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Tratamento de Efluentes na Cervejaria Bruno Lourencio Elias Bernardes Gabriel Zenatelli Gabriella Araújo Isabella Lobo Martha Ohanna Mayara Caiafa Biotecnologia e Bioquímica Industrial 1 Histórico A fabricação de cerveja se confunde com a própria história da humanidade, por ser uma das mais antigas bebidas produzidas pelo homem; (NELSON, 2005) No Brasil, o consumo da cerveja foi introduzido no início do século XIX por D. João VI, com a chegada da família real portuguesa, na época sendo importada de países europeus, principalmente Inglaterra. (LARA, 2018) 4° bebida mais consumida no mundo; (GRÃO GOURMET, 2018) 2 “Bebida obtida pela fermentação alcóolica do mosto cervejeiro oriundo do malte de cevada e água potável, por ação da levedura, adição do lúpulo, podendo o lúpulo ser substituído por seus respectivos extratos” (Legislação Brasileira) Processo Industrial de Produção da Cerveja Figura 1: Fluxograma representativo do processo de produção da cerveja da AmBev. Fonte: Autores adaptado de AmBev. 4 Processo Artesanal de Produção da Cerveja Figura 2: Fluxograma representativo do processo de produção de cerveja artesanal. Fonte: Autores. 5 Resíduos da Cervejaria Fase de fabricação Origem do resíduo Composição Maltaria Impurezas namatérias-prima Restos de grãos, sólios sedimentáveis, proteínas e açúcares Cozimento Resto de mosto e lavagem dos equipamentos Solução aquosa de açúcares, dextrina, proteínas, taninos, resinas. Fermentação Lavagem dos tanques Álcool etílico, gás carbônico, ácidos, aldeídos, cetonas, ésteres, gorduras, bactérias. Maturação Fundo das cubas Líquido enriquecido de proteínas e produtos derivados de sua degradação. Tabela 1 - Origem e composição dos diferentes tipos de resíduos da cervejaria. Fonte: Autores adaptado de Souza, Souto e Siqueira, 2011. 6 Efluentes Geração quantidades significativas de efluentes. Equipamentos; Pisos; Garrafas. Influenciados pela composição → tipo de cerveja fabricado tipo de levedura utilizada qualidade dos processos de filtração tipo de aditivos eventualmente acrescentados eficiência dos processos de limpeza de equipamentos. (Trindade, 2013) 7 Efluentes Elevada DBO e DQO; São gerados aproximadamente 4L de efluente por litro de cerveja produzida. Caracterização físico-química antes das etapas de tratamento→ auxiliar na escolha das condições e dos métodos mais eficientes, afim atender aos parâmetros ambientais prescritos pelo CONAMA 8 Parâmetros Ambientais RESOLUÇÃO 430/2011 - “Art. 3° Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos corpos receptores após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis.”. (Resolução CONAMA n° 430) 9 Características do efluente do processo Tabela 2: Comparação do efluente do processo cervejeiro com os parâmetros exigidos pela CONAMA para recepção do corpo d’água. Fonte: Autores, 2019. . Parâmetros Processo Industrial Efluente do processo Efluente para recepção do corpo d’água. DBO 6 a 12 kg/dia 1,5 a 3 kg/m³ remoção mínima de 60% DQO 12 a 16 kg/dia 3 a 4 kg/m³ inferior a 5mg/L Sólidos Suspensos 80 a 120 g/dia 20 a 30 g/m³ nula Óleos e Graxas 4 a 40 g/dia 1 a 10 g/m³ até 20 mg/L pH - 10 a 12 5 a 9 Temperatura - 40 a 42ºC < 40 º C(não podendo exceder 3 º C no limite da zona de mistura) 10 Tratamento dos Efluentes Figura 3: Fluxograma processo de tratamento de Efluente. Fonte: Autores. Coagulação do efluente para equalizar o pH Redução de poluentes orgânicos, metais pesados, materiais insolúveis, materiais orgânicos e não biodegradavéis Adição de floculantes (sais de alumínio e ferro) pH : 6,5 - 8,5 aeróbico 6,3 - 7,8 anaeróbico Remover as partículas sólidas passantes do gradeamento e flocos formados na etapa anterior Tanque de correção de pH Tratamento Biológico Precipitação Tratamento Anaeróbio Tratamento Aeróbio Sedimentação Grades e Peneiras Remover substâncias sólidas mais grosseiras Tratamento Anaeróbio Acidogênicas, acetogênicas e metanogênicas; Menor gasto energético e menor formação de lodo quando comparado ao processo aeróbico; Alguns casos → necessário ainda o tratamento aeróbico para redução da carga orgânica e atender as normas regulamentadoras. (Neto , 2013) Tratamento Anaeróbio Figura 4: Esquema de um reator do tipo UASB. Fonte: Neto, 2013. 