzir, comprar e entregar; (iijquantoprcduzir, comprar e entregar; (iii) quando produzir, comprar e entregar; (iv) quem e/ou onde ,e/ou COffi() produzir. Essas deci- sões são detalhadas, desagregadasetomadas em geral com poucaantecedência. Também vimos que as quatro principais ativida- des do CP são: (i) Programar a produção em termos de itens finais (elaborando um programa denominado Programa Mestre de Produção - MPS); (ii) Programar ou Organizar/Explodir as necessidades em termos de componentes e materiais; (iii) Controlar a emissão/ liberação das ordens de produção e compra, determi- nando se e .quando liberar as ordens (atividade cha- mada na literatura de révisãoe liberação de ordens - ORR) ; (iv) Programar/Sequenciar as tarefas nas máquinas (na literatura essa atividade é chamada por alguns autores de dispatching e por outros schedu- ling; para uma discussão sobre esses dois termos, ver MELNYKet a!. (1986)). Referente às atividades CiO,(iii) e (ív), muitos sis- temas se propõem a realizar uma, duas ou até mesmo as três atividades. Burbidge (1971; 1990) denomina esses sistemas de ordering systems,Dada suaimportân- ciapara o Controle da Produção, os ordering systems são muitas vezes denominados Sistemas de Controle da Produção; ou,até mesmo, por abusodelinguagem, de Sistemas de Planejamento e Controle da Produção . ou Sis.temasde Administração da Produção. Ordering foi traduzido por Zaccarelli (1987) por Emissão de Ordens. O inconveniente dessatradução é subentender que se trata do processo de preencher Uma papeleta dizendo que peça(s) deverá(ão) ser feita(s), qual a quantidade, qual a data devida, qual a data de liberação etc. Na realidade, isso pode ser apenas uma última etapa do Ordering e, em certos sistemas, ocorre a criação de cartões (ordens) que circularão na unidade produtiva por um tempo con- siderável, descaracterizando o processo convencional de emitir ordens. Outra possível tradução, aplicável para a maioria dos sistemas, seria Programação das Necessidades de Compras e Produção. O inconveniente é pensar que só existe um Ordering System possível, o MRP (Material Requirements Planning, que na realidade deveria se chamar Materiais Requirements Scheduling). Devido a esses inconvenientes propomos um nome que espelhe melhor o que fazem os Ordering Systems nos sistemas produtivos atuais: Sistemas de Coordenação de Ordens de Produção e Compra (SCO). Um Sistema de Coordenação de Ordens programa ou organiza/explode as necessidades em termos de com- ponentes e materiais e/ou controla a emissão/libera- \ J ---- -- .,. ção das ordens de produção e compra e/ou Programa/ Sequencia as tarefas nas máquinas e/ou controla como as ordens (cartões) circularão na unidade produtiva considerada. Portanto" um SCO basicamente coorde- na as ordens de produção e de compras no chão de fábrica e, na medida do possível, nos fornecedores. A partir daqui passamos a denominar os ordering syste- , ms como SCO. ' Quando um SCÇ)toma as, decisões deo que/ quando/quanto comprar/produzir/entregar e onde/ como produzir com base no nível de estoque, então se diz que tal SCO é umsistema controlado pelo nível de estoque (CNE). Quando é impossível manter estoques de pro- dutos finais para atender os clientes (por exemplo, é impossível manter estoque de pontes Rio-Niterói para atender às encomendas de pontes que chegarem), então se diz que o SCOempregado éum sistema de pedido controlado, Quando um SCQ converte as necessidades dadas em produtos finais (explicitadas no MPS = Master Pro- duction Schedule = Programa Mestre de Produção) para necessidades 'em termos de itens componentes (comprados ou fabricados ou montados) ou materiais comprados, então diz-se que esse sistema é um sistema de fluxo programado. Quando a informação caminha numa direção e o fluxo de materiais caminha em direção oposta, diz- se que o SCO é um sistema que puxa a produção. Se o fluxo de materiais e o fluxo de informações cami- nharem na mesma direção, então se diz que o SCO empurra a produção. Partindo desses conceitos, elaboramos uma classi- ficação (obs.: todo conhecimento científico é baseado ou pelo menos sistematizado por meio de classifica- ções) para os SCO em quatro grupos, a saber: Grupo 1) sistemas de pedido controlado: é impos- sível manter estoques de produtos finais. Compreen- de: 1. sistema de programação por contrato; 2, sistema de alocação de carga por encomen- da. Grupo 11) sistemas controlados pelo nível de esto- que (CNE): nesses sistemas, as decisôes são baseadas no nível de estoque, o qual puxa a produção. Com- preende: 3. sistema de revisão contínua (outros nomes que aparecem na literatura: sistema de duas , ' , Sistemas deCcordennção de Ordens 103 gavetas, sistemade ponto de reposição, sis., tema de estoquemínimo etc.);.. -;-. 4. sistema de revisão periódica; 5. sistema CONíNIBCNE; 6. sistema kanbanCNE. Grupo 1Il) SistemasâéFluxoPrógramado:esses 'sistemas, na grande maioria.dos casos.baseíam sua de- cisão na transformação das necessidades do MPS (Pro- grama Mestre de Produção) em necessidades de itens componentes por um departamento de PCP centrali- zado. Além disso, o fluxo de materiais segue a mesma direção do fluxo de informações, ou seja, a produção é empurrada. Comporta os seguintes sistemas: 7. sistema de estoque baseIesse sistema, apesar de poder ou não tomar decisões explicita- mente com base na explosão do MPS, tam- bém é considerado como sistema de fluxo programado porque as decisões partem do departamento de PCP e instruem no início de cada período cada um dos setores produtivos' (ou de fornecimento) sobre o que e quanto produzir ou fornecer); 8': PBC (Périod Batch Control); 9. MRP (Materials Requirements Planning); 10. OPT (Optimized Production Technology). Obs.: Outros dois sistemas (sistema dos lotes com- ponentes e sistemado lote-padrão), mostrados em Zacarelli (1987) e Burbidge (1971) também se encon- tram dentro dessa classificação, porém não serão mos- trados por se encontrarem atualmente em desuso. Grupo N) Sistemas Hibridos: têmcaracterísrícas . dos sistemas das classes (lI) e (Ill): 11. sistema de controle MaxMiri; 12. sistema CONWIP H; 13. sistema kanban H; 14. sistema DBR (Drum (tambor), Buffer (pul-· mão), Rope (corda)); 15. sistema DEWIP (Descentralized, Work in Pro- cess); 16. sistema LOOR (Load Oriented Order. Re- lease); 17. sistema POLCA (paired-cell Overlapping Loops of Cortis with Authorization). 104 Planejamento e Controle da Pr<;>d'lsão' Fernandes z Godinho Filho 6.2 AIógicade funcionamento e aplícabilidade db!3sço Nesta seçãoapresentamos alógica de funcio- namento e urnaanálise sucinta a respeito da aplica- bilidade de cada um dos SCO classificados na seção anterior. 6.2.1 Os sistemas de pedidocontrolado 6.2.1.1 "Sistema de programaçãopor contrato Esse sistema é 1.lsado pata coordenar as ordens no Caso de produtos complexossobencomenda feitos de acordo com projetos especiais, corno por exemplo: construção de uma.ponte, montagemde uma refinaria de petróleo, fabricação de Uma grande máquina-fer- ramenta especial, O'.contracodésse grande projeto é dividido em arividàdes.Devern-se programar as datas de término ou entrega de cada atividade/item de tal forma que: o contrato seja concluído até a sua data de término; o contrato não imobilize mais capital doque o cliente possui; o contrato não custe mais do que o preço combinado. Portanto, o sistema de programa- ção porccntratoé utilizado para coordenar sistemas de produção que produzem produtos de grande com- plexidade, fabricados sob encomenda. Basicamente, " . essa coordenação segue algumas etapas que vão des- de o projeto do produto e de seus componentes até a emissãoefetivadas ordens de fabricação de todos os componentes. Essas etapas são: 1. Projeto => nessa etapa, o produto é dividido em componentes; também nessa etapa são respondidas questões do tipo: Quais são os componentes? Quais são as suas quantidades necessárias? ; 2. Elaboração do cronograma => se refere à fixa- ção de datas de início e término do trabalho que sejam relativas aos principais cornpo- nentesdo produto, de modo que o contrato como um todo não sofra atraso. Aqui as téc- nicas PERT (Program Evaluation and Review Technique)e CPM'(Critical Path Method) são muito úteis; 3. Planejamento dos métodos de produção => nessa fase: ocorre análise detalhada do trabalho envolvido na fabricação de cada com- ponente do produto; são definidas as' operações necessárias para se obter cada componente do pro- duto; no. projeto que consiste de um produ- to mecânico, essaetapa produzirá os fluxogramasde operações ou as folhas de processo, para o processamento dos componentes e para a montagem; 4: ' Programação de operações => nessa fase de- fine-se quando deve ser iniciada e concluída cada operação ou grupo de operações. Essas datas são baseadas nas informações das eta- pas (2) e(3). Aqui o gráfico de Gantt (exern- plo na Figura 6.1) é muito útil; 5. Programação dos materiais => nessa etapa: elabora-se a lista de materiais neces- sários; definem-se as datas previstas para a en- trega de cada item da lista de materiais necessários. Essas datas são baseadas nas informações da Etapa 4. 