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Desenho Técnico Unidade 1 - Introdução ao Desenho Técnico Desenho Técnico: conteúdo imprescindível no dia a dia de qualquer engenheiro x Desde o entendimento de vistas explodidas em manuais técnicos até elaboração de projetos de máquinas e edificações História: necessidade do homem de representar o que via ou as ideias que tinha (ferramentas, máquinas ou edificações) x Desenho: técnica de representação por meio de traços x A técnica se desenvolveu e se transformou em arte x Os objetos eram representados como eram vistos pelos de- senhistas: e por isso havia diferença de percepção – cada um via de um jeito x O desenho (ou representação gráfica) – não era o suficien- te: de posse dos desenhos ainda não era possível reproduzir os objetos em suas reais dimensões x Além do esboço/desenho, o inventor tinha que dar de- talhes da construção – e isso nem sempre era possível x Revolução Industrial: tornou evidente a necessidade de definição de regras para desenhos de projetos – de forma a exprimir orientações e técnicas de construção e montagem x Aí nasce a separação entre desenho técnico e artístico: a principal diferença é que o primeiro utiliza álgebra e matemá- tica, além de ser regido por normas técnicas – e o segundo não x Gaspard Monge (1746-1818): matemático francês que desenvol- veu os métodos de representação gráfica atualmente existen- tes – ele percebeu que as técnicas da época não possibilitavam transmitir ideias de forma “completa, correta e precisa” x Desafio: representar comprimento, largura e profundidade (3D) em uma prancha de desenho que é 2D (só tem compri- mento e largura) x Solução: usar Geometria Descritiva ou Geometria Mongeana – em suma, representar as faces dos objetos por meio de linhas que as projetam nos planos x Peça com 2 faces: 2 desenhos representativos – e assim por diante A Geometria Descritiva é a base do Desenho Técnico. Utilidade do Desenho Técnico na Engenharia: projetos de engenharia (desenvolvimento e criação) estão diretamente ligados à expressão gráfica – e soluções gráficas podem até substituir cálculos x Desenvolve raciocínio, senso de rigor geométrico, iniciativa e organização – além da linguagem gráfica (desenhar algo que será executado por terceiros) x Exemplos de leitura gráfica: retirar do projeto quais e quantos materiais serão necessários (para uma edificação, p. ex.); reco- nhecer os equipamentos, usos, alocações e fluxos de produção (para uma área produtiva, p. ex.) x Função dos desenhistas: x No passado: foco nas técnicas geométricas e matemáticas (usadas para desenhar com precisão as figuras desejadas) x Atualmente (advento dos softwares de desenho computa- cional): foco na produção e melhoria tecnológica Campos envolvidos no processo de leitura e produção de projetos: são complementares, devem se comunicar e trabalhar de forma equilibrada para resultar em projetos de qualidade 1. O código: desenhos de símbolos convencionados x Ex.: a letra grega ∅, p. ex., é usada para valor do diâmetro 2. As técnicas: de desenho ortogonal + instrumentos + programas computacionais de desenho 3. A geometria: ideias matemáticas subentendidas no desenho Normas Básicas da ABNT: voltadas para o Desenho Técnico x Surgiram da necessidade dos países regularem o processo de modelagem e construção de projetos: uso das mesmas formas e representações por todos x Brasil: regulação é feita pela ABNT (Associação Brasileira de Normas técnicas), tendo como fonte a ISO (International System Organization) Projeções das faces: girava a peça em um plano perpendicular ao seu plano de referência e fazia a nova projeção até que todas as faces da peça estives- sem representadas. 01 x NBR 10647: norma brasileira que define os tipos de desenhos técnicos - eles se diferem quanto: x Ao aspecto geométrico: x Projetivo: projeções ortogonais, perspectivas x Não projetivo: diagramas, esquemas, fluxogramas x À elaboração: esboço (croqui), desenho preliminar ou desenho definitivo x Ao detalhamento: componente, conjunto ou detalhe x Ao material (giz, lápis, tinta, carvão); execução (à mão livre ou no computador) e obtenção (original ou cópia/reprodução) Materiais utilizados no Desenho Técnico: um bom trabalho resulta das técnicas aplicadas e da habilidade do projetista com seus equipamentos de desenho x Mesa ou Prancheta de Desenho: superfície plano e limpa, onde iremos colocar a prancha de desenho (papel) – há modelos com inclinação variável, com gavetas ou com régua paralela embutida x Tampo da mesa: pelo menos, 70 cm do chão x Papel: é recomendado o uso dos papéis sulfurize ou manteiga, pois são opacos ou transparentes, vendidos em rolos ou folhas de tamanho padrão x Muito utilizados, pois aceitam bem grafite, nanquim e tintas x Projetos em padrão A4 são aceitos em papel sulfite x Formatos padrão A, sendo o A0 uma folha com 1 m2 x Fita Crepe: serve para fixar o papel na prancheta – 4 tiras de +/- 10 cm – colar as bordas superiores e depois as inferiores – Desenho Técnico esticar bem o papel (ficar bem encostado na prancheta) x Também dá para usar a régua T como limite superior do papel e assim fixar os cantos com a fita. x Lápis e lapiseiras: possuem graus de dureza diferentes, variando de acordo com o grafite usado x Traço mais fino: deve-se usar grafite de maior dureza x Traço mais robusto: deve-se usar grafite mais macio x Lápis: macios (B), médios (HB) e duros (H) x Lapiseiras 0,5mm ou 0,3mm para traços finos e 0,7mm para traços fortes - usar ponteira de aço para não quebrar o grafite no momento do desenho x No curso será usado lápis HB e para traços mais finos sugere-se lápis H x Borracha: usar as macias, que não rasgam as pranchas (papel) x Como apagar: segurar o papel com a mão esquerda e apagar com a mão direta (da esquerda para a direita) x Réguas: x T (móvel): percorre a prancheta no sentido vertical - destina-se a traçar linhas (horizontais e paralelas entre si) e serve de base para o apoio dos esquadros: verticais ou com determinadas inclinações x Paralela (presa): é uma evolução da régua T - em acrílico, é fixada na prancheta por meio de parafusos e cordoamentos de nylon especial x Graduada: medir e auxiliar no desenho de linhas retas x Deve ser de boa qualidade, sem deformações ou rebarbas e serve para a marcação das medidas dos desenhos x Pode substituir a régua T ou régua paralela - usar a técnica de construção de retas paralelas à margem do papel (o que é muito trabalhoso!) x Esquadros: permitem traçar linhas em vários ângulos x Geralmente é um isósceles (45°) e um escaleno (30°/60°) x .Com as réguas (T ou paralela) dá para traçar retas parale- las e perpendiculares x Compasso: usado para construção de circunferências e para transpor medidas lineares x São duas pontas - ponta seca (metálica) e ponta úmida (com grafite de média dureza, sempre bem lixado) x Calibração: as duas pontas devem se tocar quanto fechado x Construção de grandes circunferências: usar alongadores ou esticar as pernas do compasso x Outros modelos: compassos de mola, compasso bomba (pequenas dimensões), compassos de redução (convertem escalas) x Traçar circunferências em papel sulfurize: colar fita crepe no centro, para a ponta seca não rasgar a folha - ao final, é só retirar a fita crepe. x Escalímetro: instrumento que possui 6 réguas de diferentes escalas, as mais populares entre os desenhistas (formato de prisma triangular) x 3 diferentes formatos: x Tipo 1: escalas 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. x Tipo 2: escalas 1:100, 1:200, 1:250, 1:300, 1:400, 1:500. x Tipo 3: escalas 1:20, 1:25, 1:33, 1:50, 1:75, 1:100. x No livro cita o tipo 1, o mais usado - redução/múltiplos de 5 x Servepara representar objetos em uma escala maior ou menor - conserva a proporção objeto e tamanho real x Régua graduada é um escalímetro de escala 1:100 x Não usar para traçar linhas, para não desgastar as medi- ções - linha se traça com esquadros ou régua T Geometria e Técnicas de Desenho: são usadas para ganhar tempo, mantendo a qualidade do trabalho – facilitam a confecção de formas x Por isso, precisamos aprender noções de Geometria Básica x Formas geométricas: podem ser obtidas por meio de relações geométricas entre retas, semi-retas e curvas 02 x As relações agilizam o trabalho, evitando cálculos desnecessários Principais relações trigonométricas: x Encontrar linha equidistante aos pontos A e B: x Ponta seca em A + abertura maior do que a metade da distância AB - traçar uma circunferência - mesma abertura, traçar outra circunferência com centro em B x Ligar os pontos em que as circunferências se cruzam: essa linha representa todos os pontos equidistantes x A circunferência é um objeto em que todos os pontos externos possuem a mesma distância do centro (são equidistantes). x Para ocorrer o cruzamento entre as circunferências, a abertura do compasso deve ser maior do que a metade - se fosse igual a metade, teríamos apenas um ponto e para traçar uma reta, precisamos de dois pontos (geometria euclidiana confirmando a geometria analítica). x Não é necessário traçar as circunferências inteiras, só as "borboletas" já são suficientes. x Perpendicular que divide AB em duas partes iguais: é só ligar AB (cruzando a linha resposta no ponto M) - teremos os segmentos AM e BM - o ponto médio (M) divide o segmento em 2 partes iguais e a reta é a mediatriz Mediatriz: reta perpendicular ao segmento e que passa pelo ponto médio - é um caso especifico de bissetriz (a bissetriz do ângulo