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Psicologia da Educação
Eliana Cláudia Graciliano
SOBRE A FACULDADE
A Faculdade Cidade Verde (FCV) nasceu de um sonho, de um projeto 
de vida de professores universitários que compartilhavam de um mesmo 
desejo, o de produzir e difundir o conhecimento ao maior número de pes-
soas, com o intuito de formar profi ssionais aptos a atuarem no mundo dos 
negócios. E assim, unidos por este propósito transformador, constituíram a 
FCV por meio da União Maringaense de Ensino Ltda (UME).
2005 - O Diário Ofi cial da União (DOU) ofi cializou o projeto com a publica-
ção dos dois primeiros cursos: Administração e Ciências Contábeis. O sonho 
tomava forma, novos apoiadores vieram e os primeiros alunos, ao todo eram 
35. Ainda em 2005, o grupo alçava mais um passo com a implantação dos 
cursos de pós-graduação latu-sensu, nas áreas de Gestão e Contabilidade.
2006 - mais uma conquista com a autorização do curso de Ciências 
Econômicas. A esta altura, o sonho já não cabia no pequeno espaço, e fez-
se necessário melhorar a estrutura física.
2008 - Iniciou-se uma pesquisa de mercado com intuito de buscar um 
novo local, com facilidade de transporte e segurança.
2009 - O crescimento do novo centro de Maringá, a FCV inicia o seu 
processo de mudança para a Avenida Horácio Raccanello Filho, 5950.
2010 - Ocorreu a mudança para o atual endereço da instituição, ano em 
que houve também a autorização dos cursos tecnólogos em Análise e Desen-
volvimento de Sistemas, Gestão Comercial e Gestão da Produção Industrial.
2011 - Direito passa a integrar o complexo de cursos e atividades que daria 
base ao desenvolvimento da FCV.
2014 - Em parceria com os Institutos Lactec, a FCV traz para Maringá o Mes-
trado Profissional em Desenvolvimento de Tecnologia.
2015 - Mais dois novos cursos passam a integrar a oferta de cursos superio-
res, os Tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos e Tecnólogo em Marketing. 
De lá pra cá, foram muitas as lutas para garantir a qualidade de ensino e inovação.
2016 - As novas conquistas: os cursos de Psicologia e Design Gráfico.
2017 - Lançamento de oito cursos de Graduação e mais de oitenta cursos de 
Pós-Graduação à distância nas áreas de Educação, Gestão, Direito e Informática. 
Hoje, a FCV é reconhecida como um importante centro de produção e difusão 
de conhecimento com mais de vinte cursos de pós-graduação e onze de gradu-
ação presenciais, lançando os cursos de Graduação e Pós-Graduação à distância, 
tendo como foco a manutenção dos mesmos padrões de qualidade apresentados 
nos cursos presenciais. As instalações atuais da sede estão distribuídas em mais 
de dez mil metros quadrados, comportando seus diversos departamentos admi-
nistrativos; biblioteca (com acervo de dezoito mil livros); cinco laboratórios de 
informática, um de anatomia, uma brinquedoteca, trinta e quatro salas de aula, 
Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), salas de professores e de apoio pedagógico, 
duas cantinas e área de laser. No tocante à qualificação dos professores, a FCV 
conta com mais de 90% do seu corpo docente composto por mestres e douto-
res. Essa é a FCV de hoje, uma faculdade de negócios preocupada em formar ci-
dadãos éticos, contribuindo para o desenvolvimento social, buscando resultados 
sustentáveis através do ensino presencial e a distância.
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Psicologia da 
educação
Eliana Cláudia Graciliano;
Olá, querido(a) aluno(a)!
É com enorme satisfação que participo com você de um assunto tão 
importante e necessário a nós, Pedagogos(as) e futuros Profi ssionais da 
Educação, como a Psicologia do Desenvolvimento Humano e o Processo 
de Aprendizagem.
Durante minha trajetória acadêmica, tive a oportunidade de iniciar estu-
dos afetos a essa temática, em especial, sob a visão da escola de Vigotski. 
Sou formada em Pedagogia – Licenciatura Plena, especialista em Psicope-
dagogia Institucional e atualmente Mestranda em Educação; percurso que 
a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e, as instituições de ensino que 
leciono, vêm contribuindo para que eu adquira os conhecimentos que tenho 
apropriado até os dias de hoje.
De forma oportuna, convido você a interagir comigo neste semestre, 
para que possamos conjunta e coletivamente ampliar nossos conhecimen-
tos de modo a nos desenvolvermos plenamente. Sinto-me feliz por so-
cializar conhecimentos da Psicologia da Educação, mesmo que de forma 
introdutória e honrosa por participar do seu processo formativo.
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Espero que encontre neste material inspiração, o desejo de continu-
ar leituras com relação ao tema e o ensejo de melhoras enquanto parte 
integrante de uma sociedade em permanentes progressos e retrocessos. 
Nessa expectativa, selecionei alguns conteúdos e conceitos que considero 
fundamental a você, para que consiga compreender os processos de apren-
dizagem e desenvolvimento humano nas teorias psicológicas de Jean W. F. 
Piaget (1896-1980) e Lev S. Vigotski (1896 -1934), nosso objetivo geral. 
Limitaremos a essas duas vertentes, mas cabe esclarecer que existem ou-
tras teorias psicológicas, todavia, estas são as que trouxeram contribuições 
signifi cativas para o campo educacional, objeto de nós Pedagogos(as).
Nosso percurso de estudos está dividido em 3 unidades, como diria Jack 
do serial Killer: Vamos por partes!
Na Unidade I: Considerações iniciais sobre Vigotski e Piaget, vamos co-
nhecer a biografi a de Vigotski e de Piaget, bem como o percurso de estu-
dos, a concepção de desenvolvimento humano e algumas das suas princi-
pais obras. Situados, das raízes teóricas e convergências de concepção de 
Homem, Mundo e Sociedade de ambos, veremos na Unidade II intitulada 
por: Teoria Histórico-Cultural: Considerações sobre Vigotski, Luria e Le-
ontiev para o Desenvolvimento Humano, tópicos especiais sobre Vigotski 
e a defesa de sua concepção do desenvolvimento humano, assim como 
os estágios que ele compõe. Em continuidade dos estudos, a Unidade III: 
Educação escolar: Contribuições de Jean Piaget sistematiza o método psi-
cogenético de Piaget e os estágios que ele classifi ca acerca do desenvol-
vimento humano. Acrescido de algumas considerações fi nais, esperamos 
ter ampliado nossos conhecimentos sobre as duas correntes antagônicas e 
inconciliáveis que viemos conhecendo no decorrer deste material.
Deixo um abraço afetuoso e estimas de que seja tempo de novos conhe-
cimentos e conquistas!
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UNIDADE 1: CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
SOBRE VIGOTSKI E PIAGET 9
Considerações iniciais sobre Vigotski e Piaget ............................................................12
Vygotski, Viigotsky, Vygotsky ou Vigotski? De qual estamos falando? ..........................28
Teoria Psicogenética: um estudo de Piaget .................................................................41
Considerações finais ...................................................................................................44
TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL: CONSIDERAÇÕES 
DE VIGOTSKI, LURIA E LEONTIEV ACERCA DO 
DESENVOLVIMENTO HUMANO 49
Teoria histórico-cultural: considerações sobre vigotski, luria e leontiev para o 
desenvolvimento humano ...........................................................................................52
Periodização do desenvolvimento psíquico..................................................................58
Práticas educativas à luz da concepção humanizadora de homem .............................69
Psicologia histórico-cultural em diálogo com a pedagogia ..........................................79
Considerações finais ...................................................................................................86
UNIDADE 3: EDUCAÇÃO ESCOLAR: 
CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET 89
Educação escolar: contribuições de jean piaget ..........................................................92
Epistemologia genética: períodos do desenvolvimento do sujeito epistêmico ..............99
A teoria piagetiana e a prática pedagógica ..................................................................113
CONCLUSÃO 133
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Considerações iniciais sobre 
Vigotski e Piaget 
UNIDADE 1
ObjEtIVOs DE APrENDIzAgEm
•	 Situar o pensamento de Lev Semionovich Vigotski e de Jean William 
Fritz Piaget no interior das discussões a respeito da psicologia 
do desenvolvimento, bem como suas contribuições ao campo 
educacional.
PlANO DE EstUDO
Serão abordados os seguintes tópicos:
•	 Considerações iniciais sobre Vigotski e Piaget
•	 Vygotski, Viigotsky, Vygotsky ou Vigotski? De qual estamos 
falando?
•	 Teoria Psicogenética: Um estudo de Piaget
Eliana Cláudia Graciliano
11
UNIDADE I - Psicologia da Educação
INTRODUÇÃO
Esta unidade de estudos objetiva situar o pensamento de Lev Semionovich Vigotski (1896-
1934) e de Jean William Fritz Piaget (1896-1980) no interior das discussões a respeito 
da psicologia do desenvolvimento, bem como suas contribuições ao campo educacional. 
Para tanto, em uma pesquisa de caráter bibliográfico, buscaremos em fontes secundárias 
conhecimentos, informações e dados relevantes, que nos levem ao entendimento do refe-
rencial que cada desses autores deixou ao legado dos cursos de Psicologia e Educação.
Deste modo, houve-se necessidade de subdividirmos os estudos em três tópicos, sen-
do eles: a) Considerações iniciais sobre Vigotski e Piaget; b) Vygotski, Viigotsky, Vygotsky 
ou Vigotski? De qual estamos falando? e c) Teoria Psicogenética: Um estudo de Piaget. 
Acrescido de algumas considerações finais, esperamos que você acompanhe as discus-
sões, realize as propostas de autoestudo e que tenha um bom aproveitamento das infor-
mações que lhe estão sendo dispostas, pois foram preparadas com muito zelo e carinho. 
Topa seguir adiante?
12
UNIDADE I - Psicologia da Educação
CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE 
VIGOTSKI E PIAGET
“Emília, de testinha franzida, não sabia como começar. Isso de começar não é fácil. Muito 
mais simples é acabar. Pinga-se um ponto final e pronto; ou então escreve-se um latinzinho: 
FINIS. Mas começar é terrível” (In: Memórias da Emília).
Quem não se recorda da boneca de pano Emília, personagem do Sítio do Picapau Amarelo? 
O grandioso e influente escritor de Literatura infantil Monteiro Lobato, bem soube resumir a 
expressão do “difícil começo” na epígrafe acima.
Mais do que ter um começo difícil, considero que é ter uma carreira científica marcada por 
extirpações de suas ideias, perseguições políticas, moradia em um quartinho no interior 
do Instituto de Psicologia de Moscou, diagnóstico de tuberculose no pulmão direito ainda 
jovem com tratamento em hospital sanatório e com nome proibido na União das Repúblicas 
Socialistas Soviéticas. Ufa! É, caro(a) aluno(a), difícil foi a trajetória de vida do pensador rus-
so Lev Semionovich Vigotski.
13
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Vigotski nasceu dia 5 de novembro de 1896 na cidade de Orcha1 (hoje, República da 
Bielorrússia). Seus pais Semion Lvovith e Cecília Moiseevna, tiveram ao todo oito filhos, sendo 
que Vigotski era o segundo deles. Aproximadamente um ano após seu nascimento, sua famí-
lia muda para Gomel. Sem frequentar a escola primária, devido às instruções que recebia em 
casa, Vigotski ingressa diretamente na sexta série e termina o ginásio com medalha de ouro, 
reconhecimento pelas exímias notas. A pedido dos pais, ingressa para o curso de medicina na
Universidade de Moscou. Mas o seu interesse mesmo era por História e Filosofia. Como 
ele era judeu, não podia cursar estes, porque os formados prestavam serviços públicos. E, 
judeus não poderiam assumir tais“cargos”.
Entretanto, em menos de um mês, troca medicina por direito na mesma instituição. Paralelo 
a esses estudos, procura a Universidade Popular de Chaniavski em Moscou e passa a 
1 Há divergências na escrita. Existem registros de Orsha; Orshe.
14
UNIDADE I - Psicologia da Educação
dedicar-se não só às leituras de direito, como também de literatura. Ambos os cursos 
são frequentados ao mesmo tempo, precisamente no ano de 1913. Formou-se nas duas 
graduações e passou a exercer a docência com aulas particulares e, posteriormente, em 
escolas primárias ensinando Literatura.
REFLITA!
Vigotski gostava tanto de Literatura, que sua fi lha Guita, ao escrever 
um livro sobre a vida do pai, escreveu que a obra Hamlet, tragédia de 
Shakespeare, acompanhou-o durante os 38 anos de sua vida. Inclusive 
durante sua estadia no hospital psiquiátrico.
Seu interesse pela literatura levou-o a conquistar cargos de diretoria, dentre alguns, di-
retor da cátedra de psicologia genética do Instituto Estatal de formação de Quadros do 
Comissariado do Povo para a saúde da Ucrânia, vice-direção da área científica do Instituto 
de Proteção da Saúde das crianças e dos adolescentes, diretor teatral, a qual teve opor-
tunidade de acompanhar a produção de peças teatrais, e revisão de textos publicados na 
revista semanal Veresk.
Em 1914, período difícil na Rússia, famílias por falta de condições até mesmo de 
15
UNIDADE I - Psicologia da Educação
sobrevivência, acabavam por abandonar seus filhos em orfanatos. Tal fato serviu 
de mola propulsora para que Vigotski iniciasse trabalhos relacionados à psicologia 
infantil. A priori, seus estudos foram com crianças portadoras de deficiências físi-
cas e intelectuais e não deixava de manifestar em suas palestras o ensejo por uma 
sociedade nova.
O estudo dos trabalhos de Marx e Engels abriu um mar de possibilidades para o pen-
samento daqueles que acreditavam numa sociedade nova, num homem novo. A inten-
ção de usufruir das ideias marxistas para apresentar reflexões importantes para a área 
educacional estava ligada ao compromisso com os ideais da revolução (PRESTES, 
2010, p.56).
Essa considerada “ousadia” não alegrou a política vigente, especialmente quando Vigotski 
elaborou estudos afetos a ciência da criança, isto é, os estudos sobre infância em sua 
integridade levou-o a ter o nome proibido em 1936 na Rússia. Faz oportuno esclarecer 
que essa compreendida ciência, antigamente, era sistematizada em uma única palavra: 
Pedologia. Eis aqui o motivo pelo qual as obras de Vigotski demoraram décadas para serem 
traduzidas. Muitas das produções ficaram anos guardadas a pedido da sociedade política 
da época.
Quando a tradução foi realizada, aconteceu primeiro do russo para o inglês. Ingleses extirparam 
trechos que remetiam a essa ciência (Pedologia). Prestes (2010), em sua tese de doutoramen-
to intitulada “Quando não é quase a mesma coisa”, apresenta de forma ímpar apontamentos 
16
UNIDADE I - Psicologia da Educação
sobre a tradução das ideias de Vigotski e inclusive apresenta a entrevista que fez à filha de 
Vigotski: Guita já falecida, que esclarece a referida “perseguição”.
Apesar de ser considerado, hoje, um pensador que revolucionou a psicologia, antecipando 
em muitos anos questões fundamentais que são examinadas na atualidade e de ser, efe-
tivamente, quem estabeleceu as bases de uma psicologia genuinamente soviética, foi um 
estrangeiro em sua época e em sua pátria (PRESTES, 2010, p.54).
Em específico a Teoria que desenvolveu, temos que:
A teoria histórico-cultural, desenvolvida por um grupo de cientistas que liderava, foi um 
marco importante para a psicologia mundial e serviu de base para o desenvolvimento da 
psicologia como ciência. É preciso lembrar, como já dito anteriormente, que o contexto 
histórico à época em que Vigotski desenvolveu suas ideias influenciou seu trabalho. O 
desejo de aprender com o método de Marx guiou seus estudos; para ele o importante 
era o que o marxismo oferecia para a psicologia constituir-se como ciência (PRESTES, 
2010, p.55).
Em linhas gerais, a Teoria de Vigotski, intitulada por contemporâneos2 como Histórico-
Cultural, têm raízes marxistas no sentido de defender o processo educativo a todas as 
crianças (e, não somente a filhos de burgueses). Tal premissa se funda nos estudos da 
psicologia da educação em que, por meio de testes e avaliações, consideraram que o ensi-
no promove aprendizados significativos ao homem durante seu processo de humanização. 
Desenvolvimento de “direito” a todos e não em parte da sociedade. Calma, no próximo 
2 Vigotski havia nomeado sua teoria como Psicologia Experimental. 
17
UNIDADE I - Psicologia da Educação
tópico vamos aprofundar um pouco mais sobre a Teoria.
Mas, você deve estar se perguntando... E Alexander Luria? E Alexei Nikolaevich Leontiev? 
Pois, falar em Teoria Histórico-Cultural esses nomes aparecem como se fossem um “sufixo” 
do termo. Claro que caminharam com Vigotski na elaboração dessa Teoria. Mas falaremos 
dessa Troika3, isto é, desse grupo na unidade II porque carece de maiores informações que 
não nos cabe agora.
Entretanto, o início da amizade dos três pesquisadores russos merece destaque. Ocorreu 
que em uma das palestras proferidas por Vigotski, Luria participava como ouvinte. 
Deslumbrado com a consistência da teoria e manejo das palavras, Luria ao final, solicita as 
folhas de Vigotski para verificar anotações. Sabe o que havia escrito? Nada. Isso mesmo, 
nada! Vigotski havia planejado mentalmente sua conferência. Tal nível teórico e responsa-
bilidade com que tratava assuntos da psicologia levou-o a ser convidado a trabalhar no 
Instituto de Psicologia Experimental de Moscou, local onde Luria já trabalhava com Leontiev.
Veja, abaixo, um fragmento desse acontecimento narrado por sua filha Guita e traduzido 
diretamente para o português:
Em janeiro de 1924, o segundo All-Union Congress on Psychoneurology realizou a sua 
sessão em São Petersburgo. Os nomes dos presentes foram listados no programa. Entre 
3 Este era o nome do grupo de estudos de Vigotski, composto por ele, Luria e Leontiev.
18
UNIDADE I - Psicologia da Educação
muitos cientistas de renome, como V. Bekhterev, Russolimo G., A. Ykhtomsky, Kornilov K., 
Chelpanov G., não foi mencionado (três vezes) um nome desconhecido para a maioria dos 
participantes: Lev Vygotsky. Esta foi a primeira vez que o mundo psicológico viu e ouviu dele: 
em 06 de janeiro e 10, ele apresentou três relatórios. Como Alexander Luria lembrado (muitas 
vezes em nossas conversas e também por escrito), apresentação de Vygotsky foi uma sur-
presa para o público. Era sobre um tópico muito “quente” do dia: “Métodos de investigação 
reflexological e psicológica” e os ouvintes ficaram impressionados primeiro pela forma de 
apresentação. O discurso foi bom, claro, e muito lógico. Em sua mão um apresentador 
tinha um pequeno pedaço de papel. Quando Alexander Luria aproximou-se dele após a 
apresentação, ele foi surpreendido ao encontrar o papel em branco. Mas o mais surpreen-
dente foi o fato de que este alto-falante, para quem esta era a primeira vez na frente de um 
público tão qualificado, não estava com medo de (como A. Luria colocá-lo) “ir contra a maré” 
(VYGODSKAYA, 1995, p.105).
Eis aí o início de uma bela amizade, que rendeu significativas contribuições a nós, 
Profissionais da Educação. Pois, conhecer o desenvolvimento humano, possibilita que 
nossas ações teórico-metodológicas sejam planejadas intencionalmente, de modo que os 
escolares se apropriem da herança cultural a nós deixada.