6. Alocação de carga => nessa etapa, com base nas informações da Etapa 4, determinam-se as cargas consolidadas em diferentes perío- dos de tempo para determinados centros produtivos e para determinados grupos de pessoal especializado; 7. Emissão efetiva das ordens => finalmente, nessa etapa são emitidas instruções escritas ou verbais para que sejam realizadas as ta- refas ele acordo com os programas estabele- cidos. 6.2.1.2 Sistema de alocação de carga por encomenda Aplica-se 'ao sistema de produção não repetitivo (e, portanto, a produção é sob encomenda) e as en- comendas são itens inelivisíveis e a necessidade dos clientes é imprevisível. Uma oficina de usinagem de peças de automóveis antigos é um exemplo de apli- cação possível desse sistema. A principal tarefa do sistema de alocação de car- ga por encomenda é reemitir internamente os pedi- dos dos clientes na forma de ordens de fabricação, requisições de compra e requisições de ferramentas. O principal problema é manter um registro preciso do saldo de carga em cada centro produtivo, ou pelo menos nos centros produtivos críticos, de forma que os prazos de entrega possam ser definidos de maneira correta e o trabalho possa ser programado eficiente- mente para cumprir os prazos prometidos. Estimar prazos não é nada fácil. A estimativa depende: (i) do tempo de processarnento do traba- lho a ser executado; (ii) da carga já existente nos di- versos centros produtivos; (iii) de como o trabalho a ser executado se distribui entre os diferentes centros produtivos. Um auxílio para a estimativa é preparar um gráfico de Gantt (veja Figura 6.1) para as cargas existentes no gargalo dos centros produtivos e as car- gas a serem alocadas. Maquina J ~ii1••centro ~ produtivo Y Obs.: OPn = ordem de produção número n. Figura 6.1 Exemplo de gráfico de Gantt .. As etapas básicas realizadas dentro desse siste- ma são: '. a) cotação de preços e. prazos de entrega; b) planejamento dos métodos deprodução; c) programação ,;. é nessa fase que são.deter- minadas as datas de início e término para os diferentes grupos de operações das ordens de produção. Há casos em queo.pedido vem com adata de entrega. Outros em que a data de entrega é função dostempõs de forneci- rnento de material ou ferramentas especiais. O caso mais comum é fixar a data de entrega da ordem deprodução (em função da neces- sidade do cliente, da' carga já existente, da carga futura, da capacidade produtiva e da prioridade do cliente) e então determinar a data de início. nos vários centros produtivos ao subtrair o leadtime de produção no centro produtivo da data de término nesse centro produtivo. Adata de término do último cen- tro no roteiro de' fabricação coincide com a data de entrega da ordem de produção. As- sim, a abordagem adotada é a "programação para trás", Na outra abordagem, a "progra- Sistemas de Coordenação d~ Ordens .105 mação para frente", cada ordem de produção deve iniciar o quanto antes possível; d) emissão efetiva das ordens =? são agora pre- paradas as ordens de fabricação que serão encaminhadas aos mestres ou líberadores de produção caso o material seja padrão eesteja em estoque, o ferramental também sejapa-: drão' e a entrega seja o mais cedo possível. Se a data de início não é imediata e/ou é necessário adquirir materiais especiais e/ ou ferramentas especiais, as ordens devem deixar o departamento de controle da Pro- dução após a obtenção desse materialé/ou ferrarnental e no máximo alguns' dias antes do início da ordem. Tendo-se a data de início de um trabalho, subtraindo-se o Ieadtime de suprimento tem- se a data de liberação da.ordernde compra. Ou seja, a liberação-da ordem de compra compete ao deparrarnentode controle d~ produção. Na. produção sob encomenda é comum o prazo d'e,. entregaser um fator de- ganho ou perdadecomperitívídade. .Nesse caso, abaixar :o leçzdtime de suprimento-é um fator crítico. É, então, cogitável manter estoques dematérias-primas com grande leaâtime de suprimento' que não pode ser abaixado. Se lssóôcorrer; um outro sistema, além do sísterna.de-alocaçãode carga por en- comenda', deve se(empre'gado para emitir as ordens de compraderais materiais. A mesma lógica vale para a obtenção de fer- rarnental especial com a requisição defer- . ramenta paraaferramentaria ou requisição de compra seoferrarnental for comprado fora; ";. e) alocação de carga =? no-sistema tratado; é essencial que' e~i~'ta uma maneira eficiente para comparar cãrga e capacidade. Pode-se, com ou sem o auxílio do gráfico de Gantt, colocar a cargajá alocada e numérica ou grafiCamente de~eCtar sehá e onde hácapa- cidade disponível; f) liberação =? tendo recebído asordens, o su- pervisor (ou mestre) de produção libera os materiais para o encarregado em cada turno, de modo que o trabalho seja concluído na data prevista. É útil usar um Quadro onde são afixadas as ordens abertas: ,106 Planejamenroe Controle da Produção • Fer nandcs / Godinho Filho 6.2.2 Os sistemas controlados 'pelo nível de estoque 6.2.2.1 Sistema de revisão contínua Esse sistema) dada a sua importância para o con- trole de estoques, terá sua parametrização detalhada no Capítulo 8. A lógica desse sistema (também conhecido como sistema de estoque mínimo, sistema ROP (ponto de reposição), dentre outros) é sempre emitir uma ordem quando o nível de estoque cai abaixo de um determi- nado nível. Quanto menor a variação na demanda, me- lhoro desempenho do sistema de revisão contínua. Ele se fundamenta na conhecidíssima curva den- te de serra (Figura 6.2) que,segundo Swann (1984), foi intr~duzida por R. H. Wilson em 1934. Quando o nível de estoque (do item considerado) for menor ou igual a P unidades, é einitid~ uma ordem de serviço de Q unidades, sendo que decorrido um tempo L (lea- dtime) o lote torna-se disponível. Vê-se, portanto, que esse sistema baseia-se no riível de estoque, o qual puxa .a produção. Esse sistema possui várias variantes,de acordo como são estabelecidos P e Q (Tabela 6.1). MUitos autores defendem o uso do sistema de revisão contínua em situações particulares. Por exern- plo, Burbidge (1975) acredita que ele pode ser usado eficientemente para itens de demanda independente, classe C (veja classificação ABC no Capítulo 8) e itens comprados, particularmente se são peças comuns e têm um baixo risco de obsolescência. Hautaniemi e Pirttilâ (1999) concordam COm essa afirmação acres- centando que o sistema de revisão contínua também serve para controlar itens classe A no caso em que o leadtimecle fornecimento é muito longo, a demanda Tabela 6.1 Variantes do sistema de revisão contínua. p Figura 6.2 Representação da lógica do sistema de revi- são contínua 'pela curv.a dente de serra. é baixa e de difícil previsão (essa afirmação é supor- tada por Jacobs e Whybark, (1992); para os quais, se a previsão apresenta erros e a demanda é flutuante, o sistema de revisão contínua consegue resultados me- . lhores que o MRP com menoresforço). Schonberger (1983) defende o sistema de revisão contínua quando for extremamente difícil relacionar as necessidades dos componentes com as do produto final,devido a, ' por exemplo, grandes diferenças dos leadtimes dos vários componentes. Uma variante do sistema de revisão contínua é o chamado sistema CTP (cover time planning = pla- nejamento baseado no tempo de cobertura), também