reto) Bissetriz: semirreta que divide um ângulo em dois ângulos congruen- tes (ângulos com a mesma medida) - linha que divide um ângulo qualquer de valor 2a em dois ângulos de mesmo valor a Desenho Técnico x Traçar a bissetriz de um ângulo qualquer: x Ponta seca no vértice do ângulo B – usar qualquer abertura do com- passo – traçar um arco que corte os dois lados (BA e BC), gerando os pontos E e F x Ponta seca em E e depois em F – traçar outros dois arcos que se cruzem no ponto G - linha BG é a bissetriz x Importante: achar a mediatriz (divisão de um segmento em 2 partes iguais) é a mesma coisa que achar a bissetriz (divisão de um ângulo em 2 partes iguais) do ângulo de 180° x Dividir um ângulo reto em 3 partes iguais: x Compasso em abertura qualquer, traçar o arco DE com centro no ângulo reto x Usar mesma abertura, mas com centro em D (marcar o ponto H no arco) x Usar mesma abertura, mas com centro em E (marcar o ponto G no arco) x Traçar uma paralela a uma distância conhecida da reta AB: x Muito usado para edificações com paredes paralelas, con- fecção de linhas paralelas de fluxogramas produtivos x Semelhante ao traçado de uma mediatriz: a diferença é que na mediatriz, construímos a linha em função dos pontos - e na paralela, um ponto é definido para a construção da linha x Marcação de dois pontos equidistantes na semirreta AB, com centros conhecidos (C e D) – centrar o compasso nos pontos equidistantes (abertura maior do que o raio utilizado na marcação anterior) e marcar ponto acima de C e D – ao ligar esses pontos a C e D, teremos duas retas ortogonais x Abrir o compasso com o tamanho da distância paralela e marcar E e F nas linhas ortogonais – EF é passa por uma reta paralela a semirreta AB Tipos de triângulos: x Circunferência tangente a duas retas (concordância): na prática, serve quando uma peça tem seus cantos “aliviados” para mini- mizar os esforços mecânicos; em peças fundidas, onde não se consegue cantos agudos sem haver um trabalho de usinagem; ou na confecção de esquinas em quadras de áreas de estoque ou produção (curvas onde passarão máquinas de movimentação) x Como é feito o traçado de circunferência concordante: dadas as retas r e s, trace uma paralela a r a uma distancia R, definindo um lugar geométrico de todas as circunferências de raio R 03 tangentes a r. Faca o mesmo com a reta s. A interseção das retas e definida como O. x Com o compasso centrado em O e abertura de tamanho R, determine os pontos de tangência T e T’. Apague as linhas que não serão necessárias ao projeto. x Hexágono regular: polígono com seis lados de igual comprimento x O raio R do círculo circunscrito é igual ao comprimento dos lados L - ou seja, possue os lados com o mesmo tamanho do raio do círculo que o inscreve x Como construir um hexágono regular: trace uma circunferência cujo raio R seja o tamanho de um dos lados L do hexágono – essa é a circunferência na qual o hexágo- no estará inscrito. x Trace a reta AB passando pelo centro do círculo e cruzando a circunferência em dois pontos quaisquer. x Defina a posição dos vértices do hexágono com o compasso aberto no mesmo tamanho do raio e, com centro no ponto A, encontre os vértices C e D – repita o procedimento para o ponto B e encontre os vértices E e F – ligue os vérti- ces encontrando os lados do hexágono e apague as linhas desnecessárias. x Útil na construção de desenhos de peças mecânicas com parafusos sextavados vistos de cima - basta saber a medida de uma face do parafuso. x Técnicas para construção de traçados com esquadros e réguas: x Lapiseira deve ser mantida entre os dedos polegar, indicador e médio, enquanto o anular e o mínimo apoiam na folha – pressão exercida na lapiseira deve ser constante e firme, mas não excessiva A soma dos ângulos internos de um triângulo possui resultado fixo e igual para todos os triângulos e independe de sua classificação, forma ou tamanho - e é 180º Confirmação do teorema geométrico: se temos duas retas, p e q, ortogonais entre si, e q e r, ortogonais entre si, então p e r serão paralelas entre si. Desenho Técnico x Os traçados devem apresentar regularidade: uniformidade minuciosamente observada, mantida a espessura escolhida, do inicio ao fim x Linhas contínuas não devem ultrapassar os cantos ou deixar de alcançá-los e os traços das linhas tracejadas devem ter comprimentos aproximadamente iguais e ser eqüidistantes x Como obter linhas ortogonais com esquadro e régua: x Traça-se a linha na horizontal x Marca-se a medida com a régua graduada no traço horizon- tal antes de fazer o traço vertical x Apague a linha restante com a borracha x Com o esquadro, trace a linha vertical faltante x Uso correto dos esquadro e régua paralela: importante para a obtenção da precisão necessária x Eles servem para: x traçado de linhas (ho- rizontais e verticais) x como apoio x traçado de linhas em ângulos determinados x Traçar retas paralelas ou perpendiculares: movimento de um esquadro apoiado sobre o outro fixo x Combinação de esquadros para traçado de linhas com ângulos diferentes: a régua paralela, além de apoiar o traçado de linhas horizontais, serve como apoio aos esquadros. x Divisão de uma reta utilizando esquadros: uma reta qualquer será dividida com base em uma outra reta conhecida (divida AB com o auxílio de régua graduada) x Partindo da reta AB, traçar a reta BC de comprimento conhecido – dividi-la em quantas partes quiser – ligar os vértices finais, formando o segmento AC – basta alinhar os esquadros com a reta AC e construir as paralelas. x Polígonos regulares com esquadros: aproveita-se os ângulos dos esquadros – traçar o pri- meiro lado e marcar o com- primento com o compasso – traçar os lados adjacentes com o esquadro e marcar o mesmo comprimento com o compasso – continue ate fechar o polígonox Procedimento de confecção de arcos a mão livre: marcar as distancias radiais sobre linhas perpendiculares entre si x Símbolos e convenções: regras que buscam facilitar o entendi- mento e padronizar as formas de representação x Tipos e espessuras de linhas x Cores: usar grafite ou tinta na cor preta (no geral) - apesar de alguns trabalhos usarem cores distintas para diferenciar as linhas 04 x Caso use cores diferentes, deve ter a legenda, próxima à região do carimbo x Legenda: quadrado pintado com a cor da linha e a descrição do significado x Caracteres: as letras, caligrafia legível e facilmente desenhá- vel x É padronizado por normas da ABNT: caixa alta delimita- da por linhas paralelas e verticais que formam ângulos retos entre si – na mão (uso dos normógrafos), no computador (é só digitar) x Desenhar letras com inclinação de 75 graus a direita x Cota: x Linha horizontal: acima e paralelo à linha, preferivelmen- te no centro x Linha de conta vertical: preferencialmente do lado esquerdo Linhas horizontais: feitas com a régua paralela ou régua T, sempre da esquerda para a direita Linhas verticais: usar o esquadro apoiado na régua paralela, forman- do um ângulo de 90° com esta, sempre de cima para baixo Desenho Técnico x Cota de meia-vista: colocá-la no centro da peça (acima ou abaixo da linha de simetria) x Não repetir cotas, salvo em casos especiais x Não usar qualquer linha do desenho como “linha de cota” x Evitar que uma “linha de cota” corte uma linha auxiliar x Cotar todas as medidas e as dimensões totais: não esperar que o leitor faça somas/subtrações x Evitar cotar linhas ocultas ou cotas dentro de hachuras x Símbolos: pode omitir diâmetro e quadrado quando a forma for claramente indicada x Escala 1:100 - cada dimensão representada no desenho será 100 vezes maior na realidade x Cada 1 (um) centímetro que medirmos no papel correspon- derá a 100 (cem) centímetros na realidade (ou um metro) x Tipos de escala: x Escala de redução: objeto com tamanho maior que a prancha - Ex.: edificações, terrenos ou bairros residenciais - 1:10 ou 1/10 x Escala de ampliação: objeto de dimensão muito menor que a prancha - Ex.: ampliação da peça real, agulha ou pequeno parafuso de um celular - 10:1 ou 10/1 x Escala natural: objeto de tamanho semelhante à prancha - sem cálculos de conversão - 1:1 x Cálculo de escalas: usar a regra de três simples para calcular uma parede de 3 metros desenhada na escala de 1/50, usando prancha com 297 mm x 211 mm x Colocar todas as medidas na mesma unidade (cm): papel = 29,7 cm x 21,1 cm e parede = 300 cm x Escala 1/50 equivale a 1 cm no desenho = 50 cm da peça x Ou seja, cada 3 m de parede corresponde a 6 cm no desenho x Colocar no carimbo (canto inferior direito da prancha) a escala em que a peça foi representada x Não se lembra qual a escala adotada: medir com esca- límetro ou usar forma proporcional direta x Ex.: aluno desenha uma roda com 5 cm de diâmetro – após medir o objeto, descobre que ela possui 40 cm de diâmetro (real) – qual a escala do projeto? 