Do mais, Vigotski, foi casado com Roza Smerrova em 1924. Um ano seguinte, nasce sua 
filha Guita e, em 1930 Assia. Em 1932 conseguefazer a primeira leitura do livro de Jean 
Piaget sobre a fala e o pensamento e dois anos mais tarde falece no hospital psiquiátrico 
vítima de Tuberculose e há rumores de que suas últimas palavras foram “estou pronto” 
(PRESTES, 2010).
19
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Guita, sobre isso, nos deixa um “recado”:
Eu não acredito que “depois da morte não há mais nada”. Após sua morte, a pessoa continua 
a sua vida em memória daqueles que amava e em suas obras. E assim Lev S. Vygotsky vive 
nas memórias daqueles poucos, ainda vivo, que o conhecem, e acima de tudo, em seus es-
critos que, graças a Deus, está finalmente disponível para todos. Tanto quanto seus alunos ir 
..., bem, muitos deles se tornaram famosos cientistas. Felizmente, muitos foram concedidos 
uma vida longa. Mas, apesar de suas cabeças grisalhas e status científico elevado cada che-
gou, todos eles ainda consideram o pesquisador de 37 anos seu professor. Isso era algo que 
nunca se cansou de falar, e sempre com muito amor. Agora, muitos já se foram, mas seus 
alunos, e agora até mesmo de seus alunos estudantes continuar. E assim a ciência evolui. 
Apesar de tantos anos terem se passado, não pensamentos de Vygotsky, idéias, e só fun-
ciona pertencem à história, mas as pessoas ainda juros. Em um de seus artigos, A. Leontiev 
escreveu de Vygotsky como um homem décadas à frente de seu tempo. Provavelmente é 
por isso que ele é para nós, não uma figura histórica, mas um estilo de vida contemporâneo 
(VYGODSKAYA, 1995, p.106).
FIQUE POR DENTRO
A Univesp TV (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) produziu um 
vídeo belíssimo relacionado à vida de Vigotski, ideias e contribuições 
para a área de Educação. Vale a pena o acesso, visto que tal apresen-
ta o conceito de Linguagem muito discutido por Vigotski. Defende-se 
que a linguagem é um instrumento que medeia a interação entre os pa-
res possibilitando níveis maiores de pensamento. De forma dinâmica e 
20
UNIDADE I - Psicologia da Educação
atrativa, o vídeo apresenta com muita propriedade, quatro palavras-cha-
ve quando pensamos em Teoria Histórico-Cultural, são elas: Mediação, 
Internalização, Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) e interação. 
Acesse: <http://www.youtube.com/watch?v=_BZtQf5NcvE>.
INDICAÇÃO DE LEITURA
O Livro “A atividade pedagógica na teoria histórico-cultural”, organi-
zado por Manoel Oriosvaldo de Moura, líder do GEPAPe/Feusp 
(Grupo de Estudos e Pesquisa sobre a Atividade Pedagógica da 
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo), é uma boa 
indicação de leitura para você que está inicializando aproximações 
com a Teoria Histórico-Cultural. O Livro é composto por 7 capítulos, 
dos quais apresentam discussões sobre o processo de humaniza-
ção; o desenvolvimento do psiquismo e o processo educativo; pensamento empírico e 
teórico, bem como as implicações para a organização do ensino; atividade orientadora de 
ensino; conteúdo e estrutura de ensino na Educação Infantil; formação do pensamento te-
órico; e breves considerações do pensamento de Vigotski. Composto por 178 páginas, 
você pode encontrar por um valor acessível na Líber Livro, que tem lojas virtuais no endere-
ço eletrônico: <http://www.liberlivro.com.br>.
Já o psicólogo Jean Piaget, suíço da cidade de Neuchatel, nascido em 9 de agosto de 
21
UNIDADE I - Psicologia da Educação
1896, filho de professor de literatura medieval senhor Arthur Piaget e da senhora Rebecca 
Suzane, uma das primeiras socialistas suíças da época, formou-se em Biologia. Já forma-
do, muda-se para França, na cidade de Zurique, em atendimento ao convite de trabalhar 
no Laboratório de Alfred Binet.
Trabalhou como psiquiatra em clínicas nesta mesma cidade, e Valentine Chatenay uma 
de suas ex-alunas lhe chama a atenção, o que resulta em um vínculo afetivo entre os 
dois. Dessa relação amorosa nascem três meninas: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e 
Laurent (1931), que serviram de referência para seus estudos acerca do desenvolvimento 
intelectual. Aos 22 anos recebeu título de Doutor em biologia e começou a lecionar em 
Universidades renomadas da Europa. Foi considerado um menino prodígio.
Em 1921, em retorno para a Suíça, assumiu a direção do Instituto Jean Jacques Rousseau 
da Universidade de Genebra. Oito anos mais tarde assume o posto de diretor do Internacional 
22
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Bureau of Education, do qual liderou por quase 40 anos. Outros cargos de direção foram 
assumidos em virtude de sua honrosa Teoria Psicogenética.
Faleceu em Genebra dia 16 de setembro de 1980, durante uma conferência nos Estados 
Unidos, mais precisamente no dia 17 de setembro de 1980, por morte natural, visto que 
tinha 84 anos. Há indícios de infarto, mas seu falecimento não é muito comentado e tem 
poucos registros.
Ao longo de sua vida escreveu aproximadamente 75 livros, sem considerar artigos que 
escreveu para eventos, existem fontes que listam em torno de 500 encontrados nas 
Universidades por onde ele passou.
Seu maior título honorífico foi o de “Doutor Honoris Causa” (em português: por causa de 
honra), presenteado pela Universidade de Harvard em 1936 – sendo que esta instituição é 
considerada a mais prestigiada do mundo.
Dentre suas principais obras, temos:
• A linguagem e o pensamento na criança (1923)
• O raciocínio da criança (1924)
• A representação do mundo na criança (1926)
23
UNIDADE I - Psicologia da Educação
• A causalidade física na criança (1927)
• O Juízo Moral da Criança (1926)
• Gênese das Estruturas Elementares (1959).
Sua Teoria parte do pressuposto da maturação biológica. O que significa isso? Significa 
que compete somente ao indivíduo ter a prontidão para aprender. A partir dela (ma-
turidade), o ser humano passa ter condições de desenvolver-se intelectualmente, de 
forma qualitativa. Sua formação em biologia levou Piaget a interessar-se pela área in-
telectual. Isso equivale dizer que para ele importa duas premissas: o conhecimento do 
ser humano (interesse dele em descobrir algo) e as etapas que ele perpassa durante 
sua formação.
Em meio à consideração, seu problema de pesquisa era: Como o homem constrói seu 
conhecimento? Quais as etapas para isso?
A resposta dessa pergunta consiste na Teoria Psicogenética que Piaget desenvolveu. 
Veremos, brevemente, algumas diretrizes dessa abordagem, mas será maior aprofundado 
na unidade III.
Vamos lá! Para adaptar-se ao ambiente o indivíduo controla seus comportamentos, para isso 
utiliza (por isso necessita da parte biológica com certa maturação) uma complexa organização 
24
UNIDADE I - Psicologia da Educação
mental. Esses esquemas de pensamento se revelam em nossas ações.
Esse plano mental é guiado pela parte biológica do sujeito (inteligência que possui sendo 
algo inato), gerando uma adaptação ao ambiente, isso em linhas gerais é o conceito de 
adaptação. Esse conceito se dá via dois processos: o primeiro que envolve a assimilação 
e o segundo que é a acomodação. Entretanto, a acomodação não é algo estático, ao 
contrário. Ao acomodar-se o indivíduo reestrutura formas de pensar; as antigas resoluções 
de vida vão abrindo lugar a elaborações mais complexa no decorrer dos anos, sendo um 
trajeto de equilibração.
Esses processos ocorrem ao longo da vida. O sujeito assimila – que seria o mesmo que 
dizer interpreta o mundo –, acomoda e se adapta ao mundo graças às experiências que 
vai construindo. Assim, o processo de desenvolvimento é um amplo processo que “de-
ságua” na Equilibração, conceito também muito importante para Piaget, pois se relaciona 
diretamente à conservação das novas estruturas cognitivas geradas pela acomodação. Isto 
é, nós buscamos ao longo da vida, por meio de nossosaprendizados, a estabilidade da 
organização mental.
Ao longo de seus estudos, sua Teoria classificou o desenvolvimento humano em períodos. 
Isso levou-o a ser considerado um construtivista, visto que esses períodos revelam que o 
desenvolvimento humano é uma construção complexa com movimento crescente. São 
elas: Colocar imagem de bebês, crianças e adolescentes
25
UNIDADE I - Psicologia da Educação
A. Período Sensório-Motor: que compreende desde o nascimento até por volta dos 2 
anos de idade. Neste a criança pequena interage com o mundo utilizando sua per-
cepção e controle motor para exploração do ambiente em que vive.
B. Período Pré-Operatório: dos 2/3 aos 6 anos. Essa fase se caracteriza pela capacida-
de de a criança criar imagens mentais das experiências que teve. Como se fosse o 
início da atividade de abstração. Etapa que a fantasia e o faz de conta é fortemente 
evidenciado em suas ações.
C. Período Operatório-Concreto: dos 6/7 aos 10 anos de idade. Esta é a famosa fase 
do “por quê?”. A criança lança questionamentos para diferenciar o que é imaginário e 
o que é real. Deste modo, as regras são facilmente compreendidas, o que nas fases 
anteriores fica mais difícil a compreensão.
D. Período Operatório-Formal: dos 10/11 anos aos 15. Fase que o sujeito tem condi-
ções de pensar cientificamente.
26
UNIDADE I - Psicologia da Educação
FIQUE POR DENTRO
Neste link: <http://www.youtube.com/watch?v=XzFKGKNNinM&lis-
t=PL4A06603ECD40B2A9> há um vídeo interessante que abarca a ques-
tão fundamental de Piaget na Teoria Psicogenética, que é o desenvol-
vimento e construção da inteligência humana. O vídeo está dividido em 
4 partes, organizado por Régis Horta, e se faz de grande valia aos que 
manifestaram interesse em conhecer um pouco mais desse considera-
do “Einstein da Psicologia”.
Tanto em Piaget, quanto em Vigotski, observa-se que ambos apresentaram ao longo da 
carreira científica, contribuições da Psicologia à Educação, pois possibilitam fundamenta-
ções aos professores de forma a vislumbrar nas escolas ações eficazes e significativas ao 
processo de formação humana.
Mesmo que ambos não tenham buscado elaborar teorias ou métodos de ensino, suas 
idéias possibilitaram um novo olhar para o trabalho didático escolar. [...] embora partam de 
preocupações próximas, percorrem trajetórias distintas e não se tem um consenso entre os 
educadores (LACANALLO et al., 2007, p.13, escritos no original).
Considero que por terem pressupostos teóricos divergentes, é impossível a mescla das 
Teorias nas escolas. Há justificativas de que um complementa o outro, o que no meu 
ponto de vista, assim como de demais defensores da escola de Vigotski, dentre ele 
citamos Duarte (1996) carece de ser repensado. De igual só o ano de nascimento e a 
27
UNIDADE I - Psicologia da Educação
preocupação com a formação humana.
Estamos perante a questão do critério de classificação das correntes da Psicologia. Quando 
o critério é a historicização ou não do psiquismo, Piaget, Skinner & Freud estão muito mais 
próximos um do outro do que da psicologia da Escola de Vigotski. Procuraremos mostrar 
aqui que o interacionismo é um modelo epistemológico que aborda o psiquismo humano de 
forma biológica, ou seja, não dá conta das especificidades desse psiquismo enquanto um 
fenômeno histórico-social. Com isso estamos defendendo que a Psicologia Histórico-Cultural 
não é uma variante do interacionismo-construtivista. Não basta colocarmos o adjetivo social. 
A questão é a de que a especificidade dessa escola da Psicologia perante outras não pode 
ser abarcada pela categoria de interacionismo nem pela de construtivismo (DUARTE, 1996, 
p.27, grifos nossos).
Falar da Psicologia da Educação é falar de desenvolvimento infantil, devido a ser na in-
fância a maior efetivação de aprendizado e de desenvolvimento humano. Compreender 
a dinâmica nos primeiros anos de vida permite a visão do todo, assim cada qual merece 
especial atenção no detalhamento de suas Teorias. Todavia, há que considerarmos 
que:
[...] se empregarmos a categoria de interacionismo (que vimos resultar de um modelo essen-
cialmente biológico) para caracterizar a Escola de Vigotski, estaremos tentando enquadrar 
essa escola sob um modelo que contraria a pretensão fundamental de construir uma psicolo-
gia histórico-cultural do homem (DUARTE, 1996, p.29, grifos nossos).
Você, que está nos primeiros semestres da graduação, ao longo do curso terá oportuni-
dade de aprofundar maiores conhecimento acerca de práticas educativas, assim como 
28
UNIDADE I - Psicologia da Educação
condições de optar por qual respaldo teórico será o eixo suas ações enquanto futuro(a) 
Pedagogo(a). Esta disciplina se justifica desde os primeiros meses até o final da graduação, 
por isso. Pois ter propriedade do desenrolar do desenvolvimento humano o possibilita ser 
um(a) estimado(a) profissional da educação.
VYGOTSKI, VIIGOTSKY, VYGOTSKY OU VIGOTSKI? DE 
QUAL ESTAMOS FALANDO?
— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fi quei sendo o da
Maria do fi nado Zacarias.
[...]
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
29
UNIDADE I - Psicologia da Educação
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida)
[...]
(Morte e Vida Severina de João Cabral de M. Neto).
A confusão causada no nome do nosso querido Severino (protagonista da epígrafe acima) 
por não ter um nome de batismo, se assemelha à confusão criada no nome do pesquisa-
dor russo Lev. S. Vigotski.
Como vimos no tópico anterior, as obras desse autor foram deturpadas, fragmentadas e 
demoraram anos até serem “divulgadas” no cenário educacional mundial. É comum vermos 
várias grafias para o nome de Vigotski, que às vezes nos causam confusão sobre qual psi-
cólogo estamos nos debruçando aos estudos.
Afinal, estamos falando de Vygotski, Viigotsky, Vygotsky ou Vigotski? Segundo a doutora em 
educação Zoia Ribeiro Prestes (2010), nascida no Brasil e levada aos 7 para Rússia (antiga 
União Soviética), tradutora da língua russa a portuguesa, estamos falando de Vigotski. Sem 
30
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Y, e sem demais variações.
Temos Vygotsky, Vygotski, Vigotsky, Vygotskii, Wygotski, Vigotski, Vuigotskij ou até mesmo 
Vigôtski. Como os primeiros textos de Vigotski foram traduzidos para o português a partir do 
inglês, então a transliteração do seu nome seguiu a regra inglesa, sem se preocupar com a 
transliteração do cirílico e sem atentar, inclusive, que as letras y e k haviam sido eliminadas do 
alfabeto português, retornando somente agora, com a nova reforma ortográfica. Entende-se 
que muitos tradutores sequer se deram ao trabalho de pensar na transliteração de nomes 
russos para o português e, ao traduzir livros atribuídos a Vigotski, tais como Formação Social 
da Mente ou a versão resumida de Pensamento e linguagem, simplesmente transcreveram 
tal qual do inglês. Outros, mais recentemente, fizeram o mesmo, ao traduzirem do espanhol, 
que optou por diferentes grafias (Vygotsky, Vigotsky ou Vygotskii) (PRESTES, 2010 p.91).
Considero importante esclarecer para você, a forma que julgo correta grafar o nome desse 
pesquisador, por que posteriormente quando for ler textos sobre a psicologia da educação 
com nome de Vigotski grafado com outras variações o fique em alerta. Talvez possam ser 
traduçõesque ao invés de enriquecer seu conhecimento, o confunda na compreensão da 
Teoria “fiel” de Vigotski.
Por falar em obras, ao longo do seu percurso, a escola de Vigotski nos deixou um legado 
vasto. Dentre suas principais obras, temos:
• O desenvolvimento Psicológico da Criança.
• Imaginação e Criação na Infância.
31
UNIDADE I - Psicologia da Educação
• O Desenvolvimento do Psiquismo.
• Pensamento e Linguagem.
• Psicologia Pedagógica.
Newton Duarte (1996), pesquisador da Teoria de Vigotski e, sobretudo, dos estudos do 
Marx nos sinaliza que:
Para um conhecimento mais detalhado do pensamento desenvolvido pela Escola de Vigotski 
na antiga URSS, acreditamos que seria de grande valia a publicação no Brasil de duas obras 
de excelente qualidade: o já citado livro Shuare, (1990) e a coletânea intitulada La Psicologia 
Evolutiva e Pedagógica en la URSS (antología), organizada por Davidov e Shuare (1987). 
Essas duas publicações por certo seriam de grande impacto no segmento do pensamento 
pedagógico brasileiro que tem se dedicado ao estudo da Escola de Vigotski. Esse impacto 
seria causado, ao nosso ver, pelo fato de poderem os leitores brasileiros tomar contato direto 
com as idéias defendidas pelos próprios integrantes dessa escola e pelo conhecimento do 
quão extensa é a obra que foi por eles produzida (DUARTE, 1996, p.25).
O livro de Marta Shuare (1990), da qual Duarte (1996) se refere na citação acima, é inti-
tulada por: La Psicología Soviética Tal Como Yo La Veo. Assim, diante das questões de 
traduções fragmentadas, sinalizamos a necessidade de iniciar com as leituras indicadas 
por Duarte (1996) e, em seguida, continuar com as leituras de tradução de Paulo Bezerra. 
Tradutor que, devido levantamentos de Prestes (2010), seria o mais indicado ao se pensar 
em Teoria Histórico-Cultural.
32
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Essas fontes o ajudarão em leituras posteriores e darão condições a você de perceber quan-
do alguns princípios de Vigotski, bem como de Leontiev e Luria, estão sendo deturpadas. 
Mas vamos aos princípios da Teoria proposta na visão Histórico e Cultural.
Vigotski, como vimos, se amparou nos princípios marxianos para embasar suas inves-
tigações. Essa base conta com a teoria do Materialismo Histórico que diz respeito aos 
acontecimentos históricos determinados pelas condições materiais de vida dos homens e 
com a teoria do Materialismo Dialético que explicita o método utilizado por Marx e Engels 
para compreender a dinâmica das transformações históricas.
Nessa defesa proposta por Marx e outros4, todos deveriam ter acesso aos bens, sem pri-
vatizações e sem a presença do Estado no campo político. Isto levaria com que as pessoas 
conseguissem suprir interesses comuns, pois se prega a adoção de uma economia voltada 
para a erradicação das desigualdades sociais, o que produz mudanças na consciência e 
no comportamento humano.
Essa premissa adotada por Vigotski, bem como por seus precursores, nos leva ao enten-
dimento de que este dedicou-se em compreender o psiquismo humano por meio do mé-
todo histórico, isto é, ele buscava uma nova forma para explicar os processos psicológicos 
humanos.
4 Citamos o filosofo István Mészaros e Georg Lukács.
33
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Para ele, o entendimento do desenvolvimento psicológico necessita se basear na análise 
objetiva do comportamento, visto que é esta forma que permite desvelar as regularidades 
internas do desenvolvimento psíquico. É pela sua atividade prática no processo de apro-
priação dos instrumentos e ideias elaboradas pelos próprios homens que se tem a pos-
sibilidade de estudar e compreender o desenvolvimento das suas funções psicológicas.
