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Leis extravagantes (RESUMO)

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ULTIMA ATUALIZAÇÃO DO MATERIAL (JANEIRO-2019) 
 
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. 
 
Regula o Direito de Representação e o processo de 
Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de 
abuso de autoridade. 
 
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, 
contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela 
presente lei. 
 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: 
 
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar 
culpada, a respectiva sanção; 
 
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra 
a autoridade culpada. 
 
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo 
do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de 
testemunhas, no máximo de três, se as houver. 
 
Representação por meio de Petição dirigida à: 
- Autoridade superior; 
- Autoridade civil; 
- Autoridade militar culpada ou 
- MP 
 
A petição deve conter: 
- Exposição dos fatos e circunstâncias constitutivos do abuso; 
- Qualificação do acusado; 
- Rol de testemunha (máximo de 3) 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
 
a) à liberdade de locomoção; 
 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
 
c) ao sigilo da correspondência; 
 
d) à liberdade de consciência e de crença; 
 
e) ao livre exercício do culto religioso; 
 
f) à liberdade de associação; 
 
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
 
h) ao direito de reunião; 
 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
 
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. 
 
Abuso relativo ao sistema penitenciário e custódia (minha obs) 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com 
abuso de poder; 
 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em 
lei; 
 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; 
 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; 
 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei; 
 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer 
outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao 
seu valor; 
 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de 
carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa; 
 
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso 
ou desvio de poder ou sem competência legal; 
 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de 
expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. 
 
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função 
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. 
 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal. 
 
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá 
em: 
 
a) advertência; 
 
b) repreensão; 
 
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de 
vencimentos e vantagens; 
 
d) destituição de função; 
 
e) demissão; 
 
f) demissão, a bem do serviço público. 
 
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização 
de quinhentos a dez mil cruzeiros. 
 
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e 
consistirá em: 
 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até 
três anos. 
 
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. 
 
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer 
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer 
funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
 
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a 
autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato. 
 
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou 
federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo. 
 
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do inquérito 
administrativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de 
outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). 
 
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação 
penal ou civil. 
 
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar. 
 
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou 
independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou 
penal ou ambas, da autoridade culpada. 
 
Art. 10. Vetado 
 
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil. 
 
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por 
denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso. 
 
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e 
oito horas (48 horas), denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e 
requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento. 
 
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias. 
 
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou 
o acusado poderá: 
 
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas 
qualificadas; 
 
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas (72 horas) antes da audiência de instrução e julgamento, 
a designação de um perito para fazer as verificações necessárias. 
 
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o 
apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento. 
 
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá conter a indicação de mais duas 
testemunhas. 
 
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia requerer o arquivamento 
da representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa 
da representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz 
atender. 
 
 
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será 
admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e 
oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo 
tempo, no caso de negligência do querelante,retomar a ação como parte principal. 
 
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo 
ou rejeitando a denúncia. 
 
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora para a audiência de 
instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente, dentro de cinco dias. 
 
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência de instrução 
e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via da representação e 
da denúncia. 
 
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, independentemente 
de intimação. 
 
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação de testemunhas 
ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a realização de diligências, perícias ou 
exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais providências. 
 
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta 
a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante do Ministério Público 
ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu. 
 
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz. 
 
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão 
retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência. 
 
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar- 
se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o 
Juiz designar. 
 
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente. 
 
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para 
funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo. 
 
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério 
Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de 
quinze minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz. 
 
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença. 
 
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em 
resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso, os 
despachos e a sentença. 
 
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério Público ou o advogado que houver 
subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão. 
 
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância dos prazos 
fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro. 
 
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo Penal, sempre que 
compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei. 
 
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e apelações previstas no 
Código de Processo Penal. 
 
LEI Nº 5.553, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1968. 
Dispõe sobre a apresentação e uso de documentos de 
identificação pessoal. 
 
Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito público ou de direito 
privado, é lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda que apresentado por 
fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive comprovante de quitação com o serviço militar, título de 
eleitor, carteira profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de 
naturalização e carteira de identidade de estrangeiro. 
Art. 2º Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação de documento de 
identificação, a pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até 5 (cinco) dias, os dados que 
interessarem devolvendo em seguida o documento ao seu exibidor. 
§ 1º - Além do prazo previsto neste artigo, somente por ordem judicial poderá ser retido qualquer 
documento de identificação pessoal. 
§ 2º - Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de pessoa em órgãos 
públicos ou particulares, serão seus dados anotados no ato e devolvido o documento imediatamente 
ao interessado. 
Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3 (três) meses ou 
multa de NCR$ 0,50 (cinqüenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros novos), a retenção de qualquer 
documento a que se refere esta Lei. 
 Parágrafo único. Quando a infração for praticada por preposto ou agente de pessoa jurídica, considerar-se-
á responsável quem houver ordenado o ato que ensejou a retenção, a menos que haja , pelo executante, 
desobediência ou inobservância de ordens ou instruções expressas, quando, então, será este o infrator. 
DECRETO Nº 5.948, DE 26 DE OUTUBRO DE 2006. 
Aprova a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de 
Pessoas e institui Grupo de Trabalho Interministerial com o 
objetivo de elaborar proposta do Plano Nacional de 
Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas - PNETP 
ANEXO 
POLÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1o A Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas tem por finalidade 
estabelecer princípios, diretrizes e ações de prevenção e repressão ao tráfico de pessoas e de 
atenção às vítimas, conforme as normas e instrumentos nacionais e internacionais de direitos 
humanos e a legislação pátria. 
Art. 2o Para os efeitos desta Política, adota-se a expressão “tráfico de pessoas” conforme o Protocolo 
Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, 
Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças, 
Define como o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de 
pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao 
engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de 
pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre 
outra para fins de exploração. 
A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de 
exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, 
a servidão ou a remoção de órgãos. 
§ 1o O termo “crianças” descrito no caput deve ser entendido como “criança e adolescente”, de acordo 
com a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 Lei no 8.069/90, Art. 2º - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 
doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
§ 2o O termo “rapto” descrito no caput deste artigo deve ser entendido como a conduta definida no art. 
148 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal Brasileiro, referente ao seqüestro 
e cárcere privado. 
 Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado 
§ 3o A expressão “escravatura ou práticas similares à escravatura” deve ser entendida como: 
I - a conduta definida no art. 149 do Decreto-Lei no 2.848, de 1940, referente à redução à condição 
análoga a de escravo; e 
 Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a 
trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de 
trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,sua locomoção em razão de dívida 
contraída com o empregador ou preposto 
 I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de 
retê-lo no local de trabalho 
 II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou 
objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
II - a prática definida no art. 1o da Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravatura, 
do Tráfico de Escravos e das Instituições e Práticas Análogas à Escravatura, como sendo o 
casamento servil. 
§ 4o A intermediação, promoção ou facilitação do recrutamento, do transporte, da 
transferência, do alojamento ou do acolhimento de pessoas para fins de exploração também 
configura tráfico de pessoas. 
§ 5o O tráfico interno de pessoas é aquele realizado dentro de um mesmo Estado-membro da 
Federação, ou de um Estado-membro para outro, dentro do território nacional. 
§ 6o O tráfico internacional de pessoas é aquele realizado entre Estados distintos. 
§ 7o O consentimento dado pela vítima é irrelevante para a configuração do tráfico de pessoas. 
CAPÍTULO III 
AÇÕES 
Art. 8o Na implementação da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, caberá aos órgãos 
e entidades públicos, no âmbito de suas respectivas competências e condições, desenvolver as seguintes 
ações: 
I - na área de Justiça e Segurança Pública: 
a) proporcionar atendimento inicial humanizado às vítimas de tráfico de pessoas que retornam ao 
País na condição de deportadas ou não admitidas nos aeroportos, portos e pontos de entrada em 
vias terrestres; 
b) elaborar proposta intergovernamental de aperfeiçoamento da legislação brasileira relativa ao 
enfrentamento do tráfico de pessoas e crimes correlatos; 
c) fomentar a cooperação entre os órgãos federais, estaduais e municipais ligados à segurança 
pública para atuação articulada na prevenção e repressão ao tráfico de pessoas e responsabilização 
de seus autores; 