05 x Para ajustes de escala: usar o Calckit - além de unida- des métricas, também faz conversões de unidades de energia, calor, viscosidade, dentre outras Dimensionamento: formato adequado x Margens: 25 mm (lado es- querdo), 10 mm nos outros lados (formatos A0, A1 e A2) ou 7 mm (formatos A3 e A4) x Carimbo, Legenda ou Selo: contém a identificação do desenho: nome do proprietário ou empresa contratante + número de registro + título e escala do desenho + nome dos responsá- veis pelo projeto e execução + assinaturas + data e número da prancha x Comprimento do carimbo: 178 mm nos formatos A4, A3, A2, e 175 mm nos formatos A1 e A0 x Posição: canto inferior direito (folhas horizontais ou verticais) x Definição da escala de projeto na prancha: escolher a melhor escala de enquadramento, o melhor dimensionamento do projeto (figura, peça ou edificação) x Escala extrapola os limites da prancha: desenho incompleto x Escala subdimensionada: perderá detalhes importantes e visualização correta x Dimensionamento ótimo geralmente está acima de 50% de aproveitamento da área disponível Unidade 2 - Escalas e cotagem Escalas: forma correta para a representação de objetos de dimen- sões muito maiores ou muito menores que a prancha x O tamanho foi o primeiro obstáculo a ser superado pelos dese- nhistas: o uso de escalas foi a solução x Escala de um desenho: relação entre as dimensões deste e as dimensões da peça real que está sendo representada x Tipo mais comum de escala: medidas no sistema métrico - relacio- na as grandezas para a conversão do metro em unidades maiores e menores x As medidas em centímetros, aumentam em 100 vezes quando comparadas com o metro x Ex.: representar 1 metro em uma folha de 30 cm: ideal seria dividir seu valor por 100 e representá-lo como 0,01 m - 1 cm - 1:100 (linguagem de escala) Primeiro número (numerador): medida do desenho Segundo número (denominador): medida do objeto (peça) 𝐸 = 𝑑 𝐷 = 1 𝑁 Sendo: 𝐸 a escala do projeto, 𝑑 é a distância medida no desenho, 𝐷 é a distância real (medida no objeto) e 𝑁 é o módulo da escala. 𝐸 = 𝑑 𝐷 = 1 𝑁 → 𝐸 = 540 = 18 𝑜𝑢 1: 8 Desenho Técnico x O projeto não pode atingir a área do carimbo x Ex.: representação de peça em papel A3 (29,7 cm x 42,0 cm x Altura máxima: considerar distância entre vistas ortogonais (indicado 5 cm), distribuição das cotas e nome da vista + descontar margens x Se usar escala natural 1:1 x Direção Horizontal: 15+5+8 = 28 cm < (42 - 3) cm, equivalente a 28/39 ou 71% de aproveitamento x Direção Vertical: 8+5+8 = 21 cm < (29,7 - 1,4) cm, equivalente a 21/28,7 ou 74% de aproveitamento x Se usar escala 2:1 - ampliação x Direção Horizontal: 2 x 15+5+ 2 x 8 = 51 cm > (42 - 3) cm, equivalente a 51/39 ou 130%, extrapolando o dimensionamento - propondo redução da escala x Direção Vertical: 2 x 8 + 5 + 2 x 8 = 37 cm > (29,7 - 1,4) cm, equivalente a 37/28,7 ou 129%, extrapolando o dimensionamento - propondo redução da escala x Se usar escala 1:2 - redução x Direção Horizontal: 1/2 x 15 + 5 + 1/2 x 8 = 16,5 cm < (42 - 3) cm, equivalente a 16,5/39 ou 42%, dimensio- namento insuficiente, popondo ampliação da escala. x Direção Vertical: 1/2 x 8 + 5 + 1/2 x 8 = 13 cm < (29,7 - 1,4) cm, equivalente a 13/28,7 ou 45%, dimensiona- mento insuficiente, propondo ampliação da escala. x Dobragem: folhas maiores que A4 possuem regras de dobragem x Desenho poder ser consultado sem necessidade de retirá-lo da pasta + legenda visível x (1) dobra-se na horizontal (em “sanfona”) x (2) dobra-se na vertical (para trás) x (3) Parte da legenda na frente x (4) dobra no canto superior esquerdo: evitar de furar a folha na dobra traseira, possibilitando desdobrar o desenho sem retirar do arquivo Regras para cotagem: dimensões do objeto representado x Características geométricas do objeto + valores de tamanho e posição (diâmetro, comprimento, ângulo e detalhes) x Cotas possuem dois tipos distintos de linhas: ambas contínuas e finas 06 x (1) Linha de chamada ou auxiliar: ortogonal à medida que se deseja cotar + menor espessura possível + não deve encos- tar no desenho (pra não gerar erros de leitura) x Cotas em ângulos inclinados: linhas de chamada ortogo- nais a essa medida e paralelas entre si x (2) Linhas de cota: ortogonais às linhas auxiliares + encon- tram-se próximas das extremidades das linhas auxiliares + possuem marca- dores nas extre- midades (flechas convencionais ou outros) x Marcadores mais usados: flechas cheias ou vazadas x Valor da medida da peça: tamanho da medida realdo objeto - mesmo quando em escala de ampliação ou redução x Centralizado na cota: não sendo possível, alinhada à direita ou à esquerda da linha de cota - é opcional colocar o valor dentro de caixa de texto x Distribuição das cotas no desenho: de forma que facilite o entendimento e compreensão + representar todas as dimensões necessárias e seguir regras básicas: x Não repetir cotas ou cotar desnecessariamente: se está em uma vista ortogonal, não precisa cotar na outra - quanto menos linhas, melhor para o entendimento x Não cotar linhas tracejadas - cotar em outra vista (em que a linha seja visível) ou em um corte x Evitar cotas dentro dos desenhos e cotas alinhadas com outras linhas do desenho + não cruzar linha de cota com qualquer outra linha Desenho Técnico x As cotas de menor valor devem ficar por dentro das cotas de maior valor + cotas sempre alinhadas x Números de cotas: tamanho legível e não podem ser corta- dos ou separados por qualquer linha x Todas as cotas na mesma unidade de medida, sem indicação do símbolo da unidade de medida utilizada x Unidades diferentes: símbolo + valor da cota x Cota de peças e equipamentos de precisão: tolerância de erro admissível para uma determinada dimensão - ex.: 15 +/- 0,05 significa que, no processo de fabricação, a dimensão da peça poderá variar de 14,5 até 15,5 x Cotagem de raios: limite definido por somente uma seta (por dentro ou por fora da linha) de contorno da curva - valor da medida deve vir precedido da letra R x Cotagem de diâmetros: duas setas, internas ou externas à curva - valor da medida deve vir precedido do símbolo con- vencionado, se a vista escolhida para a cota não representar a circunferência. x Elementos cilíndricos: dimensionados pelos diâmetros e locali- zados pelas linhas de centro x Elementos de seção quadrada: representados com cotas das duas dimensões. Ex.: 25 x 25 x Linhas de cota horizontais: número acima da linha de cota x Linhas verticais: número à esquerda da linha de cota x Linhas inclinadas: buscar a posição de leitura x Cotagem de ângulos: traçada em arco cujo centro está no vértice do ângulo x Impossibilidade do cruzamento das linhas auxiliares com as linhas do contorno: linhas de cota serão interrompidas e o número será indicado no meio da metade maior de linha de cota. Tipos de Cota: cotas lineares (horizontal, vertical e inclinadas) - são mais simples e possuem diferentes formas de serem conjugadas x Formas de representação de cotas lineares: x (1) Cotagem em Série: medidas colocadas em sequência - o ponto de referência da cota à esquerda é o ponto final da cota à direita x Comum em projetos de edificações com pontos elé- tricos igualmente espaçados ou peças com furações equidistantes x Problema: pequenos erros para cada medida na produção da peça projetada, pois há variação do ponto de referência (o referencial da peça varia de acordo com a construção) x (2) Cotagem em Paralelo: ou por elemento de referên- cia - tem como ponto inicial das cotas o mesmo ponto de referência 07 x Primeiro cota as menores distâncias ou as distâncias mais próximas do ponto de referência + incluir as outras cotas sobre as menores até que toda a peça na direção escolhida tenha sido cotada + finalizando sempre com a cota da medida total da peça x Como escolher o tipo de cotagem: depende da fabricação e da futura utilização do objeto x Na prática: utilização combinada da cotagem em paralelo e em série x Cotagem de cordas e arcos: x Marcar a linha de cota (não paralela à medida), e sim em uma linha de cota com curvatura maior que a curvatura do desenho, mas com centro coincidente ao do desenho (usar o compasso) x Duas retas tangentes à superfície da peça (ponto de tangência) + retas ortogonais e, no cruzamento, o centro do raio de curvatura + linha de cota: abertura em raio maior que a curvatura da peça: valor do arco da peça sobre o arco maior da cota Desenho Técnico x Cotagem de ângulos, chanfros e escareados: duas formas x Tamanho dos dois lados que foram retirados para a confec- ção do chanfro ou ângulo do chanfro e a distância de um dos seus lados x Cotagem de elementos equidistantes e/ou repetidos: pode ser simplificada - não há necessidade de se colocar todas as cotas x Cotar os espaçamentos lineares, comprimento total e núme- ro de espaços + cotar um dos espaços e informar dimensão e quantidade de elementos x Espaçamentos equidistantes angulares: somente o valor do ângulo de um dos espaços e quantidade de elementos x Espaçamentos não forem equidistantes: cotagem dos espa- ços, indicando a quantidade de elementos projeto; quanto mais discussão, melhor; atender o cliente de forma satisfatória (esboço do desenho projetivo - desenho com um mínimo rigor técnico, mas sem tanto acabamento quanto o projeto final) x (3) Compromisso: ideias vão se sedimentando e os esboços vão ganhando ele- mentos técnicos e diminuindo a quantidade de anotações - definição de materiais utilizados e processo de fa- bricação, cálculo das forças e resistência, manutenção de relação satisfatória entre custo do produto e margem de lucro x (4) Modelo ou Protótipo: avaliar os problemas no pro- cesso de fabricação - testar como o produto se comporta perante condições adversas x As fases vão se complementando e retroalimentam-se - o que pode até aumentar o tempo de desenvolvimento de novos projetos x As formas mais comuns de representação (transmitir os obje- tos) em desenho técnico são: x Projeções ortogonais: expressa de forma bem clara e didática as dimensões, detalhes e construções presentes em um objeto, para tanto, dividindo essa representação em três vistas chamadas de frontal, lateral e superior x Vistas em perspectivas: unem essas três vistas