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Apostila UNIJUÍ - Custos e formação do preço de venda

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1
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDAUNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ
VICE-REITORIA DE GRADUAÇÃO – VRG
COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – CEaD
Coleção Educação a Distância
Série Livro-Texto
Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil
2008
Eusélia Paveglio Vieira
CUSTOS E FORMAÇÃO
DO PREÇO DE VENDA
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
2
 2008, Editora Unijuí
Rua do Comércio, 1364
98700-000 - Ijuí - RS - Brasil
Fone: (0__55) 3332-0217
Fax: (0__55) 3332-0216
E-mail: editora@unijui.edu.br
www.editoraunijui.com.br
Editor: Gilmar Antonio Bedin
Editor-adjunto: Joel Corso
Revisão: Véra Fischer
Capa: Elias Ricardo Schüssler
Designer Educacional: Karin Strohschoen
Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa:
Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil)
Catalogação na Publicação:
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
V658c Vieira, Eusélia Paveglio.
Custos e formação do preço de venda / Euselia Paveglio
Vieira. – Ijuí : Ed. Unijuí, 2008. – 106 p.; il. – (Coleção
educação a distância. Série livro-texto).
ISBN 978-85-7429-695-1
1.Contabilidade. 2. Contabilidade de custos. 3. Plane-
jamento. 4. Controle financeiro. I. Título. II. Série.
CDU : 657
3
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
SumárioSumárioSumárioSumário
CONHECENDO A PROFESSORA ..............................................................................................7
UNIDADE 1 – ORIGEM E CONCEITOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
 E A TERMINOLOGIA UTILIZADA PELA MESMA .......................................9
Seção 1.1 – Origem e Conceitos da Contabilidade de Custos ..................................................9
Seção 1.2 – Terminologias Aplicadas na Contabilidade de Custos ........................................14
1.2.1 – Os problemas da identificação da terminologia
 aplicada à contabilidade de custos ..........................................................16
UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS .....................................................................19
Seção 2.1 – A Separação dos Gastos em Custos e Despesas ...................................................19
2.1.1 – Quanto à tomada de decisão .....................................................................21
2.1.2 – Quanto à identificação ...............................................................................21
2.1.3 – Quanto ao volume de produção ...............................................................22
UNIDADE 3 – ESQUEMA BÁSICO DE CONTABILIDADE DE CUSTOS ...........................29
Seção 3.1 – Custos com Mão-de-Obra .......................................................................................30
3.1.1 – Mão-de-obra direta .....................................................................................31
3.1.1.1 – O que integra a mão-de-obra direta ........................................31
3.1.1.2 – Ociosidade ....................................................................................32
3.1.2 – Mão-de-obra indireta .................................................................................33
Seção 3.2 – Custos com Materiais ..............................................................................................34
3.2.1 – Métodos de Avaliação e Controle de Estoques .......................................35
3.2.2 – Cálculo dos custos com materiais (estoques) ..........................................36
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
4
3.2.3 – Cálculo do controle de estoques – métodos PEPS e PMPM ................38
3.2.4 – Condições básicas para o controle dos estoques ....................................40
Seção 3.3 – Custos Indiretos de Produção e/ou Fabricação ....................................................40
3.3.1 – Previsão da taxa de aplicação de custos indiretos
 de fabricação (produção) ............................................................................41
3.3.2 – Desvantagens de distribuição dos custos indiretos
 de fabricação (produção) ...........................................................................43
3.3.3 – Critérios de rateio dos custos fixos e variáveis ........................................44
3.3.4 – Departamentalização ..................................................................................46
Seção 3.4 – Centro de Custos .......................................................................................................47
Seção 3.5 – Bases para Rateio dos Gastos Gerais e/ou Custos Indiretos de Produção .......50
UNIDADE 4 – SISTEMAS E MÉTODOS DE CUSTEIO ........................................................53
Seção 4.1 – Sistemas de Custeio ..................................................................................................53
4.1.1 – Sistema de acumulação por processo .......................................................54
4.1.2 – Sistema de acumulação por ordem ...........................................................54
4.1.3 – Sistema de custos conjuntos .....................................................................56
Seção 4.2 – Métodos de Custeio ..................................................................................................59
4.2.1 – Método de custeio por absorção ...............................................................60
4.2.1.1 – A precificação com base no custo apurado
 pelo método de custeio por absorção........................................62
4.2.2 – Método de custeio variável (direto) ..........................................................63
UNIDADE 5 – CUSTOS NAS DECISÕES DE PREÇOS .........................................................69
Seção 5.1 – O Processo de Formação de Preços ........................................................................69
5.1.1 – Condições que conduzem a formação dos preços ..................................74
Seção 5.2 – Formação do Mark-up ..............................................................................................78
5.2.1 – Finalidade .....................................................................................................78
5
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
UNIDADE 6 – APURAÇÃO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO, DO PONTO
 DE EQUILÍBRIO E DA MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL ....81
Seção 6.1 – Margem de Contribuição ........................................................................................81
Seção 6.2 – Ponto de Equilíbrio ...................................................................................................83
6.2.1 – Condições básicas para o cálculo do ponto de equilíbrio .....................84
6.2.2 – Esquema básico do ponto de equilíbrio ...................................................84
6.2.3 – Tipos de ponto de equilíbrio ......................................................................85
6.2.4 – Análise gráfica do ponto de equilíbrio .....................................................87
6.2.5 – Benefícios do ponto de equilíbrio ..............................................................87
6.2.6 – Limitações do ponto de equilíbrio .............................................................88
Seção 6.3 – Margem de Segurança Operacional ......................................................................89
UNIDADE 7 – GESTÃO DE CUSTO E PREÇOS NA ATIVIDADE COMERCIAL ..............91
Seção 7.1 – Atividade Comercial – Definições ...........................................................................91
Seção 7.2 – Cálculo do Preço de Venda no Comércio ..............................................................92
7.2.1 – Métodos de precificação .............................................................................937.2.2 – Cálculo do csto de compra .........................................................................94
7.2.3 – Taxa de marcação (mark-up) .....................................................................95
7.2.3.1 – Obtenção do mark-up divisor .....................................................96
Seção 7.3 – Relatórios Gerenciais para Empresas Comerciais ................................................97
7.3.1 – Relatórios de controle da margem de contribuição ................................97
7.3.2 – As vantagens do cálculo da margem de contribuição ...........................99
7.3.3 – Outras informações para projeção do preço de venda........................ 100
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 103
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
6
7
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
EUSÉLIA PAVEGLIO VIEIRA
Nasci na Cidade de Porto Xavier, na década de sessenta, sou
filha de descendentes italianos, inclusive possuo dupla cidadania,
brasileira e italiana. Nasci no interior, numa cidade pequena, sou
filha de agricultor e minha mãe era uma professora normalista, a
qual sempre apostou que eu levava jeito para ser professora.
Fiz o primeiro grau na cidade onde nasci, o segundo grau fiz
em Santo Ângelo, iniciei no colégio Verzeri porque imaginava ser
professora, após o primeiro ano, passei para outra escola e fiz o
científico. A minha formação em nível superior ocorreu no curso
de Ciências Contábeis da Unijuí, concluído em 1991, fui muito
feliz na escolha, adoro minha profissão, tudo o que tenho e o que
sou, foi construído por meio dessa profissão maravilhosa. Posterior-
mente, fiz um curso de especialização em Contabilidade, concluí-
do em 1993, na Universidade Regional Integrada. Em 1999 fui para
Salvador (BA) fazer o Curso de Mestrado em Contabilidade, que
era o meu sonho, só existiam dois cursos no Brasil nesta área. Nesse
período de dois anos que morei lá, fiz muitos amigos, conheci pro-
fessores que até então eram os grandes autores de obras que eu
consultava para elaborar o meu material de aula, tive o privilegio
de tê-los como professores e, especialmente o Prof. George Guerra
Leone como meu orientador da dissertação de mestrado.
Ao retornar à Uni juí em 2001, assumi a Coordenação do
Colegiado do Curso de Ciências Contábeis por quatro anos, mo-
mento muito especial de ensino aprendizagem e convivência com
os alunos. Também coordeno cursos de Pós-Graduação oferecidos
pelo departamento.
Conhecendo a ProfessoraConhecendo a ProfessoraConhecendo a ProfessoraConhecendo a Professora
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
8
Sou professora da Unijuí desde abril de 1991, atuo no curso
de graduação em Ciências Contábeis, especialmente nos compo-
nentes c urr ic ulares Contabi l idade de Custos , Audi tor ia
Operacional, Sistemas de Informações. Também participo em di-
versos cursos de pós-graduação ofertados pela Unijuí.
Nestes últ imos quatro anos, participo da Comissão de Estu-
dos do Ensino Superior do Conselho Regional de Contabilidade
do RS, e sou avaliadora in loco dos cursos de Ciências Contábeis
pelo Inep/MEC.
Tenho um filho de doze anos, lindo, maravilhoso! Risos! Mas
ele tem um único defeito, é do inter!
Sou muito feliz com a minha escolha profissional e totalmente
realizada em ser professora, a sala de aula é o meu elixir diário.
9
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Unidade 1Unidade 1Unidade 1Unidade 1
ORIGEM E CONCEITOS
DA CONTABILIDADE DE CUSTOS E A
TERMINOLOGIA UTILIZADA PELA MESMA
Para começar a trabalhar com custos, precisamos conhecer a
origem da contabilidade de custos, o que é, onde se aplica, bem
como a terminologia utilizada pela contabilidade de custos e sua
diferenciação entre os termos. No final desse capítulo, você terá o
entendimento do que trata a contabilidade de custos, sua utiliza-
ção e aplicação nos diferentes ramos de atividades, sejam eles in-
dustriais, comerciais e de serviços, bem como a nomenclatura uti-
lizada para a definição dos termos que compõem o custo de produ-
ção de um produto industrial.
Seção 1.1
Origem e Conceitos da Contabilidade de Custos
A incessante caminhada rumo à rentabilidade dos negócios
direciona a busca do aperfeiçoamento dos processos administra-
tivos. Para atingir este objetivo, a presença de profissionais capa-
citados se faz cada vez mais necessária. Há algum tempo se ad-
ministrava intuitivamente e se atingia o sucesso, porém na atua-
lidade, dado à acirrada competitividade e imposições do merca-
do, a qualidade e a necessidade da informação gerencial se es-
tende por todos os ramos da administração empresarial.
Contabilidade de custos
Está voltada à análise dos
gastos realizados pela entidade
no decorrer de suas opera-
ções.
Contabilidade gerencial
Está voltada à administração de
empresas, não se condiciona
às imposições legais, tem o
objetivo de gerar informações
úteis para a tomada de
decisão.
Fonte: Bruni e Famá (2004, p.
22 ).
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
10
Assim sendo, ao longo dos anos, pesquisadores aliados nas
diversas ciências conseguiram suprir uma deficiência preocupante
da área gerencial, adequando a terminologia usada para os di-
versos níveis de usuários e proporcionando um suporte de enten-
dimento melhor direcionado à Contabilidade de Custos que apre-
senta e analisa um conjunto de tópicos adequados às necessida-
des impostas pela modernidade.
Segundo o Professor Iudícibus (apud Leone, 2000), escrever
um livro da área Contábil, principalmente de custos, além de de-
safiadora é também uma necessidade, mormente no Brasil, tendo
em vista que ainda dispomos de poucos textos de excelente qua-
lidade sobre o assunto.
A produção cientí fica e didática tem revis to técnicas
costumeiramente usadas, que passaram por uma análise mais
aprofundada, proporcionando à contabilidade de custos uma vi-
são gerencial mais abrangente.
A contabilidade de custos teve seu princípio na Revolução
Industrial a partir do momento em que as organizações, até aí
mercantilistas, passaram a comprar matéria-prima para transfor-
mar em novos produtos.
Segundo Martins (1998, p. 12) a contabilidade de custos
nasceu da contabilidade financeira quando havia a necessida-
de de avaliar os estoques na indústria especificamente. Anterior-
mente os produtos eram fabricados por artesãos, sendo que estes
eram constituídos por pessoas físicas, que pouco se preocupavam
com os custos de seus produtos. Todavia, naquela época, o pro-
cesso de produção era muito semelhante ao processo artesanal,
que entendia por custo basicamente a matéria-prima e a mão-de-
obra, que eram sem dúvida os mais relevantes.
Contabilidade financeira
Está condicionada às imposi-
ções legais e registros f iscais.
11
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Com o desenvolvimento e o emprego cada vez mais intensi-
vo das máquinas no processo de produção, os novos custos apare-
ceram tornando bem mais complexos os métodos para medi-los. A
complexidade destes métodos contábeis, capazes de solucionar
cada vez com mais rapidez os custos de fabricação, foi que deu
origem à contabilidade de custos.
A princípio a contabilidade de custos, derivada da contabi-
lidade financeira e da contabilidade geral, foi concebida como
um instrumento para resolução dos problemas da mensuração
monetária dos estoques e do resultado das organizações, não sen-
do, num primeiro momento, utilizada como ferramenta gerencial
de administração (Schier, 2006).
Neste cenário, surgem os conceitos de Contabilidade de
Custos. Conforme Leone (1997, p. 16), “a Contabilidade de Cus-
tosé o ramo da Contabilidade que se destina a produzir informa-
ções para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como
auxílio às funções de determinação de desempenho, de planeja-
mento e controle das operações e de tomada de decisão”.
Nesta linha, Passareli e Bonfin (2002) definem a contabili-
dade de custos como sendo aquela que se destina à geração de
informações contábeis de interesse dos usuários internos à em-
presa, servindo de apoio indispensável a decisões gerenciais das
mais diversas naturezas.
Portanto, a contabilidade de custos coleta, classifica e re-
gistra os dados operacionais das diversas atividades da entidade,
denominados de dados internos, bem como, algumas vezes, cole-
ta e organiza dados externos. Os dados coletados podem ser tan-
to monetár ios como físicos. É neste ponto que reside uma das
grandes potencialidades da Contabilidade de Custos: a combina-
ção de dados monetários e físicos resulta em indicadores gerenciais
de grande poder informativo.
Dados monetár ios
Valor gasto com mão-de-obra,
mater ia is para a e laboração de
um produto, en tre outros.
Dados físicos e operacionais
Unidades produzidas, horas
trabalhadas, quantidade de
requisições de materiais e de
ordens de produção, entre
muitos outros.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
12
Na seqüência, a Contabilidade de Custos acumula, organiza, analisa e interpreta os da-
dos operacionais, monetários e físicos e os indicadores combinados no sentido de produzir, para
os diversos níveis de administração e de operação, relatórios com as informações de custos soli-
citados. Genericamente é possível visualizar o sistema de custos conforme a Figuraa seguir.
Figura 1: Fases da Contabilidade de Custos – transformação de dados em informação
Fonte: Leone (1997).
Outra particularidade da Contabilidade de Custos é que ela trabalha dados operacionais
de vários tipos: os dados podem ser históricos, estimados (futuros), padronizados e produzi-
dos. Aqui reside, também, uma das fortes vantagens da Contabi lidade de Custos. Ela pode
(e deve) fornecer informações de custos diferentes para atender a necessidades gerenciais
diferentes.
Especificamente, a Contabilidade de Custos objetiva:
a) Avaliação de estoques;
b) Atendimento das exigências fiscais;
c) Determinação do resultado;
d) Planejamento;
 