denominado run-out: planning, Nesse sistema, faz-se um pedido de reposição sempre que a soma do leadti- me de reposição com o tempo d~ segurança for maior ou igual ao tempo de esgotamento (número de dias Denominação da .. Formas de def.inir o P Forma.sde definir o Q variante .. .Sisterná de revisão visual .JÜlgamento Julgamento .. Duas gavetas' ;, :-- Conteúdo de uma "gaveta":Quando está esgotado o conteúdo da primeira. I.'hg.aveta", emite-se a ordem e passa-se a usar o (gaveta, contentor, prateleira, cont~údo da segunda "gaveta',',. ,.' SqCO,' pequeno pallet ... ) , Sistema estatístico de ,;P;"(demanda média durante oleadtime) +'(oes- Lote econômico controle de estoques .toqu:e de segurança para um dado nfvel deserviço (NS).Ou, equivalentemente, ,a,Probabilidade (d~ a d'~inanda durante o leadtime ser menor ou iguala ·P) =NS " " . ", .,.:,.," de estoque considerando a demanda esperada). Por- tanto, a variável de decisão nesse sistema é o tempo, ao invés da quantidade no sistema de revisão contí- nua tradicional. O sistema CTP é uma técnica razoa- velmente nova, porém já utilizada em empresas em alguns países do mundo.corno por exemplo a Suécia, conforme mostram Jonsson e Mattsson (2002). Os ambientes adequados para o CTP são basicamente os mesmos do sistemade revisão contínua (JONSSON; IVIATISSON, 2003). 6.2.2.2 Sistema de revisão periódica Esse sistema, dada a sua importância para o con- trole de estoques, terá sua' parametrização detalhada no Capítulo 8. Nesse sistema, em intervalos constantes de tempo (por exemplo, um mês) são emitidas ordens (geral- mente de compra) dos itens solicitados, por exemplo, a um mesmo distribuidor, sendo que a quantidade so- licitada de cada item é igual a um valor de referência M menos a quantidade de estoque em mãos do item em questão (Figura 6.3). A maneira correta de de- terminar o valor de M é através da seguinte equação estocástica: Prob (Dl i T:S lV1) = nível de serviço; onde: Dl-i-r = demanda durante o leadtime de suprimerito'rnais o período de revisão T. Q = M-I Q .~-------+. '.~----- •.~: Tempo T Figura 6.3 Lógica de funcionamento do sistema de re- visão periódica. O sistema de revisão periódica é conveniente em 'alguns casos onde há um conjunto razoavelmente grande de itens relativamente baratos (classe C) soli- Sistemas de Coordenação de Ordens 107 citados ao mesmo tempo para um mesmo fornecedor. Já foi demonstrado há muitos anos por meio desimu- lação que para um mesmo nível de serviço o sistema de revisão contínua leva a um estoque médio menor que o sistema de revisão periódica; assim, para itens baratos (não há impacto significativo sobre o custo de manter estoques), a vantagem de pedir vários itens ao mesmo tempo para um mesmo fornecedor é uma vantagem atraente. 6.2.2.3 Sistema CONWIP .CNE O sistema CONWIP foi introduzido por Spear- man et al. (1990). O estoque em processo é igual ao número de contenedores na linha; aliás,CONWIP= Constant WorK in Processo Após o último estágio, o conteúdo do contenedor vai para o estoque juntamen- te com o cartão (ordem) e o contenedor volta vazio e sem cartão para o primeiro estágio. Quando há o con- sumo de tal conteúdo, o cartão vai para abacklog list (lista de pedidos em carteira). Havendo contenedor disponível e cartão na backlog list, o operador come- _ ça a processar o primeiro cartão dessa lista. O cartão; indicando várias instruções (o que produzir, em que quantidade, matéria-prima a ser utilizada, em que es- tações executar as operações), segue com o contene- dor já reabastecido com matéria-prima pela unidade produtiva até o último estágio. O que confere a esse sistema a característica de, puxar a produção é que quando o item estocado sai do estoque e vai para O cliente (interno ou externo), o cartão referente a esse item vai para a última posição na fila de cartões; assim esse cartão (ordem que configura o fluxo de informa- ção) vai numa direção e o fluxo de materiais caminha em direção oposta. Observe que na variante CNEne- nhum estágio produtivo é programado. A Figura 6.4 ilustra o funcionamento do Conwip CNE. Com relação àaplicabilidade do CONWIP C;NE, tem-se que esse sistema trabalha bem em linhas de produção com fluxo estável e uniforme (SIPPER; BUL- FIN,1997). 6.2.2.4 Sistema kanbanCNE Aqui denomina-se kanban CNE às variações do kanban que seguem a Jógica na qual ás decisões são baseadas no nível de estoque, o qual puxá a produção. Dentro desse contexto têm-se duas principais varia- ções: (i) kanban CNE de duplo cartão;(ii) kanban CNE somente com cartão de ordem de produção. ... .;.. 108 Planejamento e Controle da Produção Fe r nano es / Godinho Filho Y, 1--_ ------------- -------- -- ------ _ . . ------ ~------------- - - - -". • / <, -, (= 'o .o .(= o o .(c;J oôw Figura6.4 Funcionamento do sistema CONWIP CNE. o kanban de duplo cartão trabalha com dois ti- pos de cartões: (a) kanbans R (Figura 6.5) de requisi- ção (também chamados cartões de transporte ou de transferência ou de movimentação), os quais circulam entre dois setores produtivos consecutivos e têm por finalidade autorizar a movimentação do material de uma estação de trabalho para outra, e (b) kanbans P (Figura 6,6) de ordem produção, os quais circulam dentro deum único setor produtivo e têm por finali- dade autorizar a produção de um determinado item. Nornedo item: Tamanho do lote: Centro produtivo de origem: Local de armazenagem: Centro produtivo de destino: Local de armazenagem: Figura 6.5 Cartão de requisição ... Nome do item: .Materiais necessários Código CP IA Tamanho do lote (Q): Centrôprodutivo(CP): Figura 6.6 Cartão·deordemdeprodução. o funcionamento ào kanbor: de duplo cartão é o seguinte: no estoque deentrada de cada centro pro- dutivo têm-se contenedores com cartão R e material a ser utilizado no centro. No estoque de saída de cada centro, têm-se contenedores com cartão P e material já processado no centro. O cliente requisita o produto do estoque de saída do último estágio; o material vai para ele e o cartão P vai para o Painel KP (cada item ocupa uma coluna do Painel dividida em três faixas (vermelha, amarela e verde)). Quando o operador da l' estação de um estágio fica desocupado, ele pega um cartão P do item com mais cartões na faixa vermelha (desempate, mais cartões na faixa amarela); pega o material de entrada, coloca os cartões R (até então atrelados a essematerial) no porta-cartões R e então o material processado é colocado no estoque de saída do centro juntamente com o respectivo cartão P. De tempos em tempos, o abastecedordocentro produti- vo pega os primeiros cartões R do porca-cartões e vai aos estoques de saída dos centros-que fornecem tais materiais. Nesse local, o cartão R assume O lugar do cartão P, o qual vai para o Painel KP, e o contenedor, o material e o cartão R são transportados para o esto- que de entrada do centro que vai consumir tal mate- rial. A Figura 6.7 ilustra o funcionamento dokanban CNE de duplo cartão. Já no caso do sisternaxcnbcn com apenas o car- tão P, o operador inicia a produção a partir de uma prioridade estabeleci da por urn.páinélcorn faixas de diferentes cores (usualmente vermelha, amarela e verde). Tendo-se essa prioridade, esse operador vai até a estação de trabalho anterior e pega o material necessário à produção do item, colocando no painel dessa operação anterior o cartãoP. A Figura 6.8 ilus- tra ofuncíonarnenro do kanbanCNE com apenas o cartão P. Em ambos os casos (kanbanCNE de duplo car- . tão e kanbati CNE somente com cartão de ordem de produção) ,pormeio de seu funcionamento, notam-se características de um sistema de estoque controlado que puxa aprodução. Quanto ao número de cartões kanban, existem equações matemáticas (veja CapíruloZ) para o seu cál- culo (MONDEN, 1993). Quanto mais cartões, maior o estoqlleem processo e menor a possibilidade de faltar material num certo setor. O cartão kanban pode as- sumir várias formas: etiqueta, anel, placa etc., e exis- te até o kanban eletrônico para estações de trabalho distantes (BOSE;RAO, 1988). Com relação aos ambientes propícios para a uti- lização do kanban, Gelders e Wassenhóve (1985) são taxativos em afirmar que se as condições para que o sistema kanban funcione bem estiverem presentes, .1 .. '. Sistemas de Coordenação de Ordens 1 09 Ponto de estoque em A Ponto de estoque em B Entrada Saída Entrada Saída \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ ,,,,o ~ \ \ \ \ \ \ \ \ ~ ~ ,, \ '''0 ~0 pp Centro de trabalho A Centro de trabalho B Figura 6.7 Funcionamento do kanban CNE de-auplo cartão. Figura 6.8 Funcionamento do kanban CNE com apenas cartão P. .'