Aqui existe um conceito bem importante para Vigotski e que justifica a parte biológica que 
ele compreende, mas não como determinante para a aprendizagem. Ao nascer o ser 
humano apresenta algumas “capacidades” – pode-se assim dizer na falta de um nome 
mais apropriado –, chamadas de funções psicológicas elementares, que nada mais são 
que faculdades iminentemente humanas (se o sujeito não se interar, não desenvolverá 
essas faculdades).
• Elas são:
• Memória Natural.
• Reflexos.
• Atenção involuntária.
• Formas naturais de pensamento e de linguagem.
• Reações automáticas, dentre outras.
34
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Por meio da mediação e por isso a relevância do processo educativo, sobretudo, nas 
instituições de ensino formal, as funções psicológicas elementares vão se organizando e 
reorganizando sistematizando o que entendemos por Funções Psicológicas Superiores. 
Em síntese, temos que:
Para a Psicologia Histórico-Cultural, portanto, o desenvolvimento sempre ocorre face a influ-
ência do ensino. É através da atividade orientada e dirigida por outros homens que o homem 
se educa, adquire conhecimentos e habilidades, forma e desenvolve suas capacidades. 
Isto favorece o seu desenvolvimento e cria no homem novas necessidades e possibilidades 
(SANCHEZ, 2004, p.1).
Isto é, por meio de uma intervenção o indivíduo reelabora níveis de pensamento em um 
plano superior como:
• Memória lógica.
• Atenção voluntária.
• Pensamento Verbal.
• Linguagem intelectual.
• Domínio de conceitos, dentre eles destacamos o de generalização.
• Planejamento (ação mental).
O Médico Neurocirurgião, docente colaborador do Departamento de Cirurgia/
Otorrino da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) Maurício Martins Baldissin, 
35
UNIDADE I - Psicologia da Educação
nos auxilia no entendimento das funções psíquicas escritas em sua monografia de 
especialização, veremos:
As funções psicológicas superiores, nas suas perspectivas social-cultural e mediada, 
levam ao desenvolvimento da ação nos gestos verdadeiros. O que estava na transfor-
mação mental enquanto objeto de cerebralização do sistema nervoso, passa agora 
para forma – “instrumentos”, que gera ação no meio ambiente e transformação dos 
analisadores sensoriais, na evolução do processo da vida real. Assim o trabalho é a 
memória social pelo ato de repetição das ações metamorfoseando o self humano. As 
respostas reflexas condicionadas no cérebro humano desenvolvem gestos represen-
tados internamente em imagens, os quais, internalizados perceptivamente por meio 
do signo lingüístico são apropriados no plano ideal das ações. Assim a psique é um 
processo mental e um bem comum e nela está a reconstrução do coletivo (BALDISSIN, 
2005, p.235).
Esta forma de conceber o desenvolvimento psicológico nos remete que no âmbito educacio-
nal cada indivíduo necessita ser visto como agente transformador de sua realidade, por isso a 
ele deve ser oferecido os mais variados estímulos, para que possa aprender e, consequente-
mente, se desenvolver. Logo, todos em sua particularidade são capazes por intervenção de 
instrumentos (forma intencional de uso e a forma de estabelecer relação com o mundo como 
um processo histórico-cultural, por exemplo, o trabalho) ou signos (ferramentas necessárias 
que auxiliam nos processos, por exemplo, lista para fazer compras) de se apropriar dos co-
nhecimentos historicamente produzidos e assim tornar-se humano. Que seria o mesmo que 
dizer, assim se dá o desenvolvimento da aprendizagem e do desenvolvimento humano.
36
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Para Vigotski, as Funções Psicológicas Superiores se dividem em dois grupos. Sanchez 
(2004) melhor explica:
São as chamadas por Vigotski de funções psíquicas superiores e que se dividem em dois 
grupos: os processos de domínio dos meios externos do desenvolvimento cultural e do 
pensamento – a linguagem oral e escrita, o cálculo e o desenho – e os processos e de-
senvolvimento das funções psíquicas superioresespeciais que se desenvolvem a partir 
das funções psíquicas naturais – a percepção, a atenção, a imaginação, a memória, os 
sentimentos e as formas primárias de direção da conduta (http://www.revista.inf.br/pedago-
gia03/pages/artigos/artigo03.htm).
Com essa discussão entendemos que na escola o professor tem a tarefa de ensinar à 
criança aquilo que ela ainda não é capaz de fazer sozinha, respeitando seu período de 
desenvolvimento. Neste sentido, Basso (1998) reforça que:
[...] a mediação realizada pelo professor entre o aluno e a cultura apresenta especificidades, 
ou seja, a educação formal é qualitativamente diferente por ter como finalidade específica 
37
UNIDADE I - Psicologia da Educação
propiciar a apropriação de instrumentos culturais básicos que permitam elaboração de enten-
dimento da realidade social e promoção do desenvolvimento individual. Assim, a atividade do 
professor é um conjunto de ações intencionais, conscientes, dirigidas para um fim específico 
[...] (BASSO, 1998, p.3).
O respeito à periodização do desenvolvimento psicológico apresenta-se como indiscutível 
nesta concepção de ensino. Vygotsky sobre este, alerta que “[...] ensinar a uma criança aquilo 
que é incapaz de aprender é tão inútil como ensinar-lhe a fazer o que é capaz de realizar por si 
mesma [...]” (VIGOTSKI, 1993, pp.244-245). Com base nessa compreensão, não é a quan-
tidade de conceitos que determina a maior possibilidade de assimilação de conhecimentos, 
mas a qualidade que se destina à aprendizagem de generalizações desses conceitos.
Você se recorda das etapas de desenvolvimento de Piaget? Então, Vigotski periodizou 
o desenvolvimento humano em estágios, períodos dos quais são marcados por ativi-
dades dominantes. O dominante, nessa concepção não é aquilo que a criança mais 
faz em termos de tempo. Por exemplo, o primeiro estágio que a criança passa quan-
do bebê chama-se objetal manipulatório. Este nome ou esta ação não é dominante 
porque a criança pequena manipula muito objetos, mas porque esta ação possibilita 
saltos qualitativos em seu desenvolvimento. “A criança, nesse caso, por meio dessas 
atividades principais, relaciona-se com o mundo, e, em cada estágio, formam-se nela 
necessidades específicas em termos psíquicos” (FACCI, 2004, p.68).
38
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Entretanto, a relação pessoa e natureza (objetos que temos), por si só não gera apren-
dizagem e logo o desenvolvimento. Para tornar-se humano, a criança (no caso de nossa 
discussão), necessita de um instrumento que faça a mediação entre ele e os objetos que 
manipula. O que Piaget chama de facilitador e o que Vigotski chama de mediador, nós 
conhecemos como: Professor.
É ele, o professor, que vai mediar a relação homem – mundo, na escola por meio 
de um processo educativo. Oliveira (2006, p.26) nos apresenta o que entende por 
mediação:
[...] o processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação; a relação deixa, 
então, de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento. Quando um indivíduo aproxi-
ma suas mãos da chama de uma vela e a retira rapidamente ao sentir dor, está estabelecida 
uma relação direta entre o calor da chama e a retirada da mão. Se, no entanto, o indivíduo 
39
UNIDADE I - Psicologia da Educação
retirar a mão quando apenas sentir o calor e lembrar-se da dor sentida em outra ocasião, a 
relação entre a chama da vela e a retirada da mão estará mediada pela lembrança da expe-
riência anterior (grifo no original).
A explicação de mediação nos possibilita o entendimento de que processo de aprendi-
zagem se efetiva quando há uma inferência, ou seja, é uma ação que auxilia o sujeito a 
interagir com instrumentos e signos historicamente produzidos. Neste sentido, no âmbito 
escolar podemos considerar que a intervenção do adulto, isto é, do professor, é de extre-
ma valia para possibilitar o aprendizado e o desenvolvimento dos estudantes. Diante desse 
pressuposto, podemos afirmar que o processo de desenvolvimento humano, para Vigotski, 
ocorre de “fora para dentro”.
A pesquisadora Marilda Gonçalves Dias Facci (2004), baseada nos estudos do estudioso 
russo, e clássico da Teoria Histórico-Cultural Dannil Borísovich Elkonin, sobre a periodização 
do desenvolvimento psicológico individual, defende que cada estágio de desenvolvimento 
da criança no processo de apropriação da cultura humana é caracterizado por uma ativi-
dade principal. “Chamamos de atividade principal aquela conexão com a qual ocorrem as 
mais importantes mudanças no desenvolvimento do psiquismo” (LEONTIEV, 2006, p.122).
Diante disso, Elkonin (1960) , apoiado nos estudos de Vigotski, definiu os estágios de de-
senvolvimento humano, são eles:
40
UNIDADE I - Psicologia da Educação
A. Comunicação emocional do bebê: compreende das primeiras semanas até aproxi-
madamente 1 ano de vida.
B. Atividade objetal manipulatória (ou também chamado de objetal instrumental).
C. Jogo de papéis; atividade de estudo.
D. Comunicação íntima pessoal.
E. Atividade profissional/estudo quando se adquire a fase adulta.
Falaremos de cada estágio na unidade II, por hora é importante que você internalize que 
para Piaget o indivíduo passa por períodos, alguns com subperíodos e para Vigotski o 
sujeito perpassa estágios marcados por atividades principais. Estas atividades objetivam a 
reelaboração das funções psicológicas, possibilitando que as elementares graças às me-
diações intencionadas se efetivem em um plano superior, chamado de Funções Psíquicas 
Superiores (F.S.P).
Cabe esclarecer que os estágios não acontecem marcado por rupturas, mas gradativa-
mente deixam de predominar, promovendo cada vez mais, novas necessidades de apren-
dizagem, pois “[...] em cada estágio, formam-se nela necessidades específicas em termos 
psíquicos” (FACCI, 2004, p.68).
41
UNIDADE I - Psicologia da Educação
INDICAÇÃO DE LEITURA
O livro: “Psicologia e Pedagogia: Bases Psicológicas da 
Aprendizagem e do Desenvolvimento” da Editora Centauro, reúne 
preposições teóricas de Luria, Leontiev, Vigotski e demais precur-
sores da Teoria Histórico-Cultural. Na sua totalidade, os artigos 
abordam pressupostos básicos da psicologia soviética com uma 
narrativa clara e de fácil compreensão. O preço é acessível e pode 
ser adquirido virtualmente no link: <http://www.livrariasaraiva.
com.b r /p rodu to /1993950/ps ico log ia -e-pedagog ia -bases-ps ico log icas 
-da-aprendizagem-e-do-desenvolvimento>.
TEORIA PSICOGENÉTICA: UM ESTUDO DE PIAGET
Vimos no tópico: “considerações iniciais sobre Vigotski e Piaget”, especialmente no que re-
fere-se à Teoria de Piaget, que para o indivíduo desenvolver-se faz-se necessário que suas 
estruturas neurais (maturação biológica) estejam propícias para tal assimilação. Assim, por 
meio de períodos do desenvolvimento da inteligência, os escolares vão perpassando-os, 
até que as atividades mais complexas do cérebro sejam por ele resolvidas com autonomia, 
ação/operação que revela uma dinâmica evolutiva de sua mente.
42
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Para adaptar-se ao ambiente, o ser humano inicialmente se defronta com situações de 
conflito, tendo que assimilar e acomodar para que se chegue a uma solução adequada ao 
momento. Esse processo de construção do conhecimento ocorre de “dentro para fora”. O 
que isto quer dizer?
Significa que parte primeiro do indivíduo as condições de assimilação que pode ser a 
descoberta a partir de algum fato, e acomodação dos conhecimentos, que é a modifi-
cação do ser humano com o objeto assimilado, buscando ao longo da vida a equilibra-
ção para seu desenvolvimento. Para isso é necessário uma interação do sujeito com o 
ambiente, aqui se justifica a denominação interacionistamuito firmada quando se fala 
em Piaget.
A autoconstrução do conhecimento é dada pelo próprio indivíduo, claro que respeitando seu 
tempo evolutivo – períodos, como observamos e, ao longo de um processo interacionista 
(homem se relaciona com o mundo) retomam e reestruturam atividades antes complexas ao 
cérebro humano (esquemas mentais), de forma natural e espontânea.
Em linhas gerais, a teoria Psicogenética consiste em uma iniciativa do próprio sujeito a in-
teragir com o mundo, conhecendo, atuando e modificando a si próprio (espécie de ajuste 
cognitivo afetivo-comportamental) desencadeando com isso, a construção do “autoconhe-
cimento”. Vejamos, abaixo, um excerto que exemplifica em sala de aula a construção do 
conhecimento nessa perspectiva:
43
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Tal é o caso de quando aprendemos o conceito de mamífero, por exemplo. Inicialmente, na 
escola, aprendemos que um mamífero tem determinadas características próprias da “ordem” 
(mamífero) que são únicas e exclusivas deles: sangue quente, pele coberta por pelos, as 
fêmeas com mamas etc. Aqui se produz uma assimilação cujo resultado é um determinado 
conhecimento: o conceito de mamífero. Em outra aula, nos apresentam como exemplo de 
mamífero a “classe” cachorro, com suas particularidades da “ordem” mamífera, mais outras 
características que correspondem à “classe” cachorro.
Esta informação obtida nos permite elaborar um conceito mais geral de mamífero e, den-
tro dela, de cachorro, produzindo-se uma primeira acomodação daquilo que foi assimilado. 
Porém, imediatamente essa imagem geral de mamífero e cachorro é particularizada como 
o cão “vira-lata” que temos em nossa casa, que além de apresentar os atributos gerais de 
mamífero (ordem) e de cachorro (classe), tem os próprios do cachorro “vira-lata”. Acontece, 
então, uma segunda acomodação do inicialmente acomodado e assim sucessivamente o 
conhecimento se vai completando e ampliando até chegar a níveis superiores de um mesmo 
conhecimento, no caso de nosso exemplo, o conceito mamífero (DÍAZ, 2011, p.39).
Assim, a assimilação e a acomodação são partes constituintes da construção do conheci-
mento que ocorrem ao longo do desenvolvimento intelectual dos indivíduos, que de forma 
entrelaçada se fazem constantes no cotidiano, sobretudo, escolar.
Esses novos esquemas cerebrais constituem operações e para Piaget podem ser classifi-
cadas, no período operatório concreto, em 5 grupos:
1. Composição.
44
UNIDADE I - Psicologia da Educação
2. Reversabilidade.
3. Associatividade.
4. Identidade.
5. Tautologia.
Falaremos de cada grupo na unidade III, por enquanto limite-se a compreensão de que o 
aprendizado que o indivíduo busca por meio da equilibração, desencadeia operações e as 
operações são classificadas em grupos. Aqui justifica os famosos testes de Piaget, para saber 
em que nível se encontra a parte cognitiva (maturidade nervosa) do sujeito.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta primeira unidade, objetivamos situar o pensamento de Lev Semionovich Vigotski e de 
Jean William Fritz Piaget para você, buscando apresentar algumas discussões a respeito 
da psicologia do desenvolvimento, bem como das contribuições ao campo educacional.
Com essa pretensão, trouxemos algumas considerações iniciais sobre Vigotski e Piaget no 
que competia a biografia e obra dos autores. Ainda que de forma sintética, ao passarmos 
pelo contexto histórico de vida de ambos, vimos alguns conceitos importantes para a Teoria 
Psicogenética e para a Teoria Histórico-Cultural.
45
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Diante disso, vimos que para Piaget o conceito de: assimilação; acomodação e equilibra-
ção são necessários para o que ele chama de Psicogenética. Em contrapartida, estuda-
mos que Vigotski se opõe ao principio teórico de Piaget, e que para ele o que marca o 
desenvolvimento humano são as ações intencionais de um mediador, que interage com 
os indivíduos e com conhecimentos produzidos historicamente, socialização que resulta 
na reelaboração do pensamento teórico. Todavia, para que o indivíduo tenha condições 
adequadas de desenvolver-se o mediador necessita propor situações de ensino que res-
peitem a atividade principal dos escolares.
Nesta trajetória de estudos, passamos também pela grafia julgada correta do nome de 
Vigotski e verificamos que há necessidade de tomarmos cuidado com os textos dele tradu-
zidos para o português, pois fontes sinalizaram que obras foram deturpadas ou ainda frag-
mentadas devido à perseguição política na antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas 
Soviéticas na década de 1920 na Rússia.
Finalizamos, com um estudo introdutório de Piaget acerca das estruturas mentais condi-
cionadas à maturação neural e, da classificação das operações mentais. Esta trajetória de 
estudos nos apresentou alguns conceitos novos, mas acreditamos que em suas unidades 
específicas de estudos, tais conhecimentos sejam revistos com um maior aprofundamento 
teórico.
46
UNIDADE I - Psicologia da Educação
Convido-lhe a continuação da leitura juntamente com um forte abraço. Sugiro que tente 
responder as questões de autoestudo propostas, que retome a leitura desta unidade caso 
considere necessário, ou outras formas de estudo que revele o comprometimento com sua 
aprendizagem. Aceita o convite? Espero que sim.
47
UNIDADE I - Psicologia da Educação
ATIVIDADES
1) Diante das leituras acerca da Teoria Psicogenética de Jean Piaget, observamos que 
este pesquisador suíço parte do pressuposto de que o indivíduo necessita ter o que 
ele chama de “Maturação” como pré-disposição para o aprendizado. Faça uma breve 
síntese, pontuando essa discussão.
2) A Teoria de Piaget classificou o desenvolvimento humano em períodos, visto que es-
ses revelam que o desenvolvimento humano é uma construção complexa com movi-
mento crescente. Você acredita que se faz importante aos estudantes de Pedagogia 
conhecer esses períodos? Por quê?
3) A Teoria Histórico-Cultural considera que o processo de aprendizagem promove o 
desenvolvimento dos indivíduos ao longo da vida. Para sua Teoria, Vigotski apresentou 
o que chama de estágios de desenvolvimento. Diante, dos estudos e leituras, elenque 
quais são esses estágios e qual o nome do pesquisador que se debruçou mais ativa-
mente na questão da periodização do desenvolvimento humano.
teoria histórico-cultural: considerações 
de Vigotski, luria e leontiev acerca 
do desenvolvimento humano 
UNIDADE 2
ObjEtIVOs DE APrENDIzAgEm
•	 Conhecer a psicologia do desenvolvimento infantil a partir dos 
fundamentos da Teoria Histórico-Cultural..
PlANO DE EstUDO
Serão abordados os seguintes tópicos:
•	 Teoria Histórico-Cultural: Considerações de Vigotski, Luria e 
Leontiev acerca do desenvolvimento humano
•	 Periodização do desenvolvimento psíquico
•	 Práticas educativas à luz da concepção humanizadora de homem
•	 Psicologia Histórico-Cultural em diálogo com a Pedagogia
Eliana Cláudia Graciliano
51
UNIDADE II - Psicologia da Educação
INTRODUÇÃO
Esta segunda unidade intenciona conhecer a psicologia do desenvolvimento infantil a partir 
dos fundamentos da Teoria Histórico-Cultural. Para tanto, faz-se necessário estudarmos a 
periodização do desenvolvimento psíquico, bem como práticas educativas à luz da con-
cepção humanizadora de homem.