Coleta dos dados 
Acumulação 
Organização 
Análise 
Interpretação 
Relatórios gerenciais 
Processamento Informações 
Seleção dos dados
Planejamento
Treinamento
Organização
Apoio da 
Administração 
Sistemas de custos 
Critérios básicos 
Procedimentos, 
Registros 
Em conjunto 
com o usuário 
13
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
e) Formação do preço de venda;
f) Controle gerencial;
g) Avaliação de desempenho;
h) Controle operacional;
i) Análise de alternativas;
j) Estabelecimento de parâmetros;
k) Obtenção de dados para orçamentos;
l) Tomada de decisão.
Figura 2: Razões para Estudar Custos
Fonte: Adaptado de Bruni e Famá (2004).
 
Tomada de decisões: 
o que envolve produção 
(o que, quanto, como e 
quando fabricar); 
formações de preços, 
escolha entre fabricação 
própria ou terceirizada. 
 
Informações para 
a tomada de 
decisões 
 
Informações sobre 
a rentabilidade e 
desempenho de 
diversas atividades 
da entidade 
 
Auxílio no 
planejamento, 
controle e 
desenvolvimento 
das operações 
 
Determinação do lucro: 
empregando dados 
originários dos registros 
convencionais contábeis, 
ou processando-os de 
maneira diferente, 
tornando-os mais úteis à 
gestão. 
 
Controle das operações: 
e demais recursos produtivos 
como os estoques, com a 
manutenção de padrões e 
orçamentos, comparações 
entre previsto e realizado. 
 
Portanto, por que estudar custos é necessário? Quais são as razões para estudar 
custos? 
Atender necessidades gerenciais de 3 tipos 
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
14
Seção 1.2
Terminologias Aplicadas na Contabilidade de Custos
A utilização de uma terminologia homogênea simplifica o entendimento e a comuni-
cação. Com tantos termos de diferente expressão, porém significados semelhantes, por vezes
o profissional experiente sente-se confuso em seu entendimento. Então imagine o principian-
te! Por isso, faz-se necessário criar uma nomenclatura para custos. Neste sentido, consulta-
mos diversos autores para que pudéssemos construir um entendimento comum entre nós,
que serão muito utilizados no decorrer deste componente.
Na terminologia usada em custos encontramos algumas definições que, segundo
Martins (1998), Bruni e Famá (2004), Berti (2006), Leone (2000), Bornia (2002), podem ser
assim definidas:
• Gastos: Os gastos ocorrem em todos os momentos e em qualquer setor da empresa. Este
termo é usado para definir as transações financeiras, com que a entidade arca para obter
um produto ou serviço qualquer, normalmente representado por entrega ou promessa de
entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Diante disso, o gasto pode ser classificado como gasto de investimento (aquele que vai
ser ativado, ou seja, quando compra uma máquina, ela vai fazer parte dos bens da empresa)
ou como gasto de consumo (que será uma despesa, por exemplo, quando eu compro mate-
rial de expediente), pois só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa
do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida
assumida ou da redução do ativo (dinheiro) em dado pagamento.
 