. ·' .~. " 110 Planejarne nroc Controle da Prod\1ção, • Fer nan des I Godinho Filho ele é o sistema ideal. Essas condiçõ~ssão bastante co- nhecidas na literatura: baixos ~empos de setup, baixa variedade de itens e demanda relativamente estável (WHITE; PRYBUTOK, 2001, d~ntr~ muitos outros). Portanto! o "konbon não é para todos" (SIPPER; BUL- FIN (1997.), Para Macüarthy.éFemandes (2000), o kanban é um sistema.adequadopara sistemas de pro- dução em massa erepetitiVos.<,'. 6.2.3 Os sistemas dejÚ./Xoprogramado 6.2.3.1 Sistema deestoque-base A referência clássica sobre esse sistema é Clark e Scarf (1960). Esse é o SCO~àisdifícil de classifi- car. Como a informação sobreoque, quanto e quan- do produzir ou comprar vemdo departamento de PCP, ele éum sistema de fluxo programado; como a informação (ordernjvindado.Pr.P é empurrada em direção à próxima área de estocagem, ele é um siste- ma que empurra a produção, Resumidamente, o fun- cionamento desse sistema é o seguinte: suponha que ternosos pontos de estoque E(l) de forjados, E(2) de usinados eE(3) de montagens, No início do período chegam uma Ordem de Compra (OC) ao fornecedor de forjados, uma On:lem de Fabricação (OF) ao de- partamento de usinageni. e uma Ordem de Montagem (OM) ao. departamento de montagem, especificando quanto deve ser obtido em cada um dos respectivos itens, O lote é especificado por: Q(X) == (quantidade de consumo, prevista para o próximo período (baseada ou não no MPS) se estam os adotando a abordagem próximo futuro, ou o consumo do período anterior se a abordagem é próximo passa- do) - (quantidade do estoque em mãos no ponto de estoque E(Y)) + (estoque-base) PCP OC Q(1 ) PCP OF Q(2) T se X = item fundido, então Y = 1 se X== item usinado. então y";' 2 se X = item de montagem, então Y = 3, e O estoque-base.é um nível de estoque prefixado que representa, aproximadamente, o quanto gostaríamos ,que sobrasse no estoque no final do período. Repre- . senta-portanto, uma espécie de estoque de segurança para âbsorv~r variações no consumo. . Quando as ordens chegam nos departamentos, então toda a produção é empurrada em direção ao pontode estoque seguinte, A Figura 6,9 ilustra o fun- .cionamento do sistema de estoque base, Segundo Burbidge (1988), há várias situações em que o sistema de estoque-base pode ser empregado com sucesso, par exemplo: (i) no controle da emissão de ordens de peças de reposição de alto valor unitá- rio com pequenas taxas de consumo; (ii) quando as vendas no varejo de'umalinha de produtos são fei- tas a uma taxa constante; e (iii) no controle de itens comuns a uma gama de produtos finais, sendo que a demanda dos produtos finais pode variar conside- ravelmente, mas a demanda de tais itens comuns se mantém bastante estável. onde, 6,2.3.2 Sistema PBC O criador do sistema PBC (Period Batch Control) foi um consultor inglês chamado R, J. Gigli, que adap- tou sistemas semelhantes, já existentes e usados na produção em massa, para a manufatura repetítiva. Mas" como ilustraremos no Capítulo 7, ele pode ser usado de forma muito profícua na produção sernir- repetitiva. O funcionamento básico do PBC é o seguinte: PCP OM Q(3) T Figura 6.9 Funcionamento do sistema estoque base. j Etapa O: recebe-se o Programa Mestre de Pro- dução (MPS) definido para váriosciclos.dejgual ta- manho; Etapa 1: éfeita a "explosão" do MPS (Master Pro- duction Schedule) para definir aquantidade que deve ser feita de cada item para o ciclo em questão; Etapa 2:atribuem~se tempos para: a) a emissão das ordens mais a produção ou entrega de ma térias-primas usadas no processarnento; b) o processarnento Ou recebimento de compo- nentes; c) a montagem; d) a distribuição das vendas Na Figura 6.10, cada .ciclo é composto por qua- tro períodos. No exemplo dessa figura, o período é de duas semanas e as vendas [unir'as devem ser previstas ou Si;ce'!lásM Coordenação de Ordens ,111 .~." alocadas a partir da carteira-de pedidos com uma an- tecipação mínima de oito semanas (duração do Ciclo). O tamanho do ciclo é igualàduração dó período vezes o número de etapas (na Figura 6.10: 2, x4 (etapas A, B, C, D)). O MPS pode ser elab~rado a partir da carteira de pedidos ou da previsão-de vendas. Quanto menor o horizonte da previsão, naturalmentemais confiável ela se toma. Outra importante vantagem de trabalhar com ciclos curtos é que o sistema se torna "mais flexívele pode rapidamente seguir as,alterações na démanda do mercado, com um mínimo investimento em estoque" (BURBIDGE, 1975). Por outro lado, quando definimos o período como sendo, por exemplo, de duas semanas, estarnós as- sumindo que é possível executar as montagens em duas semanas, produzir e receber os itens em duas semanas, produzir e receber as matérias-primas em duas semanas. SEMANA I Entregas na Semana 1-2 3-4 5-6 7-8 9-10 ... 7-8 A I B C D 9-10 I A B C D 1 11-12 . A B C I D Figura 6.10 PBC com ciclo de quatro períodos de duas semanas. No exemplo da figura acima, o ciclo 1inicia-se nas semanas 1-2 e termina no período das semanas 7-8; o ciclo 2 inicia-se nas semanas 3-4 e termina no período das semanas 9-10; o ciclo 3 inicia-se nas semanas 5-6 e termina nas semanas 11-12 e assim Ror diante. Focalizando o período das semanas 7-8 estaremos executando a distribuição das vendas do programa do ciclo 1, estaremos executando as montagens do ciclo 2, estaremos obtendo os componentes do ciclo 3 e estaremos emitindo as ordens e obtendo as matérias- primas do programa do ciclo 4. Períodos menores implicam em ciclos menores, portanto,quanto inenor pudermos estabelecer o pe- ríodo, menor será o tempo de resposta (TR) do sistema produtivo; porém, há algumas limitações que devem ser levadas em conta: i) o periodo não pode sermenor que o tecuuime de produção de qualquer dos componentes. , , Itens com leadtime de produção muito longo que não pode ser reduzido devem ser con- trolados por outro sistema que não o PBC; , ii) diminuir o tamanho do período implica em alimentar a proporção do tempo de prepa~ ração. Se isso provocar uma diminuição da capacidade produtiva a um nível inferior à requerida para se atender à demanda, algu- ma providência deve ser tomada; por exem- plo: controlar os itens de pouco valor (Classe C) pelo sistema de revisão contínua, ou se' aumenta a capacidade (horas extras ...), .ou o tamanho do período deverá ser aumenta- do; iii) a duração do leadtime de suprimento deve ser levada em conta no estabelécimentcda duração do período e, portanto, do tamanho do ciclo. Evenrualmente, por problemas de 112 Planejamento e Controle da Produção • Fernande s / Godinho Filho leadtime de suprimento longo demais, certos itens poderiam ser controlados por outro sis- tema que não o PBC. Outra possibilidade é termos um contrato de longo prazo que prevê a entrega no início de cada ciclo (por exem- plo, a cada duas semanas) de Q unidades do componente C, onde Q estaria numa faixa X ± Y pré-estipulada no contrato e, desde que respeitada essa faixa, a quantidade Q seria especifícada com antecipação de L dias. As mesmas considerações são válidas para a aquisição de matérias-primas. Burbidge (1975) aponta que o fator (i) é muito mais limitantequando se trabalha num sistema de manufatura com Iayout funcional do que com o layout celular, o qual permite várias maneiras de se reduzir o leadtime de produção, pelo menos para os itens críti- cos, por exemplo, usando sobreposição (overlapping) de operações, ou seja, itens deum mesmo lote podem estar sendo processados simultaneamente em estações de estágios produtivos diferentes. Da mesma forma, a Tecnologia de Grupo fornece meios para que a segunda limitação seja amplamente atenuada: como a emissão de ordens é feita em con- junto para todos os itens, podem-se tirar vantagens de um planejamento conveniente da sequência da carga de trabalho. Com relaçãoàaplicabilidàde do PBC, tem-se que esse sistema é adequado para sistemas de produção repetitivos e semirrepetitivos (MACCARTHY; FER- NANDES, 2000). Burbidge (1996) é a principal obra sobre o PBC. 6.2.3.3 Sistema MRP o MRP (Material Reouiremetus Planning) e o seu sucessof(MRP II) são sistemas de grande porte. Esses sistemas, desde os anos 70, têm. sido implementados na maioria das grandes empresas ao redor do mun- do (CoRR.