d) propor e incentivar a adoção do tema de tráfico de pessoas e direitos humanos nos currículos de formação 
dos profissionais de segurança pública e operadores do Direito, federais, estaduais e municipais, para 
capacitação, quando do ingresso na instituição e de forma continuada, para o enfrentamento a este tipo de 
crime; 
e) fortalecer as rubricas orçamentárias existentes e criar outras voltadas para a formação dos profissionais 
de segurança pública e de justiça na área de enfrentamento ao tráfico de pessoas; 
f) incluir nas estruturas específicas de inteligência policial a investigação e repressão ao tráfico de 
pessoas; 
g) criar, nas Superintendências Regionais do Departamento de Polícia Federal e da Polícia 
Rodoviária Federal, estruturas específicas para o enfrentamento do tráfico de pessoas e outros 
crimes contra direitos humanos; 
h) promover a aproximação dos profissionais de segurança pública e operadores do Direito com a 
sociedade civil; 
i) celebrar acordos de cooperação com organizações da sociedade civil que atuam na prevenção ao 
tráfico de pessoas e no atendimento às vítimas; 
j) promover e incentivar, de forma permanente, cursos de atualização sobre tráfico de pessoas, para 
membros e servidores dos órgãos de justiça e segurança pública, preferencialmente por meio de 
suas instituições de formação; 
l) articular os diversos ramos do Ministério Público dos Estados e da União, da Magistratura Estadual e 
Federal e dos órgãos do sistema de justiça e segurança pública; 
m) organizar e integrar os bancos de dados existentes na área de enfrentamento ao tráfico de pessoas e 
áreas correlatas; 
n) celebrar acordos de cooperação técnica com entidades públicas e privadas para subsidiar a atuação 
judicial e extrajudicial; 
o) incluir o tema de tráfico de pessoas nos cursos de combate à lavagem de dinheiro, ao tráfico de drogas e 
armas e a outros crimes correlatos; 
p) desenvolver, em âmbito nacional, mecanismos de prevenção, investigação e repressão ao tráfico 
de pessoas cometido com o uso da rede mundial de computadores, e conseqüente 
responsabilização de seus autores; e 
q) incluir a possível relação entre o desaparecimento e o tráfico de pessoas em pesquisas e 
investigações policiais 
VI - na área de Promoção da Igualdade Racial: 
a) garantir a inserção da perspectiva da promoção da igualdade racial nas políticas governamentais 
de enfrentamento ao tráfico de pessoas; 
b) apoiar as experiências de promoção da igualdade racial empreendidas por Municípios, Estados e 
organizações da sociedade civil voltadas à prevenção ao tráfico de pessoas e atendimento às vítimas; e 
c) promover a realização de estudos e pesquisas sobre o perfil das vítimas de tráfico de pessoas, 
com ênfase na população negra e outros segmentos étnicos da população brasileira; 
IX - na área dos Direitos Humanos: 
a) proteger vítimas, réus colaboradores e testemunhas de crimes de tráfico de pessoas; 
b) receber denúncias de tráfico de pessoas através do serviço de disque-denúncia nacional, dando o 
respectivo encaminhamento; 
c) incluir ações específicas sobre enfrentamento ao tráfico de pessoas e fortalecer ações existentes no 
âmbito de programas de prevenção à violência e garantia de direitos; 
d) proporcionar proteção aos profissionais que atuam no enfrentamento ao tráfico de pessoas e que, 
em função de suas atividades, estejam ameaçados ou se encontrem em situação de risco; 
e) incluir o tema do tráfico de pessoas nas capacitações dos Conselhos de Direitos da Criança e do 
Adolescente e Conselhos Tutelares; 
f) articular ações conjuntas de enfrentamento ao tráfico de crianças e adolescentes em regiões de 
fronteira; 
g) promover, em parceira com os órgãos e entidades diretamente responsáveis, a prevenção ao trabalho 
escravo, através da sensibilização de operadores de Direito, orientação a produtores rurais acerca dos 
direitos trabalhistas, educação e capacitação de trabalhadores rurais; e 
h) disponibilizar mecanismos de acesso a direitos, incluindo documentos básicos, preferencialmente nos 
Municípios identificados como focos de aliciamento de mão-de-obra para trabalho escravo; 
X - na área da Proteção e Promoção dos Direitos da Mulher: 
a) qualificar os profissionais da rede de atendimento à mulher em situação de violência para o 
atendimento à mulher traficada; 
b) incentivar a prestação de serviços de atendimento às mulheres traficadas nos Centros de Referência de 
Atendimento à Mulher em Situação de Violência; 
c) apoiar e incentivar programas e projetos de qualificação profissional, geração de emprego e renda que 
tenham como beneficiárias diretas mulheres traficadas; 
d) fomentar debates sobre questões estruturantes favorecedoras do tráfico de pessoas e relativas à 
discriminação de gênero; 
e) promover ações de articulação intersetoriais visando a inserção da dimensão de gênero nas políticas 
públicas básicas, assistenciais e especiais; 
f) apoiar programas, projetos e ações de educação não-sexista e de promoção da diversidade no ambiente 
profissional e educacional; 
g) participar das capacitações visando garantir a temática de gênero; e 
h) promover, em parceria com organizações governamentais e não-governamentais, debates sobre 
metodologias de atendimento às mulheres traficadas; 
XI - na área do Turismo: 
a) incluir o tema do tráfico de pessoas, em especial mulheres, crianças e adolescentes nas capacitações e 
eventos de formação dirigidos à cadeia produtiva do turismo; 
b) cruzar os dados dos diagnósticos feitos nos Municípios para orientar os planos de 
desenvolvimento turístico local através do programa de regionalização; e 
c) promover campanhas de sensibilização contra o turismo sexual como forma de prevenção ao tráfico de 
pessoas; 
 