Ativos são os bens e 
direitos de uma 
empresa. 
15
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
• Despesas: são bens ou serviços consumidos direta e indiretamente para obtenção de recei-
tas. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio da empresa e têm características de
representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas, portanto, todas as despesas
são ou foram gastos, mas alguns gastos muitas vezes não se tornarão despesas, ou só se
transformam quando de sua venda.
• Custos: é um gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou
serviços. Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no
momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um
produto ou execução de um serviço.
• Insumos: são bens adquiridos para o consumo no processo de produção de novos bens ou
de prestação de serviços. Exemplo: material secundário; matéria-prima; embalagens; mão-
de-obra direta ou indireta; combustíveis e outros utilizados para o funcionamento dos
equipamentos na produção.
• Investimentos: São todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gas-
tos) que são estocados nos Ativos da empresa para baixa (saída) ou amortização (quita-
ção) quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalori-
zação. Exemplo: compras de máquinas para a produção.
• Perdas: bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária, que representa a
diminuição de um ativo sem que haja a contrapartida de uma receita ou de um ganho.
São itens que vão diretamente à Conta de Resultados, ou seja, são descontados do resul-
tado final após o lançamento das receitas menos as despesas (sobras). As perdas de pe-
queno valor são consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem ser feita separação,
pois os valores envolvidos são irrelevantes. Exemplos: perdas de tecido durante a fabrica-
ção de camisetas, perda na evaporação de produtos químicos durante a elaboração de um
medicamento, são perdas que são lançadas no custo de produção, são perdas previsíveis.
As perdas anormais são perdas não desejadas e não programadas durante um processo de
produção. Exemplos: perdas com incêndio,obsolescência de estoques, inundações, entre
outras.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
16
• Desperdícios: Pode ser considerado um dos vilões da lucratividade devido à falta de con-
trole e improdutividade, ocasionando um ônus financeiro evitável. O professor Berti (2006)
esclarece que desperdícios são gastos ocorridos nos processos produtivos ou de geração de
receitas que podem ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade de bens,
serviços ou receitas geradas. Exemplos: trabalho decorrente de defeitos de fabricação;
estocagem e manutenção de estoques desnecessários, retrabalhos durante um processo de
produção, etc.
Figura 3: Terminologia Aplicada a Custos
1.2.1 – OS PROBLEMAS DA IDENTIFICAÇÃO DA TERMINOLOGIA
 APLICADA À CONTABILIDADE DE CUSTOS
Expressar-se através de uma linguagem semelhante é simplificar o entendimento, por
isso o profissional de custos, precisa estar familiarizado com o ambiente operacional, bem
como, o usuário em relação ao significado das informações contábeis que esteja recebendo.
Entre os termos usados com maior freqüência destacam-se custos, despesas, gastos e
perdas, usados como se fossem sinônimos, mas vimos anteriormente que divergem entre si.
Segundo Leone (2000), a Figuraa seguir demonstra uma visão bem resumida da
rotatividade de cada segmento, dando um entendimento da terminologia usada e sua fun-
ção e importância no contexto. A primeira parte, denominada aspecto financeiro, é a saída
 
GGAASSTTOO 
Matéria-prima 
Aluguel de fábrica 
Mão-de-obra 
CCUUSSTTOO 
DDEESSPPEESSAA 
Despesas de venda 
Administração geral 
Despesa tributária 
 
ou 
17
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
de disponibilidades (normalmente dinheiro); ou assumir um compromisso. A segunda parte,
que são os gastos classificados pela Contabilidade como Investimentos e Consumo, repre-
senta o aspecto econômico. E a terceira parte concentra o aspecto contábil, que recebe
toda evolução operacional da empresa, proporcionando assim o resultado do exercício ou
da atividade.
Figura 4: Fluxograma dos Gastos
Fonte: adaptado de Leone (2000, p. 53).
 
1ª Parte 
Aspecto 
Financeiro
Disponibilidade Obrigações 
Gastos de Investimentos 
(Ativos) Gastos de Consumo (Custos ou despesas) 
Estoque de 
Mercadorias 
 
Permanente Materiais Mão-de-obra 
Produção 
Desperdícios 
e Perdas 
GGAASSTTOOSS 
Resultado 
Despesas 
Operacionais 
Comerciais e 
Administrativas 
2ª Parte 
Aspecto 
Econômico 
3ª Parte 
Aspecto 
Contábil 
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
18
19
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Unidade 2Unidade 2Unidade 2Unidade 2
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Na unidade I você aprendeu a nomenclatura aplicada à
contabilidade de custos, sendo que uma delas, é a definição de
custos, que se refere à transformação de uma matéria-prima em
um produto acabado. Neste capítulo, você vai mergulhar em cus-
tos, e também vai descobrir que todo o custo tem uma segunda
classificação, conforme o seu grau de identificação (direto ou in-
direto) e de variabilidade (fixos e variáveis), os quais serão desta-
cados na seqüência. Após a aprendizagem da classificação dos
custos, você já terá condições de entender e estruturar custos
dos produtos elaborados. Então mãos à obra!
Seção 2.1
A Separação dos Gastos em Custos e Despesas
Existem algumas classificações que apesar da sua utilida-
de, dizem respeito única e exclusivamente aos interesses de um
determinado tipo de entidade. Algumas dessas classificações in-
tegram importantes fases do ciclo operacional, ficando evidencia-
da a aplicação prática da separação.
Argumenta Schier (2006, p. 37), que só podemos atribuir devi-
damente o custo a cada processo produtivo de origem, seja fabrica-
ção, revenda de mercadorias ou prestação de serviços, se apurarmos
o custo da produção e o resultado em um determinado período. Para
isso, precisamos fazer a separação dos gastos em custos e despesas.
Processo produtivo
Elaboração de um produto,
por exemplo: o processo
produtivo para fazer pão,
acontece desde o momen to
em que é montada a receita
do pão, misturados os
ingredientes, amassados,
sovados, assados, até o
produto ficar pronto.
Portanto, o processo de
produção acontece du rante
todo o momento em que
uma matéria-pr ima (farinha)
é tr ansformada em um
produto (pão).
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
20
A separação de gastos em custos e despesas forma uma subdivisão quanto ao compor-
tamento em relação às variações nos volumes de produção e de vendas, que podem ser
classificados da seguinte forma: fixos ou variáveis. Mas ainda temos uma nova classificação
desses mesmos gastos em relação à forma de distribuição e apropriação aos produtos, bas-
tante empregados e definidos segundo a necessidade a que devem atender, classificando-os
em diretos ou indiretos.
Na literatura você poderá encontrar várias maneiras de classificar os custos, porque
existe a necessidade de produzir informações de qualidade que atendam às expectativas dos
tomadores de decisão, ou seja, de atender às diferentes necessidades gerenciais.
Figura 5: Classificação dos Gastos
Fonte: Bruni; Famá (2004, p. 37).
Uma das maneiras de diferenciar os custos é quando ocorre a facilidade de identifica-
ção ou apropriação ao seu objeto de estudo. Assim sendo, a preocupação está em atribuir os
custos a seus portadores finais, o que significa dizer que os custos serão classif icados em
diretos ou indiretos de acordo com a dificuldade existente para a sua apropriação. As classi-
ficações de custos de maior aplicabilidade gerencial são as seguintes:
 
Gastos totais ou custo integral 
 
MD 
Materiais Diretos 
Matéria-Prima 
Embalagem 
 
MOD 
Mão-de-Obra Direta 
mensurada e 
identificada de forma 
direta 
CIF 
Custos Indiretos de 
Fabricação 
 