orto- gonais em uma única representação gráfica, exprimindo diretamente ao leitor a correlação entre os elementos dos desenhos separados na projeção ortogonal Elaboração de esboços: representações visuais, desenhos constru- ídos à mão livre (traçado simples), mas seguindo uma normativa de construção x Precisam ter uma representatividade que apresente a realidade de forma correta (mas não são os projetos finais) 08 x Servem para orientar as ideias (uma base para confecção do projeto), transmitir informações importantes e sanar dúvidas x Não possui a rigorosidade de um projeto final - mas servem para auxiliar no entendimento do trabalho a ser feito x São norteados pelas técnicas de desenho técnico aplica- das na construção de vistas em perspectiva ou projeção ortogonal x Se admite liberdade: usar qualquer material de desenho, não ser tão fiel à realidade (veracidade) e a não retilineidade das arestas construídas x Cuidados no processo de construção de desenhos à mão livre: x Observar as dimensões da peça ou objeto + escolher a orientação de papel mais indicada (retrato - lado na vertical ou paisagem - lado maior na horizontal) x Determinar como vista frontal aquela que melhor represente o objeto + estudar a ordem de construção do desenho + quantas vistas ortogonais serão necessárias para o entendi- mento do esboço + melhores posições na folha x Vista frontal para as projeções ortogonais: marcar retângulo com as maiores medidas do sólido (altura e comprimento) - traçado bem leve x Vista lateral: maiores medidas são largura e altura x Vista superior: retângulo (comprimento e largura) x É um esboço: os retângulos não precisam ter medidas exatas - mas a prática leva a tamanhos e escalas similares - além do uso do paralelismo para construção x Desenhos tridimensionais (em perspectiva): deve-se construir um paralelepípedo gerador do sólido x Ele contém as maiores medi- das desse sólido (comprimen-to, profundidade e altura) + fechamento por paralelismo x (1) Definir as regiões: escolher como frontal a vista que melhor representa a peça x (2) Desenhar os elementos presentes na peça, utilizando o Unidade 3 - Teoria do Desenho Projetivo Importância do desenho projetivo: evitar explicações orais sobre as idéias geométricas de peças e construções - divide-se em processos de esboço e projeto final x Desenho técnico se separou de desenho artístico: passou a apresentar características mais geométricas e exatas, tornou-se ciência indispensável, envolvida em todo tipo de processo produtivo. x Engenheiro: precisa ter sólidos conhecimentos de desenho projetivo, pois é usado nos processos de construção de implantação de projetos x Processo de discussão dos projetos: reuniões e brainstormings, exposição de ideias em grupo, para criar as melhores condições na confecção do desenho + para precaver os erros de projeto: futuros problemas na execução do projeto x (1) Identificação do problema: buscar subsídios no mercado para elaboração de seu projeto - estudos de mercado, entrevistas, definir prioridade, estar atento às necessidades do cliente, manter um contato prévio com os clientes antes da execução do projeto final; x (2) Desenvolvimento do produto: fase criativa, proposição de melhorias e modificações necessárias, compreensão do Desenho Técnico posicionamento como referência + construção dos elementos + representação simultaneamente das vistas x Arestas visíveis: linha contínua + arestas não-visíveis: linhas tracejadas x Ex.: furo quadrado no centro e recortes quadrados do canto x (3) Finalização do desenho: reforçar o traçado e construir outras linhas (linhas de simetria ou de centro) x Desenhar linhas de cota + escrever os nomes das vistas da peça (abaixo da vista, duas linhas paralelas, manter espaça- mento constante entre as letras) x Cotas: usar as linhas tracejadas que serviram na transfe- rência dos pontos + fazer as linhas auxiliares de cota, unir e construir marcadores de seta (ou simples), com linha inclinada (aproximadamente 45º) + valor da medida no centro da cota x Apesar de imperfeito (traçado a mão livre), o esboço serve como representação, pois expressa muitos dos detalhes Representação de Superfícies Inclinadas: ter conhecimento das técnicas de construções de arestas + demarcar pontos de início e fim da aresta, pois servem de direção do traço representativo da linha, diminuindo o erro do traçado a mão livre x Como construir uma linha reta e contínua: apoiar a mão no papel e deslocá-la na mesma velocidade do antebraço + pulso firme, mas que corre pelo papel x Linha desenhada com a mão levantada (sem apoio sobre o papel): muitas irregularidades x Pulso fixo em um único ponto: senão o final da linha vai ser curvilíneo (um pouco mais baixo que o ponto de início) x Método correto: pulso fixo no papel + traço de 3 cm + mudar a posição e novo traço, até que cubra toda a aresta que deseja construir x Linhas tracejadas ou traço e ponto são mais fáceis - salta um dos pontos de fixação do pulso x Linhas horizontais e inclinadas: destros desenham da esquerda para a direita, canhotos desenham da direita para a esquerda x Inclinação descendente: de cima para baixo x Inclinação ascendente: de baixo para cima x Linhas verticais: de cima para baixo - visa manter a limpeza do esboço (o contrário iria acabar sujando o desenho - esfregar o grafite sobre a folha) x Representação de superfícies inclinadas das peças: usar as técnicas de construção de linhas em vista ortogonal x Para as vistas isométricas: construção de linhas inclinadas baseia-se nos desenhos obtidos da vista ortogonal - dese- nhar as linhas das vistas ortogonais nas faces do paralele- pípedo gerador + definir os pontos de encontro das arestas + ligar as linhas + faces inclinadas x Para facilitar: enumerar vértices das vistas ortogonais + avaliar os coincidentes 09 x Facilita o entendimento do processo de rebatimento de pontos + alocação no desenho em Perspectiva x Peças com muitos pontos: trabalha por região, definindo os pontos e depois representando no sólido gerador x (1) Representar na face frontal do sólido os pontos defini- dos + traçar as linha que ligam esses pontos (traço leve) x (2) Repetir para as vistas superior e lateral + ligar os pontos na orientação no esboço ortogonal x (3) Ligar com traço fino e depois construir linhas grossas x Representação de superfícies curvas: uso do compasso para construção das linhas curvas e circunferências - comuns na construção de cantos aliviados e arcos de passagem x Tanto no desenho técnico quanto no artístico à mão livre o objetivo é o mesmo: aproximar o ente geométrico (círculo ou curvas) de várias retas tangentes x Esboço de curvas, de forma simplificada, apenas com lápis e papel, o mais próximo da realidade possível: x Curvas em vistas ortogonais: método da aproximação com outras figuras x Construção de pequenas circunferências: define o centro do círculo + marca o tamanho do raio da circunferência + constroe linhas horizontais e verticais (define um quadrado) + faz marcação das diagonais (deve passar pelo centro) + traça-se semicircunfe- rências (à mão livre), a cada 90º + fecha-se o círculo completo Desenho Técnico x Se ainda tiver dificuldade no traçado da circunferência: marcar li- nhas inclinadas a 45º (passando pelos pontos médios das metades das arestas) + traçar a circunferência x Ou então, marcar linhas inclinadas a 45º a partir do centro e definir nestas o tamanho do raio x Círculos de dimensões maiores: elemento reto que sirva como guia para o lápis, definindo um raio (linha ou tira de papel) - define pon- tos externos, que após ligados, geram a circunferência desejada x Processo similiar ao de cons- truir curvas em Perspectiva: mas antes as curvas precisam ser definidas por pontos nas vistas ortogonais, assim como eram as linhas inclinadas x Circunferências em isométrica: téc- nica de subdividir um losango, onde a circunferência estará inserida + ligar pontos médios da metade da aresta + definir 8 pontos que, após ligados, resultarão na elipse resposta para a circunferência 010 x Resulta numa representação dos eixos da peça em perspec- tiva: os chamados eixos axonométricos x Arestas do objeto inclinadas: representadas com leve distorção x Perspectivas podem ser divididas em duas classes: x Rigorosa: ajustam os tamanhos das arestas conforme a distorção sofrida - mais trabalhosa x Rápida: medida do objeto tal qual apresentado em projeção ortogonal - mais usada x Perspectiva paralela ou cilíndrica: linhas que saem do observador e atingem o plano são paralelas entre si: pois, o observador vê a peça de uma distância praticamente infinita, o que torna as linhas paralelas - dividi-se em dois tipos: x (1) Perspectiva paralela ortogonal ou perspectiva axono- métrica: os raios que saem do ponto de projeção atingem a folha ortogonalmente x Em relação aos seus ângulos de representação podem ser trimétrica, dimétrica e isométrica x (2) Perspectiva paralela oblíqua ou perspectiva em cavaleira: raios que saíram do ponto de observação e atingiram o plano de forma não ortogonal, mas ainda assim paralelos entre si Unidade 4 - Perspectivas Aplicações Práticas dos Desenhos em Perspectivas: x Vista em perspectiva: muito útil na construção de uma peça - forma natural e entendível de expressar as três faces de uma peça em um único desenho x Envolve conceitos geométricos e divide-se em dois tipos: cônica e cilíndrica (mais usual, possui elementos que precisam ser obedecidos) x Como representar uma peça em perspectiva: x Peça entre o