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. 
 
Vigência Dispõe sobre o Estatutoda Criança e do 
Adolescente e dá outras providências. 
 
Título II 
Dos Direitos Fundamentais 
Capítulo I 
Do Direito à Vida e à Saúde 
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de 
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em 
condições dignas de existência. 
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher 
e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, 
ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema 
Único de Saúde. 
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período 
pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. 
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se 
encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas 
sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o 
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança. 
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e 
de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho 
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. 
 
Capítulo II 
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade 
 Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como 
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e 
sociais garantidos na Constituição e nas leis. 
 Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: 
 I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; 
 II - opinião e expressão; 
 III - crença e culto religioso; 
 IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; 
 V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; 
 VI - participar da vida política, na forma da lei; 
 VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. 
 
 Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança 
e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, 
idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. 
 Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de 
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo 
físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou 
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos 
agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar 
deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: 
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a 
criança ou o adolescente que resulte em: 
a) sofrimento físico; ou 
b) lesão; 
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou 
ao adolescente que: 
a) humilhe; ou 
b) ameace gravemente; ou 
c) ridicularize. 
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de 
medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, 
tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante 
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem 
prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a 
gravidade do caso: 
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; 
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; 
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; 
V - advertência. 
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de 
outras providências legais. 
Capítulo II 
Seção III 
Da Autorização para Viajar 
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais 
ou responsável, sem expressa autorização judicial. 
§ 1º A autorização não será exigida quando: 
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou 
incluída na mesma região metropolitana; 
b) a criança estiver acompanhada: 
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o 
parentesco; 
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável. 
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por dois 
anos. 
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou 
adolescente: 
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; 
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com 
firma reconhecida. 
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território 
nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. 
 
Título V 
Do Conselho Tutelar 
Capítulo I 
Disposições Gerais 
 Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado 
pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta 
Lei. 
 Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 
(um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) 
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, 
mediante novo processo de escolha. 
 Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: 
 I - reconhecida idoneidade moral; 
 II - idade superior a vinte e um anos; 
 III - residir no município. 
 Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e 
estabelecerá presunção de idoneidade moral. 
 
Capítulo II 
Das Atribuições do Conselho 
 Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: 
 I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as 
medidas previstas no art. 101, I a VII; 
 II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a 
VII; 
 III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto: 
 a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, 
trabalho e segurança; 
 b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas 
deliberações. 
 
 IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal 
contra os direitos da criança ou adolescente; 
 V - encaminhar à autoridade judiciária os casosde sua competência; 
 VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I 
a VI, para o adolescente autor de ato infracional; 
 VII - expedir notificações; 
 VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário; 
 IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e 
programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente; 
 X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, 
§ 3º, inciso II, da Constituição Federal; 
 XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, 
após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. 
 XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e 
treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. 
 Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o 
afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe 
informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e 
a promoção social da família.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
 Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade 
judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse. 
 