Custos que não são 
MD nem MOD 
 
Despesas 
 
Gastos não 
associados à 
produção 
Custo de 
transformação 
Custo primário 
ou direto 
Custo total, contábil ou fabril 
21
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Quadro 1: Principais classificações de custos
Fonte: Wernke (2001, p. 13).
2.1.1 – QUANTO À TOMADA DE DECISÃO
Custos relevantes são aqueles que se alteram dependendo
da decisão tomada, e custos não relevantes são os que
independem da decisão tomada. Assim, os custos realmente im-
portantes como subsídio à tomada de decisão são os relevantes;
os outros não necessitam ser considerados. Essa classificação é
feita considerando-se uma única decisão a ser tomada, sendo
válida apenas para aquela decisão (Wernke, 2001).
2.1.2. – QUANTO À IDENTIFICAÇÃO
Ainda, segundo Wernke (2001), custos diretos são os gas-
tos facilmente apropriáveis às unidades produzidas, são aqueles
que podem ser identificados como pertencentes a este ou aquele
produto. Por sua natureza, características próprias e objetivida-
de de identificação no produto são imputadas por medições obje-
tivas ou por controles individuais como a ficha técnica do produ-
to, sem a necessidade de rateios.
Para Leone (2000) custos diretos são aqueles custos (ou
despesas) que podem ser facilmente identificados com o objeto
de custeio. São os custos diretamente identificados aos seus cau-
sadores, ou seja, quem consumiu aquele custo que se identifica
Classificação Categorias 
Quanto à tomada de decisões Relevantes Não Relevantes 
Quanto à identificação Diretos Indiretos 
Quanto ao volume produzido Variáveis Fixos 
Rateio
Quando fa lamos do termo
rateio , signif ica a forma como
vamos distribuir esses custos
aos respectivos p rodutos. Por
exemplo: quando você vai a
um restaurante com seus
amigos, se todos vocês jantamcom uma ún ica comanda
(conta), no final da noite vocês
fazem um rate io entre as
pessoas que partic iparam da
janta, certo? Dessa mesma
forma acontece em uma
indústria durante o processo
de produção , aqueles custos
que eu não identifico com
quem consumiu , por exemplo,
o a luguel, eu faço um rateio
en tre os produtos elaborados
no mês. Mais adiante, teremos
um capítulo específ ico sobre
esse assunto, portanto não
fique angustiado, nas próximas
atividades chegaremos lá!
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
22
com o produto vai ter que assumir o seu valor. Para que seja feita a identificação, não há
necessidade de rateio. Exemplos: produção de pão (padaria industrial): matéria-prima, mão-
de-obra.
Custos indiretos, conforme Leone (2000), são os gastos que não podem ser alocados
de forma direta ou objetiva aos produtos ou a um grupo ou a outro segmento ou atividade
operacional, e caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, serão median-
te critérios de rateio. São os gastos que a empresa tem para exercer suas atividades, mas que
não tem relação direta com um produto ou serviço específico, pois se relacionam com vários
produtos ao mesmo tempo. Às vezes, por causa de sua não relevância, alguns custos são
alocados aos objetos do custeio através de rateios. Neste caso, adotando o rateio, os custos
serão considerados indiretos. Exemplos: produção de pão (padaria industrial): seguros,
manutenção dos equipamentos, assessorias, aluguel, entre outros.
Figura 6: Classificação dos Custos em Diretos e Indiretos
2.1.3 – QUANTO AO VOLUME DE PRODUÇÃO
Custos variáveis são os que estão diretamente relacionados com o volume de produ-
ção ou venda. Quanto maior for o volume de produção, maiores serão os custos variáveis
totais. São os valores consumidos ou aplicados que têm seu crescimento vinculado à quan-
 
CCUUSSTTOOSS 
DIRETOS 
INDIRETOS 
Matéria-Prima 
MOD 
Embalagem 
Administração 
Honorários 
Energia Elétrica 
Água 
Depreciação 
Seguros 
Outros 
23
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
tidade produzida pela empresa. Segundo Horngren, Foster e Da-
tar (1999), um custo variável é um custo que se altera em mon-
tante em proporção às alterações num direcionador de custo. Um
direcionador de custo é qualquer fator que afeta os custos totais.
Segundo Leone (1997), os custos variáveis são os Custos
(ou Despesas) que variam de acordo com os volumes das ativida-
des. Os volumes das atividades devem estar representados por
base de volume, que são geralmente medições físicas. Custo va-
riável é aquele que varia com o volume de qualquer atividade
que tenha sido escolhida como referência. Atende ainda ao fato
de que o custo variável no total é variável, mas, quando conside-
rado como custo unitário diante do quantitativo da base de volu-
me, ele é fixo.
Custos fixos são aqueles gastos que tendem a se manter
constantes nas alterações de atividades operacionais, indepen-
dentemente do volume de produção. São os custos que têm seu
montante fixado não em função de oscilações na atividade, ou
seja, sem vínculo com o aumento ou diminuição da produção.
Assim, esses custos permanecem no mesmo valor independente-
mente da quantidade produzida. Relacionam-se com a capaci-
dade instalada que a empresa possui e seu valor independe do
volume de produção, existindo independentemente de a empresa
estar produzindo ou parada. Segundo Horngren, Foster e Datar
(1999), um custo fixo é um custo que não se altera em montante
apesar de alterações num direcionador de custo.
Em relação aos custos fixos, Leone (2000) relata que são
custos (ou despesas) que não variam de acordo com o número de
unidades produzidas. Isto é, o valor total dos custos permanece
praticamente igual. Por exemplo: o aluguel mensal da padaria, ele
é um custo fixo mensal, independente do número de unidades pro-
Base de volume
Quantidade de produto que
você vai produzir. Por exemplo:
na padar ia industrial, se você
vai produzir 500 pães, são
necessários tantos quilos de
farinha, tanto de fermen to, sal
e outros ingredientes; todos
eles são medidos fisicamente,
em quilos, unidades, gramas. E
por que são variáveis? Po rque
vai depender do número de
unidades (pães) que você quer
produzir, sendo assim, esses
custos vão variar de acordo
com a quantidade produzida.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
24
duzidas, esse custo será o mesmo no final do mês. Portanto, ele é um custo fixo. Também
podemos citar outros itens de custos fixos, como os seguros, os contratos de manutenção de
sistemas, ou seja, qualquer item de custo que não altera o seu valor conforme a produção.
O entendimento dessas conceituações e classificações é de fundamental importância
para a realização de um sistema de custos, mas existem outras formas de diferenciação dos
custos, utilizadas conforme a necessidade gerencial de cada situação.
Figura 7: Classificação dos Custos
Na Figura7 podemos verificar a separação dos custos em custos diretos e indiretos.
Um fator que precisamos observar, é que todos os custos diretos são classificados como
custos variáveis. Por que isso ocorre? Porque primeiro precisamos classificar os custos em
diretos, isso significa que é um custo que eu identifico com o produto que consumiu, por-
tanto eu tenho condições de medir, de saber o quanto eu gasto. Por exemplo: em relação à
matéria-prima utilizada na fabricação de uma camisa (tecido) eu sei que vou gastar 1 metro
para fazer uma camisa P, ou 1,5 metros para fazer uma camisa XG, ou seja, eu sei as medi-
das e também o valor do metro, portanto sei quanto vou gastar. E por que é variável? Porque
vai depender de quantas camisas eu vou fazer no mês. Se eu fizer uma, vou gastar X valor;
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D I R E T O S IND I R E T O S
CC UU SS TT OO SS
fixos 
variáveis variáveis 
Exemplo: 
Mão-de-Obra Direta 
Matéria-prima 
Embalagem 
Exemplo: 
Aluguel de fábrica 
Depreciação do prédio 
da fábrica 
Exemplo: 
Energia elétrica da fábr ica 
Materiais de limpeza da 
fábrica 
25
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
se eu fizer cem, vou gastar X valor vezes cem unidades. Portanto, os custos variam de acordo
com o número de unidades produzidas. Assim acontece com a mão-de-obra direta, porque
se eu fizer uma camisa vou gastar X de tempo; se eu fizer cem, da mesma forma, vou ter que
calcular X de tempo vezes cem unidades.
Nesta mesma figura, ao observarmos os custos indiretos, verificamos em todos os exem-
plos que são custos em que não sabemos o quanto se gasta para fazer uma unidade de
produto. O aluguel, por exemplo... Como eu sei quanto vai custar para fabricar uma cami-
sa? Então agora começamos a perceber os critérios de rateio como formas que eu preciso
utilizar para distribuir esses custos aos produtos. Neste sentido, podemos verificar na Figura
7, que todos os custos indiretos se classificam em fixos e variáveis. Os custos fixos são aque-
les que eu sei o valor total no mês, eles não apresentam variações. Por exemplo: aluguel,
seguros, depreciações. Os custos variáveis vão ter seus valores definidos conforme o consu-
mo, ou seja, se eu ligar as máquinas para fazer uma camisa eu vou gastar tantos kW de
energia, mas se eu fizer cem camisas, eu vou gastar uma valor maior no consumo de ener-
gia. Tanto os custos indiretos fixos, quanto os custos indiretos variáveis, precisam de critérios
de rateio para ser alocados aos produtos.
Na Figura 8 você pode observar os elementos de custos e como eles são distribuídos
aos respectivos produtos. Olhe para o retângulo onde está escrito custos. Ao seu lado você
verifica os componentes de custos: MD, MOD e CIF. A partir daí, você podeverificar que os
custos diretos são levados aos produtos A, B e C, enquanto que os custos indiretos, passam
por outra fase, chamada de rateio, para que posteriormente sejam levados aos produtos A, B
e C. Quando os custos diretos são somados com os custos indiretos, teremos o custo total
dos produtos, os quais vão para a conta de estoque, porque eles estão prontos para serem
comercializados.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
26
Figura 8: Elementos de Custos
Fonte: Bruni; Famá (2004, p. 36).
Os custos, através de um sistema de apuração, têm a capacidade de nos fornecer tanto
informações de caráter Contábil como informações de caráter gerencial. Segundo Horngren,
Foster e Datar; Leone; e Martins, podemos destacar algumas delas:
Nas informações de caráter Contábil:
a) O valor global de custos de produtos acabados ou ordens de produção encerradas, bem
como aquelas em processo de fabricação no final do período contábil;
b) O custo dos materiais consumidos, bem como as perdas ou quebras de produção
identificadas no período contábil;
c) O custo de remuneração e encargos sociais e hora máquina apropriados por centro de
custo, produto ou ordem de produção;
d) Os custos dos produtos vendidos por linha de produtos ou ordem de produção em cada
período contábil;
e) O lucro bruto apurado por linha de produto ou ordem de produção em cada período
contábil.
 