observador e o plano de projeção + inclinada na direção ondese encontra o observador x O plano de projeção não é paralelo e nem ortogonal a nenhuma das faces Perspectiva: tipo de representação tridimensional que une as três vistas ortogonais x Usado quando a vista ortogonal torna-se de complexo en- tendimento e é necessário unir todos os detalhes em única representação x Permite rápida percepção dos objetos ou conjuntos repre- sentados - exibe a peça como fotografia - muito utilizado em catálogos ou folhetos de divulgação dos produtos Desenho Técnico Perspectivas Cônicas: representação do objeto tal qual na realidade (objetos em sua real grandeza) - igual fotografia x Ponto de observação não está em local no infinito, mas em distância definida x A mais perfeita das representações, apesar de ser a mais deformada x Mais comum usar as paralelas, pois as cônicas resultam em objetos que refletem as mais variadas distorções - dificulta o entendimento da peça x Diferença da perspectiva cilíndrica: não apresenta os objetos no tamanho da construção, mas como são vistos pelo observador a partir de um ponto x Representação de uma rua: x Perspectiva cônica: luminárias vão sendo representados em dimensões menores, até que convergem todos para um mesmo ponto x Perspectiva paralela ou cilíndrica: luminárias se mantém sempre com o mesmo tamanho x Elementos da perspectiva cônica: x (1) Pontos de Vista: local do observador do objeto ou construção - ele define o tamanho da imagem + distância (mais próximo ou mais distante do objeto) + posição (superior, frontal ou inferior ao objeto) x Do ponto, saem raios projetantes que atingem a peça, atravessando um plano que define os pontos que re- presentam o objeto - esse plano é chamado de quadro x (2) Quadro: plano de projeção dos raios projetantes que par- tem do ponto de vista - ele se relaciona com um plano que é ortogonal a ele - esse plano é chamado de plano geometral x Objeto à frente do plano: dimensões serão maiores que o objeto x Aresta ou face do objeto coincidente com o quadro: representado na dimensão real x Objetos colocados atrás do quadro: dimensões redu- zidas x (3) Plano Geometral: plano horizontal ou plano de referên- cia - é ortogonal ao quadro - seus nomes mudam de acordo com a posição do ponto de vista: x Plano do horizonte (ponto de vista estiver contido no plano geometral) e linha do horizonte (linha formada pelo encontro desse plano com o quadro) x Caso o ponto não esteja contido nesse plano: linha de encontro do plano geometral e do quadro passa a ser a linha de terra (paralela à linha do horizonte) x (4) Linha do Horizonte: linha que atravessa todo o espaço de representação x Similar à linha do horizonte à beira-mar no oceano - é a referência para colocação dos pontos de fuga e ponto principal - indicativo da altura em que o observa- dor está vendo x (5) Linha de terra: linha formada pelo encontro do plano Geometral com o quadro x (6) Ponto principal: ponto de vista na linha do horizonte - reta que atravessa o plano, formando com ele um ângulo ortogonal x (7) Pontos de fuga: locais geométricos onde o campo de visão do observador atinge a linha do horizonte, definindo sobre ela dois pontos chamados de pontos de fuga x Cruzamento da linha que sai do ponto da figura e atinge o ponto de observação x Como encontrá-los: definir ponto de referência na peça + ligar o ponto de observação a este + definir o ângulo de visão (60º a 90º) + prolongamento dessas linhas até a linha - premissa: retas paralelas possuem o mesmo ponto de fuga x Perspectivas cônicas podem ter um ponto de fuga, de dois pontos de fuga ou de três pontos de fuga 011 x Construção de Perspectivas Cônicas: definir as três linhas para- lelas: linha de terra (LT) + linha por onde passa o plano do quadro (LQ) + linha do plano do horizonte (LH) + ponto do observador x (1) Escolher um ponto na peça + ligar esse ponto ao ponto do observador x (2) Definir o plano de visão: para isso traçar duas linhas in- clinadas (considerar a linha traçada no passo anterior) - usar 30º e 60º (perfazendo um total de 90º) x Plano de visão pode ser definido com outras inclinações, vai de quem está desenhando x (3) Encontro das linhas inclinadas com a LQ e definição dos pontos F1 e F2 x (4) Construção de linhas verticais até encontrar LH - defini- ção dos pontos de fuga x (5) Como a aresta do objeto está tangenciando o plano LQ, a altura será representada na real grandeza x (6) Ligar os pontos F1 e F2 que foram transferidos para a LH para obter a representação da perspectiva, definido suas distâncias no comprimento e profundidade. Desenho Técnico Perspectivas Cilíndricas Axonométricas: ponto de observação é levado até o infinito e linhas que atingem o objeto são paralelas x Torna a representação das peças mais fáceis + evita erros de dimensionamento x Une as três vistas da peça em uma única representação: eixos axonométricos partem de um mesmo ponto de origem x Eixos da profundidade e comprimento: têm inclinações definidas e sofrem distorções + o eixo da altura não sofre distorção x Representação de perspectiva rápida: distorção não aplicada - representação em dimensão real x Tipos de projeção cilíndricas axonométrica: x (1) Trimétrica: semelhante à dimétrica com relação aos ân- gulos - aplicação de dois coeficientes de ajuste nas direções dos eixos do comprimento e profundidade x (2) Dimétrica: dois eixos de inclinações diferentes e a altura representada na direção vertical - aplicação do fator de correção no eixo da profundidade x (3) Isométrica: ângulos do comprimento e profundidade são iguais quando comparados com a altura - o ajuste ocorre em todos os eixos, mas não se aplica o fator x Facilmente construída com auxílio dos esquadros e réguas, apoiando-se os esquadros nas réguas sobre a folha, de modo a construir as linhas com as inclinações desejadas x Inclinações mais comuns: 30º, 45º e 60º. x Trimétrica e Dimétrica são muito similares + fatores de cor- reção dificultam o processo de cotagem e entendimento das dimensões - por isso, a projeção isométrica é a mais adotada x Axonometria: técnica para construção de perspectivas a partir dos elementos que constituem um sistema projetivo - se dá por meio obtenção de sólidos geradores (usando esquadros) x Construção do eixo axonométrico para isométrica de 30º: x Apoiar o esquadro com ângulo de 30º sobre a régua e traçar a linha x Inverter o esquadro e traçar a inclinação no lado oposto x No cruzamento, construímos uma linha ortogonal (ângulo reto sobre a régua fixa e traçamos o eixo da altura) x Construção do sólido gerador no sistema de eixos axonométricos: x Marcar as maiores medidas nas três dimensões: compri- mento, profundidade e altura - transferir essas distâncias usando o esquadro + definir elementos (pontos internos da peça e arestas resultantes) x Construir circunferências em vista isométrica: método de Stevens x Construir, ao redor do centro da circunferência, um losango em que esteja contido o círculo x Definir, nesse losango, os vértices A, B, C e D e os pontos médios dos segmentos desse losango, como 1, 2, 3 e 4 x Ligar os pontos B e D definindo a diagonal principal do losango x Ligar o ponto A ao ponto médio 4 e o ponto C ao ponto médio 1, definindo, dessa forma, os pontos A e C x Centrar o compasso no ponto A com abertura até 3 e traçar uma semicircunferência até 4 - centrar o compasso 012 no ponto C com abertura até 1 e traçar uma semicircunfe- rência até 2 - centrar o compasso no ponto a com abertura até 2 e traçar uma semicircunferência até 4 - centrar o compasso no ponto C com abertura até 1 e traçar uma semicircunferência até 3. x Não dá certo encontrar centropelo cruzamento das diago- nais e utilizar o compasso para fazer as circunferências x Perspectivas cilíndricas: comuns na construções de catálogos + representações onde o projeto ortogonal seria dificultoso - pois qualquer um entende a perspectiva cilíndrica x A vista isométrica só é substituído pela perspectiva cavaleira quando temos um modelo em que a dimensão do comprimen- to é constante sobre um mesmo perfil Perspectivas Cilíndricas Oblíquas: ou perspectiva do tipo cavaleira x A seção principal é o elemento que se repete em toda a extensão da peça, indicando tipo e características do perfil x A face do objeto se apresenta na sua real dimensão: x Os raios projetantes coincidem diretamente com a face frontal da representação - auxilia no processo de construção da pers- pectiva - as medidas da altura e do comprimento coincidem com as medidas da vista frontal x Por outro lado, as linhas de profundidade do objeto são distorcidas - para diminuir os efeitos do aumento de medida x Fatores de correção com o uso de esquadros com diferen- tes tipos de angulação - para contornar o problema acima x A peça parece rotacionar à medida que modificamos a inclinação lateral Desenho Técnico x O fator de correção diminui com o aumento do ângulo de repre- sentação: para manter a representatividade da peça x Cavaleira 60º: deixa mais evidente detalhes da vista superior x Ex.: peça com 60 mm (largura) x Cavaleira de 30º: profundidade seria de 40 mm x Cavaleira de 45º: seria 30 mm x Cavaleira de 60º: seria 20 mm x Detalhes circulares na representação cavaleira: manter essas vistas na representação frontal - são as medidas que não sofrem distorção x Não sendo possível: método de rebatimento de pontos de uma vista para outra x Consiste em construir o círculo desejado na vista sem distorção (ou plano sem distorção) - depois, transferimos