Capítulo III 
Da Competência 
 Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147. 
 
Capítulo IV 
Da Escolha dos Conselheiros 
 Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei 
municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do 
Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público. 
§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o 
território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao 
da eleição presidencial. 
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de 
escolha. 
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, 
prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de 
pequeno valor. 
 
Capítulo V 
Dos Impedimentos 
 
 Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e 
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhado, tio e sobrinho, padrasto 
ou madrasta e enteado. 
 Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à 
autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da 
Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital. 
 
Título VII 
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas 
 
Capítulo I 
Dos Crimes 
 
Seção I 
Disposições Gerais 
 
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por ação ou 
omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal. 
 
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao 
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal. 
 
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada 
 
Seção II 
Dos Crimes em Espécie 
 
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de 
gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta 
Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração 
de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato: 
 
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos 
exames referidos no art. 10 desta Lei: 
 
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar 
em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente 
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das 
formalidades legais. 
 
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer 
imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por 
ele indicada: 
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a 
constrangimento 
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança 
ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: 
 
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado de 
liberdade: 
 
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou 
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: 
 
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei 
ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto: 
 
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa: 
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa. 
 
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para 
o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro: 
 
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: 
 
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo 
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente Vart.190: 
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo 
intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou 
ainda quem com esses contracena. 
 
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: 
 
I - no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; 
 
II - prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou 
 
III - prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por 
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha 
autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. 
 
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo 
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer 
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro 
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
 § 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
I - assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que 
trata o caput deste artigo; 
II - assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou 
imagens de que trata o caput deste artigo. 
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste artigo sãopuníveis quando o responsável 
legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo 
ilícito de que trata o caput deste artigo. 
 
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de 
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
 
Redução de pena 
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se 
refere o caput deste artigo. 
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades 
competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando 
a comunicação for feita por: 
I - agente público no exercício de suas funções; 
II - membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o 
recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; 
III - representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por 
meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade 
policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. 
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido. 
 
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou 
pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer 
outra forma de representação visual: 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, 
publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma 
do caput deste artigo. 
 
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, 
com o fim de com ela praticar ato libidinoso: 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 
I - facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica 
com o fim de com ela praticar ato libidinoso; 
II - pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de 
forma pornográfica ou sexualmente explícita. 
 
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou 
pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades 
sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou 
adolescente para fins primordialmente sexuais 
 
Dar acesso a arma, munição ou explosivo 
Art. 242. Vender, fornece ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou 
adolescente arma, munição ou explosivo: 
 
Dar acesso a bebida alcoólica 
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, 
a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos 
componentes possam causar dependência física ou psíquica. 
 
Dar acesso a fogos de artifício 
Art. 244. Vender, fornece ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou 
adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, 
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida: 
 
Prostituição infantil 
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à 
prostituição ou à exploração sexual. 
 
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na prática 
criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação 
(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. 
 
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se 
verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. . 
 
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de 
funcionamento do estabelecimento. 
 
Corrupção de menores 
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando 
infração penal ou induzindo-o a praticá-la: 
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas 
utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. 
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração 
cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da LEI Nº 8.072, de 25 de julho de 1990. 
 
Capítulo II 
Das Infrações Administrativas 
 
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino 
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha 
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: 
 
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos direitos 
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: 
 
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, 
nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou 
adolescente a que se atribua ato infracional: 
 
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente 
envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe 
sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente. 
 
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista 
neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da 
programação da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois números. 
(Expressão declara inconstitucional pela ADIN 869-2). 
 
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente 
de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: 
 
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem 
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: 
 
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá determinar o 
fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. 
 
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será 
definitivamente fechado e terá sua licença cassada. 
 
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do disposto nos 
arts. 83, 84 e 85 desta Lei: 
 
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, 
à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa 
etária especificada no certificado de classificação: 
 
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. 
 
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar os limites 
de idade a que não se recomendem: 
 
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência, aplicável, 
separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade. 
 