CCUUSSTTOOSS 
RATEIO 
INDIRETOS 
Produto A 
Produto C 
DIRETOS 
EESSTTOOQQUUEE 
((--)) DDeessppeessaass 
Produto B 
((--)) CCuussttoo PPrroodduuttooss VVeennddiiddooss 
((++)) RREECCEEIITTAASS 
((==)) RReessuullttaaddoo 
27
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Já nas informações de caráter gerencial:
a) Análise dos custos fixos em nível de centro de custo e área de responsabilidade;
b) Análise do grau de participação e evolução dos custos de produção de comportamento
variável;
c) Análise da margem de contribuição por linha de produto ou ordem específica;
d) Análise das variações de custos considerados os números de caráter orçamentários ante-
riormente projetados.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
28
29
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Unidade 3Unidade 3Unidade 3Unidade 3
ESQUEMA BÁSICO DE CONTABILIDADE DE CUSTOS
Neste capítulo trabalharemos os elementos dos custos, ou seja, o que compõe o custo
de produção de um produto. Nestes elementos incluiremos os custos com matéria-prima,
mão-de-obra direta (MOD) e os custos indiretos de produção. Inicialmente vamos conhecer
o que compõe o custo com mão-de-obra. Muitas vezes não conseguimos perceber que é
diferente o valor que recebemos na nossa folha de pagamento, do valor que a empresa preci-
sa recolher aos órgãos oficiais, além dos custos com férias, décimo terceiro salário, e outros
benefícios que compõem o valor pago aos colaboradores da empresa. Tudo isso está incluído
no custo com mão-de-obra.
Depois desse entendimento do quanto custa a nossa hora de trabalho, passaremos
para o segundo elemento de custo, que é o custo dos materiais que serão utilizados para a
elaboração do produto final, que também não é o valor de compra constante na nota fiscal.
Além disso, teremos que deduzir ou acrescentar impostos incidentes sobre a compra, fretes,
seguros, ou seja, tudo o que se gasta para ter o material disponível na empresa.
Esses dois elementos de custos, ou seja, mão-de-obra e custos com materiais (matérias-
primas), são classificados como custos diretos, porque é possível mensurar, saber o real valor
gasto para cada unidade produzida. Já em relação ao volume de produção, esses custos são
classificados como custos variáveis, porque quanto maior a produção maior será o seu con-
sumo. Dentro de um período, portanto, esses custos variam de acordo com o número de
unidades produzidas.
O terceiro elemento de custos chamamos custos indiretos. Estes são os custos que não
se identificam diretamente com o produto a ser elaborado, são custos que fazem parte da
estrutura da empresa, que ocorrem independentemente da produção de A ou B. Apresentam
um grau maior de identificação com o produto final, sendo necessário fazer alocações, rateios,
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
30
distribuição entre os produtos. Estes critérios sempre são passíveis de discussão, porque
sempre são arbitrários, estabelecidos por meio de um indicador selecionado, seja número de
unidades produzidas, horas trabalhadas, quantidade de matéria-prima utilizada pelo pro-
duto. Seja qual for o critério, pode apresentar fragilidades. Os custos indiretos são classifi-
cados como custos fixos ou variáveis, e isso depende muito da produção.
Vamos utilizar o exemplo da padaria industrial. O aluguel, quando pago um valor
mensal, é considerado um custo fixo, porque independente do número de unidades produzi-
das o valor é o mesmo dentro do período. Já a energia elétrica é considerada um custo
variável, porque o seu consumo vai depender da utilização (produção) dentro do mês, o
qual aumenta ou diminui o valor conforme o número de unidades produzidas.
Ao final desse capítulo, você será capaz de entender como se compõe o custo de cada
elemento de custos, além de saber como distribuir os custos indiretos aos respectivos produ-
tos, conforme critérios que vamos estabelecer. A partir daqui, você já saberá o custo de
produção de uma unidade de produto, que poderá servir como base para a formação de
preços. Vamos lá! Estamos chegando a uma etapa muito importante do entendimento de
custos!
Seção 3.1
Custos com Mão-de-Obra
A mão-de-obra é o elemento humano utilizado para a transformação dos materiais
diretos em um produto. As horas necessárias do pessoal ou da quantidade de funcionários
diretos, utilizados no processo de fabricação é que determina o custo com mão-de-obra. É
muito variável a participação da mão-de-obra no processo produtivo, pois depende do am-
biente em que se utiliza. A mão-de-obra pode ser classificada em mão-de-obra direta e mão-
de-obra indireta, conforme definições a seguir.
31
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
3.1.1 – MÃO-DE-OBRA DIRETA
Mão-de-obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o
produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração de quem executou o trabalho,
sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio.
Martins (2001) define mão-de-obra direta (MOD) como aquela representada pelos
operários envolvidos diretamente na elaboração de um determinado tipo de bem entre os
vários tipos que podem ser elaborados na empresa, numa fábrica ou num setor. É a mão-de-
obra cujo custo pode ser apropriado diretamente a cada um dos diferentes tipos de bens em
elaboração, no momento da ocorrência do custo, ou seja, durante o ciclo produtivo da em-
presa.
Na nossa padaria industrial, por exemplo, a mão-de-obra direta corresponde aos ser-
viços do padeiro, da confeiteira, ou seja, do pessoal que está ligado à produção do produto.
É literalmente quem põe a mão na massa! É quem faz parte dos setores de produção, quem
vai amassar, sovar, modelar, assar, embalar...
O custo da mão-de-obra direta é o custo de todas as atividades relacionadas com a
contratação, treinamento e apoio de pessoal, incluindo salários, gratificações, encargos so-
ciais e encargos trabalhistas.
3.1.1.1 – O que Integra a Mão-de-Obra Direta
Para calcular o custo da mão-de-obra direta é preciso calcular qual o valor a ser atri-
buído por hora de trabalho, baseado na legislação e no contrato de trabalho. São direitos do
trabalhador: repouso semanal remunerado, férias, 13º salário, contribuição para o INSS,
remuneração dos feriados, faltas abonadas, FGTS, e outros garantidos por acordos ou con-
venções coletivas de trabalhodas diversas categorias profissionais.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
32
Quadro 2: Base para Cálculo do Custo com Pessoal
Quadro 3: Número de Horas que o Trabalhador Oferece à Empresa
Fonte: Martins (2001).
3.1.1.2 – Ociosidade
De acordo com Martins (1998), caso a ociosidade seja normal e o operário esteja sen-
do mantido parado, o mais comum é a acumulação desse tempo como Tempo Improdutivo
dentro dos Custos Indiretos para rateio à produção geral. Quando houver paradas apenas
em determinadas épocas do ano, a empresa precisa utilizar um sistema de provisionamento
para rateio desses custos indiretos a todos os produtos feitos no ano, e não somente aos
elaborados no mês ou nos poucos meses em que houver o tempo não utilizado da mão-de-
obra.
DESCRIÇÃO VALORES 
Salário Base 
( + ) Adicionais 
( +) Insalubridade 
Ou periculosidade 
SUB TOTAL 
( + ) Provisão 13º salário 
( + ) Provisão de Férias 
( + ) Provisão 1/3 s/ Férias 
 SUB TOTAL 
( + ) FGTS 
( + ) INSS 
( + ) Outros 
( + ) Previsões 
 TOTAL DE CUSTO C/ MOD 
 
Nº total de dias no ano ou mês 
( – ) Repousos semanais remunerados 
( – ) Férias 
( – ) Feriados 
( = ) Nº máximo de dias à disposição do empregador 
( x ) jornada máxima diária (em horas) 
( = ) Nº máximo de horas à disposição por ano ou mês 
 