Partindo da consideração acima que a Psicologia Histórico-Cultural dialoga com a 
Pedagogia, buscaremos, ao longo desse texto, auxiliar você, aluno(a), na compreensão do 
quão importante , conhecimentos relacionados à psicologia da aprendizagem e do desen-
volvimento refletem no campo educacional, em específico, durante os primeiros anos de 
escolarização, por serem significativas àsações do adulto na formação (ou constituição) do 
caráter da criança nesse período.
Será um prazer acompanhar você durante o percurso de estudos da psicologia infantil da 
qual eu, particularmente, venho me encantando mais, cada vez que retomo leituras dessa 
temática. Preparado(a) para continuar? Vamos lá!
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL: CONSIDERAÇÕES 
SOBRE VIGOTSKI, LURIA E LEONTIEV PARA O 
DESENVOLVIMENTO HUMANO
Um galo sozinho não tece uma manhã:
Ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro;
de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro;
e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fi os de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos
[...]
(Tecendo a Manhã – João Cabral de M. Neto)
A escolha desse poema, ainda que sendo um pequeno fragmento, deu-se pela tes-
situra das palavras com que esse poeta brasileiro descreveu a importância da coleti-
vidade. Para que uma manhã seja tecida, um galo dependerá de outros galos, outros 
cantos, outros elementos (sol). É justamente essa ação conjunta que tece a manhã, 
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que para muitos chega trazendo esperança e renovação. Bem, mas nossa intenção 
é descrever a contribuição de autores russos para pensarmos no desenvolvimento 
humano e ainda que, sendo um diálogo introdutório, falar desses exímios pesquisa-
dores é remeter-se à coletividade.
Vimos que após uma conferência, Vigotski conheceu Luria e Leontiev, autores que já vi-
nham se debruçando em pesquisas e estudos para compor o que mais tarde chamariam 
de psicologia soviética. Após aceitar o convite de trabalho, Vigotski começou a participar de 
um grupo de estudos, a qual pela constituição de três pessoas, foi nomeado de “Troika”.
Esse era o início do que hoje conhecemos por Teoria Histórico-Cultural, na qual teve suas 
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elaborações edificadas nos anos 20 na União das Repúblicas Soviéticas até anos 60. Os 
principais expoentes desta perspectiva teórica, como viemos traçando em nossas leitu-
ras, são: Lev Semenovitch Vigotski, Alexei Nikolaevich Leontiev (1903-1979) e Alexander 
Luria (1902-1977), autores que tiveram por objeto de estudo o desvelamento do desen-
volvimento psíquico humano, por meio do método histórico. Insta esclarecer que Vigotski 
“usa o método de Marx para estruturar a sua teorização e não para legitimar o que pensa” 
(PRESTES, 2010, p.197). 
Esse método utilizado por Marx na compreensão da sociedade capitalista guiou os estudos 
de Vigotski “para ele o importante era o que o marxismo oferecia para a psicologia constituir-
se como ciência” (PRESTES, 2010, p.55).
Esta nova forma de entendimento da psique humana fundamentou estudos posteriores. 
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Nova forma porque o que se tinha de entendimento de psicologia, era a proposta de Piaget 
em que o indivíduo possui a pré-disposição para o aprendizado, premissa que não garante 
o desenvolvimento de “todos” e sim de uma “pequena” parte da humanidade.
Essa nova orientação para o entendimento do homem, para o entendimento de suas formas 
específicas de conduta e de desenvolvimento, estava comprometida com a construção de 
uma sociedade socialista. Assim, mais do que explicar simplesmente como ocorria esse de-
senvolvimento humano, ela buscava compreender esse desenvolvimento para nele intervir. 
Desta forma a Psicologia Histórico-Cultural tinha também como centro de suas preocupações 
as questões educacionais (NASCIMENTO, 2004, p.18).
Assim, Vigotski, Luria e Leontiev tomam por embasamento o Materialismo Histórico que diz 
respeito aos acontecimentos históricos determinados pelas condições materiais de vida dos 
homens, e com a teoria do Materialismo Dialético que explicita o método utilizado por Marx 
para compreender a dinâmica das transformações históricas.
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
Ao longo da trajetória de estudos a “troika” ganhou outros estudiosos, dentre eles Elkonin, 
Davýdov, Galperin e outros russos. Cada qual, a partir de uma mesma concepção, foram 
aprofundando conhecimentos específicos, como:
Leontiev (Psicologia geral, teoria da atividade, personalidade, sentido pessoal); Luria 
(Neuropsicologia, processos psicológicos superiores, cérebro e psiquismo); Galperin 
(Teoria da formação da atividade mental por etapas); Elkonin (Psicologia do jogo); Zaporojets 
(Periodização no psiquismo humano, psicologia evolutiva); Bojovich (Psicologia da persona-
lidade, em especial do adolescente); Morozova (Metodologia e fundamentos da educação 
especial); etc. (GOLDER, 2004, p.22).
Após o falecimento desses autores, a continuidade dessa pesquisa e/ou investigação deu-
se por pesquisadores contemporâneos, como: Demerval Saviani; Newton Duarte; João 
Luiz Gasparin; Maria Isabel Batista Serrão, dentre outros que partiram das raízes comunistas 
para traçar o trajeto de suas pesquisas e estudos.
As próximas partes desta unidade contemplarão a visão do desenvolvimento psíqui-
co infantil, na visão da Teoria Histórico-Cultural, o que é comum ser chamado de: 
periodização do desenvolvimento. Cada estágio, que vimos brevemente na primeira 
unidade, será apresentada a você, especialmente a partir de estudos de Elkonin 
(1904-1984), todavia a gama de produções acerca de cada período é vasta e mere-
ce outras leituras aos que pretende lecionar a determinados níveis de ensino.
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Conhecê-los e compreender as especificidades de cada estágio do desenvolvimento 
humano, na Teoria de Vigotski é imprescindível aos profissionais da educação, porque 
como discutimos a relevância do processo educacional para o “bom” desenvolvimento 
depende da qualidade das intervenções realizadas com as crianças, ainda durante os 
primeiros anos de vida. Assim veremos os estágio de uma maneira mais aprofundada e, 
em seguida, os elementos essenciais para a organização de um ensino à luz das bases 
da psicologia soviética.
Em seguida, tentaremos propor algumas reflexões que nos permitam compreender o diálogo 
que a Psicologia Histórico-Cultural tece com a Pedagogia, entendida como uma ciência huma-
na que estuda tanto as práticas como métodos e princípios da educação.
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
PERIODIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO5
Ao pensarmos a relação entre aprendizagem e desenvolvimento, a partir dos pressupostos 
da Teoria Histórico-Cultural, temos que a aprendizagem é propulsora do desenvolvimento, 
ou seja, ao se apropriar do conhecimento que foi produzido historicamente, o sujeito se 
potencializa.
Na abordagem histórico e cultural, o aprendizado é considerado um aspecto fundamental para 
que as funções psicológicas superiores aconteçam; dessa forma, o ensino é fator imprescin-
dível para o desenvolvimento do psiquismo humano (FACCI, 2004, p.77).
Diante dessa relevante consideração, compreender o desenvolvimento infantil é de extrema 
valia, pois a criança neste referencial “[...] aprende desde que nasce, mas aprende de um 
jeito diferente do adulto” (MELLO, 2007a, p.14). E, assim, cabe ao professor respeitar essa 
diferença contribuindo para que seja um sujeito ativo, no processo de apropriação dos 
conhecimentos.
Facci (2004) descreve os principais estágios de desenvolvimento pelos quais as crianças per-
passam ao longo do desenvolvimento psíquico. Há necessidade de esclarecermos que “as 
etapas de desenvolvimento por idade não coincidem em sua totalidade com as etapas de 
desenvolvimento biológico e sua origem é histórica” (MUKHINA, 1995, p.59).5 Algumas ideias apresentadas nesta unidade foram discutidas na monografia: “O que os periódicos re-
velam sobre o ensino de matemática na educação infantil?” defendida em 2010 para obtenção do título 
de Pedagoga (Licenciatura Plena) – UEM de minha autoria. 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
Lucinéia Maria Nazaretti em sua dissertação de mestrado, defendida em 2008, realizou um 
estudo acerca das contribuições de Elkonin para o campo educacional. De forma compe-
tente trouxe dados e explicações sobre a periodização do desenvolvimento humano desse 
autor até então desconhecido no Brasil, e que realizou experimentos e estudos a partir da 
escola de Vigotski.
Na referida pesquisa acadêmica, a autora explicou as épocas de desenvolvimento humano, 
da qual apresentaremos a seguir:
a) a primeira infância abarca: crise pós-natal; primeiro ano (dois meses a um ano); crise de um 
ano; um ano a três anos; e crise dos três anos. b) a infância compreende: idade dos três aos 
sete anos, ou seja, idade pré-escolar; crise dos sete anos; c) a adolescência que abrange: da 
idade escolar primária até a juventude. Assim, essas épocas do desenvolvimento dividem-se 
por períodos, de acordo com a atividade que o indivíduo realiza: a) a época chamada primeira 
infância é composta pelos períodos de comunicação emocional direta, em que predominam 
os objetivos, os motivos e as normas – a esfera motivacional e das necessidades (1º gru-
po) e a atividade objetal manipulatória, em que prevalecem os procedimentos socialmente 
elaborados de ação com os objetos – a esfera das possibilidades técnicas e operacionais 
(2º grupo); b) a época infância compreende a atividade jogo de papéis (1º grupo) e atividade 
de estudo (2º grupo); c) a época adolescência abarca os estágios de comunicação íntima 
pessoal (1º grupo) e atividade profissional-de-estudo (2º grupo). Resumindo. Cada período 
do primeiro grupo seria seguido, necessariamente, por um período do segundo grupo. De 
tal modo, após cada período em que predomina o desenvolvimento afetivo da esfera moti-
vacional e das necessidades, segue-se um período em que prevalece o desenvolvimento 
intelectual da esfera das possibilidades técnicas operacionais. Em cada época, há a fusão do 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
desenvolvimento afetivo/intelectual (LAZARETTI, 2008, pp.133-134).
Calma. Esse excerto apresenta de forma geral as épocas de desenvolvimento e os está-
gios que os compõem. Veremos um a um seguido de suas características. O que neces-
sita ter em mente, é que a cada passagem (de um estágio a outro) a criança passa por um 
momento conturbado, denominado por Elkonin (1960) por crises do desenvolvimento. Não 
necessariamente todas as crianças passarão por essas crises, nem tampouco de forma 
obrigatória ocorrerão nas idades cronológicas descritas. Lembremos que essa Teoria parte 
do contexto histórico que a criança nasce, no círculo sócio e cultural na qual vive e das 
mediações realizadas durante seu crescimento.
A crise, segundo Mukhina (1995, p.62), pode ser resumida em poucas linhas: “o 
velho já não satisfaz a criança e o novo ainda não foi forjado”. Nessa contradição 
entre o que eu já sei fazer e o que eu quero aprender de novo, é o que chama-
mos de crise. Leontiev (2006), em algumas de suas obras afirma que a crise pode 
ser evitada, se o profissional da educação não permitir que a criança desempenhe 
somente e unicamente atividades “livres”, sugerindo atividades orientadas. Isso se 
pensarmos restritamente no âmbito educacional. Mas essa discussão fará parte da 
próxima subunidade.
Vamos conhecer os estágios de desenvolvimento?
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
A. Primeira infância: dos primeiros meses até os três anos aproximadamente
Comunicação emocional do bebê:
A comunicação emocional direta dos bebês com os adultos é a atividade principal desde as 
primeiras semanas de vida até mais ou menos um ano, constituindo-se como base para a 
formação de ações sensório-motoras de manipulação. [...] o bebê utiliza vários recursos para 
se comunicar com os adultos, como o choro, por exemplo, para demonstrar as sensações 
que está tendo e o sorriso para buscar uma forma de comunicação social (FACCI, 2004, 
p.67, destaque da autora).
Entendemos que nos primeiros anos de vida a conduta da criança começa a reestruturar-
se refletindo no comportamento devido às condições sociais e a influência educativa das 
pessoas com as quais convive. É na interação com objetos produzidos historicamente e na 
relação adulto – linguagem, que a criança gradativamente, passa a compreender o mundo 
a sua volta. Exemplo: que o choro faz o adulto acalentá-lo. Que os objetos rolam, outros 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
reproduzem sons, outros consegue manipular, outros te causam medo. Essas vivências 
produzem saltos qualitativos em seu desenvolvimento.
O próximo estágio característico na idade pré-escolar, segundo Facci (2004, p.68, 
destaque da autora) é:
Em um segundo momento, ainda na primeira infância, a atividade principal passa a ser a obje-
tal-instrumental, na qual tem lugar a assimilação dos procedimentos elaborados socialmente 
de ação com os objetos e, para que ocorre essa assimilação, é necessário que os adultos 
mostrem essas ações às crianças. A comunicação emocional dá lugar a uma colaboração 
prática. Por meio da linguagem, a criança mantém contato com o adulto e aprende a mani-
pular os objetos criados pelos homens, organizando a comunicação e a colaboração com 
os adultos.
Esta mediação entre a criança e o objeto historicamente produzido, possibilitará de forma 
individualizada a assimilação, ou mesmo compreensão, da ação dos objetos socialmente 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
elaborados. A criança começa a explorar objetos e ambientes diferentes sendo estes um 
grande incentivo ao desenvolvimento, pois nesta operação ela vive experiências, explora, 
observa, concentra, cria referências, se relaciona com outras crianças, possibilitando desta 
forma seu desenvolvimento intelectual. Ela, aos poucos, deixa de ser o eixo das atenções 
e passa a disputar espaço com outros adultos utilizando para isso a linguagem quer seja 
gestual, quer seja em balbucios quer outra forma de expressão (choro, birras):
Nesta atividade com objetos, descobre características e propriedades, ampliando o conhe-
cimento do mundo ao seu redor, exercita sua percepção, sua comunicação, seu desenvol-
vimento motor, acumula experiências e cria uma memória, exercita e desenvolve a atenção, 
a fala, o pensamento e faz teorias, ou seja, interpreta e explica o que vai acontecendo. Em 
outras palavras, desenvolve a inteligência e a personalidade – uma vez que os aspectos 
cognitivo e afetivo não se separam (MELLO, 2007a, p.17).
B. Segunda Infância: crianças a partir dos três até os seis anos de idade aproximadamente
O próximo estágio são os jogos protagonizados ou a brincadeira. Na exploração de objetos 
a criança imita os adultos em suas relações sociais, o faz de conta (situação imaginá-
ria) torna-se a principal atividade da criança. Esta atividade, assim como todas as outras 
do desenvolvimento humano, desencadeia o desenvolvimento de funções psicológicas, 
por exemplo, memória, imaginação, pensamento, linguagem oral, entre outras que já 
estudamos.
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
No faz-de-conta, portanto, amplia seu conhecimento do mundo, organiza e reorganiza seu 
pensamento, interpreta e compreende os diferentes papéis sociais que percebe na sociedade 
que conhece. Até os seis anos, pois, as crianças aprendem por sua própria atividade ao imitar 
os adultos e outras crianças, procurando fazer sozinhas aquilo que vão testemunhando, aquiloque aprendem a fazer com os outros (MELLO, 2007a, p.17).
Essa apropriação do mundo de forma ativa (reproduzindo ações e comunicações hu-
manas) revela o desejo de integrar-se ao mundo no qual está inserido e, para isso 
utiliza a imitação:
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
Ela ainda não dominou e não pode dominar as operações exigidas pelas condições obje-
tivas reais da ação dada, como, por exemplo, dirigir um carro, andar de motocicleta, pilotar 
um avião. Mas na brincadeira, na atividade lúdica, ela pode realizar essa ação e resolve a 
contradição entre a necessidade de agir, por um lado, e a impossibilidade de executar as 
operações exigidas pela ação, de outro (FACCI, 2004, p.69).
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
INDICAÇÃO DE LEITURA
Esse estágio do desenvolvimento humano (jogos protagoniza-
dos ou a brincadeira) é abordado no livro “Brincadeira de pa-
péis sociais na educação infantil”. Organizado por pesquisado-
res já citados nessa unidade, Alessandra Arce e Newton 
Duarte, reúne artigos de outros pesquisadores como Lígia 
Márcia Martins e João Henrique Rossler, no qual discutem es-
pecificamente a situação imaginária como propulsora do de-
senvolvimento no período pré-escolar. Com editoração da Xamã de São Paulo, é facilmente 
encontrado em livrarias a preço acessível. Sua leitura torna-se importante, porque, além de 
discutir esse estágio em específico, contempla também a brincadeira de papéis sociais 
como produtora da alienação, seio da sociedade capitalista.
Passando da idade pré-escolar, para a escolar, Facci (2004, p.70) apresenta como pró-
ximo estágio, o estudo. “A passagem da criança da infância pré-escolar à fase seguinte 
está condicionada, então, pela entrada da criança na escola e a atividade principal 
passa a ser o estudo”.
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
C. Adolescência: (não há idade cronológica definida)
A chegada da adolescência é marcada pela atividade dominante6 na qual a referida autora 
intitula por comunicação íntima pessoal.
O ensino escolar deve, portanto, nesse estágio, introduzir o aluno na atividade de estudo, de 
forma que se aproprie dos conhecimentos científicos. [...] Ele torna-se crítico em face das 
exigências que lhe são impostas, das maneiras de agir, das qualidades pessoais dos adultos 
e também dos conhecimentos teóricos. Ele busca, na relação com o grupo, uma forma de 
posicionamento pessoal diante das questões que a realidade impõe à sua vida pessoal e 
social (FACCI, 2004, p.71)
6 Existem várias traduções para esse termo: atividade guia, atividade dominante ou atividade principal. 
Todas se remetem àquela que promove saltos qualitativos no desenvolvimento humano. 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
Esse desenvolvimento intelectual, a partir dos interesses teóricos, característico, segundo a 
autora na adolescência, possibilita tomada de consciência social, devido à convivência entre 
os companheiros de estudo, estruturando o sentindo pessoal de vida.
Por último se configura, na idade escolar a atividade profissional/de estudo quando se ad-
quire a fase adulta. “A etapa final do desenvolvimento acontece quando o indivíduo se torna 
trabalhador, ocupando um novo lugar na sociedade” (FACCI, 2004, p.72).
Conhecer os estágios de desenvolvimento do ser humano, caro(a) aluno(a), se apresenta 
como necessário, particularmente, aos profissionais da educação, para que consciente-
mente e intencionalmente, planeje estratégias de ensino densamente imbuídas de caráter 
educativo, para que essa criança aos poucos se torne autônoma e emancipada, frente a 
atividades propícias às suas condições objetivas.
Com essa discussão entendemos que na escola o professor tem a tarefa de ensinar à 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
criança aquilo que ela ainda não é capaz de fazer sozinha, respeitando seu período de 
desenvolvimento.
PRÁTICAS EDUCATIVAS À LUZ DA CONCEPÇÃO 
HUMANIZADORA DE HOMEM7
Vimos que educar conforme os pressupostos da Teoria Histórico-Cultural significa possi-
bilitar aos sujeitos a apropriação da cultura produzida historicamente. Nesse processo de 
apropriação, o sujeito se humaniza. Acreditamos que essa humanização significa oferecer 
meios, formas e estratégias para que este sujeito, em plena fase de desenvolvimento, con-
siga ampliar suas capacidades, de forma gradativa, por isso as épocas de desenvolvimento 
são importantes para nosso conhecimento.
Todavia, procedimentos didáticos que tenham o caráter educativo de fato, além de respeitar 
os estágios de desenvolvimento, necessitam organizar o ensino, o ambiente, os conteúdos 
de forma coerente aos princípios dessa Teoria.