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizadoou sem aviso 
de sua classificação: 
 
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária 
poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias. 
 
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente como 
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo: 
 
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade poderá determinar a 
suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. 
 
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em desacordo com a 
classificação atribuída pelo órgão competente: 
 
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá 
determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. 
 
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei: 
 
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem 
prejuízo de apreensão da revista ou publicação. 
 
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o que dispõe esta Lei 
sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo: 
 
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá 
determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias. 
 
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e operacionalização dos cadastros 
previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: 
 
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). 
 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de crianças 
e de adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de 
crianças e adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar. 
 
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou 
gestante interessada em entregar seu filho para adoção: 
 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou comunitário destinado à 
garantia do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. 
 
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997. 
Define os crimes de tortura e dá outras providências. 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico 
ou mental: 
 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave 
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de 
caráter preventivo. 
 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante 
de medida legal. 
 
Omissão própria 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre 
na pena de detenção de um a quatro anos. 
 
Lesão corporal 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; 
se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 
 
Qualificação do crime 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: 
 
I - se o crime é cometido por agente público; 
 
II - se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou 
maior de 60 (sessenta) anos; 
 
III - se o crime é cometido mediante seqüestro. 
 
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu 
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em 
regime fechado. 
 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território 
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. 
 
 
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. 
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas 
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá 
outras providências. 
 
CAPÍTULO III 
DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO 
ADMINISTRATIVA OU DE CRIME 
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os 
respectivos autos. 
§ 1o Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não 
recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades 
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. 
§ 2o Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no § 1o deste artigo, o órgão 
autuante zelará para que eles sejam mantidos em condições adequadas de acondicionamento e transporte 
que garantam o seu bem-estar físico. 
§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a instituições 
científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes. 
§ 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a instituições 
científicas, culturais ou educacionais. 
 § 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização 
por meio da reciclagem. 
 
CAPÍTULO V 
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE 
Seção I 
Dos Crimes contra a Fauna 
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota 
migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em 
desacordo com a obtida: 
§ 1º Incorre nas mesmas penas: 
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; 
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; 
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou 
transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como 
produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida 
permissão, licença ou autorização da autoridade competente. 
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode 
o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias 
e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo 
dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. 
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: 
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; 
II - em período proibido à caça; 
III - durante a noite; 
IV - com abuso de licença; 
V - em unidade de conservação; 
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa. 
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício decaça profissional. 
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca. 
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da 
autoridade ambiental competente: 
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida 
por autoridade competente: 
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou 
domesticados, nativos ou exóticos: 
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda 
que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. 
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes1 ou carreamento de materiais, o perecimento de 
espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais 
brasileiras: 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas: 
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público; 
II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão 
ou autorização da autoridade competente; 
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos 
ou corais, devidamente demarcados em carta náutica. 
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão 
competente: 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: 
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos 
permitidos; 
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, 
técnicas e métodos não permitidos; 
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e 
pesca proibidas. 
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: 
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante; 
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente: 
 
1 Efluentes são os resíduos provenientes das indústrias, dos esgotos e das redes pluviais, que são lançados no meio ambiente, na 
forma de líquidos ou de gases. 
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, 
apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais 
hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de 
extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. 
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; 
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde 
que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 
Seção II 
Dos Crimes contra a Flora 
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em 
formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio de 
regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da 
autoridade competente: 
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 
do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização: 
Art. 27. Nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de dez 
quilômetros, qualquer atividade que possa afetar a biota ficará subordinada às normas 
editadas pelo Conama. 
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as 
Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida 
Silvestre. 
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades 
de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação 
da pena. 
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
Art. 40-A. (VETADO) 
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, 
as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as 
Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do 
Patrimônio Natural. 
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de 
Conservação de Uso Sustentável será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. 
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: 
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas 
e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: 
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
Art. 43. (VETADO) 
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem 
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: 
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Público, 
para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em 
desacordo com as determinações legais: 
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros 
produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade 
competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, 
transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida 
para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. 
Art. 47. (VETADO) 
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação: 
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação 
de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: 
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa. 
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora 
de mangues, objeto de especial preservação: 
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de 
domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente: 
§ 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente 
ou de sua família. 
§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano 
por milhar de hectare. 
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem 
licença ou registro da autoridade competente: 
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios 
para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade 
competente: 
QualificadoraArt. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se: 
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime 
climático; 
II - o crime é cometido: 
a) no período de queda das sementes; 
b) no período de formação de vegetações; 
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da 
infração; 
d) em época de seca ou inundação; 
e) durante a noite, em domingo ou feriado. 
 