33
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Entretanto, se a parada for obrigatória por causa do tipo de produto que vem a seguir
pode ser interessante que esse valor seja apropriado diretamente ao produto ou à ordem de
produção; isso se realmente o produto elaborado tiver como requisito constante tal parada
para preparação, fazendo parte da própria programação de sua fabricação. Se a preparação
ou outro tempo parado se dever não ao produto que vai ser elaborado, e sim ao que acabou
de ser produzido, deve então ser atribuído a este.
Cabe salientar, que nos dias atuais, nem sempre o mercado paga o custo da ociosida-
de. Diante da competitividade e da concorrência por preços, inserir a ociosidade como um
custo indireto pode contribuir com a exclusão do produto do mercado. Simplesmente repas-
sar esse custo aos produtos, num primeiro momento parece ser confortável, mas pode ser um
grande problema aos gestores por não identificar os gargalos do seu processo produtivo, não
atacando o problema com eficiência. Antes de repassar esse custo aos produtos, é preciso
fazer uma avaliação da causa desse tempo de parada e depois avaliar se é possível atribuí-lo
ao produto. Caso for essa a opção, avaliar que impactos isso tem na formação do preço de
venda.
3.1.2 – MÃO-DE-OBRA INDIRETA
Se for necessário rateio sob qualquer critério para distribuir o custo da mão-de-obra,
devemos classificá-la como indireta. Considera-se mão-de-obra indireta todo o trabalho que
não pode ser perfeitamente identificado como pertencente a determinado produto.
Martins (2001) define Mão-de-obra Indireta como aquela representada pelos operários
ou outras categorias profissionais que não estão envolvidos diretamente na elaboração de
determinado tipo de bem, entre os vários tipos em elaboração. É a mão-de-obra comum a
vários tipos de bem em produção, cuja parcela pertencente a cada tipo de produção ou
função de custo é impossível de ser determinada no momento de sua ocorrência. Conforme
nosso exemplo da padaria industrial, a mão-de-obra indireta corresponde ao pessoal de
limpeza, vigilância, gerente de produção, ou seja, quem está no suporte para que a produ-
ção aconteça.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
34
Os gastos com mão-de-obra variam muito de acordo com o tipo de atividade de uma
empresa, do tipo de tecnologia utilizada, da qualificação dos recursos humanos necessários,
entre outros fatores. Utilizando o exemplo da padaria industrial, o custo com mão-de-obra
direta em relação à unidade fabricada, vai variar dependendo do tipo de produto, do tempo
necessário para a elaboração do mesmo, da quantidade de pessoas envolvidas, além do
nível de automação da indústria.
Se o processo de produção da empresa é bastante artesanal, utiliza muita mão-de-
obra na elaboração do produto e seu custo tem uma representatividade maior na formação
do custo e preço do produto. Se a indústria possui um nível médio ou alto de automação, o
custo com mão-de-obra direta em relação à unidade produzida vai ser menor, chegando ao
máximo de 5% do custo do produto. No segundo caso, vão existir outros custos como a
depreciação das máquinas, o consumo de energia, entre outros que vão ter uma
representatividade maior na composição do custo final.
Em termos gerais, podemos dizer que mão-de-obra é o recurso aplicado pela empresa
no serviço humano, quer em atividades diretamente produtivas, quer em atividades de ven-
das, distribuição e de administração.
Seção 3.2
Custos com Materiais
Entende Schier (2006) que o controle é de suma importância e inicia com a aquisição
pelo departamento de compras, que deverá obedecer a critérios técnicos de avaliação da
qualidade da mercadoria ou material e compatibilidade de preço.
A continuação do processo de controle procede até o processo final de transformação
e segue as seguintes etapas:
35
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
• Almoxarifado – controle diário por meio de sistemas de entrada
das mercadorias ou materiais e controle das saídas por meio de
requisições. No recebimento dos materiais deve ser procedida
uma vistoria do acondicionamento para evitar desperdícios.
Serve de base para os registros contábeis e também controle
físico de estoque.
• Controle dos desperdícios e das perdas de materiais – é ine-
rente, porém evitável, que durante o processo de produção ocor-
ra desperdício e perda de materiais que fazem parte da expecta-
tiva da empresa.
• Controle de rotina com perdas anormais – Com que freqüên-
cia ocorre, mesmo que involuntariamente, avaliação das cau-
sas e medidas de precaução. Exemplo: acabou a produção do
produto e veio um temporal que inundou toda a fábrica, todos
os produtos foram danificados.
3.2.1 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E CONTROLE DE ESTOQUES
Os métodos de avaliação de estoques visam separar os cus-
tos dos materiais, mercadorias e produtos entre o que foi consu-
mido ou vendido e o que permanece em estoque.
Vários são os métodos, nem todos aceitos pelo fisco em termos
tributários, de acordo com a legislação do imposto de renda. Neste
componente serão trabalhados os dois métodos utilizados pelas or-
ganizações e que são legalmente aceitos no Brasil, os quais são:
• PMPM – Preço Médio Ponderado Móvel: cada entrada por
custo diferente do custo médio anterior altera o custo médio, e
cada saída altera o fator de ponderação. A baixa é feita a cada
venda ou comunicação de consumo.
Baixa
Na empresa comercial você
vende mercadorias. Exemplo:
uma loja de con fecções tem
100 camisas em estoque e
vende 5 num dia; a baixa vai
ocorrer no momento da venda.
Já na empresa industr ial você
produz. Exemplo: quando vai
produzir pão você vai utilizar
10 kg de farinha na sua receita;
no estoque de matéria-prima
você tem 100 kg de farinha e
você vai baixar 10 kg pelo
consumo da sua receita; ou
seja, a baixa vai ocor rer
quando a matér ia-prima vai
para a produção.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
36
• PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai: nesse método, as baixas do estoque são
efetuadas pelo custo mais antigo, ou seja, o estoque é baixado à medida que ocorrem as
vendas pelo custo que ocorreu primeiro.
Segundo Schier (2006), esses métodos estão entre os aceitos pelo fisco em virtude de
proporcionarem uma base de cálculo do imposto de renda julgada adequada para fins de
arrecadação.
O valor finaldo produto de uma empresa é composto por vários componentes, e um
destes é a matéria-prima ou custo de materiais diretos, que estão diretamente ligados ao
objeto de custo.
A Contabilidade de Custos com Materiais diz respeito ao levantamento, registro e forneci-
mento de dados envolvendo a circulação de materiais na empresa. Conforme Horngren, Foster
e Datar (1999), os custos de materiais são os custos de aquisição de todos os materiais que
posteriormente se tornam parte do objeto de custo (ou seja, unidades acabadas ou em processo)
e que podem ser identificados com o objeto de custo de maneira economicamente viável.
Neste sentido, pode-se dizer que a Contabilidade de Custos envolvendo materiais, está
diretamente ligada ao produto da empresa, podendo ser facilmente identificado o custo
agregado ao produto.
3.2.2 – CÁLCULO DOS CUSTOS COM MATERIAIS (ESTOQUES)
Os materiais abrangem uma vasta gama de insumos, suprimentos, produtos e mercadorias.
• Insumos são todos os materiais necessários no processo de produção de bens e serviços.
• Suprimentos são todos os materiais necessários ao preenchimento das condições de fun-
cionamento das instalações e equipamentos.
• Produtos são os frutos da produção e ou fabricação própria, resultado da transformação
de bens e serviços em outros bens e serviços.
• Mercadorias são bens adquiridos pela empresa, para revenda, sem transformação.
37
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
O custo dos materiais adquiridos deve incluir todos os gas-
tos necessários para que ele chegue ao estabelecimento da entida-
de compradora. Na realidade, o custo de uma mercadoria adquiri-
da não é somente o valor constante da nota fiscal, mas o resultan-
te da soma deste com todos os gastos necessários para a coloca-
ção do produto em condições de venda. Normalmente, serão os
custos de fretes e seguros que aparecerão com maior freqüência.
Os materiais quando adquiridos são ativados no grupo de-
nominado de estoques, ocorrendo a baixa pela efetiva utiliza-
ção, seja ela na produção (ex: matéria-prima) ou no consumo
(ex: material de expediente), ou na comercialização (venda).
Os estoques representam um dos mais importantes grupos
do conjunto patr imonial , sendo class i ficado como ativo
circulante. A sua correta determinação é imprescindível no mo-
mento da apuração do resultado do exercício por tratar-se de um
dos componentes do cálculo do lucro líquido. Concei tualmente,
é possível identificar estoques como bens adquiridos ou produzi-
dos, com o objetivo de venda ou utilização pela empresa, em suas
atividades operacionais.
A contabilização de compras de itens de estoques, assim
como os itens das vendas a terceiros, deve ser o custo da trans-
missão do direito de propriedade dos mesmos. Dessa forma, a com-
posição dos estoques deve se dar pela posse de direito e não pela
posse física.
Segundo Iudícibus (1990), normalmente, os estoques são
compostos por:
a) Itens que existem fisicamente em estoques, exceto os que es-
tão fisicamente na empresa, mas que são de propriedade de
terceiros (consignações);
Ativo circulante
Grupo de contas do Ativo de
uma empresa, que signif ica os
bens e dire itos da mesma.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
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b) Itens adquiridos pela empresa, mas que estão em trânsito, a caminho na data do balanço;
c) Itens da empresa que foram remetidos para terceiros em consignação;
d) Itens de propriedade da empresa que estão em poder de terceiros para armazenagem,
beneficiamento, embarque, etc.
3.2.3 – CÁLCULO DO CONTROLE DE ESTOQUES – MÉTODOS PEPS E PMPM
O Método PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai), também conhecido pelas ini-
ciais em inglês FIFO (First In, First Out), considera os custos históricos realmente sucedidos,
em ordem, rigorosamente cronológica, quando do registro da saída de materiais.
O Método PMPM (Preço Médio Ponderado Móvel) realiza uma média dos custos his-
tóricos realmente sucedidos (valores reais) entre custos dos estoques e custos de aquisições.
Estes custos são ponderados pelas respectivas quantidades em estoque e adquiridos, e a
média é recalculada a cada nova entrada de materiais (a cada nova aquisição).
Quadro 4: Exemplo – Suponhamos que em Março Deste ano o Movimento
do Depósito de Certo Tipo de Material Tenha Sido Conforme Apresentado neste Quadro
A Ficha Físico Financeira de Controle de Estoque para os dois métodos relacionados
com o preço (custo) de aquisição, teria a seguinte configuração:
Histórico Data Entrada Custo Aquisição Saída Estoque Inicial 
Estoque Inicial 01/03 5.000 kg 
Compra 04/03 4.000 kg R$ 21,00 
Consumo Fábrica 09/03 2.000 kg 
Consumo Fábrica 14/03 6.000 kg 
Compra 24/03 2.000 kg R$ 29,00 
Consumo Fábrica 28/03 1.999 kg 
 