ÊA; GlANESI, 1996)..0 MRP permite que, com base na decisão de produçãodos produtos finais (MPS), seja determinado automaticamente o que, quanto e quando produzir e cQmpraros diversos itens semiacabados, componentesemajérias-primas. O MRP Il é uma evoluçãodo MRP, a qual leva em conta também decisões. de, capacidade, ou seja, inclui a questão de tomo produzirás questões já res- pondidaspelo MRP.A literaturasobre oMRP é extre- mamente vasta. Alguns dos assuntos tratados nessa literatura são: (i) parametrização do sistema: Haura- niemi e Pírttilâ (1999); Kim e Hosni (1998); Molinder (1997); (ii) medidas de performance: Plenert (1999); (iii) instabilidades no sistema: Enns (2002); Ho e lreland (1998); Kadipasaoglu e Sridharan (1997); (ív) implementação: Sum et al. (1999); Sum et aI. (1997); (v) estoque de segurança do sistema: Gui- de Jr. e Srivastava (2000); Dellaert e Jeunet (2005). Existem diversos artigos que relacionam dois ou mais aspectos citados acima. Por exemplo, o trabalho de Enns (1999) trata da relação entre pararnetrizaçâo e a performance do sistema; Enns (2002) trata da relação entre instabilidades no sistema e sua performance e o trabalho de Ho e Ho (1999) relaciona a questão da parametrização à instabilidade do sistema. Uma aplicação comum do MRP é o controle das ordens de compra de variedades altas ou muito altas de itens classe A e B (ou seja, temos um sistema de suprimento não repetitivo) com durações dos leadti- mes de suprimentos bastante diferentes entre os itens. Os itens classe C (veja classificação ABC no Capítulo 8) poderiam ser controlados pelo sistema de revisão contínua e/ou sistema de revisão periódica. No Capítulo 7 será detalhado O funcionamento do MRP. 6.2.3.4 Sistema OPT o sistema OPT é um sistema informatizado de controle da produção cujo criador é Eliyahu Goldratt. O SCO do OPT é denominado SERVE. Até o início da década de 80, o OPT era acrôriimode Optimized Pro- duction Timetable e, como tal, vários autores, como por exemplo Jacobs (1983), visualízavam-no como um sistema de programação de operações. O OPT acabou evoluindo e se tomou Optimizeci Prociuction Technology na segunda metade da déca?ade 80. O OPT, de acordo com Corrêae Gianesi (1996), é um sistema quese compõe depelo menos dois ele- mentos fundamentais: (a) sua filosofia (a qual é ex- plicitada pordez princípios (GOLDRATT; COX, 2003; JACOBS, 1984; GELDERS; WASSENHOLVE, 1985; LUNDRIGAl'.J: 1986; dentre ciutroS),üs quais basica- mente tentam máxirnizar o fluxo de produtos vendi- aos e reduzir os níveis de estoques no sistema e de despesas operacionais) e(b) um software. Para Sipper e Bulfin (1997), o OPT é o programador de gargalo (componente técnico) do conceito gerencial conhecido como teoria das restrições (TOe). / / • o Funcionamento Básico do software OPT é o seguinte (Figura 6.11): todos os dados de entrada, tanto manuais (MPS ... ), quanto os arquivosde da- dos do MR.P (lista de materiais, roteiros de fabrica- çãocom tempos de processamento e de preparação, status dos estoques; necessidades do mercado etc.) , são combinados pelo modulo BUILDNET. Após isso, o chamado módulo SERVE avalia, em termos de ca- pacidade, o quão realizável é o plano de produção. O módulo SERVE é absolutamente similar ao MRP. . . (ambos admitem capacidade ilimitada), Com base no cálculo de capacidades necessárias dos recursos feito pelo SERVE, °módulo SPLlT separaos recursos gargalos dos não gargalos e, então, se erytra na fase Entrada manual de dados Módulo "builtnet" constrói e mantém a base de dados Sistemas de Coordenação de Ordens 113 . de programação de operações (modulo OPT): (i) às operações processadas em recursos gargalos é aplica- . do o algoritmo secreto de Goldratt que elabora uma programação detalhad~;(ii);às operações processadas em recursos não gargal()s;o.pnSprio módulo SERVE, -que segue. a lógica do MRP, forneceuma programação não detalhada.A pararnetrizaçâo do OPTé tratada em Croci e Pozzetti (2000): Quanto àutilizaçã6, o ()PT' é adequado para sis- temas semirrepetiti~os(i\1}\CCARTHY; FERNANDES, 2000). As vantagens da utilízaçãodo.Ol'T'estão rela- cionadas a reduções deleadtim,e e-estoques. Aslimi- rações estão relacionadasaos altos custos, dificulda- •.... - I -'. I I' I I " I I Erros ., I-------------~~-~-~ i I I I I -. I Erros I ------1 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Sim I _____ .J I > Módulo "Serve" Arquivos "Product Network" Módulo "Split" I. 1 Relatórios de - carga e utilização Alteração devido à capacidade insuficiente Módulo OPT programa recursos gargalos Módulo "Serve" Programa de operações ok? Sim ( FI~ ) Fonte: Meleton (1986). Figura 6.11 Fluxograma de funcionamento do sistema OPT. Não Erros )--->( encontrados? ~~------------~----------------c-~-----------------~ __-----------------__--------------------------------------- 114 Planejamento e Controle da Produção • Fern andes v Godinho Filho des de urilizaçãoe análises dosoftware, uma vez queo OPT é praticamente urnacáíxa preta. "OPT é tudo menos transparente; eÍe é verdadeiramente difícil de entender" (VOLLMANet al., 1997): "Deve-se pagar até 500 mil dólares por um $isteÍna cuja operação é um mistério, na esperança.dequeelefuncíone conforme propalado" (MELETON, 1986). No Capítulo 7, será detalhado o funcionamento doOPT. 6.2.4 Os sistemas hibridos 6.204.1 Sistema de controle MaxMin Geralmente, nesse SCO as entregas devem ser feitas ainrervalosregulares para cobrir uma necessi- dade fixa por período. Quanto maior a acuracidade do MPS. e menores forem as variações da entrega dos fornecedores, menoresserão os estoques, incluindo- se aíos estoques de segurança. Grandes perdas por obsolescência podem Ocorrer no caso de itens de con- sumo específico. Já corri. itens de consumo geral, esse problema inexiste. Nesse caso, contratos de forneci- mento delonga prazo são convenientes: existem ga- nhos inclusive em termos de descontos no preço de fornecimento. o procedimento básico desse sistema é o seguiu- te: Etapa 1: para cada item definir os programas de ne- cessidades. Isso pode ser feito explodindo-se o MPS. Como o mecanismo de controle do sistema Maxmin reage a variações tanto no suprimento quanto no con- sumo, a determinação do programa de necessidades pode ser feita de uma formamenosprecisa que a ex- plosão. Ou ainda, usando a explosão, se houver uma alteração no MPS, não há necessidade de se fazer a explosão novamente. Etapa 2: fazer um estoque de reserva para cada item. Isso é feito para que atrasos temporários no forneci- mentoou aumentos de consumo não provoquem faltas de estoque. Para obter uma proteção completa seria necessário cobrir. o maior atraso possível e o aumento máximo das necessidades. Por razões econômicas é de- sejável um nível de proteção mais baixo: geralmente é a experiência que determina os níveis adequados. Etapa 3: fixar os limites de estoques. A variação nor- mal de estoque ocorrerá entre o limite inferior (= ao estoque de reserva) e o limite superior (estoque de re- serva + lote de entrega). Variações significativamente fora desses limites devem merecer atenção de modo a se prevenir contra falta ou excesso de estoque. Os limites de controle, mínimo e máximo, não necessa- riamente devem ser definidos respectivamente como sendo (estoque de reserva) e (estoque de reserva + lote de entrega), inclusive esses limites podem variar, por exemplo, no calor ser um e no frio outro, refletin- do certa sazonalidade do produto. Notemos que os registros de estoque servem para indicar se o MPS foi mal elaborado ou se o fornecimen- to está com problemas ou se o consumo teve uma mu- dança grande em relação ao que o MPS considerou. Etapa 4: emitir ordens na forma de programas de ne- cessidades. Uma requisição de compra típica do sistema Max- min (veja detalhes em BURBIDGE, 1988) nos mostra- ria que o programa é enviado ao fornecedor como um