Seção III 
Da Poluição e outros Crimes Ambientais 
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em 
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da 
flora: 
Redução 
§ 1º Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Aumento de pena 
§ 2º Se o crime: 
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; 
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das 
áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; 
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de 
uma comunidade; 
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; 
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou 
substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos: 
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o 
exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou 
irreversível. 
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente 
autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, 
nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente. 
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, 
armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à 
saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos 
seus regulamentos: 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em desacordo com as 
normas ambientais ou de segurança; 
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a 
resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento. 
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um 
terço. 
§ 3º Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Art. 57. (VETADO) 
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas: 
I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral; 
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem; 
III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. 
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato não 
resultar crime mais grave. 
Art. 59. (VETADO) 
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território 
nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou 
autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares 
pertinentes: 
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, 
à fauna, à flora ou aos ecossistemas: 
 
Seção IV 
Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural 
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial; 
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido por lei, 
ato administrativo ou decisão judicial: 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da 
multa. 
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato 
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, 
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da 
autoridade competente ou em desacordo com a concedida: 
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em razão 
de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, 
etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a 
concedida: 
Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar (Desonrar; manchar a reputação) edificação ou 
monumento urbano: 
Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor 
artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano de detenção, e multa. 
 
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano: 
§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, 
arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa. 
§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público 
ou privado mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando 
couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização 
do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos 
governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico 
nacional. 
 
Seção V 
Dos Crimes contra a Administração Ambiental 
 
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar 
informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento 
ambiental: 
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo com as 
normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo 
do Poder Público: 
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da 
multa. 
Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de 
relevante interesse ambiental: 
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo da multa. Art. 69. 
Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais: 
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro 
procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou 
enganoso, inclusive por omissão: 
§ 1º Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, 
em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa. 
 
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. 
 
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de 
fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – 
Sinarm, define crimes e dá outras providências. 
 
DO REGISTRO 
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente. 
Parágrafo único. As armas de fogo deuso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma 
do regulamento desta Lei. 
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva 
necessidade, atender aos seguintes requisitos: 
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais 
fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito 
policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; 
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa; 
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, 
atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei. 
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na 
quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. 
§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à 
autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e 
cópia dos documentos previstos neste artigo. 
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas 
mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. 
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será 
efetivada mediante autorização do SINARM. 
Art. 5.º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o 
seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou 
dependência desses, ou, ainda, no seu local 
§ 1.º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de 
autorização do Sinarm. 
 
CAPÍTULO III 
DO PORTE 
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos 
em legislação própria e para: 
I – os integrantes das Forças Armadas; 
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 
da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
 
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 
500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; 
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos 
de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; 
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de 
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; 
VI – os integrantes dos órgãos policiais da câmara dos deputados e do senado federal referidos no art. 
51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; 
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas 
de presos e as guardas portuárias; 
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta 
Lei; 
(Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de 
transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda 
das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas 
observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o 
certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.) 
 
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades 
esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, 
no que couber, a legislação ambiental. 
(Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem 
obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, 
respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento 
desta Lei.) 
 
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do 
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. 
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios 
Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que 
efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido 
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. 
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do 
art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente 
podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de 
armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização 
de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar arma de 
fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora 
de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas 
constantes dos incisos I, II, V e VI. 
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) 
 § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma de 
fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora 
de serviço, desde que estejam: 
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; 
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e 
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. 
§ 1º-C. (VETADO). 
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos incisos V, 
VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III 
do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. 
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação 
funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de 
mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, 
observada a supervisão do Ministério da Justiça. 
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como 
os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados 
do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo,

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