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Quadro 5: PEPS – Primeiro Que Entra, Primeiro Que Sai (FIFO-First In, First Out)
Quadro 6: PMPM – Preço Médio Ponderado Móvel
No exemplo proposto temos, para o mês de março:
A apropriação dos custos com materiais, tanto primários (matérias-primas, materiais
secundários e componentes) quanto materiais auxiliares (materiais de limpeza, de laborató-
rio e de expediente) está intimamente ligada ao controle dos estoques.
PEPS ENTRADA SAIDA SALDO 
Histórico Data Quant. Custo Valor Total Quant. Custo Valor Total Quant. Custo Valor Total 
Estoque 
inicial 1/mar 5000 20,00 100.000,00 
Compra 4/mar 4.000 21,00 84.000,00 9000 184.000,00 
Consumo 9/mar 2000 20,00 40.000,00 7000 144.000,00 
Consumo 14/mar 3000 20,00 60.000,00 4000 84.000,00 
Consumo 14/mar 3000 21,00 63.000,00 1000 21.000,00 
Compra 24/mar 2.000 29,00 58.000,00 3000 79.000,00 
Consumo 28/mar 1000 21,00 21.000,00 2000 58.000,00 
Consumo 28/mar 999 29,00 28.971,00 1001 29.029,00 
TOTAL 6.000 142.000,00 9.999 212.971,00 1001 29.029,00 
 
PMPM ENTRADA SAIDA SALDO 
Histórico Data Quant. Custo Valor Total Quant. Custo Valor Total Quant. Custo Valor Total 
Estoque 
inicial 1/mar 5000 20,00 100.000,00 
Compra 4/mar 4.000 21,00 84.000,00 9000 20,44 184.000,00 
Consumo 9/mar 2000 20,44 40.888,89 7000 20,44 143.111,11 
Consumo 14/mar 6000 20,44 122.666,67 1000 20.444,44 
Compra 24/mar 2.000 29,00 58.000,00 3000 26,15 78.444,44 
Consumo 28/mar 1999 26,15 52.270,15 1001 26,15 26.174,30 
TOTAL 6.000 142.000,00 9.999 215.825,70 1001 26,15 26.174,30 
 
Método/Valor PEPS PMPM 
Consumos 212.971,00 215.825,70 
Estoque Final 29.029,00 26.174,30 
Valor Total 242.000,00 242.000,00 
 
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
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3.2.4 – CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O CONTROLE DOS ESTOQUES
A perfeita organização e o eficiente funcionamento do controle dos estoques, exigem
a observância de certas regras básicas, a saber:
a) O almoxarifado deve dispor exclusivamente do controle físico dos materiais, efetuado
através de fichas ou de sistemas informatizados;
b) O controle físico monetário deve estar a cargo de outro órgão, que também prepara todos
os relatórios concernentes a entradas ou insumos de materiais;
c) As entradas de materiais, bem como as devoluções e acertos de diferenças, devem obede-
cer a um fluxograma rigorosamente determinado, de forma a definir perfeitamente os
procedimentos e responsabilidades;
d) Toda a movimentação de materiais deve ser realizada com base nos competentes documen-
tos de controle: requisições de materiais e notas de devolução de materiais ao almoxarifado;
e) Se possível, deve ser implantado um sistema rotativo de auditoria dos estoques, de forma
a obter permanente correspondência entre os saldos (da ficha ou do sistema) e os saldos
físicos e, ao mesmo tempo, dificultar os desvios demateriais.
Beulke e Berto (2005) salientam que a organização dos materiais diretos e indiretos não
apresenta diferenciação. Esta se encontra apenas na forma de apropriação desses custos.
Seção 3.3
Custos Indiretos de Produção e/ou Fabricação
Os custos indiretos de fabricação são formados por aqueles custos que não se pode
identificar ao portador final, ou seja, não se pode mensurar quanto deste custo realmente
pertence a determinado produto ou serviço final. Por essa razão, para alocar esses custos
são utilizados critérios de rateio.
41
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
É preciso ter cuidado no momento de escolher a base do critério de rateio a ser usada;
isso poderá provocar um resultado equivocado que não reflete o valor real deste custo, afe-
tando assim, a avaliação dos estoques, bem como para fins gerenciais (tomada de decisão) e
de controle do sistema de custos.
Segundo CRS-SP (1992), a evolução tecnológica na área e no desenvolvimento de
produtos implicou redução significativa na quantidade de matéria-prima consumida por
unidade de produto acabado, tornando esse custo direto muito menos importante. A capa-
cidade tecnológica e a própria sofisticação crescente nos hábitos dos mercados consumido-
res têm resultado em maior diversidade de produtos e de suas características de desempe-
nho. Um produto básico pode, hoje, apresentar diferentes versões e modelos em termos de
desempenho e outras características. Cada vez mais são desenvolvidos novos produtos e
novas formas de desempenhar uma função ou de atender uma necessidade.
Essa discussão mostra, com clareza, a relevância crescente dos processos de alocação
de custos indiretos de fabricação, tanto no que se refere à demonstração dos resultados e da
posição financeira das organizações quanto a outras dimensões importantes da gestão em-
presarial.
3.3.1 – PREVISÃO DA TAXA DE APLICAÇÃO DE CUSTOS
 INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (PRODUÇÃO)
Para Martins (1998) alguns custos indiretos não ocorrem homogeneamente durante o
período. É comum encontrarmos empresas que têm a quase totalidade da manutenção rea-
lizada em certas épocas do ano. Ou então existem as férias coletivas, e nesses casos temos
necessidade de distribuir esses custos à produção do ano, já que não podemos descarregar
tais itens como despesas ou apropriá-los ao mínimo de bens fabricados.
Leone (1997) relata que caberá à Contabilidade de Custos expurgar dos custos os
efeitos da flutuação imprevista, para poder prestar aos diversos níveis gerenciais informa-
ções que reflitam, antes de tudo, as operações normais.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
42
Segundo Martins (1998), a empresa terá que prever quais os custos indiretos de fabri-
cação ocorrerão, como serão distribuídos pelos diversos departamentos, e como serão alocados
aos produtos. Precisa antecipar o que fará até o final do período para trabalhar com essa
previsão. São necessárias:
• Previsão do volume de produção;
• Previsão dos CIF variáveis totais, a partir da previsão do volume de produção;
• Previsão dos CIF fixos para o período;
• Fixação do critério de apropriação dos CIF aos produtos.
De acordo com Leone (2000), contabilmente, a administração das despesas indiretas
observará:
a) Cada departamento da empresa – seja de apoio ou operacional – fará a estimação das
suas despesas de fabricação. Esse trabalho de estimação é feito antes que o período em
estudo se inicie e as previsões são feitas segundo as condições normais em que serão
realizadas as operações;
b) É feita a apropriação das despesas de fabricação dos departamentos de apoio para os
departamentos operacionais;
c) Para cada departamento produtivo, seleciona-se uma base de rateio. O pessoal operacional
faz a estimação dos quantitativos de cada base de rateio, para o próximo período, de
acordo com o nível de atividade que espera executar;
d) A divisão das despesas estimadas de cada departamento pelo quantitativo estimado da
base de rateio determina a taxa predeterminada de absorção das despesas que será utili-
zada para debitar a produção durante o período em estudo;
e) As despesas de fabricação de cada departamento serão debitadas aos produtos que pas-
sam pelos departamentos pela multiplicação da taxa predeterminada pela quantidade
real da base de rateio selecionada;
43
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
f) A Contabilidade registra as despesas de fabricação que vão realmente acontecendo, em
cada departamento;
g) É feita a apropriação das despesas e fabricação reais de cada departamento de apoio para
os departamentos produtivos;
h) A Contabilidade de Custos compara as despesas de fabricação que foram aplicadas à
produção do período pelo emprego da taxa predeterminada com as despesas de fabrica-
ção reais.
3.3.2 – DESVANTAGENS DE DISTRIBUIÇÃO DOS CUSTOS
 INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (PRODUÇÃO)
Conforme Leone (2000), é necessário um trabalho administrativo, às vezes muito caro
para descobrir as bases de rateio mais apropriadas e mantê-las atualizadas. Quando o nú-
mero de departamentos cresce, o esforço de distribuição e de controle de sua execução é
muito grande e demorado.
As bases de rateio são normalmente parâmetros operacionais quantitativos. É preciso
que a Contabilidade de Custos se dimensione adequadamente para planejar e executar a
coleta desses parâmetros onde quer que se encontrem, como também, se arme de instrumen-
tos e recursos humanos para manter em dia os registros desses mesmos dados físicos.
É preciso cuidado para que não se chegue a registrar diferenças nos custos dos produtos
em virtude dos enganos na disposição (estrutura) das bases de rateio. Quando a empresa é
pequena, não faz rateio de custos indiretos, exatamente porque o trabalho é dispendioso e seu
custo não vai ser compensador quando comparado com os benefícios advindos da distribui-
ção em termos de informações gerenciais. Porém, quando a empresa começa a crescer e atinge
determinado padrão, sua administração já precisa fazer rateio para apuração dos custos.
Quando um sistema de custos faz com que a quantidade de custos indiretos diminua
esse sistema deve ser adotado. A departamentalização é uma providência útil e que vai ao
encontro do trabalho de diminuição dos custos que precisam ser rateados.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
44
Assim, é fundamental que se tenha em mente o custo benefício de se fazer ou não o
rateio dos custos indiretos, se é o mais apropriado diante das necessidades e dos interesses
da empresa.
• Custos Indiretos de Produção Fixos
Custo indireto é todo aquele custo que não é facilmente identificado ao produto e, por
isso, necessita de rateios para poder apropriar seu valor ao produto ou serviço. A denomina-
ção custo fixo ocorre pelo fato de que este tipo de custo, dentro de um determinado período,
permanece constante em relação ao volume total de serviços. Exemplos: Seguros; IPTU;
Depreciação prédio; Depreciação veículos; Pró-labore; Mão-de-obra indireta, entre outros.
• Custos Indiretos de Produção Variáveis
Em relação aos custos indiretos variáveis, são assim chamados aqueles custos, como o
próprio nome diz, que variam em relação ao volume, ou seja, quanto maior o número de
serviços maior será o valor do custo variável. Exemplos: energia, água; material limpeza,
manutenção eventual, entre outros.
3.3.3 – CRITÉRIOS DE RATEIO DOS CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS
Existem vários critérios de rateio que podem ser utilizados pelos profissionais de Cus-
tos para alocar os custos indiretos de fabricação, porém, é necessário verificar quais critérios
que melhor se relacionam com os custos dos produtos. Para tanto, é fundamental o conhe-
cimento detalhado do sistema de produção.
Conforme Leone (1997), as basesde rateio (critérios de rateio ou de bases de volume)
são estabelecidas pela Contabilidade de Custos, após um trabalho de análise das atividades
de cada departamento, que faz com os responsáveis técnicos pelas operações fabris.
As bases de rateio mais comuns são as unidades produzidas (ou qualquer outra relacio-
nada a um quantitativo operacional), horas de máquinas, horas de mão-de-obra direta,
custos dos materiais, quantidades de materiais, custos da mão-de-obra e transações ou ati-
45
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
vidades. A escolha vai depender das características do ambiente produtivo, pois cada cená-
rio de produção é um cenário diferente. A Contabilidade de Custos vai aplicar a base de
rateio que for mais condizente com as operações, aquela que fornecer a mais realista infor-
mação de custos e aquela que for útil para a análise do desempenho das operações.
Para Martins (1998), departamentos cujos custos sejam predominantemente fixos de-
vem ser rateados à base de potencial de uso, e departamentos cujos custos sejam predomi-
nantemente variáveis devem ser rateados à base dos serviços realmente prestados. Se não
houver predominância de um ou outro e o valor do custo total, em reais, for grande, pode
haver um rateio misto.
Leone (1997) relata que, se o ambiente produtivo é intensivo em mão-de-obra e o
valor da mão-de-obra é o item relevante, a Contabilidade de Custos analisará o emprego da
melhor base de rateio que poderá ser qualquer uma ligada à mão-de-obra. Caso a empresa
seja de capital-intensivo, em que as operações são automáticas, em que a mão-de-obra não
seja relevante em termos econômicos, a Contabilidade de Custos deverá utilizar a base de
volume mais coerente.
Como visto, apesar de conter certo grau de subjetividade, a escolha do critério de ra-
teio mais adequado e eficaz para cada empresa, pelo profissional de Custos, baseia-se, prin-
cipalmente, no conhecimento que o profissional tem do processo produtivo em questão, bem
como da necessidade e utilização das informações resultantes.
A utilização de um ou outro critério de rateio poderá provocar alterações no custo dos
produtos mesmo sem que ocorram mudanças no processo produtivo. Assim, segundo Martins
(1998), se todos os produtos feitos forem vendidos no mesmo período, o efeito da alteração do
critério de rateio não será sensível na avaliação do resultado global da empresa. Mas se parte da
produção ficar estocada, na forma de produtos acabados ou em elaboração, poderão existir
alterações artificiais no resultado. Caso os produtos estocados no final do período tenham sido
“beneficiados” pela modificação do critério de rateio e tenham, por isso, recebido menos custo
indireto do que recebiam antes, o resultado aparecerá também por um montante menor do que
aquele que seria apresentado caso não tivesse havido a alteração. Isso porque os custos indire-
tos não jogados sobre os itens estocados teriam sido apropriados aos outros, que foram vendi-
dos, e assim, seriam jogados como Despesas (Custo dos Produtos Vendidos) no Resultado.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
46
3.3.4 – DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Pode-se definir departamento como sendo uma unidade operacional representada por
um conjunto de homens e/ou máquinas de características semelhantes, que desenvolvem
atividades homogêneas dentro de uma mesma área.
A departamentalização é a divisão da empresa em áreas distintas, de acordo com as
atividades desenvolvidas em cada uma dessas áreas. Estende-se às diversas áreas das orga-
nizações: industrial, administrativa, comercial. Esses departamentos recebem nomes de acor-
do com sua composição funcional direta no sistema produtivo ou não, como é o caso dos
departamentos de serviços, conhecidos como auxiliares, pois prestam serviço a outros depar-
tamentos e têm seus custos transferidos para aqueles que deles se beneficiam.
Dependendo da nomenclatura utilizada nas empresas, essas áreas poderão ser chama-
das de departamentos, setores, centros, atividades, outras. Departamentalização é a divisão
da empresa em departamentos, com a finalidade de melhor compreender a estrutura da en-
tidade e, assim, racionalizar a alocação dos custos.
Em uma indústria, por exemplo, existe uma gama muito grande de departamentos.
Para a contabilidade de custos interessam apenas os setores ligados aos produtos fabricados
e os que prestam serviço àqueles. Estes dois tipos de departamentos são classificados em:
a) Departamentos Produtivos: atuam diretamente na industrialização do produto ou na
prestação do serviço. Neles promovem-se modificações no produto. Exemplo: indústria
de camisas.
b) Departamentos Auxiliares: têm como característica auxiliar os departamentos produti-
vos; existem para prestar serviços aos demais departamentos. Neles não ocorre nenhuma
ação direta sobre o produto. Exemplo: indústria de camisas.
Preparação 
tecido Corte Costura Acabamento Embalagem 
 