essas medidas para a vista com distorção, mas aplicando fator de correção a elas x Também é possível transferir mais de um ponto - obter circunferência mais precisa x Ligar os vértices da diagonal até os pontos médios dos quadrados - definindo até 16 pontos x M.C. Escher: desenhista holandês, que utilizava técnicas de cons- trução de perspectivas para construir estruturas impossíveis Definição de Projeção Ortogonal: método que consiste, basicamente, em representar de modo realista as dimensões da peça em todas as suas direções x Projeção em perspectiva: todas as vistas estão unidas x Projeção ortogonal: vistas separadas visando uma maior clareza x Apesar de possuir vários desenhos separados em vistas - o projeto final é mais limpo e de fácil compreensão - princi- palmente no dimensionamento x Padrão de representação mais usado no projeto de peças e edificações - é o sistema de usado no desenho técnico x Pensado e idealizado por Gaspar Monge: o pai da Geometria Descritiva x Elementos dos objetos são projetados sobre planos por meio de raios projetivos que partem de determinada posi- ção e atingem o plano de representação. E nesta posição tem um observador qualquer. x Raios que partem do observador: formação de ângulo maior do que o reto: os raios irão tangenciar os pontos extremos do objeto x Problema (1): no caso do observador estar em posição centrali- zada com a face do objeto - formação de uma figura projetada maior que o próprio objeto - caso contrário, a projeção será oblíqua x Solução de Gaspar Monge: considerar o observador como posicionado no infinito e os raios projetantes ortogonais aos 013 pontos da peça x Projeção com mesmo tamanho do obje- to - ou verdadeira grandeza (VG) x Problema (2): para descrever o objeto, seria necessário mais que um plano de representação x Pois elementos geométricos diferentes (cubo, plano ou para- lelepípedo) - poderiam ter a mesma resposta de projeção x Solução: inserir um 2º plano de projeção + modificar a posição do observador x Problema (3): se esse ângulo fosse de um valor qualquer, a pro- jeção resultaria numa tipo axonométrica (perspectivas paralelas e oblíquas) x Solução: ângulo de rotação da posição e o formado com o 1º plano de projeção devia ser de 90º - ou seja, deveria ser um plano ortogonal (ou sistema de projeção ortogonal) x O 2º plano resultou em duas projeções que, combinadas, apresentavam as diferenças entre as peças x Método da Dupla Projeção de Monge ou Sistema Mongeano: dois planos de projeção + diferença entre os três elementos geomé- tricos independentemente de sua posição x Representação medida em verdadeira grandeza (VG) + faces paralelas aos planos de representação + raios projetantes ortogonais ao plano x No plano de referência apenas um ponto é ortogonal ao elemento representado e o objeto deve estar sobre a linha Unidade 5 - Sistemas de Projeção Ortogonal Desenho Técnico que liga o ponto do observador - de forma a garantir ortogo- nalidade da representação x Projeções ortogonais: raios projetantes que, ao atingir o plano paralelo, a superfície do objeto forma uma figura x Holografia: utiliza a mesma ideia para representação de sólido por meio do cruzamento de raios x Sistema de representação ortogonal: x Linha de Terra (LT): linha formada no encontro de dois planos x Plano Vertical (p’) e Plano Horizontal (p): nome dos planos do sistema mongeano x Encontro dos dois planos define quatro regiões em que os objetos podem se localizar - chamados diedros x Vantagens: os raios projetantes que atingem a peça são sempre ortogonais x Ângulos diedros são ângulos retos, dividindo os espaços de modo que as projeções das peças não sejam diferentes de um diedro para outro Ângulos Diedros: ângulos formados por dois planos não coincidentes, que tenham uma mesma reta de origem x Ex.: planos de projeção do Sistema Mongeano - tem a LT como origem x Porque a escolha por ângulos retos? Para garantir a verdadeira grandeza x Representação do encontro de planos e indicação dos ângulos diedros: diedros opostos possuem os mesmos ângulos diedros - representações similares x Convenção: numerar as regiões definidas pelos ângulos diedros - sentido anti-horário (direita para esquerda) x 1º diedro: mesmo ângulo de inclinação que o 3º diedro x 2º diedro: mesmo ângulo de inclinação que o 4º diedro x É mais vantajoso utilizar o sistema mongeano de representação x Ângulos diedros iguais - logo, mesma representação para qualquer local em que estiver a peça, independentemente do diedro x Representações para planos com ângulos diedros diferen- tes de 90º ocorrera distorção das faces do objeto que não forem paralelas ao plano x Com os ângulos α e γ obtivemos representações distorcidas no plano vertical, enquanto que em β as representações ocorre- ram em verdadeira grandeza (VG) x Problema: pontos das arestas ortogonais aos planos - sofrem sobreposição: como a maioria das peças possuem faces ortogo- nais entre si, utiliza-se o plano ortogonal para sua representação x Na ocorrência de face inclinada: representamos a distorção nos planos do sistema - representar as medidas nas reais 014 dimensões - com um plano de referencia que seja ortogonal a face inclinada x Solução: para a sobreposição dos pontos no plano - criação de um 3º plano - plano lateral (PL) x Apesar de termos dois planos diferentes - não podemos dizer sobre qual peça estamos tratando - semelhante às peças representadas em um plano x Problema: objeto possui face que não é ortogonal a nenhum dos planos de projeção - suas arestas não serão representadas em VG em nenhum dos três planos x Solução: criação do plano de re- ferencia (PR) - ortogonal a face que se deseja representar Desenho Técnico x Variáveis essenciais para o estudo do sistema ortogonal: ascoordenadas x abscissa (x): distância do ponto da peça até o plano lateral x afastamento (y): distância do ponto até o plano vertical x ordenada e cota (z): distância de um ponto qualquer até o plano horizontal x Rebatimento de pontos: x Representação da peça resultava em três imagens - mas essas três imagens na forma tridimensional não era prática x Logo, era melhor fazer o processo de construção dos desenhos utilizando o sistema mongeano - e depois fazer o rebatimento de pontos - Ex.: ponto com medidas de cota, afastamento e abcissa qualquer x Definição das projeções nos planos ortogonais: x Um plano com posição fixa e rotaciona-se os outros dois em 90º ate que ambos formem entre si um angulo de 180º - até que estejam os três sobrepostos x Épura: ao rebatermos os planos de projeção, obtemos como resposta o épura - correlaciona os três planos ortogonais do sistema mongeano e os apresenta em um único plano x A distância entre o desenho na região do plano vertical (PV) e a linha de terra (LT) é a mesma distância do desenho da região do plano horizontal (PH) até a linha de terra (LT) x Não se desenha a LT - mas ela está implícita entre as duas representações x É o projetista quem define a distância entre a projeção do plano horizontal e vertical x Distância da vista no plano lateral será resultado do cru- zamento das linhas das projeções dos outros planos Exemplo de construção de um projeto: x Item (1): desenhista escolheu determinada vista como represen- tação principal (vista frontal na projeção ortogonal) ou projeção do plano vertical x Desenhar linhas verticais da peça até a distância a ser definida por quem esta desenhando (auxílio de régua e esquadro com ângulo reto) x Representações dos raios projetantes: todo vértice ou aresta deverá ter sua linha - nos círculos, as linhas deverão ser tangentes x Item (2): linha de terra está na metade da distância da última aresta do desenho na vista frontal - mas geralmente não é represetanda x Item (3): uma vez definidas as distâncias do comprimento da peça, falta definir as alturas da peça e desenhar linhas de contorno visíveis para as arestas visíveis, e linhas de contorno não visíveis para as arestas internas e não visíveis - finalizando assim a vista superior x Item (4): construção das linhas horizontais de cada vértice e aresta da peça (auxílio de régua e esquadro com ângulo reto) x Cruzamento de linhas no ponto A: linhas horizontais definem a altura da peça no plano lateral - e a altura da peça na 015 vista superior define o comprimento da peça no plano lateral x Como unir essas duas medidas? x Item 5.1 e 6.1: centrar um compasso no ponto A e com abertura até os pontos a e b da vista superior, transmitir a distância para a vista lateral esquerda (representação da projeção do plano lateral) - fazer a vista lateral da peça (reforçar traços de arestas visíveis e construir as arestas invisíveis) x Item 5.2 e 6.2: esquadro e régua para alinhar com as ares- tas horizontais da vista superior - apóia o esquadro sobre a régua para traçar uma linha de inclinação 45º nos vértices da representação - transferir os pontos para reforçar linhas visíveis e invisíveis, obtendo a vista lateral. x Item (7): apagar as linhas do rebatimento e resultado final da projeção ortogonal da peça Representações dos planos de referência: seguem as mesmas regras: só que em vez de alinharmos o esquadro com as linhas verticais e horizontais do desenho - o alinhamento é com a face que desejamos representar x Projeções de planos de referência: vistas auxiliares x Dicas para cons- trução de esboços são válidos para construções de projeções ortogo- nais x Arestas visíveis são representadas por linhas contínuas e não visíveis por linhas tracejadas x Escolher