Leontiev (2004), em seu texto “O homem e a cultura”, nos apresenta que as aptidões 
7 Este tópico abarca discussões apresentadas no artigo: Aprendizagem e Desenvolvimento: Reflexões 
iniciais acerca da infância à luz de uma ótica humanizadora de autoria minha em conjunto com Martinez 
(2012). Tal produção está disponível na íntegra nos anais do evento I Seminário Internacional e I Fórum 
de Educação do Campo da Região Sul do RS: campo e cidade em busca de caminhos comuns. ISBN 
21793624
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
humanas que se cristalizaram neste mundo, devem-se à participação nas diferentes formas 
de atividade social, predominantemente no trabalho, graças à linguagem, o raciocínio lógi-
co, o próprio desenvolvimento das funções psíquicas no homem.
Nesta discussão, Mukhina (1996, pp.38-39), contribui afirmando que:
No começo deste século, na Índia, o psicólogo Read Sing recebeu a informação de que 
nas proximidades de um povoado haviam sido vistos dois seres misteriosos que pareciam 
humanos, embora andassem sobre quatro patas. Certa manhã, Sing, com um grupo de 
caçadores, postou-se junto a um covil de lobos e viu a loba saindo com seus filhotes, entre 
os quais havia duas meninas. Uma parecia ter 8 anos e a outra 1 ano e meio. Sing levou 
as meninas para sua casa e tentou educá-las. As meninas corriam de quatro, tentavam 
se esconder quando viam os homens, mordiam e à noite uivavam como lobos. A menor, 
Amala, morreu um ano depois e a maior, Kamala, viveu até os 17 anos. Em nove anos 
conseguiu-se que, em termos gerais, abandonasse suas maneiras de lobo; mas quan-
do estava com pressa, corria com as quatro patas. Praticamente não conseguiu dominar 
a linguagem humana; apenas com muita dificuldade aprendeu a pronunciar corretamente 
quarenta palavras. Eis aqui outra confirmação de que a psique humana não surge se não 
existem condições humanas de vida.
Com isto temos que, essas duas meninas, citadas como exemplo, ao serem isoladas do 
convívio humano-social, logo nos primeiros anos de vida, não tiveram as características 
psíquicas humanas totalmente aprendidas e, portanto, não houve progresso em suas po-
tencialidades. Mesmo que posteriormente a sobrevivente (Kamala) tenha sido submetida a 
condições favoráveis para humanizar-se.
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
Comprova-se assim, a essencialidade das condições de caráter histórico e social para 
o desenvolvimento do comportamento humano e do processo educacional em meio 
a isso, uma vez que de forma mediada busca a instrução de um novo homem a cada 
contexto social.
Conforme as defesas da Teoria Histórico-Cultural, nós, educadores, temos em nossas 
mãos a função de propiciar conhecimentos necessários e significativos para real formação 
humana em sua individualidade e não para o individualismo e para o consumo. Para isso, 
há a necessidade de apresentar aos(as) alunos(as) o que há de mais elaborado no decurso 
da humanidade. O que inclui obras de arte, músicas clássicas, manifestações culturais e 
tecnológicas.
Neste contexto,recorremos a Vigotskii8 (2006) para ilustrar que a criança antes de aprender 
a ler e escrever na escola, de ter os primeiros contatos com os signos correspondentes a 
linguagem escrita, é capaz de ler e registrar o que vivencia por meio da imitação, da fala, 
de ilustrações, brincadeiras, canções e tantas outras formas comunicação. Partindo desse 
pressuposto, todo(a) aluno(a) que adentra o limiar escolar possui sua pré-história. Portanto, 
a criança aprende e se desenvolve na interação com outros indivíduos de sua espécie, quer 
ela em contexto familiar, social ou escolar.
8 Mantivemos a grafia do nome de Vigostki da forma como o autor apresentou no livro.
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
Esse conceito – de que o ser humano aprende a ser o que é como inteligência ou personali-
dade, e de que a cultura e as relações com os outros seres humanos constituem a fonte do 
desenvolvimento da consciência – revoluciona a compreensão do processo de desenvolvi-
mento que tínhamos até agora. Com a Teoria Histórico-Cultural, aprendemos a perceber que 
cada criança aprende a ser um ser humano (MELLO, 2007b, p.88).
Insta ressaltarmos que a capacidade de desenvolvimento não se dá de forma estática, trata-
se de um processo constante, ou seja, sempre estará em elaboração. O cérebro humano é 
capaz de superar funções elementares, de restabelecer conexões e encontrar novas rotas de 
desenvolvimento e superação, quando bem direcionado. Isto nos reafirma a necessidade de 
um mediador entre o pensamento empírico e o teórico.
Sobre isto, Vigotskii (2006) contribui afirmando que não é possível limitar o processo de 
desenvolvimento humano e a capacidade potencial de aprendizagem, mas é possível de-
terminar dois níveis de desenvolvimento intelectual de uma criança: nível de desenvolvi-
mento efetivo (área de desenvolvimento proximal) e nível de desenvolvimento das funções 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
psicointelectuais (área do desenvolvimento potencial). Entre eles há uma proximidade, pois 
partindo do que a criança aprendeu (nível de desenvolvimento efetivo) é possível mediar no-
vos conhecimentos e capacidades de memória, atenção, concentração, estética e demais 
funções psicointelectuais estabelecidos por esta base constituída.
Apresentaremos um excerto de Vigotski (2006, p.111, grifos nossos), para ilustrar a expli-
cação discutida há pouco:
Quando se estabelece a idade mental da criança com o auxílio de testes, referimo-nos sem-
pre ao nível de desenvolvimento efetivo. Mas um simples controle demonstra que este ní-
vel de desenvolvimento efetivo não indica completamente o estado de desenvolvimento da 
criança. Suponhamos que submeteremos a um teste duas crianças, e que estabelecemos 
para ambas uma idade mental de sete anos. Mas quando submetemos as crianças a provas 
posteriores, sobressaem diferenças substanciais entre elas. Com o auxílio de perguntas-
guia, exemplos e demonstrações, uma criança resolve facilmente os testes, superando em 
dois anos o seu nível de desenvolvimento efetivo, enquanto a outra criança resolve testes 
que apenas superam em meio ano o seu nível de desenvolvimento efetivo. Neste momento, 
entram diretamente em jogo os conceitos fundamentais necessários para avaliar o âmbito de 
desenvolvimento potencial. Isto, por sua vez, está ligado a uma reavaliação do problema da 
imitação na psicologia contemporânea.
Com maestria, o autor soviético firma um posicionamento oposto à perspectiva neoli-
beral9, salientando que a criança aprende mediante socialização, interação, imitação, 
9 Entendemos que a perspectiva neoliberal desconsidera a afirmação feita por Vigotski (2006). Para esta, 
o indivíduo se desenvolve sem a necessidade de um parceiro mais experiente (mediador), ocorrendo o 
desenvolvimento humano de forma naturalizada, de caráter biológico e, portanto, de competência única 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
exemplos e experiências de imediação em seu convívio familiar, social e escolar. 
Conforme o indivíduo, por meio do conhecimento transmitido pelo professor, aprende, 
se desenvolve.
Podemos agora resumir o que dissemos e fazer uma formulação geral da relação entre os 
processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Antes de o fazer, salientaremos que 
todas as pesquisas experimentais sobre a natureza psicológica dos processos de apren-
dizagem da aritmética, da escrita, das ciências naturais e de outras matérias na escola 
elementar demonstram que o seu fundamento, o eixo em torno do qual se montam, é uma 
nova formação que se produz em idade escolar. Estes processos estão todos ligados ao 
desenvolvimento do sistema nervoso central. A aprendizagem escolar orienta e estimula 
processos internos de desenvolvimento. A tarefa real de uma análise do processo edu-
cativo consiste em descobrir o aparecimento e o desaparecimento dessas linhas internas 
de desenvolvimento no momento em que se verificam, durante a aprendizagem escolar 
(VIGOTSKII, 2006, p.116).
do sujeito envolvido no processo que é denominado de maturação.
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
FIQUE POR DENTRO
O fi lme: O Menino Selvagem ilustra o processo de 
humanização na qual estamos estudando. O link 
para acesso é <http://www.youtube.com/watch?-
v=VTXatz4iHOg>. Trata-se de um médico psiquiá-
trico chamado Jean Itard (1774-1838) que se torna 
responsável pela educação de uma criança selva-
gem. O termo selvagem diz respeito a uma crian-
ça de aproximadamente 12 anos que não convivia 
em sociedade organizada. Andava até de forma 
bípede. Com a ajuda da governanta, o médico propõe situações de en-
sino para que o menino se torne “humano” de fato. Apoiado em fatos 
verídicos, o fi lme ganhou premiações em 1971 na França.
Para Vigotskii (2006) o processo de aprendizagem e de desenvolvimento não acontece 
paralelamente, mas sim de forma una, entrelaçada, possibilitando assim a criação da área 
de desenvolvimento potencial. Para Facci (2006), ao oportunizar condições favoráveis (não 
facilitadoras) à aprendizagem, a criança interage, compreende o universo que a cerca, 
aprende e desenvolve suas potencialidades. Eis aqui a importância da organização do 
trabalho pedagógico.
O processo de ensino é uma atividade conjunta de professores e alunos, organizado 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
sob a direção do professor, com a finalidade de prover as condições e meios pelos 
quais os alunos assimilam ativamente conhecimentos, habilidades, atitudes e convic-
ções (LIBÂNEO, 1994, p.29).
Para aprender, a criança necessita agregar atividades lúdicas (jogos, brinquedos e brinca-
deiras) que contribuem em sua formação psíquica e humana, ao seu desenvolvimento. Ao 
reproduzir e imitar de maneira afetiva, com vínculo educativo positivo, seu círculo de relações 
na escola tende a crescer de maneira adequada, segundo a Teoria.
O conteúdo de ensino quando agregado às atividades lúdicas, diferenciadas, que possi-
bilitem o acesso a acervos bibliográficos, visuais, artísticos, ou de produção dos próprios 
alunos partindo de uma ideia fundamentada pelo educador, aviva o querer aprender mais 
ampliando as possibilidades de aprendizagem, sob uma instrução sistematizada e com 
intencionalidade no ensino, privilegiando assim o desenvolvimento pleno dos alunos em um 
espaço educativo de excelência.
Quando uma criança entra na escola, ela não é uma tábua rasa que possa ser moldada pelo 
professor segundo a forma que ele preferir. Essa placa já contém as marcas daquelas téc-
nicas que a criança usou ao aprender lidar com os complexos problemas de seu ambiente. 
Quando uma criança entra na escola, já está equipada, já possui suas próprias habilidades 
culturais. Mas este equipamento é primitivoe arcaico; ele não foi forjado pela influência siste-
mática do ambiente pedagógico, mas pelas próprias tentativas primitivas feitas pela criança 
para lidar, por si mesma, com tarefas culturais (LURIA, 2006, p.101, grifos nossos).
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
É importante reconhecer que ensinar requer possibilidades de aproximação entre professor 
e aluno e não uma exaustiva espera para que a criança aprenda, no “seu” tempo certo. 
Luria (2006) menciona determinantemente que a criança, ao adentrar o espaço escolar, 
possui suas próprias habilidades culturais, todavia, estes instrumentos são primitivos e ne-
cessitam da sistemática do ambiente pedagógico.
REFLITA!
Você acredita no processo de humanização? Considera que a infl uência 
de adultos faz o bebê (desde os primeiros meses) perceber, observar e 
se apropriar de meios para obter o comportamento humano?
Assim, é imensamente importante ter em mãos, enquanto professores instrumentos que 
potencializem o ensino, no tratante, a insubstituível presença já comentada anteriormente, 
das máximas elaborações humanas sob recursos pedagógicos apropriados para o ensino 
das crianças de forma a potencializar as funções psíquicas elementares para superiores. Já 
falamos um pouquinho disso na unidade I, se recorda?
No período escolar a relação das crianças com o professor é estreita e requer atenção e 
cuidados. Leontiev (2006) nos reafirma esta importância:
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
Todos nós sabemos como são incomparáveis as relações das crianças dessa idade com 
suas professoras da escola maternal, quão necessária é para as crianças a atenção da pro-
fessora e quão freqüentemente elas recorrem à sua mediação em suas relações com outras 
crianças de sua idade. Pode-se dizer que as relações com a professora fazem parte do pe-
queno e íntimo círculo dos contatos das crianças. As relações de uma criança dentro de um 
grupo de crianças são também peculiares. Os vínculos que as crianças de três a cinco anos 
estabelecem entre si constituem ainda, em grande parte, o elemento pessoal – “privado”, 
por assim dizer – em seu desenvolvimento, que conduz a um verdadeiro espírito de grupo. 
Nesse aspecto, a professora desempenha o papel principal – mais uma vez em virtude de 
suas relações pessoais com as crianças (LEONTIEV, 2006, p.60).
Quando a criança recorre ao professor, expressa a necessidade de mediação para re-
solução de seus conflitos e com a intervenção do educador é possível que esta apren-
da e planeje estratégias para resolução. Neste entendimento, podemos perceber que 
a tarefa do professor, neste íntimo círculo dos contatos das crianças, contribui intencio-
nalmente ao ensino, a aprendizagem e, consequentemente, ao seu desenvolvimento.
A tarefa do educador em mediar com intenção os conteúdos constituídos historicamente, pre-
sentes em textos literários, expresso na cultura e por ela transmitido, é insubstituível.
Pensando na educação infantil, concebemos que o que torna essa etapa da educação bá-
sica importante para o desenvolvimento das crianças é a prática pedagógica do professor 
e a forma como ele encara e organiza sua função na instituição de ensino. Defendemos 
que a escola é um lugar onde as ações pedagógicas devem ser norteadas por objetivos e 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
encaminhamentos que visem desenvolver as funções psicológicas superiores, como nos 
apresenta Vygotsky (2000) em suas pesquisas, cujos princípios aqui foram defendidos e que 
serão aprofundados na próxima parte do texto.
PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL EM DIÁLOGO 
COM A PEDAGOGIA
Vigotski (2009) em seu livro “imaginação e criação na infância” nos auxilia em traçarmos 
um diálogo introdutório entre os pressupostos da Teoria Histórico-Cultural ao curso de 
Pedagogia. No sexto capítulo desse livro intitulado por “A criação literária na idade escolar”, 
Vigotski (2009) explica o que entende por educação:
Educação, entendida correta e cientificamente, não significa infundir de maneira artificial, de fora, 
ideais, sentimentos e ânimos totalmente estranhos às crianças. A educação correta consiste 
em despertar na criança aquilo que existe nela, ajudar para que isso de desenvolva e orientar 
esse desenvolvimento para algum lado (VIGOTSKI, 2009, p.72).
Diante das considerações postas no tópico anterior, e da defesa de Vigotski (2009) 
que a educação adequada, segundo suas fundamentações, seria aquela que orienta 
a criança em seu percurso de humanização, trataremos nesse tópico de elementos a 
serem considerados durante a organização do ensino. Uma leitura mais aprofundada 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
merece ser realizada sobre a Teoria da Atividade proposta por Leontiev, e da ativida-
de orientadora de ensino elaborada por Manoel Oriosvaldo de Moura com seu grupo 
GEPAPe a partir do pensamento de Vigotski, pois aqui serão traçadas considerações 
iniciais.
O primeiro elemento para a organização do ensino é a intencionalidade pedagógica. 
Durante o mapeamento dos conteúdos, escolha dos recursos, o professor “precisa ter cla-
ro o conceito que se pretende trabalhar para propor situações-problema que mobilizem o 
pensamento das crianças para que essas possam apropriar-se desse conceito” (MORAES, 
2010, p.10). Pode-se perguntar: O que eu quero que meu(minha) aluno(a) aprenda por 
meio desse conteúdo? O que é nuclear nesse conhecimento? Como farei para proporcio-
nar o aprendizado de forma a considerar o que os(as) alunos(as) já sabem a respeito? Na 
escola, todas as ações do Professor necessitam ter um caráter intencional. Essa defesa 
rompe com a consideração de que a manipulação de algo por si só, garante o aprendizado.
Por exemplo, crianças de um ano de idade brincam na sala de aula, manipulam objetos e 
interage com outras crianças. O professor necessita mediar tanto a manipulação como a 
forma de comunicação entre bebês. Como vimos, na Teoria Histórico-Cultural, o indivíduo 
passa pelo processo de humanização e nesse sentido é preciso ensinar-lhe condutas hu-
manas. Ensinar a equilibrar-se, caminhar, fazer movimentos de pinça para posteriormente 
conseguir se alimentar de forma autônoma, hábitos de higiene, enfim, o que lhe é possível 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
fazer para que venha emancipar-se.
Na educação infantil, é ensinada, em nossa consideração, a base dos conceitos. 
Mesmo que não haja apropriação de conteúdos em si, elementos essenciais para 
assimilação deste estão nos primeiros anos de escolarização, o que necessita ter o 
mesmo caráter intencional.
Falando em educação infantil, é comum professores durante o período escolar propor brin-
cadeiras, no entendimento de ser algo que a criança mais gosta. A escola de Vigostki explica 
isso pela periodização, como vimos. A criança não brinca por que gosta, mas porque essa 
atividade lúdica consegue satisfazer desejos que não consegue realizar por ser criança ain-
da. Ver crianças brincando de pilotar avião, por exemplo, ou preparando alimentação com 
bolinhas de barro, é uma brincadeira que proporciona entendimento do mundo ao qual está 
inserida. Lembra da imitação que vimos no tópico anterior? Ela imita, (reproduz papéis sociais) 
por meio da brincadeira, situações do cotidiano para satisfazer desejos irrealizáveis. Com isto, 
queremos afirmar que a ludicidade é o segundo elemento a ser pensado durante a organiza-
ção do ensino.
Pergunto-te: é possível ensinar as bases dos conceitos por meio de uma situação imagi-
nária? Ousaria-lhe dizer que sim. Utilizando uma literatura, por exemplo, poderia focar em 
um determinado conceito. Isso merece especial atenção porque ora a situação imaginária 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
(nocaso livro de literatura) será estratégia de ensino (como neste caso), ora será recurso 
para o ensino.
Os primeiros anos de aprendizado necessitam ter em seus procedimentos didáticos 
o caráter lúdico, pois esse elemento será a mola propulsora de aprendizados signifi-
cativos à criança.
INDICAÇÃO DE LEITURA
O livro Imaginação e Criação na infância é uma obra de Vigotski 
escrita especialmente aos profissionais da educação. 
Composto por oito capítulos, o livro traz reflexões referentes: a. 
Criação e Imaginação; b. Imaginação e Realidade; c. O meca-
nismo da imaginação criativa; d. A imaginação da criança e do 
adolescente; e. “Os suplícios da criação”; f. A criação literária 
na idade escolar; g. A criação teatral na idade escolar e h. O 
desenhar na infância. Lançado pela editora Ática, a versão de 2009 traz além do texto de 
Vigostki, ensaios comentados da professora Ana Luiza Smolka e tradução de Zoia Ribeiro 
Prestes, dinâmica que auxilia leitores que estão iniciando estudos referentes ao período 
infantil.
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
O próximo elemento é a interação entre os pares. Mais que mediar a relação indivíduo e 
conhecimento é mediar a relação entre homens. A linguagem ganha especial destaque nas 
elaborações da escola de Vigotski, pois ela é essencial para que as gerações transmitam 
conhecimentos aos seus precedentes. A linguagem é o principal instrumento para que a 
mediação ocorra, pois os signos linguísticos foram desenvolvidos culturalmente e necessitam 
serem apropriados para as gerações que virão.