pedido global, e ele então passa a fazer as entregas de acordo com o programa, não sendo acompanhado . (e então alterado) de nenhum modo, a menos que o estoque saia dos limites de controle. Ou seja, veja a Figura 6.12, na qual as entregas do item considerado são feitas em intervalos fixos de T unidades de tempo na quantidade fixa Q. Se o estoque superar o limite superior, ou aumentamos T ou diminuímos Q, e se o estoque ficar abaixo do limite inferior, ou diminuímos T ou aumentamos Q. Etapa 5: manter registros de estoque e usá-Ias para controle. Um registro de recebimentos, retiradas, saldo e consumo do material é mantido em uma ficha (que pode ser facilmente informatizada) para cada item. A movimentação do estoque é então acompanhada por almoxarifes, que informam as variações fora dos limi- tes de controle. O sistema, se corretamente montado, .deve exigir que sejam examinadas e investigadas de maneira especial somente as exceções. Referente à aplicabilidade, de acordo com Burbid- ge (l9n) esse sistema é adequadopara controlar o fornecimento de componentes e materiais de demanda independente, comprados (não caros), cornvalor uni- tário baixo, demanda regular, de fácil previsibilidade e com baíxíssimo risco de obsolesC:ência. Limite máximo Sistemas de Coordenação de Ordens 115 -----~--------------------------------------------------- Limite mínimo T Tempo Figura 6.12 Funcionamento do sistema de controle MaxMin. 6.2.4.2 Sistema CONWIP H (híbrido) Esse sistema é bastante parecido com o CONWIP CNE descrito anteriormente. A diferença é que a lista de cartões é gerada a partir da explosão do programa mestre de produção (MPS), vindo, portanto, do de- partamento de PCP e não pela regra FIFO, Como já explicitado anteriormente, essa lista é chamada por alguns autores (SIPPER; BULFIN, 1997; por exemplo) de lista de pedidos em carteira (backlog list). Dessa forma, nesse sistema as decisões são originadas do PCP a partir da explosão do MPS, ao mesmo tempo em que a informação de que o nível de WIP abaixou em um contenedor vem em direção oposta ao fluxo de materiais. Disso decorre a característica híbrida desse sistema (veja Figura 6.13). Umalgoritmo para a gera- ção do MPS em um ambiente CONWIP é encontrado em Herer e Masin (1997), O CONWIP H aplica-se a sistemas repetitivos, permitindo uma. diversificação (variedade de produ- ...4---T tos diferentes) um pouco maior (ou uma distinção (variedade d~ modelos muito semelhantes) maior) do que o kanban H e maior que o CONWIP CNE. Esse sistema pode lidar melhor corri situações nas quaís as . demandas são flutuantes e os tempos de setups não tão pequenos (SIPPER; BULFIN, 1997). Esse sistema pode ser utilizado em ambientes com urna variedade de produtos maior do que o kanban .(SPEARMAl\!:etal., 1990). Um método para a determinação do número de cartões CONWIP em uma linhadeprcdução pode ser encontrado em Hoppe Spearrnarr (1991), De acordo com Framlrian 'et éll. (2003), os quais apresentam uma revisão da literatura sobre o CONWIP, muitos sistemas propostos na literatura têm caracte- rísticas idênticas ou bastante similares ao CONWIP. É o caso de sistemas como:' "controle de carga de traba- lho" (BERTRAND,1983) ;'~linha flexível global;' (SO, 1990); "kanban de estágio1ÍÍlicO"C.SPÊ.Á.RMAN,)992; Di MASCOLO et ai., 1996;cTARDIFf;MAASEIDVA- , AG, 2001),Geralmenté', oCONwIPconsiderado'éb r----------------------------------t .•. PCP. ~/L \' "i I'" \ C,n,·. n.... I~".~. )n,., ...•·I~,',CÓ,!,~ft,'''P/d;'"t'rei· ~ ...~~ V\-~ .""mo O" externo Figura 6.13 Funcionamento do sistemaCOI'fWIP H. 116 Planejamento e Controle da Produção • Fernandes / Godinho Filho PCP I Programa de I Montagem I I I I I I •• Figura 6.14 Funcionamento kanban H com apenas cartão de ordem de produção. híbrido, uma vez que o primeiro estágio é programa- do; caso isso não ocorra, o siSt~ma passa a ser do tipo controlado pelo nível de estoque (CNE). 6.2.4.3 Sistema kanban H (híbrido) Aqui, denomina-se kanban H as variações do kanban que têm características híbridas, ou seja, sis- temas que, apesar de puxar a produção, têm o último estágio programado via um MP~ (geralmente deno- minado programa de Montagem) desenvolvido por um PCP central. Nessas variaçõés.estão: (i) kanban H de duplo cartão.j ii) kanban H'sornente com .cartão de ordem de produção. (Figura, 6.14); (iii) kanban H comapenas o cartão de reqh'i!;ição. Os casos i e ii funcionam de forma sernelhanté.aos kanbans CNE de duplo cartão e somente com cárrâo de produção vis- tos anteriormente; adiferençaé.que o último estágio é programado. . . '.. ..---- .. "'I. Forriecedor, '. Figura 6:15 . Kanban H com apenas cartão de requisição. No caso de só cartão de ordem de produção, o própriocontenedor, ao ficar vazio, pode voltar para o estágio anterior e sinalizar (entrando numa fila de contenedores vazios) que o item deve ser produzi- do no estágioanterior, ou seja.ó contenedor vazio pode funcionar também como um cartão de ordem de produção. No caso do sistema kanbon. com apenas o cartão de requisição, a lógica é a seguinte: quando um cen- tro de trabalho requer mais componentes para serem processados, ele coleta um contenedor cheio direto da armazenagem do estágio anteríor.Após a: produção, O contenedorvazio é enviado aoestágío de produção .anterior e o cartão de requisição vai para uma caixa de espera. A saída desse cartão da caixa de espera de volta ao ponto deestocagem representa a autorização para a movimentação de mais um contenedor cheio. Nessa variante do sistemakanban todos os estágios são programados ..A Figura 6.15 ilustra-o funcionamento. dqkanban com dpenas o cartão derequisição. . ;----... ,\ ' ,": ", ~-----\ ••....•.•./ ,/ PCP .'. ;/'. .,/ ..-/'~rograma·de ;/ ~ Montagem // Monta- + Cliente / . gem / J Segundo Schonberger (1983), a grandemaioria das empresas do Japão que usam o sistemakanban não possuem o sistema de duplo cartão corno no siste- ma original quefoi desenvolvido pela Toyota, mas sim um sistema de cartão único (o cartão de 'requisição), e afirma que é fácil iniciar com um sistema de cartão único ~ então adicionar o kanban de ordem de produ- ção posteriormente-se isso parecer benéfico, . Além dessas variações do próprio kanban exis- tem na literatura outros sistemas que se originaram do kanban. Um dessessistemas é o chamado"kanban genérico" proposto orígínalrnente por Tayur (1992) e também mostrado em Chang e Yih (1994). Esse sistema pode ser vistocorno uma série de segmentos com controle CONWIP em cada um dos segmentos. O trabalho é puxado entre cada segmento e empurrado dentro do segmento. Se o sistema como um todo puder ser considerado como-somente umelemento.então o kanban genérico se transforma no CONWIP; caso cada segmento seja composto de somente uma máquina, então o kanban genérico se transforma no kanban puro. Outra variação bastante conhecida do kanban éo chamado sistema 90 bloqueio mínimo ("minimal blocking") proposto por 50 e Pinault (1988). Na ver- dade, esse sistema é um pouco diferente da lógica de um típico sistemapuxado, porém, nesse sistema é mais fácil as máquinas se recuperarem de falhas e manter os gargalos trabalhando mesmo se ocorreram' falhas em estações de trabalho 'anteriores (SO; PINAULT, 1988). Para mais informações a respeito de outras variantes do kanban veja, por exemplo, Di Mascolo et al. (1991). Em todos esses casos, para o sistema ser conside- rado híbrido há necessidade de o último estágio ser programado ou todos os estágios serem programados (caso kanban H com apenas cartão de requisição); .caso isso não ocorra, o sistema passa a ser do tipo controlado pelo nível de estoque (CNE). 6.2.4.4 Sistema DBR (drum = tambor; buffer = pulmão; rape = corda) Assim como o OPT, também o DBR é um sistema que regula o fluxo de materiais baseado na Teoria das Restrições e foi criado por Goldratt. No livro AMeta, Goldratt faz a seguinte analogia entre uma excursão de escoteiros em fila indiana e o fluxo de materiais em um processo de produção. Na marcha, se cada um seguir seu passo (taxa de produ- ção), a distância entre o primeiro e o último aumenta- .