a vista que melhor represente a peça x Definir distância adequada entre vistas (depende do espaço disponível na prancha) Desenho Técnico x Descontar os tamanhos com comprimento disponível e dividir o valor do resto em três partes iguais x Desenhar detalhes: representados em todas as vistas - podendo usar o método de rebatimento x Peças de grande complexidade: necessitam de mais planos de projeção - paralelos aos três planos ortogonais ( PV, PH e PL) - definirão outras três vistas x Vista posterior (plano paralelo ao plano vertical) + Vista infe- rior (plano paralelo ao horizontal) + Vista lateral direita (plano paralelo ao plano lateral) x Temos seis vistas de representação ortogonal: frontal, pos- terior, lateral direita, lateral esquerda, superior e inferior x Posição em que as vistas serão representada: deriva da localiza- ção do sólido no sistema ortogonal - depende do diedro em que se deseja desenhar x Ex.: duas peças idênticas, só que uma desenhada no 1º diedro e outra no 3º diedro - mesma construção, mas podem resultar em imagens diferentes x Solução: criação de dois sistemas de projeção: x Norma européia: projeção em 1º diedro x Norma americana: projeção em 3º diedro x Os desenhos ortogonais em 2º e 4º diedro: não atendem as normas americanas e européias x 2º diedro: representação das laterais (similar ao 3º diedro) + representação da superior e inferior (padrão do 1º diedro) x 4º diedro: representação das laterais (similar ao 1º diedro) + representação da superior e inferior (padrão do 3º diedro) Projeção Ortogonal pelo 1º Diedro (Vista Frontal, Vista Superior e Lateral) - também chamada Norma Européia e utilizada pela ABNT x Peça entre o observador e o plano de projeção - projeção ocorre no plano posterior a peça x Peça está antes do plano de projeção: como numa caixa, assim como o observador x Objeto se localiza entre o observador e o plano de projeção x Raios projetantes atin- gem a peça e depois refletem a imagem do objeto no plano x Lado esquerdo da peça (ou vista lateral esquerda): representa- do à direita da peça ou à esquerda de quem lê o desenho x Obedece a ordem observador - peça - plano 016 x Vista superior da peça: representado logo abaixo da peça (abaixo da vista frontal) x Nem sempre são necessárias todas as vistas: principalmente se elas são iguais (não inclui informações adicionais) x Grande maioria das peças pode ser representada por três vistas (são suficientes): frontal, superior e lateral esquerda x 1º diedro será o foco do curso, pois corresponde às normas da ABNT - entretanto, vale a pena estudar as projeções em 3º diedro, haja vista a possibilidade de receber pranchas de equipamentos importados Projeção Ortogonal pelo 3º Diedro (Vista Frontal, Vista Superior e Lateral) - também chamada Norma Americana, é utilizada em países de língua inglesa x O plano projetivo está posicionado entre observador e peça - ob- servador está fora da caixa e a peça dentro da caixa - ordem de posicionamento observador- plano-peca x Raios projetantes partem do observador, atravessam o plano, atingem a peça e retornam no plano no mesmo ponto em que entraram (são ortogonais ao plano) x Lado da peça projetado no plano vertical: o da frente do plano de projeção - não é como uma Desenho Técnico face em frente a um espelho que reflete a sua imagem x Lado superior: acima da vista frontal x Lado esquerdo: esquerda da vista frontal Comparação entre as Projeções do 1º e 3º Diedro: observar o dese- nho e compreender qual diedro a peça foi representada x A posição das vistas diferem nas duas projeções: apesar de mesma peça - as projeções mudam o posicionamento das peças dentro da representação x Frontal e Posterior: mesma posição x Superior e Inferior: permutaram de posição x Lateral esquerda e lateral direita: permutaram de posição x Diedros 1 e 3 são diedros opostos x Imaginar ogiro de 90º que a vista frontal da peça sofre: x 1º diedro: de cima para baixo, da esquerda para direita x 3º diedro: de baixo para cima, da direita para esquerda tenção, limpeza ou lubrificação - após, mantém as mesmas condições - podem ser separados sem que se destruam no processo x Roscas: barras formadas por pequenos ressaltos angulares (fi- letes), geometricamente dispostos por todo o perímetro externo da circunferência - de dois tipos: x Rosca interna ou rosca fêmea - ex.: porcas x Rosca externa ou rosca macho - ex.: parafusos x Enroscamento conjugado: conjunto de roscas macho e fêmea, no qual é possível o enroscamento x Rosca também é a união de várias hélices com um mesmo passo x Hélice: curva formada sobre a superfície do cilindro x Passo: distância vertical de uma volta completa em um fio de rosca que entra na peça x Elementos geométricos de uma rosca (baseado no perfil triangular) x Diâmetro nominal: diâmetro medido na parte supe- rior dos filetes da rosca (crista da rosca) - igual ao diâmetro externo x Diâmetro do núcleo da rosca: diâmetro no ponto mais interno da rosca (raiz) - igual ao diâmetro interno x Ângulo do filete: ângulo formado pelas superfícies que ligam as cristas imediatamente posterior e anterior à 017 raiz de uma rosca x Altura do perfil: distância ortogonal entre a crista da rosca e a raiz x Ferramenta de corte de geometria diferente da triangular: gera outros tipos diferentes de rosca x Triangular: é o mais comum, padrão de parafusos e porcas x Trapezoidal: máquinas de movimento uniforme (fusos e prensas) x Quadrado: peças sujeitas ao choque mecânico x Redondo: luminárias e fusíveis x Dente de serra: máquinas que lidam com esforço unidirecional (tornos e fresas) x Classificação conforme a direção em que avançam os filetes: à esquerda ou à direita x Procedimento para desenho de roscas: as roscas externas são representadas com dois traços contínuos externos (diâmetro do núcleo) Unidade 6 - Desenhos de Projetos x Peculiaridades do desenho de projetos mecânicos e elétricos Elementos de montagem em mecânica: x (1) Elementos de caráter desmontável: permitem a sua reutiliza- ção após a separação dos objetos que os ligam - Ex.: elementos que possuem roscas (porcas e parafusos) x Visam promover a união provisória de elementos mecânicos, permitindo a retirada/ desmontagem de peças para manu- Desenho Técnico x Diferença entre diâmetros: cerca de 80%. x Extremidades da ponta roscada: construir chanfro de 45º x Rosca interna: ao hachurar a área roscada, deve-se prolongar as linhas até a linha do diâmetro do núcleo x Vista superior: dois círculos concêntricos - externo com o diâmetro externo da rosca e interno com o diâmetro do núcleo - sendo o interno não fechado completamente (traçado apenas ¾ da circunferência) x Medida dos diâmetros das roscas: x Perfil ISO: países da norma no sistema métri- co - ângulo de filete igual a 60º - roscas perfil triangular equilátero (altura do filete igual ao passo vezes) - diâmetros, altura e passo das roscas sempre em milímetros x Perfil Whitworth: países de língua inglesa - ângulo do filete é 55º - perfil de triângulo isósceles - maior contato entre rosca interna e externa x Cotagem dos elementos de roscas: indicar o tipo de rosca (não precisa para as roscas de passo grosso e para padrão Whitworth), diâmetro nominal e comprimento, passo e sentido da rosca x Roscas no sistema ISO: valores precedidos da letra “M” - Sistema Whitworth: a letra “W”. x Condições de rosca retangular (R), Trapezoidal (Tr), dente de Serra (S) e redonda (Rd) x Letra do tipo + diâmetro nominal + passo da rosca, separados por um “x” x Parafuso: elemento roscado mais usual - uma rosca que se prolonga até determinada posição na barra cilíndrica x Espiga: região sem rosca x Cabeça: elemento responsável por promover a pressão sobre a peça na forma de torção, situado no final da espiga x Formas de cabeça: sextavado, pentagonal, fenda, fenda cruzada x Utilizados para unir duas peças por meio de uma união de sua rosca externa com a rosca externa de uma porca x Classificação dos parafusos: seguir o padrão “tipo”, “nor- ma”, “rosca”, “comprimento” e “classe” x Ex.: parafuso de cabeça Hexagonal x ISO 7412 x M16 x 80 x 8.8 x Esses dados vêm em relevo nas cabeças dos parafu- sos, normalizados com a marca/fabricante x São fabricados em aço, e o tipo desse aço dependerá da aplicação para a qual o parafuso foi pensado x Eletrodoméstico que necessita de isolamento elétrico: parafusos de plástico (PVC ou Teflon) x Obtidos por usinagem/forjamento x Podem passar por processos de acabamento superficial ( galvanização e cromagem). x (2) Elementos de caráter permanente: caso o construtor queira retirá-lo do projeto acabado, deverá instalar outro novo - ao retirar, ele perde sua usabilidade - Ex.: rebites e solda x Situações em que vibrações + interações entre as peças - resultam em esforços que acarretam muito desgas- te - logo, não é aconselhável usar elementos de caráter desmontável (roscas, p. ex.) x Uniões que não serão desfeitas para limpeza/manutenção x Projetos que necessitam de vedação: ex.: tanques líquidos pressurizados e gases - fixar e vedar o sistema 018 x Solda: fusão de elemento metálico (arame ou vareta), por onde se transmite um tipo de energia (elétrica ou térmica), de modo a elevar esse elemento até seu ponto de fusão: x Três tipos de soldagem: soldagem por fusão (mais utilizada, mais discutida) + soldagem por pressão + brasagem: x Representações da solda em desenho técnico: cuidados a serem tomados - NBR 7165 x Superfície que recebe elemento de solda: usar mar- cador com seta indicativa na extremidade da linha de