Ouvi certa vez uma questão que me levou a reflexões sobre isso e pedindo licença repro-
duzo a você: Se morressem todos os adultos e, ficassem só as crianças com as produ-
ções realizadas, você acredita que na relação criança e objeto ela saberia sua utilidade? 
Por exemplo, uma criança vendo uma colher, saberia que é um instrumento para auxiliar 
sua alimentação? Ela não necessitaria de um adulto para ensinar-lhe por meio da lingua-
gem para que serve? Ela não necessitaria imitar uma ação humana para vivenciar o quão 
este objeto satisfaz suas necessidades básicas?
Certamente, você deve estar pensando que não. Se morressem os parceiros mais expe-
rientes (adultos) retrocederíamos e muito. Lembra-se dos primatas na descoberta do fogo? 
Então, seria mais ou menos que voltar a esse período.
No campo educacional, quem ocupa papel de destaque é o professor, que necessita 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
procurar meios para ampliar o conhecimento de mundo de seus alunos, por isso a ne-
cessidade de estar permanentemente em estudos. O próximo elemento é a dimensão 
lógico-histórica. Esse elemento é mais complexo, por que remexe com lembranças de 
nossa infância. Vou exemplificar com um conhecimento matemático, que é área de meus 
estudos e acredito que te auxiliará no melhor entendimento. Lembra de teus primeiros 
anos na escola. Como lhe era ensinado os algarismos numéricos? Uns falarão que era por 
músicas infantis: ou a do indiozinho, ou dos patinhos que foram passear, ou pela parlenda 
conhecida feijão com arroz.
Ao ensinar desta forma, conhecimento pronto e acabado que costumamos classificar, ig-
nora-se o percurso histórico que foi para a elaboração deste. Sabemos que as origens dos 
números foram graças aos pastores que tinham necessidade de controlar seus gados. 
A cada gado que passava um graveto era colocado em uma sacolinha. Se sobrassem 
gravetos no final do dia (ao guardar os gados) era porque algum não havia sido resgatado.
Defende-se que esse elemento de dimensão histórica necessita ser de conhecimento da 
criança. Claro que não precisa promover procedimentos didáticos que objetivam reviver o pro-
blema tal como aconteceu, no nosso caso, dos pastores e ovelhas, mas de trazer a dimensão 
histórica em suas ações didáticas. Veja outra explicação sobre isso:
[...] o professor entrega aos alunos uma folha (mimeografada ou fotocopiada) e solicita às 
crianças que estabeleçam a correspondência entre a quantidade de florzinhas, patinhos, 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
gelados, etc., e o numeral indo-arábico, numa tentativa de perceber se acriança “quanti-
fica”. Ao realizar esta atividade, o professor despreza todo movimento histórico presente 
no estabelecimento da correspondência um a um até chegar aos signos numéricos do 
sistema de numeração decimal que hoje utilizamos (ARAÚJO, 2007, p.36).
Diante disso, temos que as situações-problemas constituem o último elemento a ser con-
siderado durante a organização do ensino. Dependendo da qualidade das perguntas e do 
trajeto a ser seguido pelo(a) aluno(a) e orientado(a) pelo professor, a dimensão lógico-histó-
rica ganhará destaque e o ensino terá sentido e significado.
Esses elementos são trazidos da Psicologia Soviética, em específico das elaborações de 
Leontiev, e tecem diálogo com os profissionais da educação. Diálogo que permite com que 
as práticas de ensino sejam repensadas, para que de fato sejam enriquecedoras à apren-
dizagem e desenvolvimento pleno das crianças.
Por isso que acreditamos que “um galo sozinho não tece uma manhã”, percebe o quanto a 
ação conjunta é necessária para que o processo de humanização ocorra?
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), viemos traçando um percurso de estudos em torno da Teoria Histórico-
Cultural cujo principal expoente se torna Vigotski. Todavia, verificamos que um conjunto 
de pesquisadores somou para que a Psicologia Soviética viesse aprofundando conheci-
mentos específicos do desenvolvimento humano. Uns se debruçaram em estudos acerca 
da periodização, caso de Elkonin e Davýdov; outros acerca do pensamento e linguagem 
como Leontiev e Vigotski; outros sobre a linguagem, caso de Luria. Poderíamos mencionar 
muito outros russos, mas como a seleção de conteúdos é necessária, nos detemos aos 
mais “estudados”.
Outro importante tópico discutido aqui foi referente à psicologia do desenvolvimento infan-
til, no qual estágios foram explicados para que você tivesse um conhecimento inicial da 
psicologia da aprendizagem proposta por Vigotski e seus colaboradores. Essa questão é 
quase que “inseparável” das práticas educativas, pois como estudamos essa Teoria dá um 
novo significado ao âmbito educacional formal (escola).
Para finalizar, de maneira ousada, buscamos em breves parágrafos apresentar alguns 
elementos para a organização do ensino proposto pela Teoria da Atividade de Leontiev. 
Fizemos questão de trazer esse tópico, para você estudante de Pedagogia, porque acre-
ditamos na real intenção da Psicologia dialogar com a Pedagogia em busca da valorização 
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
do indivíduo enquanto agente transformador de sua realidade e por defendermos que essa 
disciplina está lhe propiciando bases tanto para os estágios futuros, quanto para seu exer-
cício profissional. Reafirmamos a necessidade de você estudante buscar outras leituras, 
outras pesquisas realizadas, outras fontes de estudo que venham somar com sua prática 
docente. Pense com carinho nas indicações de leitura.
Finalizamos esta unidade, esclarecendo que nestas breves páginas, tivemos um “aperitivo” 
do vasto conhecimento que temos disponível acerca do desenvolvimento infantil a partir 
das contribuições de Vigotski, Leontiev e Luria.
Na próxima unidade veremos outra concepção teórica, a Inatista de Piaget.
Deixo um forte abraço e estimas de que você tenha ficado “estimulado” a realizar leituras ou 
pesquisas nessa temática, afinal, sabemos que nossas escolas carecem de profissionais 
dispostos a revolucionar “antigas práticas” de ensino estéreis, pensando não só no desen-
volvimento intelectual, mas nodesenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social de (e 
para) todas as crianças.
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UNIDADE II - Psicologia da Educação
ATIVIDADES
1) A partir de leituras realizadas nesta unidade e da concepção de que o indivíduo na 
Teoria Histórico-Cultural passa pelo processo de humanização, escreva em breves 
linhas, o porquê, na sua consideração, conhecer os períodos de desenvolvimento 
humano ajuda o professor em sua prática pedagógica.
2) Estudamos sobre os pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, da mesma forma verifi-
camos que esses fornecem alguns elementos a serem considerados durante a organi-
zação do ensino. Pontue os elementos destacados durante essa unidade.
3) Sabemos que a Teoria Histórico-Cultural foi elaborada não só por Vigotski que é o principal 
proponente, mas por outros estudiosos que utilizaram de suas experimentações para de-
bater questões específicas do campo educacional. Cite pelo menos 3 colaboradores de 
Vigotski, bem como as áreas específicas de estudo deles.
Educação escolar: 
contribuições de jean Piaget
 
UNIDADE 3
ObjEtIVOs DE APrENDIzAgEm
•	 Explicar o desenvolvimento humano (campo intelectual) ancorado 
no referencial Piagetiano..
PlANO DE EstUDO
Serão abordados os seguintes tópicos:
•	 Educação escolar: Contribuições de Jean Piaget
•	 Epistemologia Genética: Períodos do desenvolvimento do sujeito 
epistêmico
•	 A teoria Piagetiana e a Prática Pedagógica
Eliana Cláudia Graciliano
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UNIDADE III - Psicologia da Educação
INTRODUÇÃO
Esta unidade tem por objetivo explicar o desenvolvimento humano (campo intelectual) an-
corado no referencial piagetiano. Para tanto, buscaremos leituras e materiais que remetam 
às preposições de Jean F. Piaget, a fim de colaborar para seu processo formativo enquanto 
estudante do curso de Pedagogia.
Para que possamos compreender essa concepção teórica necessitamos, a priori, expor 
algumas contribuições de Piaget para a Educação Escolar. Em seguida, faz-se necessário 
buscarmos a compreensão do desenvolvimento infantil, considerando que Piaget, para 
compor sua Teoria, partiu de estudos afetos à infância, experimentos e observações (inclu-
sive dos próprios filhos). Neste cenário, conhecer os períodos de desenvolvimento infantil, 
bem como os subperíodos, se justifica na defesa de melhor subsidiar as práticas pedagó-
gicas propostas aos escolares nos primeiros anos de escolarização.
Estendemos oportunamente o convite na continuidade desse material, para que possamos 
gradativamente nos apropriarmos das especificidades que a Psicologia da Educação re-
vela na visão dos dois maiores estudiosos da ciência humana: Piaget e Vigotski. Aceito o 
convite? Continuemos!
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UNIDADE III - Psicologia da Educação
EDUCAÇÃO ESCOLAR: CONTRIBUIÇÕES DE JEAN 
PIAGET
Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo 
escolar (o professor transforma-se numa espécie de “técnico do time de futebol”, perdendo 
seu ar de ator no palco). [...] Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, 
comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia 
começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e 
sociológicas). Onde houver um professor “ensinando”... aí não está havendo uma escola 
piagetiana! (LIMA. In: Piaget para principiantes).
Olá, querido(a) aluno(a)! Ao longo da disciplina Psicologia da Educação, viemos percorren-
do um trajeto de estudos em torno das contribuições de dois grandiosos pesquisadores 
acerca do desenvolvimento humano e da educação escolar: Vigotski e Piaget. Na primeira 
unidade, estudamos, em linhas gerais, as duas propostas elaboradas por eles, bem como 
um pouco da carreira profissional de ambos.
Chegou o momento de ampliarmos nosso conhecimento referente à Teoria Psicogenética. 
Afirmamos a necessidade de, nesse momento inicial, não compararmos os dois autores, e 
justificamos o motivo: trata-se de olhos que se voltam para o passado. Certamente os dois 
autores, cada qual em seu contexto histórico, tiveram percepções que naquele momento 
eram descobertas significativas para compreensão do que é o ser humano.
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UNIDADE III - Psicologia da Educação
E, graças a esses avanços, pudemos obter pesquisas e considerações acerca do de-
senvolvimento da psique humana e, sobretudo, repensar as instituições de ensino formal. 
Piaget deixa um arcabouço teórico consistente, a partir do qual o pesquisador e o professor 
podem estudar e compreender questões educacionais e repensar a prática pedagógica 
(CHAKUR, 2005).
O vasto conhecimento e produções acadêmicas de Piaget e Vigotski merecem leituras, 
como já dito, especialmente das clássicas obras. Tentarei nas páginas seguintes apresentar 
a você a Teoria Psicogenética e suas ramificações, desafio que o(a) convido(a) a aceitar co-
nosco, uma vez que estamos falando de um ilustre professor digno de muitas premiações 
e homenagens.
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UNIDADE III - Psicologia da Educação
Desde que a Psicologia foi constituída como ciência, cujo objeto de trabalho coincide com 
o da educação, a ela foram depositas muitas esperanças em torno do enigma que seria a 
mente humana. Para Chakur (2005), a Psicologia do Desenvolvimento se vê incorporada à 
Psicologia da Educação como subárea privilegiada. Assim, estava na psicologia a solução 
para os problemas que o campo educacional vinha enfrentando no início do século XX.
Este momento merece destaque porque o fenômeno da educação é “novo”, consequente-
mente, o que se tem de produção em torno desse acontecimento rapidamente tende a eclodir 
tanto defesas quanto críticas, o último mais especificamente dessa Teoria.
Mesmo que a proposta de Piaget, em um primeiro momento, não se fundamente no fenô-
meno educativo propriamente dito, veremos que muitas das “críticas” vieram para somar 
com o complexo processo da prática pedagógica no âmbito educacional. Graças aos 
estudos de Piaget, que outros pesquisadores puderam investigar, experimentar e averiguar 
outras constatações.
É justamente a partir da década de 50 do século passado que toma impulso a teoria 
de Piaget, cujo objetivo básico era o estudo da inteligência infantil para a melhor com-
preensão do pensamento científico do adulto. Seu interesse era, portanto, de natureza 
fundamentalmente epistemológica, antes que psicológica ou educacional (CHAKUR, 
2005, p.291).
Diante disso, mesmo que sua intenção não seria a de propor uma psicologia para a 
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UNIDADE III - Psicologia da Educação
educação, Piaget abriu um leque de possibilidades para os profissionais da educação, ao 
sistematizar o desenvolvimento intelectual por períodos de desenvolvimento dependente da 
maturação do sistema nervoso. O principal mecanismo para o desenvolvimento intelectual, 
para este autor, está na equilibração (que já estudamos na unidade I).
Vamos recordar este conceito?
A adaptação contém dois subprodutos que são a assimilação e a acomodação. A as-
similação é a incorporação do objeto às estruturas do sujeito. A acomodação se define 
pela modificação de estruturas do sujeito às peculiaridades do objeto. Assimilação e 
acomodação são indissolúveis e trabalham em prol da equilibração. A busca de equi-
líbrio é o que impulsiona o desenvolvimento cognitivo (JUSTI; FERNANDES, s/d, p.2).
Equilibração seria o estado que todo ser humano busca desde a mais tenra idade. Para adaptar-
se ao ambiente inserido, o indivíduo assimila, que seria uma espécie de interpretar o mundo a 
sua volta e, em seguida, acomoda, ou seja, reestrutura a forma de pensar.
Cabe esclarecer que esses processos não ocorrem separados, nem tampouco de forma 
arbitrária (primeiro um depois o outro),mas sim de forma simultânea, interdependente. Essa 
forma de conceber explica a evolução ontogenética da inteligência humana, um pode pre-
valecer sobre o outro, todavia ocorre de forma entrelaçada.
As formas de reestruturação dão origem aos períodos do desenvolvimento. Nessa 
prerrogativa,
96
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Se Piaget concebe o desenvolvimento dos conhecimentos como um processo espontâneo, 
valorizando as trocas entre sujeito e objeto, a concepção educacional de desenvolvimento 
supõe intervenção planejada e sistematizada em situação de ensino. As trocas, nesta última, 
incluem também a figura do professor e os objetivos e meios utilizados são intencionais, 
selecionados deliberadamente para resultarem em aprendizagem (CHAKUR, 2005, p.292).
Por isso a Teoria de Piaget é considerada inatista ou espontaneísta. Tais formas de nome-
á-la são sugestões de pesquisadores que acreditaram que estes nomes remeteriam ao 
princípio geral da proposta desse pesquisador. No campo educacional, essa perspectiva 
fornece possibilidade de o professor compreender o desenvolvimento psíquico e partir de-
les planejar ações, estratégias e formas do aluno avançar a partir daquilo que lhe é inato, no 
caso, as condições biológicas.
Acreditamos que a equilibração ocorre com todos os seres humanos, visto que o professor 
(assim como o aluno) também necessita encontrar um equilíbrio entre o que consegue as-
similar em dado momento e o que ele é capaz de progredir (organizar seu cognitivo) a partir 
das facilitações do professor:
É importante ao professor saber não apenas o que o aluno de certa faixa etária é capaz 
de assimilar em dada matéria, mas, principalmente, como resolve problemas pertinentes a 
determinados conteúdos, que meios emprega em suas tentativas de solução, como integra 
conhecimentos e informações sobre dado assunto, quais estratégias de aprendizagem esse 
aluno utiliza (CHAKUR, 2005, p.293).
Diante disso, cada período “constitui então, pelas estruturas que o definem, uma força 
97
UNIDADE III - Psicologia da Educação
particular de equilíbrio, efetuando-se a evolução mental no sentido de uma equilibração 
sempre mais completa” (PIAGET, 1983, p.15).
Pensando no âmbito educacional, a proposta (método) de Piaget, segundo Saravali (2004), 
se sustenta em três questões centrais e pertinentes aos professores, de modo que saibam 
atuar favorecendo o desenvolvimento de seu aluno. São eles:
A. Qual o objetivo desse ensino?
A. Como atingir esse objetivo?
B. Preciso conhecer as leis do desenvolvimento mental para encontrar métodos ade-
quados a esse ensino?
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UNIDADE III - Psicologia da Educação
INDICAÇÃO DE LEITURA
O Livro: Construtivismo: apontando falsas verdades de 
Annamaria Píffero Rangel, lançado pela Editora Mediação em 
2002, apresenta relatos referentes a algumas distorções reali-
zadas na teoria psicogenética divulgadas no cotexto do esco-
lanovismo. Cada capítulo da obra objetiva esclarecer o que a 
autora chamou de “falsas verdades” referente à proposta de 
Piaget. O livro tem notoriedade no campo educacional e se faz 
uma relevante referência de leitura aos que pretendem trabalhar no campo educacional 
formal, visto que elucida críticas realizadas por práticas pedagógicas supostamente piage-
tiana. De preço acessível, pode ser adquirido em lojas on-line, sebos ou livrarias sem gran-
des dificuldades.
Sobre o método, Saravali (2004, p.32) pondera que:
Tal método baseia-se, sobretudo no princípio de que é preciso inventar para compreen-
der, reconstruindo, criando e não apenas repetindo. Dessa forma, o aluno é o centro do 
processo, mas não se pode esquecer da interação, da relação entre o sujeito e o meio 
que desencadeia as múltiplas equilibrações e reequilibrações individuais. O professor, nesse 
processo, como parte integrante do meio, é aquele que abre ou fecha oportunidades, que 
cria ou não possibilidades de ação, que desafia ou não o pensamento; portanto, tem um 
papel essencial.
99
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Consideramos que o professor tem fundamental importância para o aluno, como o aluno 
para o professor, visto que ele também constrói e reconstrói conhecimentos, assim como 
todo aprendiz. Nesse entendimento, a Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, 
merece especial atenção aos que participarão decisivamente no processo formativo de 
outros indivíduos da espécie humana. Vamos nos aprofundar um pouco mais nos períodos 
de desenvolvimento?
EPISTEMOLOGIA GENÉTICA: PERÍODOS DO 
DESENVOLVIMENTO DO SUJEITO EPISTÊMICO
“Nasceu gente é inteligente”
(Jean Piaget)
Vimos que a partir de estudos, experimentos e testes, Piaget sistematizou o que entende 
por Teoria Psicogenética, seus princípios norteiam o sujeito como próprio autorregulador de 
seu desenvolvimento. Durante a trajetória de vida, o indivíduo, para ele, passa por períodos 
dinâmicos que conforme o grau de resolução de conflitos, ou seja, forma como manifesta 
seu comportamento, revela o nível de maturação nervosa e, consequentemente, o período 
(ou subperíodo) de desenvolvimento no qual transita.
100
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Levando esses aspectos em consideração, veremos adiante os períodos de desenvolvi-
mento a partir da linearidade proposta por Piaget, bem como os subperíodos que alguns 
deles possuem em sua estrutura. Lembremos que esses desembocam, se assim pode-
mos dizer, na construção da inteligência, sendo vista então como uma capacidade orgâni-
ca, que depende da quantidade de oportunidade de ele (ela) (sujeito) agir sobre o meio no 
qual está inserido(a).
Com esta afirmação, queremos dizer que a inteligência não é inata, mas sim construída ao 
longo da vida do sujeito, tendo necessidade de ser vista como uma adaptação biológica 
ao meio no qual vive.