> Sisternas de.Coordenação de Ordens 11 T . f :.. . o' •• rá, já que os mais rápidos logo ficarão na frente (o que correspondea aumentar o estoque em processo). .,", .s Só após o último chegar ao destino todos os esco- teiros terão chegado ao-destino. O tempo para cornple- -. tar a jornadaIo makesp~n~ tempo para concluir todas as ordens de produçãojédado pelo escoteiro mais lento, que correspondé a:GIP gargalo de produção. , Como manter a tr'op~j~nta (ou seja,' como man- ter pequeno o estoque é"~. processoj PExistem três possibilidades: i) colocar os maislenros no início da fila e os mais rápidos nofim da fila (ou seja, colocar a estação mais lenta no início doprocessode . produção, e assim por diante). Geralmente, conseguir isso tem um inconveniente: há necessidade de maiores investimentos em compras de equipamentos; ii) cada escoteiro fica na posição original e amarramos uma corda em cada um deles (corresponde à linha de montagem cadencia- da mecanicamente criada por Henry Ford). Essa estratégia funcionará nos casos em que' os produtos são produzidos em série e, por- tanto, são economicamente produzidos em uma linha de montagem cadenciada meca- nicamente; iii) ter um tambor para dar a cadência da ope- ração inicial. Quando bate o tambor, todos avançam até o escoteiro que está à sua fren- te. Se o escoteiro mais lento não conseguir manter o ritmo ditado pelo primeiro escotei- ro (aquele 'que está com o tambor), o mais lento e os que estão atrás dele ficarão sepa- rados do restante d~ tropa, Para manter todos os escoteiros sincronizados, devemos combinar a corda e o tambor (situações (íi) e (iii)). O escoteiro da frente é obrigado a marchar ao passo do' escoteiro mais lento por causa da.corda. Deve haver uma certa folga no comprimento da cor- da, de modo que os escoteiros (afora o primeiro eo mais lento) possam andar mais rápido ou rnaislen- to sem interferir com o passo do mais lento, Essaéa. abordagem DBR. . Na situação de manufatura: o tambor corres- ponderá aos estágios iniciais do processo onde entra a matéria-prima, Um CCR (CCR= capacity constrairü resource) é um recurso que se não for adequadamente programado e gerenciado é provável que frustre o flu- xo de produção em atingir o fluxo programado. Note. Corda .~"... •. Tambor '. . . •...••....•...•.•.•..•.•. .. ~ ...••..... Gargalo . Pulmão Matéria- • ..•. . " f2:" . prima. '.cD...•....•·..•...~GD-~ -+ ·.·.i ..·.·.· -+...... .~........ .~ ~ M~té.ria,.~ ..•......••........•....•.......(J.\ (2à\, ~ Montagem Prima. . .:~ ~-+~li. _ (CCR) ......•.... '. Subrnontaqern 11/ M~téria,.~ .. )•......•.........•...@'... ~.prima ........•..••• op ... ; .. i.·.·· .. ' Corda ...•..••.. ~ ~ ... ~. Corda ..... Comporte nte •............••.•...'.............. ...•.. . .•...comprado.. • 'r.Ó ..' . _- • 0-·· • (Almóxarijado) 118 Planejamento e Controle da Produção' Fernandes I Godinho Filho que umgargalo é um CCR em potencial, mas um não gargalo mal programado pode se tomar um CCR. A folga na corda corresponderá a um estoque de segu- rança (pulmão). Deve haver uni pulmão antes do CCR e do gargalo para assegurar que o CCR e o gargalo não percam tempo de produção. Esse pulmão deve ser di- mensionado em função do tempo que pode levar para os estágios precedentes ao CCR e ao gargalo voltarem a operar normalmente. Se esse tempo pode chegar a dois dias, então o estoque de segurança deverá ser um estoque consumível em dois ou três dias. O funciona- mento do sistema DBR vanantéI jsern programação do gargalo) é ilustrado na Figura 6.16. Uma outra variante (variante 2; Figura 6.17) do sistema DBR é a seguinte: o gargalo vai ditar o ritmo de produção e, assim, o gargalo será otarnbor que ao bater informa por meio da corda que o primeiro es- tágio deve operar e o que ele deve começar a produ- zir e em que quantidade. O tambor, nesse caso, bate conforme a programação do gargalo, enquanto que no caso da variante 1, o tambor está no primeiro es- tágio e sua batida é controlada pêlo nível de estoque do pulmão que está situado logo antes do gargalo. A variante 2 é a mais importante. PCP I I, I Programa de Imontagem I ••• Figura 6,16 Exemplo de aplicação do sistema DBRsem programação do gargalo. Programa do gargalo "~@.,\cordQJa 2.• ~ G,~:,::,~:o~----P~:9"m,d' Matéria- (.(10\ ~R I montagem prima --.....". ~ op, -+ op......... -+ ~ . I ~~a ~ ••. Matéria- ~__________. Montagem prima ~-...,.-'~ ~-+~'::4. --------y (CCR) Submontagem +PulmãoY Matéria- __ ~ •..•••(;"'\ .---'"' ~-- / ·prima ~ Corda Componente __ -,-, comprado (Almoxarifado) Figura 6.17Exemplode aplicação do sistema DBR com programação do gargalo. J Pela forma de funcionar do sistema DBR vê-se que esse sistema é um sistema híbrido, uma vez que o estoque (pulmão) puxa a produção por meio da corda (jeedback de informação), porém, os CCRs e geralmente também o gargalo são programados via o PCP central. A variante 1 é mais conveniente para controlar a produção de uma unidade produtiva repetitiva en- quanto que a variante 2 é mais adequada para con- trolar a produção de uma unidade produtiva sernir- reperitiva. Um sistema bastante similar ao DBR, ~penas com pequenas diferenças (também tem características do CONWIP, segundo Framinan et al., 2003), é o cha- mado sistema "starvation avoidance". Esse sistema se comporta igual ao DBR; a diferença principal é que no cálculo da carga de trabalho antes do gargalo esse sistema inclui um tempo esperado. de reparo do gar- galo como parte da carga de trabalho. Esse sistema é mostrado em Glassey e Resende (1988a, b). Uma extensão do "starvation avoidance" é o chamado sis- tema QMRP (queue management release policy). Nesse sistema, o tempo ocioso dos recursos gargalos é pre- visto com base em uma probabilidade de o recurso ficar inativo. Esse sistema é mostrado em Leachman et al. (1988). 6.2.4.5 Alguns outros sistemas híbridos o sistemaDEWIP (Descentralized Work in Process) foi proposto inicialmente por Lôdding (2001). O sis- tema DEWIP é direcionado a ambientes jobshop com grande variedade de itens (sistemas nâorepetitivos) e fluxo de materialcomplexo (LÓDDING et al., 2003). O DEW1P objetivaatingir leadtitnes curtos e confiáveis. A variável primária de.controle no sistemaDEWIP é o estoque em processo (WIP)', o qual é estabelecido por ;' meio de ciclos de controle entre as próprias estações .' de trabalho. Isso caracteriza esse sistema como um sistema de controle descentralizado. O sistema LOOR (Load Qriented Order Release) foi desenvolvido porBechte (1980; 1988), Esse sistema é também conhecido por sua sigla em alemão (BORA) , No sistema LOOR,. u,ma carga limite é estabelecida para cada centro detrabalho. Uma tarefa é liberada somente se a carga projetada para cada centro de tra- balho em um horizonte de tempo (por exemplo, uma semana) for menor-que essa carga limite. A carga pro- jetada de um centro de trabalho é formada pelas tare- fas sendo processadas no centro de trabalho somadas Sistemas de Coordenação de Ordens 119 às cargas de trabalho que estão chegando de outros centros para serem processadas, devidamente descon- tadaspor um fator de desconto.probabilístico, O sistema POLCA (Paired-cell OVerlapping Lcops of Cards with Authorization) foi criado por Suri (1998). Esse sistema é parte de uma estratégia maior proposta pelo autor denominada Quick ResponsêManufacturing (QRM). Essa estratégia visa à obtenção: da vantagem competitiva-por meio da redução dos leadtimes.Antes da implementação do POLCA, ainda dentro da estra- tégia do QRt\l1, a empresa deve reorganizar sua pro- dução em uma estrutura, celular. Resllmidamente,o funcionamento do POLCA é o seguinte: Quando uma empresa recebe uma ordem de cliente; o sistema HL Chigh level)/MRP usa os leadtimes planejados de cada célula para determinarquando cada célula no. roteiro do produto pode iniciar o prccessàrnento da tarefa. Essas datas de autorização serão seguidas somente se um cartão POLCA estiver disponível na célula que inicia a operação. 6.3 A escolha desistemasde coordenação de ordens :',' - ..... Ao longo deste c~pítulo"teniamo~ descrever' pos- síveis áreas de aplicação para osséo, Alguns autores . tratam da escolha e seleção de sistemas de coordena- cão de ordens; dentre.eles.Van Der Linden e Gri.inwald ê1980); Aggarwal (1985)'; Ptak.(l991); Corrêa eGiél.