referência (aproximada de 45º) x Tipo de acabamento + tamanho da solda + distância entre as soldas: acima ou abaixo da linha x A posição da linha indica onde o trabalho de solda deve ser feito: texto do serviço acima da linha (no mesmo lado); abaixo da linha (lado oposto da peça) x Representação dos tipos de solda + responsável pela soldagem + tipo de solda + tamanho dos cordões de solda (se não houver, é para percorrer toda a aresta indicada) x Símbolos acima e abaixo da linha de referência: solda em ambos os lados da peça Desenho Técnico x Alinhados: cordões de ambos os lados coincidem, devem ser soldados de forma intercalada e distância é o valor que precede o tamanho da solda. x Tipo de acabamento (letras maiúsculas acima da linha de referência) + contorno da solda na peça (inserção de um desenho específico) x Rebites: peças cilíndricas em metal maleável (alumínio, latão ou cobre), utilizado para fixar duas chapas metálicas de forma permanente x Comum em projetos de aeronaves e navios, pois o acabamento externo tem menor coeficiente de atrito - ganho em aerodinâmica x Processo de rebitagem: furação das chapas + sobrepo- siçaõ com os centros dos furos alinhados + introdução do rebite + pistola/alicate de rebitagem x Acabamento por punção para conformar a con- tracabeça (cabeça do lado oposto) x Forma de distribuição dos rebites é variada: depende do tipo de aplicação + distribuição dos rebites na chapa + esforço submetidos + largura das chapas x Recobrimento: tipo mais comum de rebitagem - cha- pas são sobrepostas e rebitadas x Recobrimento simples: vigas metálicas x Recobrimento duplo: necessidade de resistência e vedação: caldeiras e sistemas que trabalhem com gás Desenhos de montagem em mecânica: x Vistas explodidas: conjunto de peças representadas em pers- pectiva isométrica - mesmo posicionamento referencial para facilitar a montagem - desenhos ligados por linhas tracejadas -seguem ordem e alinhamento paralela aos eixos axonométricos x Representação das peças em perspectiva: é a interpreta- ção mais natural - sendo usada como padrão para monta- gem de equipamentos x Todas as peças são numeradas e possuem, junto à legenda, a descrição das peças x Sempre seguir um mesmo direcionamento: desenha a maior peça e depois as outras representações isométricas seguem o posicionamento em relação a essa peça x Elementos de caráter desmontável (parafusos, porcas e arruelas) são representados e numerados todos com um mesmo valor - o valor indica o tipo de peça x Peças maiores, com detalhes internos: representadas com cortes parciais x É essencial para explicar o processo de montagem: indica a exata localização das peças + facilita no processo de orça- mento e aquisição de peças entre consumidor e fabricante 019 Desenhos de Projetos Elétricos: x Diagrama elétrico: esquema de desenho para o projeto elétrico x Depende da planta baixa da edificação - uso de símbolos nor- malizados (NBR 5444) - condições e elementos necessários à construção do sistema elétrico x (1) Diagrama Unifilar padrão para as instalações mais simpli- ficadas - definir posição das tomadas + menor distância das passagens dos eletrodutos + posição do quadro de distribuição x Linha única e contínua representa o eletroduto (onde passa a fiação) - diâmetro do duto ao lado da linha x Um mesmo eletroduto (ou calha) pode passar vários fios con- dutores - sinais de fases, neutros, retorno e terra podem ser repetidos em um padrão de representação x Entes geométricos indicativos de equipamentos elétricos x Indicar se os condutores fazem parte de diferentes circuitos: numerando os circuitos e indicando nos elementos elétricos de qual circuito eles fazem parte x Circuitos sempre partem do Quadro Geral x Quantidade de lâmpadas e tomadas: fazer previsão com o cliente Desenho Técnico x Quantidade de iluminação: pelo menos um ponto de luz por cômodo x Tomadas: x cômodos com menos de 6 m2: pelo menos uma x cômodos com mais de 6 m2 (uma tomada a cada 5m de perímetro) - cozinhas e banheiros (uma tomada a cada 3,5m de perímetro) x banheiros: tomadas e pontos de luz, no mínimo, 60 cm do box x Diagrama unifiliar: quadro geral em local acessível + circuitos cuja corrente não ultrapasse 10A x Ex.: circuito 1 (iluminação) + circuito 2 (tomadas) x Quanto mais circuitos, mais elementos x Abaixo do tipo de condutor: colocar a bitola x (2) Diagrama Multifilar forma de representação em que todos os condutores são representados individualmente x Indicam de forma mais detalhada os elementos do sistema elétrico - as linhas representam os condutores x Modelo mais eficiente: evita erros quanto ao tipo e quantida- de de circuitos (pois são individualizados) x Condutores: representados por linhas horizontais e letra do tipo de condutor x Linhas contínuas: Fase (R, S ou T) + neutro (N), x Linha tracejada e precedida das letras PE: condutor terra x Circuitos: subíndices das letras - diagrama representado em folha separado (fluxograma autônomo) x Pontos em que ocorre ligação na rede: pontos pintados de preto x Útil na descrição de motores e máquinas industriais x Simbologia diferenciada: apenas alguns símbolos representa- tivos na tabela, são muitos! 020 Planta de Localização e Situação: servem para indicar a localização da edificação x Planta de situação: posicionamento geográfico - posição referen- cial, onde a edificação se encontra x NBR 6492: indicar o norte, ruas do entor- no, desenho da área do terreno, número do lote e dos lotes vizinhos, distâncias até as esquinas e outros que contribuam para localização do terreno x Usar escalas elevadas de redução: 1:500, 1:1000 e 1:2000, p. ex. x Área do terreno: hachurada com linhas de inclinação 45º x Edificações nos terrenos vizinhos podem ser desenhadas x Alguns municípios exigem o quadro descritivo de áreas do terreno (área construída, área do terreno e área livre) x Planta de localização ou locação: espaço disponível para constru- ção - orientar a construção, localizando a edificação dentro do lote em questão x Indicar os afasta- mentos: distância das edificações até os limites do terreno x Cada município defi- ne em lei a distância do afastamento - exemplo didático: recuo frontal (maior ou igual a 4 m); recuos laterais (se tiver janelas, 1,50 m); recuo posterior (ajuste dos outros três recuos) Unidade 7 - Desenho de Edificações x Desenho de máquinas de edificações: cada representação possui seus símbolos padronizados, aqueles mais comuns (e repetem com frequência) x De máquinas: podemos inserir cortes, vistas ou representa- ções de detalhes até que fique tudo bem explicado x No desenho de edificações: portas e janelas, p. ex., são normalizados e irão receber nomes diferentes das repre- sentações ortogonais de peças Projeto de edificação: mais comumente representado pela planta x Projeto arquitetônico: representações em planta + cortes longitudinais + transversais visualização de detalhes internos + verificação das normas de construção Planta: projeção ortogonal, em que um plano secante paralelo ao piso atravessa a edificação a uma altura de1,5 m do piso de referência - quando o plano secante atravessa a peça de forma ortogonal ao piso, temos cortes longitudinais e transversais Desenho Técnico x Afastamentos são sempre medidos em relação à parede da edificação e não em relação à projeção do telhado x Deve-se também indicar as edificações e elementos (rampas e vegetações) existentes no terreno x Escalas mais usuais: 1:200, 1:250 e 1:500 x Desenho da edificação: feito como planta de cobertura x É comum plantas de situação e locação (por terem escalas similares), serem feitas em um mesmo desenho Planta Baixa: principal desenho de um projeto arquitetônico x Um plano horizontal e paralelo ao piso atinge a construção a uma altura que varia entre 1,5 e 1,2 m: x Parte superior do desenho é retirada para apresentar os detalhes internos da edificação x Detalhes do piso, posição das esquadrias (janelas e portas), direção em que estas irão abrir, posição dos pilares, dimensões dos cômodos e suas ligações dentro da edi- ficação, área externa do terreno x Escalas mais usuais: 1:50 ou 1:100 (representa melhor os detalhes) x Tudo que estiver abaixo da altura de 1,2 m será representado x Como desenhar uma planta baixa: x (1) Construção de linhas verticais e horizontais: definir as posições das paredes principais (estrutura de sustentação da edificação) x Espessura das paredes: de 0,25 a 0,15 m x (2) Reforçar as linhas referentes às paredes que farão parte da edificação e apagar as demais; (3) Desenhar portas e janelas e (4) colocação dos elementos, inclusive piso. x Importante utilizar traços e cores diferentes para paredes de alturas diferentes: as paredes atingidas pelo plano de corte devem possuir a maior espessura de linha; paredes à meia altura do corte, espessura média; e linha de piso com a menor espessura x A planta baixa serve de referência para os projetos hidráulico, elétrico e de sonorização x Peças mecânicas: equivalente a um plano de corte ortogonal à vista frontal. x Existência de detalhes acima da linha de corte: linhas traceja- das, hachuras de linhas inclinadas ou de concreto, ou retângulo interno à parede (NBR 6492) x As hachuras estabelecem uma diferenciação entre linhas de piso e paredes atingidas por corte x Elementos devem ser representados conforme a altura que o plano de corte os atinge: x Portas: linhas contínuas largas x Janelas: x Atingidas pelo plano de corte: linhas médias x Acima
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