Rizzon (2009) e Rodrigues (2007) nos trabalhos de Pós-graduação nível mestrado e douto-
rado, investigaram a Epistemologia Genética de Piaget. Tais pesquisas nos ajudarão a visu-
alizar os períodos de desenvolvimento pelo viés Piagetiano. Veja o quadro demonstrativo a 
seguir, elaborado por uma delas:
101
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Quadro Demonstrativo: Desenvolvimento Humano segundo a Epistemologia genética
Fonte: Rizzon (2009)
O Período: “Inteligência Sensorial-Motora”, conforme podemos visualizar, se subdivide em 6 
estágios e se configura na passagem do reflexo até a inteligência sensório-motora.
102
UNIDADE III - Psicologia da Educação
O primeiro estágio, claro que ainda condicionado a esquemas primitivos de assimilação 
e acomodação, refere-se à visualização do mundo tendo de adaptar-se ao novo meio in-
serido. No segundo estágio, o bebê já consegue manipular objetos intencionalmente, isto 
é, tateia objetos objetivando a simples exploração, sem preocupar-se com a finalidade do 
objeto.
Uma distinção importante desse estágio em relação ao anterior é a repetição da resposta 
motora causada pelo tateamento. Esse comportamento é chamado de reação circular pri-
mária: após realizar uma ação espontânea sobre o próprio corpo (ex.: chupar o dedo, olhar 
cada vez mais objetos e tentar acompanhar seus movimentos, levar a mão a alguma parte 
do rosto, etc.), o bebê busca repetir essa ação várias vezes, favorecendo um tipo de assi-
milação chamada assimilação reprodutora que conduz a consolidação do referido esquema 
(ex.: esquema de chupar, esquema de olhar, esquema tátil cinestésico, etc.) (RODRIGUES, 
2007, p.23, grifos nossos).
103
UNIDADE III - Psicologia da Educação
O terceiro estágio relaciona-se a repetição de algumas ações diretamente ligadas a seu 
corpo. Por exemplo, se ele(a), bebê, bate o brinquedo na grade do berço, e repete essecomportamento várias vezes reencontrando esquemas antes primitivos (RODRIGUES, 
2007).
Todavia, isso ocorre ainda sem intencionalidade. Se antes a reação circular era primária, 
nesse estágio podemos nomeá-la de secundária visto que “a principal função dessa nova 
conduta ainda é a necessidade de repetir os esquemas que provocaram ao acaso um 
espetáculo interessante para poder conservá-los” (Idem, Ibidem).
No quarto estágio as ações do bebê caminham para intencionalidade, ou seja, início da 
conscientização de esquemas mentais intermediários. O que isso quer dizer? Rodrigues 
(2007, p.25) nos apresenta um exemplo corriqueiro: “puxa a fralda para pegar a chupeta 
que está distante, mas em cima do pano”:
104
UNIDADE III - Psicologia da Educação
O progresso dessa fase é a presença de um ato intencional diante de uma situação nova ou 
de uma situação que apresente um obstáculo. Para que a ação tenha sucesso, a criança 
deverá coordenar dois ou mais esquemas que se apresentem de maneira bem diferenciada: 
um deles determina a finalidade do ato (ex.: pegar a chupeta) e o outro determina os meios 
utilizados para transpor o obstáculo (ex.: puxar a fralda). Esses últimos são chamados de 
transitivos.
Quando a criança aviva a experimentação e manifesta criação de novos esquemas por meio 
disso, revela que está no quinto estágio, ou seja, uma reação circular terciária. Essa iniciativa 
própria favorece a acomodação de esquemas construídos pela assimilação.
Diante de um novo obstáculo imposto pelo meio, primeiro a criança aplica os esquemas co-
nhecidos para alcançar seu objetivo, se não tiver sucesso ela não desiste e passa a realizar 
tentativas que levam à acomodação (ex.: para pegar a chupeta a criança além de puxar a 
fralda necessita retirar o porta chupeta que a protege). O grande passo dado nessa fase é a 
iniciativa da criança em acomodar os esquemas construídos para favorecer a nova assimila-
ção (RODRIGUES, 2007, p.25).
Essa forma de portar-se com relação ao mundo, para Piaget, revela que nesse estágio o 
bebê utiliza-se de coordenações sensório-motoras como forma de atingir uma intenciona-
lidade, no caso do exemplo, conseguir pegar a chupeta para satisfazer sua vontade, com 
isto, considera-se que a inteligência sensório-motora está construída.
Já no sexto e último estágio desse período, a criança “ao se deparar com um obstáculo não 
realiza mais tentativas por experimentação ativa que está presa à percepção e ação direta; 
105
UNIDADE III - Psicologia da Educação
ela agora realiza uma experimentação mental ou interiorizada” (RODRIGUES, 2007, p.26).
Isto quer dizer que o bebê começa a estabelecer uma relação entre o real e os esquemas 
auxiliares, antes por ele(a) utilizado, ou seja, cria uma função simbólica para fatos já viven-
ciados. Podemos dizer que uma das mais importantes descobertas do período sensório-
motor em geral, é a descoberta do “eu” graças à diferenciação que faz do mundo externo 
do seu próprio corpo.
Concluído a explicação do primeiro período, vamos seguir com o subsequente: Inteligência 
representativa e o Período das operações concretas. Estruturado em dois subperíodos 
com três estágios cada um. No primeiro intitulado: “Representações pré-operacionais” te-
mos que se trata de um período entre esquemas sensórios motores e os esquemas con-
ceituais, denominado de pré-conceitos.
Pré-conceito porque a criança não consegue objetivar a realidade, “ou seja, não consegue 
reunir os objetos em classes, extrair relações ou coordenar relações em raciocínios; ela 
simplesmente deforma a realidade conforme seus desejos e interesses” (RODRIGUES, 
2007, p.28).
Seria o mesmo que dizer que a criança não consegue visualizar o todo nem as partes que 
compõe esse todo. Para melhor auxiliar você nessa compreensão darei o exemplo da 
prova das massinhas e a do copo. Essa é uma conhecida prova de Piaget e conta com 
106
UNIDADE III - Psicologia da Educação
bolinhas feitas com massa de modelar distribuídas em fileiras.
Uma fileira tem quatro bolinhas espalhadas, por exemplo. A mesma forma terá seis boli-
nhas mais próximas. Se o início e o fim das bolinhas coincidirem a criança falará que se 
trata da mesma quantidade de bolinhas. O mesmo ocorre se você espalhar as quatro 
bolinhas e o fim não corresponder com o outro referencial, certamente a criança falará 
que lá tem mais bolinhas, sem emprego de sistemas lógicos. Veja a imagem abaixo:
Fonte: Arquivo pessoal
A prova do copo consiste em dois copos iguais com quantidade de líquidos semelhantes. 
Ao jogar o conteúdo de um copo para outro mais estreito e, consequentemente, mais alto, 
a criança nesse período falará que o copo que tem mais quantidade de líquido é o mais 
estreito. No inverso ocorre o mesmo. Se despejado o líquido de um copo a um mais largo 
107
UNIDADE III - Psicologia da Educação
e baixo, a criança falará que esse copo possui menos líquido que o outro. Para a criança a 
aparência é tomada como realidade, e não consegue perceber que a mudança de quan-
tidade depende do diâmetro dos copos.
Em linhas gerais, nesse período:
O que intervém no pensamento pré-operatório é uma espécie de ajuste intuitivo, onde 
a acomodação traduz o real em experiência imaginada e a assimilação se centra sobre 
uma configuração perceptiva, faltando a reversibilidade e composição que assegura a 
identidade de todos os elementos e a conservação do conjunto (RODRIGUES, 2007, 
p.30).
O segundo subperíodo, “Operações concretas”, “é aquele em que as estruturas mentais en-
contram-se equilibradas, constituindo um sistema coerente e integrado de operações, onde 
cada operação está integrada ao sistema total” (RODRIGUES, 2007, p.30). Nesse entendi-
mento, cabe entendermos que para Piaget o termo operações remete-se ao entendimento 
108
UNIDADE III - Psicologia da Educação
de que o indivíduo interiorizou algum conhecimento e consegue com reversibilidade partir um 
sistema de coordenações em outras operações.
A reversibilidade significa a “tomada de consciência de que as ações interiorizadas, que 
correspondem às transformações de ações mentais, podem ser executadas simultanea-
mente nos seus dois sentidos” (RODRIGUES, 2007, p.30). Para esse sistema equilibrado 
de operações, Piaget atribui o nome de agrupamento devido à semelhança das proprie-
dades da matemática, são elas: a. composição; b. reversibilidade; c. associatividade; d. 
identidade geral; e. tautologia. Citamos essas nomenclaturas na unidade I se recorda? 
Novamente Rodrigues (2007, p.31) nos auxilia na compreensão dessas propriedades. 
Vejamos o que cada um significa:
(1) composição: duas operações combinadas podem resultar numa terceira; (2) reversi-
bilidade: o sujeito pode pensar simultaneamente nos dois sentidos percorridos por uma 
operação (ida e volta); (3) associatividade: uma operação pode percorrer caminhos dife-
rentes alcançando o mesmo resultado sem perder o equilíbrio; (4) identidade geral: uma 
operação combinada com seu inverso é anulada; (5) identidade específica (ou tautologia): 
a repetição da mesma operação só acarreta um efeito cumulativo, sem transformação.
109
UNIDADE III - Psicologia da Educação
FIQUE POR DENTRO
Lino de Macedo é considerado um dos maiores estudiosos brasileiros 
no que tange à abordagem Piagetiana. Em 2004 foi entrevistado por 
Marilene Proença Rebello de Souza e suas palavras proferidas podem 
ser encontradas nesse link: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=s-
ci_arttext&pid=S1413-85572004000200013>. Fique por dentro do que um 
dos maiores representantes da Teoria Psicogenética defende na revista 
Psicologia Escolar e Educacional (Scielo Brasil).
Destarte, nesse período, em linhas gerais, temos que o desenvolvimentoda inteligência se 
constitui a partir de dados reais, concretos, atingindo o que entendemos por pensamento 
equilibrado ou lógico, que se potencializa no último estágio denominado de operatório for-
mal, que falaremos mais adiante.
Por ora, o subperíodo operatório concreto revela uma constante elaboração das estru-
turas mentais (neurais), que dependem desde as funções mais primitivas de assimilação 
e acomodação que viemos estudando desde o primeiro período de desenvolvimento 
humano. Nesse, o sujeito (adolescente) utiliza as operações mentais para resolver si-
tuações-problema de vida. Essas operações se aplicam entre várias categorias, das 
quais citamos:
• Números: operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação e divisão).
110
UNIDADE III - Psicologia da Educação
• Objetos: operam por classes. Exemplo: avião e bola – classe dos brinquedos; beter-
raba e cenoura – classe dos alimentos, entre outras classificações.
• Relações espaciais: o mercado está próximo de casa.
E, no decorrer das experiências de vida, tais sistemas tendem a evoluir gradativamente, 
aumentando o nível de complexidade possível ao pensamento formal. Lembram-se das 
provas do copo e das massinhas? Aqui, já adolescente, é capaz de fazer a reversabili-
dade percebendo tanto o diâmetro dos copos como o espaçamento dado às bolinhas 
de modelar.
O último período intitulado: “Inteligência representativa e operações formais”, ocorre com 
mais complexidade o sistema de operações, pois na adolescência consegue trabalhar 
com hipóteses, sendo esse o primeiro estágio desse período, operar com dados empíricos 
(do dia a dia) e de problematizar possibilidades, atingindo o ápice do desenvolvimento da 
inteligência que é a construção do pensamento formal, constituindo o segundo estágio 
desse período:
O pensamento formal constitui, ao mesmo tempo, uma reflexão da inteligência sobre si mes-
ma (a lógica das proposições constitui um sistema operatório de segunda potência, e que 
opera com as proposições cuja verdade depende de operações de classes, de relações 
e de números) e uma inversão das relações entre o possível e o real (pois o real é co-
locado, como setor particular, no conjunto das combinações possíveis). São essas duas 
111
UNIDADE III - Psicologia da Educação
características – cuja descrição tentamos até aqui na linguagem abstrata que convém à 
análise dos raciocínios – que estão na origem das reações vividas e sempre impregnadas 
de afetividade por meio dos quais o adolescente constrói seus ideais para adaptar-se ao 
ambiente social (INHELDER; PIAGET, 1976, p.254).
Esse período (operatório formal) se estende até a fase adulta, na qual conseguem pensar 
hipoteticamente e raciocinar dedutivamente (extrair de fatos conclusões apropriadas). Com 
isso, a realidade não se faz como verdade única, porém questionável. Levantam hipóteses, 
pensam em consequências, refletem, preveem determinadas ações e com isso pensam 
de forma abstrata constituindo um pensamento muito complexo.
As consequências desta nova atitude são as seguintes. Em primeiro lugar, o pensamento 
já não vai mais do geral para o teórico, mas comela da teoria para estabelecer ou verificar 
relacionamentos reais entre as coisas. Em lugar de apenas coordenar os fatos a respeito 
do mundo real, o raciocínio hipotético-dedutivo tira as implicações de possíveis asserções 
e, assim, dá origem a uma síntese única do possível e necessário (PIAGET apud PAPALIA; 
OLDS, 1981, p.464).
A compreensão apresentada até aqui em muito pode contribuir com a atuação docente. Os 
estudos de Piaget acerca do desenvolvimento cognitivo do indivíduo oferecem respaldo à 
prática pedagógica, isso porque a reflexão sobre como o indivíduo aprende acompanha os 
profissionais da educação no desafio de ensinar. Esta associação entre a Teoria Piagetiana 
e a prática pedagógica no âmbito educacional será explorada na sequência.
112
UNIDADE III - Psicologia da Educação
INDICAÇÃO DE LEITURA
A obra Seis estudos de Psicologia de Jean Piaget reúne artigos 
e conferências do renomado pesquisador suíço. Lançado pela 
Editora forense universitária, tal referência organiza-se em seis 
capítulos distribuídos em duas partes. A primeira parte: desen-
volvimento mental da criança apresenta como subtítulos: I. O 
recém-nascido e o lactante; II. A primeira infância: de dois a 
sete anos; III. A infância de sete a doze anos; IV. A adolescên-
cia. Na segunda parte, estão abarcados os demais capítulos: O pensamento da criança; A 
linguagem e o pensamento do ponto de vista genético; O papel da noção de equilíbrio na 
explicação psicológica; Problemas de psicologia genética; Gênese e estrutura na psicolo-
gia da inteligência. De fácil compreensão, as 136 páginas são compostas de uma redação 
clara e fluente. Valor acessível e facilmente encontrado em livrarias no setor de livros de 
Ciências Humanas.
113
UNIDADE III - Psicologia da Educação
A TEORIA PIAGETIANA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA
Professor Me. Gilmar Alves Montagnoli10
[...] temos de ser imãs; e passar de galopadas pelos livros, com casco de ferro imantado, 
para irmos atraindo o que nas leituras nos aproveite, por força de misteriosa afinidade com 
o mistério que somos. Ler não para amontoar coisas, mas para atrair coisas. Não coisas 
escolhidas conscientemente, mais coisas afins, que nos aumentam sem o percebermos (In: 
Monteiro Lobato Vivo).
Caro(a) alunos(a), após termos compreendido os principais pressupostos da Teoria 
Piagetiana, chegou o momento de estabelecermos relações mais próximas com a prática 
pedagógica. Como sabem, os estudos de Piaget estiveram pautados no interesse pelo de-
senvolvimento cognitivo do indivíduo, o que nos motiva buscar nos pressupostos do autor 
contribuições a nossa atuação em sala de aula.
Como o ser humano constrói seus conhecimentos sobre a realidade? Eis a questão que 
instigou Piaget em suas formulações que nos fornece respaldo para pensarmos a formação 
docente. A compreensão de Piaget de como o indivíduo aprende é indispensável no desa-
fio de refletir sobre o ensino, mesmo não sendo a única maneira de pensar a aprendizagem.
10 Graduado em História e Pedagogia – licenciatura Plena. Mestre em história e historiografia da Educação. 
Atualmente doutorando em Educação, com toda sua trajetória acadêmica na Universidade Estadual de 
Maringá. Atua como pesquisador no LEIP – Laboratório de Estudos do Império Português. Participou 
do GEPESP – Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicopedagogia. Professor convidado para discus-
sões da Teoria Piagetiana e a Prática Pedagógica.
114
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Conforme mencionado inicialmente, a proposta Piagetiana não tem como foco o fenômeno 
educativo propriamente dito, mas oferece elementos que possibilitam reflexões sobre o 
complexo processo da prática pedagógica no âmbito educacional. Em outras palavras, 
ainda que o interesse de Piaget não fosse a educação escolar, vários foram os(as) estu-
diosos(as) que se debruçaram sobre suas formulações, possibilitando-nos discuti-la. É o 
que faremos.
Enquanto profissionais da educação, o entendimento do nascimento da inteligência na 
criança ou dos períodos do desenvolvimento intelectual é um esforço frutífero. Em sala de 
aula, você irá se deparar com situações que exigirão o máximo de preparo, que implica 
em conhecer teorias e modos de proceder a fim de atingir o principal objetivo: Ensinar. 
Tentaremos ser mais pontuais.
Dizer que para a abordagem Psicogenética a aprendizagem praticamente não inter-
fere no desenvolvimento da criança não significa desprezar o papel da escola nesse 
desenvolvimento.
A ênfase de Piaget nos processos internos e na atividade construtiva da própria criançaresulta em uma concepção que considera a aprendizagem dependente do processo de 
desenvolvimento, aí destacamos o importante papel da escola no sentido de justamente 
proporcionar à criança oportunidades de agir sobre os objetos de conhecimento. Vejamos 
alguns conceitos da abordagem já discutidos neste material.
115
UNIDADE III - Psicologia da Educação
A constatação de Piaget de que a inteligência é uma adaptação, ou seja, o indivíduo 
desenvolve formas de agir e de pensar objetivando superar as dificuldades impostas 
pelo meio, sugere ao professor uma postura desafiadora. A criança em sala de aula, 
diante de uma situação que não consiga resolver, será levada por um processo de re-
gulação, a elaborar hipóteses, testá-las, agir de modo a superar o seu conflito cognitivo.
No processo de adaptação, em que aparecem implicados dois processos complemen-
tares, a assimilação e a acomodação, o indivíduo elabora conhecimentos, o que nos per-
mite reafirmar a importância da atuação docente. Lembremos que a assimilação refere-se 
à tentativa do indivíduo de solucionar uma determinada situação utilizando uma estrutura 
mental já formada. Já a acomodação requer a modificação de estruturas já formadas para 
a solução de um problema.
Podemos entender que inteligência é assimilação, uma vez que permite ao indivíduo incor-
porar os dados da experiência, e acomodação, pois os novos dados incorporados produ-
zem modificações no funcionamento cognitivo da pessoa, no caso o aluno. O professor, 
nessa perspectiva, tem fundamental papel no sentido de contribuir para a estruturação do 
funcionamento cognitivo da criança, atuando de forma a dar-lhe maior complexidade.
Sabemos que para a abordagem do desenvolvimento em evidência neste material, quando 
nascem, as crianças não são dotadas de capacidades mentais prontas, mas de estruturas 
116
UNIDADE III - Psicologia da Educação
mentais denominadas reflexos, como a sucção e a preensão, por exemplo.
Há também tendências inatas para exercitar esses reflexos e para organizar suas ações. 