13 Tratamento Aeróbio Bactérias do tipo aeróbias; Lodo ativado em tanques → efluente seja aerado superficialmente, para garantir a presença de oxigênio no mesmo; decompõem a matéria orgânica e liberam no ambiente CO2 e água, além de produzir novas células; Eficiente → remoção de até 98%. Tratamento Lodo Ativado Figura 5: Fluxograma processo de tratamento aeróbio de Efluente. Fonte: Autores. Considerações Finais Preocupação industrial para atender aos padrões impostos pelos órgãos competentes; tratamentos biológicos para padronização do efluente; Aeróbico → maior eficiência de remoção de matéria orgânica → aproximadamente 98% de limpeza do efluente. Anaeróbico → menos gastos energéticos e uma menor área física para atuação; Atualmente 95% das indústrias brasileiras utilizam os dois processos para o tratamento dos efluentes. 16 AMBEV. PRODUÇÃO QUE FAZ TODA A DIFERENÇA. ENTENDA. [S. l.], 2 jul. 2019. Disponível em: https://www.ambev.com.br/marcas-como-produzimos/. Acesso em: 2 jul. 2019. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Decreto nº 6.871 de 04 de junho de 2009. Dispõe sore a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. Brasília: Diário Oficial da União, 04 de junho de 2009. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução CONAMA N° 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução N° 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Brasília: Diário Oficial da União N° 92, p. 89, 16 de maio de 2011. GRÃO GOURMET. As 19 bebidas mais consumidas no mundo. [S. l.], 11 out. 2018. Disponível em: https://www.graogourmet.com/blog/bebidas-mais-consumidas-mundo/. Acesso em: 1 jul. 2019. NELSON, Max. The Barbarian’s beverage: A History of Beer in Ancient Europe. 1 ed. Abingdon, Reino Unido: Routledge, 2005. Disponível em: < https://scholar.uwindsor.ca/cgi/viewcontent.cgi?referer=&httpsredir=1&article=1025&context=llcpub>. Acesso em: 02 jul 2019. ISBN 0-203-30912-X. NETO, H. M. Tratamento de efluentes na fabricação de bebidas. Disponível em: <http://www.revistatae.com.br/6920-noticias>. Acesso em: 2 jul. 2019. SÊNA, Julia Rodrigres Dib; AFONSO, Júlio Carlos. Tratamento de Efluentes de uma Indústria de Bebidas. Nota Técnica, [S.I.], p.37-41,30 ago.2014. Disponível em: http://www.abq.org.br/rqi/2014/745/RQI-745-pagina36-Nota-Tecnica-Tratamento-de-Efluentes-de-uma-Industria-de-Bebidas.pdf. Acesso em 4 jul. 2019. SOUZA, Larissa Ciro; SOUTO, Jackeline; SIQUEIRA, Maria Thalita. Indústria Cervejeira. Tratamento de Efluentes, Recife, 11 2011. Disponível em: https://www.ebah.com.br/content/ABAAAfMQkAH/projeto-estacao-tratamento-efluentes-industria-cervejeira-controle-ambiental. Acesso em: 2 jul. 2019. TERA. Tratamento biológico aeróbio e anaeróbio de efluentes. [S.I.], 9 out.2013. Disponível em: https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/bid/340697/tratamento-biologico-aerobio-e-anaerobio-de-efluentes. Acesso em: 4 jul. 2019. TRINDADE, Sergio de Oliveira. Ianalitica. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CERVEJA, [S. l.], 2013. Disponível em: https://ianalitica.com.br/processo-de-fabricacao-da-cerveja/. Acesso em: 2 jul. 2019. Referências Bibliográficas: 17 Beba com moderação Agradecemos a atenção! .MsftOfcThm_Accent6_Fill { fill:#70AD47; }.MsftOfcThm_Accent5_Fill { fill:#5B9BD5; } .MsftOfcThm_Accent5_Fill { fill:#5B9BD5; }
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