Manutenção Almoxarifado Suprimentos 
Controle de 
qualidade 
Administração 
 
47
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Seção 3.4
Centro de Custos
Uma vez definida a estrutura departamental da empresa, nota-se que quase sempre
um departamento é um centro de custos, ou seja, nele serão apropriados os custos indiretos
para posterior apropriação aos produtos fabricados.
O centro de custos é, portanto, um sistema organizacional de atividades integradas de
unidades de trabalho, de forma a possibilitar o cumprimento de objetivos previamente esta-
belecidos do departamento de produção. O fato gerador de integração entre as partes é o
fluxo de informações.
• Centro de Custos: é a menor unidade de acumulação de custos, sendo representada por
homens, máquinas e equipamentos de características semelhantes que desenvolvem ati-
vidades homogêneas relacionadas com o processo produtivo.
• Centros de Custos Produtivos (CCP): centros de custos por onde os produtos passam
durante o processo de fabricação e nos quais são transformados ou beneficiados. Exem-
plo: corte, costura, pintura, acabamento, etc.
• Centros de Custos Auxiliares (CCA): centros de custos que fazem parte do processo
produtivo, mas não atuam diretamente nos produtos. Prestam serviços ou dão apoio
aos CCP. Exemplo: manutenção, planejamento, refeitório, administração, almoxarifado,
etc.
O Quadroa seguir, apresenta o Mapa de Localização dos custos indiretos, onde você
poderá observar, conforme o exemplo da indústria de camisas, a forma pela qual é realizada
a separação entre departamentos auxiliares e produtivos (departamentalização), o rateio
dos custos indiretos aos departamentos conforme critérios definidos pelos profissionais de
custos, e posteriormente a definição do custo indireto por tipo de produto.
C USTOS E FORMA ÇÃO DO PREÇO DE VENDA
48
As etapas para rateio dos custos indiretos aos produtos são as seguintes:
• Primeira: separar os gastos em custos e despesas;
• Segunda: separar os custos em custos diretos e indiretos;
• Terceira: inserir os custos indiretos no Mapa de Localização de Custos (MLC), para serem
rateados nos departamentos que os utilizaram, ou seja, nos departamentos auxiliares e
de produção;
• Quarta: ratear os custos indiretos aos departamentos auxiliares e produtivos da empresa
conforme critérios pré-estabelecidos. Exemplos: aluguel – conforme a área ocupada por
cada departamento, setor, atividade;
• Quinta: cabe aos departamentos auxiliares, que não trabalham com o produto, dar o
suporte para que a produção aconteça com sucesso e estes não repassam seus custos aos
departamentos de produção conforme critérios estabelecidos a partir de discussões com
os gestores dos departamentos envolvidos. Exemplos: o almoxarifado pode repassar os
custos do seu departamento para os departamentos

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