~ nesi (1996); GstettnereKuhn (1996); Miltenburg (1997), Huang e 'Ku$iak(998)', Little et al. (2000), dentre outros. Acreditamos que um dos trabalhos mais consistentes sobre a es~olha de sistemas de co- ordenação de ordensseJao trabalho de MacCarthye Fernandes (2000). Eise ttabalhb foi 'apresentado bre- . vemente no Capítulo: 1. po'r meiodé uma classificação dos sistemas de prod;uçã~ou deumaunidade produ- tiva, seleciona-se ~ sê'9 mais apropriado. A Tabela 1.5 mostra os sco maisadequados deacordo com os níveis de, repetição dos~Ústema$ de produção. Nessa I, .• :' . ; tabela podemos, é claró.cacrescentar outros sistemas vistos neste capítulo, como por exemplo os sistemas DEWIP, LOOR e POLCÂ,'todos mais adequados para ambientes não repetitivos, É comum os sistemas deprodúção serem mistos, por exemplo, constituídos por uma unidade produ- tiva repetitiva, por outra semirrepetitiva e por uma terceira não repetitiva. Partindo do seguinteprincí- pio: a complexidade doSCO não deve ser maior que a complexidade da unidade produtiva a ser controlada, 120 Planejamento e Controle da Produção Fernandes I Godinho Filho poderíamos controlar-a primeira unidade pelo kanban, a segunda pelo PBC e,a terceira pelo MRP. Porém, se desejarmos usar um únicoscq, então em tal caso te- remos que utilizaroMRP dentro de acordo com um outro princípio, a saber: a complexidade dos procedi- mentos de controle (e;portanto,doSCO) não pode ser menor que a complexidade da unidade produtiva a ser controlada, Esses dois princípios deduzimos a partir da lei cibernética (controle por meio da comunicação) de Ashby:":on/y vahety can destroy variety". Para finalizar este capítulo, podemos escolher um SCO ou partindo das características da unidade produtiva, ou partindo das características dos itens, ou combinando essas duas abordagens. Por exemplo: controlar pelo sistema de revisão periódicaos itens classe C (veja Capítulo 8) comprados de um grande distribuidor; controlar pelo sistema de revisão contí- nua os itens classe C comprados de forma separada de diversos' fornecedores; itens classe A e B produzi- dos em célula repetitiva são controlados pelo kanban; itens A' e B produzidos em células semirrepetitivas são controlados pelo PBC e itens A e B produzidos em unidade produtiva não repetitiva são controlados pelo sistema LOOR. Corno visto neste capítulo, há inúmeras possibili- dades de coordenar a produção, umas mais adequadas a certas situações e outras mais adequadas a 'outras características de unidades produtivas e/ou de itens, É muito simplista pensar que no âmbito do controle da produção só existam o MRP e o kanban. 6.4 Questões 1. O que é um Ordering System? Discuta as vanta- gens e desvantagens' de cada uma das possíveis traduções para esse termo. 2. Quais as atividades do PCP que os sistemas de coordenação de ordens realizam? 3. Explique, na medida do possível fazendo esque- mas ou figuras, o funcionamento dos dois siste- mas de pedido controlado. Por que esses sistemas são classificados dentro de tal grupo? 4. Explique, na medida do possível fazendo esque- mas ou figuras, o funcionamento de quatro sis- temas controlados pelo nível de estoque. Por que esses sistemas são classificados dentro de tal gru- po? 5. Explique, na medida do possível fazendo esque- masou figuras, o funcionajnenro de quatro síste- mas-de fluxo programado. Por que esses.sistemas são classificados dentro de tal grupo? 6. Explique, na medida do possível fazendo esque- mas ou figuras, o funcionamento de quatro sis- temas híbridos, Por' que esses sistemas são clas- sificados dentro de tal grupo? 7. Quais as situações/ambientes mais propícios para a utilização de cada um dos SCO discutidos neste capítulo? 8. Qual a diferença entre puxar a produção e empur- rar a produção? Quais os SCOs que puxam a pro- dução e quais os que empurram a produção? 9. Qual a diferença entre sistema de fluxo progra- mado e sistema controlado pelo nível de estoque (CNE)? 10. Quais são os SCOs onde o quando produzir/com- prar é fixo e o quanto é variável? Quais são os SCOs onde o quanto produzir/compraré fixo e o quando é variável? Quais são os SCOs que não se enquadram nesses dois casos? 11. Quais as diferenças fundamentais entre o sistema CONWIP CNE e o CONWIP H? 12. Quais as diferenças fundamentais entre as duas variantes do sistema DBR? ,13. Explique o funcionamento (na medida do possí- vel colocando figuras ilustrativas) e as diferenças entre os sistemas kanban de cartão duplo e os sistemas kanban de cartão único. 14. Considere o seguinte processo: ~@~®-@~CÉ)~ 460 400 240 460, J I.: Montagem -~~0/ 300 400 360 Os números na figura acima indicam a capacidade em unidades por semana. a) O gargalo (definição de gargalo na seção 5,2) determina o volume de produção para todo o processo. No caso, que centro de trabalho é o gargalo? b) Qual a taxa de produção para todo o proces- so? c) Coloque ostambores (drums),puIIllões (ou- ffers) e cordas (ropes) no processo e indique as taxas de produção em cada ~entro de tra- balho aousar.os princípios do sistema DBR. Após isso, o que fica balanceado: a capaci- dade ou o fluxo? 15. Numa linha de produção (que produz para esto- que) não cadenciada mecanicamentecorri sete máquinas distantes cinco metros urna-da outra apenas é produaidoüm único produto. Nessa uni- dade produtiva.rque.sisterna de coordenação de ordens de produção você implantaria? Justifique sua resposta. 16. Quais os SCOs quefazem a explosão do MPS? 17.0 que significam (em inglês e em português) as seguintes siglas:\iVIP, MTS, ATO, MTO, RTO, ETO, DBR, PBC ecíPT? 18. No contexto do controle da produção, o que sig- nificam: (a) overiapping, (b) overjlcw, (c) leadti- me? 19. Coloque num gráfico de Gantt as seguintes or- , dens de produção (OP): OP1 passa pela máquina 1 (tempo de processarnento igual a três horas) e depois pela máquina 2 (tempo de processarnento igual a quatro horas); OP2 passa primeiro pela máquina 2 (tempo de processamento igual a qua- tro horas) e depois pela máquina 1 (tempo de processamento igual a duas horas). Qual é o pa- drão de fluxo? Que' máquina tem maior carga de trabalho? SE OP1 e OP2 deveriam ser completa- das em oito horas, alguma dessas duas máquinas se tomou gargalo? 20. Compare a lógica de reposição de conteúdo em uma caixa d'água com a lógica de funcionamento dos sistemas de revisão contínua, revisão perió- dica e CONWIP CNE. 21. Por que se diz que o PBC puxa a produção em termos de planejamento e empurra a produção em termos de execução'? 22. Dê um exemplo real onde Ql é diferente de Q2. Q1 s:-7 Q O "\7 Q2-v- -v- o que significa Q1, Q e Q2? 23. Quais os SCOs mais adequados: , , Sistemas d~ Coordenação de Ordens 121 (a) numa fábtíca; (bY~urha construtora de obras de engenharia civil~arquitetura, (c) nurnsuper- mercado? 24. Abaixo o painel kanbê.mque controla a produção dos itens X e Y. Quando o operador da primeira estação da unidadeprodutiva ficar ocioso, ele retirará do quadro para produzir um cartãoX ou um cartão Ye de: qua] faixa (vermelha, amarela ou verde)? Justifique sua resposta. ' '.:. 25. No sistema kanban corn apenas cartão derequí- sição, o número de cartões de requisição !10 pos- to de cartões de requisição é igual ao número de contenedores vazios nas imediações de entrada do centro produtivo considerado? ' 26, Por que o sistema de revisão contínua era chama- do de sistema de estoque mínimo? . 27. Em sistemas de produção com complexidade baixa, qual a classe de sistemas mais adequada (pedido controlado, estoque controlado, fluxo controlado ou híbrido)? E para sistemas de pro- dução de complexidade média? E para sistemas de produção com complexidade alta? 28. Quais as diferenças entre o sistema de revisão periódica e o sistema de controle MaxMin? 29. Quais são as informações típicas de um cartão de requisição? Quais os outros nomes para designar cartões de requisição? Quais são as informações típicas de um cartão de ordem de produção? Nas' fábricas brasileiras, quais são os cartões mais usa- dos (de requisição ou de produção)? Referências bibliográficas do Capítulo 6 AGGARWAL,5, C. MRP, JIT, OPT, FMS? Harvard Business Review, Sept./Oct. 1985. BECHTE,w, Steuerung der Durchlaufzeit durch belastung- sorienrierte Auftragsfreigabe bei Werkstattfer tigung. Dis- sertatíon. 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