Isso evidência que a criança não herda uma inteligência organizada. Piaget nos possibilita 
afirmar que é a partir de um equipamento biológico hereditário que a criança irá desenvol-
ver estruturas mentais. Ocorre a formação dos chamados esquemas, unidades estruturais 
básicas de pensamento ou de ação.
Trata-se de uma das primeiras formas de organização cognitiva da criança, quando ela 
começa a conhecer a realidade. Ressaltamos que no decorrer do processo de desenvol-
vimento, quando os esquemas iniciais se ampliam e adquirem organização, a escola par-
ticipa ativamente da vida da criança. Nesse sentido, a instituição (e mais particularmente o 
professor) tem participação decisiva no processo de construção da inteligência pelo sujeito.
117
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Quando afirmamos, com base em Piaget, que não herdamos a inteligência, mas estruturas 
biológicas que possibilitam o surgimento de estruturas mais complexas e organizadas, desta-
camos a necessidade de ocasiões em que os processos cognitivos possam se desenvolver.
A sala de aula, nesse sentido, é aqui considerada como um espaço privilegiado para pro-
porcionar relações capazes de desenvolver o pensamento da criança.
Lembremos que segundo a Teoria Piagetiana o processo de desenvolvimento depende 
de fatores internos ligados à maturação da experiência, que é adquirida em contato 
com o meio. É importante que o professor entenda os períodos desse processo para 
poder atuar nessa construção contínua do conhecimento. Conforme já apresentado, 
são períodos caracterizados pelo surgimento de novas e mais complexas formas de 
organização cognitiva.
118
UNIDADE III - Psicologia da Educação
É imprescindível que o professor tenha claro que cada um desses períodos se caracteriza 
por uma maneira de agir e de pensar e que a criança passa de um para outro quando en-
contra dificuldades no enfrentamento dos desafios que surgem. Ou seja, os modos de agir 
e de pensar mostram-se insuficientes ou inadequados diante dos novos problemas que 
surgem na relação estabelecida com o meio.
Piaget, conforme já expomos, definiu três11 períodos do desenvolvimento cogniti-
vo. São eles: Inteligência Sensorial-Motora (do nascimento aos 2 anos), o período da 
Inteligência representativa e o período das operações concretas (2 aos 11 anos aproxi-
madamente) e o período da Inteligência representativa e operações formais (11/12 aos 
14/15 anos aproximadamente).
As devidas considerações referentes a cada um deles já foram feitas, tentaremos não ser-
mos repetitivos, mas convêm aqui alguns apontamentos de maneira a estabelecer relações 
mais estreitas com a prática pedagógica.
É importante que o professor saiba o que a criança tem condições de fazer em cada pe-
ríodo a fim de que sua atuação possa contribuir para que a passagem ao próximo acon-
teça dentro do esperado. O momento inicial da Educação Infantil, por exemplo, pelo me-
nos até os dois anos de idade, é marcado pela passagem do reflexo para a inteligência 
11 Alguns autores separam o período da Inteligência representativa do período das operações concretas, 
por isso há variação na contagem de Períodos. Julgamos correto tanto 3 como 4 períodos.
119
UNIDADE III - Psicologia da Educação
sensório-motora, pela manipulação de objetos e repetição de algumas ações diretamente 
ligadas ao corpo da criança. Aos poucos, as ações vão ganhando certa intencionalidade.
Sabendo disso, o professor deve preparar atividades desafiadoras para a condição 
da criança, a fim de que aos poucos suas ações ganhem intencionalidade, neste 
caso: a autonomia.
Como vimos, na infância a imaginação é muito forte, portanto é quando as atividades lúdicas 
podem favorecer o símbolo e auxiliar a criança no seu desenvolvimento. O momento requer 
atividades em que a criança possa fazer representações no uso de sua linguagem, o que em 
muito pode contribuir com seu desenvolvimento. O professor pode levá-las a imitar animais, 
pessoas, representar histórias, criar personagens etc.
É nesse período que ocorre:
• Aprendizagem da coordenação motora elementar.
• Aquisição da linguagem até a construção de frases simples.
• Desenvolvimento da percepção.
• Noção de permanência do objeto.
• Preferências afetivas.
• Início da compreensão de regras.
120
UNIDADE III - Psicologia da Educação
No período Inteligência representativa e o período das operações concretas, no subperí-
odo pré-operatório, a criança interioriza algum conhecimento, também toma consciência 
de suas características corporais e as verbaliza, produzindo ações que tornarão possível 
melhor dissociação de movimentos. O momento é marcado por uma progressiva conscien-
tização do próprio corpo.
Conforme Piaget possibilita compreender, nesse período a criança, por meio das expe-
riências que vivencia, elabora informações a respeito do mundo, mas como ainda não 
consegue discriminar as propriedades essenciais dos objetos, nem generalizá-las adequa-
damente, a formulação de conceitos só ocorrerá no período seguinte.
121
UNIDADE III - Psicologia da Educação
De qualquer maneira, o professor deve estar atento a tudo isso, deve contribuir proporcio-
nando sempre novas experiências e valorizando as informações elaboradas pelas crianças. 
A elas devem ser oportunizadas momentos em que possam se expressar, comunicar suas 
descobertas.
Esse período é caracterizado por:
• Domínio da linguagem.
• Animismo, finalismo e antropocentrismo/egocentrismo, isto é, os objetos são 
percebidos como tendo intenções de afetar a vida da criança e dos outros 
seres humanos.
• Brincadeiras individualizadas, limitação em se colocar no lugar dos outros.• Possibilidade da moral da obediência, isto é, que o certo e o errado é aquilo que di-
zem os adultos.
• Coordenação motora fina.
Podemos constatar que a etapa do ensino em que o pedagogo é o principal responsável 
pelo desenvolvimento da criança, que é a educação infantil e as séries iniciais do ensino 
fundamental, é um momento decisivo para que as bases desse desenvolvimento sejam 
122
UNIDADE III - Psicologia da Educação
construídas, a fim de sustentar as estruturas subsequentes. Até chegar ao operatório for-
mal, que é quando o sistema de operações ganha mais complexidade, o indivíduo já deve, 
necessariamente, ter determinadas estruturas formadas.
No subperíodo das Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos), espera-se:
• Início da capacidade de utilizar a lógica.
• Número, conservação de massa e noção de volume.
• Operações matemáticas, gramática, capacidade de compreender e se lembrar de 
fatos históricos e geográficos.
• Autoanálise, possibilidade de compreensão dos próprios erros.
• Planejamento das ações.
• Compreensão do ponto de vista e necessidades dos outros.
• Coordenação de atividades, jogos em equipe, formação de turmas de amigos (no início 
de ambos os sexos, no fim do período mais concentrada no mesmo sexo).
• Julgamento moral próprio que considera as intenções e não só o resultado (por 
exemplo: perdoar se foi “sem querer”). Menos peso à opinião dos adultos.
123
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Lembremos que na adolescência é quando o indivíduo atinge o ápice do desenvolvi-
mento da inteligência, que é a construção do pensamento formal. É o momento em que 
tem condições de trabalhar com hipóteses, operar com dados empíricos e problematizar 
possibilidades.
Mas repetimos que todo desenvolvimento cognitivo aí percebido resulta de uma construção 
iniciada há anos, contando com a participação decisiva do professor dos primeiros anos 
da Educação Básica. Seguem possibilidades do Período da Inteligência representativa e 
operações Formais (11-12 anos em adiante):
• Abstração matemática (x, raiz quadrada, infinito).
• Formação de conceitos abstratos (liberdade, justiça).
• Criatividade para trabalhar com hipóteses impossíveis ou irreais (se não existe gravidade, 
como funcionaria o elevador? Se as pessoas não fossem tão egoístas, não precisaria de 
polícia.). Possibilidade de dedicação para transformar o mundo.
• Reflexão existencial (Quem sou eu? O que eu quero da minha vida?).
• Crítica dos valores morais e sociais.
• Moral própria baseada na moral do grupo de amigos.
124
UNIDADE III - Psicologia da Educação
• Experiência de coisas novas, estimuladas pelo grupo de amigos.
• Desenvolvimento da sexualidade.
Ressaltamos que Piaget não propõe um método de ensino, mas, ao contrário, elabora uma 
teoria do conhecimento e desenvolve muitas investigações cujos resultados são utilizados 
por nós da Pedagogia e por outros profissionais. Ou seja, Piaget não diz o que e como 
ensinar, mas, ao permitir compreender como a criança aprende, fornece pressupostos para 
a identificação de suas possibilidades e limitações.
Enfim, entendemos que uma das mais importantes contribuições que Piaget oferece ao pro-
fessor é uma atitude de respeito às condições intelectuais do aluno e um modo de interpretar 
suas condutas verbais e não verbais para poder trabalhar melhor com elas. Com base nas 
teorizações Piagetianas, o professor pode repensar o processo de aprendizagem e, conse-
quentemente, repensar sua prática. A seguir, trouxemos algumas sugestões de procedimen-
tos didáticos para cada período classificado por Piaget.
• Período da Inteligência Sensorial-Motora (0-2 anos)
125
UNIDADE III - Psicologia da Educação
As atividades a serem realizadas com as crianças devem propor a repetição de movi-
mentos e ações que exercitam as funções, tais como andar, correr, saltar e outras pelo 
simples prazer funcional. Esconder objetos simples e encontrá-los em seguida. Manuseio 
de objetos em diferentes formatos, e à medida que a criança vai conhecendo-os deve-se 
propor a comparação deles, de modo que ela possa iniciar sua noção de identificação e 
diferenciação.
• Período da Inteligência representativa e o período das operações concretas
A. Subperíodo: Representações pré-operacionais (2-7/8 anos)
Blocos lógicos, organizados por cores, de modo que criança comece a exercer a 
classificação.
126
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Massa de modelar, orientar a criança de modo que ela perceba as noções de volume e mas-
sa, por exemplo, qual é maior A ou B?Jogo da memória, por exemplo, com letras do alfabeto 
isoladas e palavras com desenho. A partir dos 4 anos a criança tem condições de identificar a 
letra inicial da palavra e a letra isolada. Outro exemplo: o jogo de futebol a criança não entende 
que precisa passar a bola, ela quer jogar sozinha.
B. Subperíodo: Operações concretas (8-11/12 anos)
Neste subperíodo a criança deve ser estimulada a reconhecer as regras nas brincadeiras, 
por exemplo, o jogo de futebol, ela começa a entender que precisa passar a bola. Um 
exemplo de jogo:
Nome do jogo: Compondo números e multiplicando
Ano escolar: 4º
127
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Conceito(s) abordado(s): multiplicação por dois números; propriedade comutativa; valor po-
sicional dos algarismos.
Participantes: três, podendo ser organizado de forma individual ou em grupos.
Objetivo(s): compreender o valor posicional dos algarismos; entender a multiplicação por 
dois números.
Material: as fichas com algarismos de 0 a 9 e um esquema para multiplicação.
Modo de jogar:
Embaralhe as fichas dos três participantes e coloque-as com a face virada para baixo. Cada 
jogador, na sua vez, deve pegar duas fichas e posicioná-las em dois dos espaços do es-
quema da multiplicação. Depois que todos tiverem retirado e posicionado as duas primeiras 
fichas, cada jogador, na sua vez, deve retirar mais duas fichas e posicioná-las no esquema. 
Em seguida, cada jogador deverá efetuar, em seu caderno, a multiplicação obtida.
Vence o jogo aquele que conseguir o maior resultado. Podem ser realizadas várias sequên-
cias de multiplicação e somar os resultados de todas para se chegar ao vencedor.
Trata-se de um jogo interessante, que pode ir além dos conceitos trabalhados. A metodo-
logia abordada acima é destinada aos alunos de 4º ano, mas este jogo pode ser adaptado 
128
UNIDADE III - Psicologia da Educação
para trabalhar com turmas de 2º ano a adição, por exemplo, ou ainda outra operação com 
uma turma de 3° ano. As regras podem ser adaptadas pelo professor, visto que o objetivo 
principal é mostrar aos alunos o processo das operações, sejam elas de adição, subtração, 
multiplicação ou divisão.
• Período da Inteligência representativa e operações formais (11 anos em diante)
Um bom exemplo de atividade para este período são atividades matemáticas com raiz qua-
drada, no qual a criança precisa estabelecer relações para entender os conceitos. Outra 
opção são os jogos de lógicas, em que as crianças exercitam a abstração. Segue um 
exemplo:
Problema de lógica – Compras do mês
CAIXA 1 CAIXA 2 CAIXA 3 CAIXA 4 CAIXA 5
BLUSA
NOME
ESQUECEU
PAGAMENTO
VEIO COM
129
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Quem esqueceu o Pão está exatamente à esquerda de quem veio fazer compras com a 
Irmã. A mulher com a blusa Azul está em algum caixa à esquerda de quem trouxe o Filho. A 
moça que veio com o Marido vai pagar as compras usando Vale. O Namorado está acom-
panhando a mulher que está no caixa 1. Quem vai pagar usando o cartão de Crédito está 
no caixa 4. A moça do último caixa vai pagar usando dinheiro. Quem veio com o Marido está 
exatamente à esquerda dequem esqueceu de comprar Pão. Quem vai pagar com Cheque 
está no primeiro caixa. A cliente que vai pagar com Cartão de Crédito esqueceu de comprar 
Presunto. Quem esqueceu de comprar Leite vai pagar as compras com dinheiro. A mulher 
que esqueceu de comprar amaciante está em um dos caixas das pontas. A Fernanda está 
usando uma blusa Branca.
Quem veio de blusa Verde está em algum lugar à esquerda de quem veio com a blusa Azul. 
A Aline veio fazer compras com o Marido. A Carol está no caixa exatamente à direita de 
quem veio com o Marido. A Natália está no último caixa.
A Juliana está exatamente à esquerda de quem veio com a blusa Amarela. A moça de blusa 
Branca esqueceu de comprar Presunto. A mulher da blusa Vermelha trouxe o Filho para o 
supermercado.
130
UNIDADE III - Psicologia da Educação
Resolução:
CAIXA 1 CAIXA 2 CAIXA 3 CAIXA 4 CAIXA 5
BLUSA Verde Amarela Azul Branca Vermelha
NOME Juliana Aline Carol Fernanda Natália
ESQUECEU Amaciante Frutas Pão Presunto Leite
PAGAMENTO Cheque Vale Débito Crédito Dinheiro
VEIO COM Namorado Marido Mãe Irmã Filho
FIQUE POR DENTRO
Este site apresenta assuntos que viemos discutindo ao longo dessa 
unidade:
<http://www.din.uem.br/ia/emocional/#Introdução>
Com o acesso a ele, você pode pesquisar assuntos relacionados à inte-
ligência emocional, testes de inteligência, a importância das emoções, 
assuntos relacionados à escola e educação. Enfi m, essa é uma opor-
tunidade para fi car por dentro de assuntos relacionados à inteligência 
emocional e as cinco áreas de habilidades.
131
UNIDADE III - Psicologia da Educação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querido(a) aluno(a)! Ao longo dessa unidade perpassamos temas relevantes a sua formação 
acadêmica. Termos conhecimento da educação escolar a partir das preposições de Jean 
Piaget, os períodos de desenvolvimento do sujeito epistêmico, bem como a prática pedagógica 
na perspectiva Piagetiana, de alguma forma se farão presente ao longo da sua graduação em 
Pedagogia. Quer em observações de estágios supervisionados, quer na própria regência em 
sala de aula, ou no âmbito do contexto profissional.
Isso, porque como estudamos, as ideias de Piaget influenciaram a prática pedagógica 
da maioria dos professores e está ainda bem presente nas instituições de ensino formal, 
sobretudo, às destinadas para a infância. Com isso, procuramos ao longo dessa unidade 
explicar o desenvolvimento humano (campo intelectual) ancorado no referencial Piagetiano 
e esperamos tê-lo(a) motivado(a) em continuidade das leituras indicadas, visto que não 
tivemos intenção de esgotar essa temática.
As atividades de autoestudo tendem a ajudá-lo(a) a retirar os pontos mais relevantes 
dessa parte e adotar uma postura de estudante responsável, o que requer disciplina 
de estudos, pesquisas e troca de impressões com outros colegas. Pois, como nosso 
querido Monteiro Lobato disse, na epígrafe citada, “ler não para amontoar coisas, mas 
para atrair coisas”. Assim, esperamos ter participado desse processo de conquistas e 
de troca de experiências.
132
Esperamos ainda, encontrá-lo(a) folheando as páginas e nos fazendo companhia nesse 
tão atrativo estudo da mente humana que quando imerso em um processo de ensino e de 
aprendizagem adequado tende a aumentar a herança cultural a nós deixada e cristalizada 
nas máximas elaborações humanas.
ATIVIDADES
1) Diante dos estudos realizados nessa unidade escreva, abaixo, quais os períodos (caso 
houver, cite os subperíodos) de desenvolvimento propostos por Piaget em sua teoria 
Psicogenética e quais as atividades mais presentes em cada um deles.
2) Escreva um texto dissertativo-argumentativo a favor das conquistas da psicologia do 
desenvolvimento e da aprendizagem aos profissionais da educação (limite-se a 15 
linhas).
3) No período operatório concreto, a criança consegue realizar operações mentais pró-
ximas às utilizadas na linguagem matemática, constituindo um sistema equilibrado de 
operações. A partir das leituras e estudos realizados, cite quais são eles e o que cada 
uma significa.
133
CONCLUSÃO
Querido(a) Aluno(a)!
Chegamos ao final desse material tido como referência básica da disciplina de Psicologia 
da Educação. De forma alguma se houve a pretensão de esgotar discussões acerca da te-
mática, ao contrário, esperamos ter fomentado reflexões, busca de outras fontes de estudo 
e maior aprofundamento de questões relacionadas ao desenvolvimento humano.
Nessa ótica, no decorrer das três unidades objetivamos:
I. Considerações iniciais sobre Vigotski e Piaget
Situar o pensamento de Lev Semionovich Vigotski e de Jean William Fritz Piaget no 
interior das discussões a respeito da psicologia do desenvolvimento, bem como 
suas contribuições ao campo educacional.
II. Teoria Histórico-Cultural: Considerações sobre Vigotski, Luria e Leontiev para o 
Desenvolvimento Humano
Conhecer a psicologia do desenvolvimento infantil a partir dos fundamentos da 
Teoria Histórico-Cultural.
III. Educação escolar: Contribuições de Jean Piaget
Explicar o desenvolvimento humano (campo intelectual) ancorado no referencial 
Piagetiano.
134
Tais objetivos estão estritamente atreladas, a nosso ver, às bases de conhecimento dos (futu-
ros) Pedagogos, pois debruçar-se em leituras sobre o desenvolvimento do psiquismo humano 
possibilita o desempenho de ações e orientações didático-metodológicas seguras de sentido 
e significado e intencionadas no âmbito das instituições educativas.
Nessa ótica, quer pelo caminho da Epistemologia Genética ou da Teoria Histórico-Cultural, 
compreendemos ser necessária a oferta do acesso, ao que se tem de mais elaborado no 
decurso da humanidade, para que na condição de herdeiros tenhamos apropriação de 
conhecimentos úteis à nossa formação plena. Essa defesa independe da idade ou condi-
ção social do aluno por um lado e, por outra está completamente condicionada à escolha 
teórica do mediador. E, por isso há necessidade de reafirmarmos a responsabilidade de 
nós profissionais da Educação para com o desenvolvimento e formação de nossos pares.
Certos de que conseguimos avançar um pouco em nosso potencial, deixo o poema a 
seguir, como expressão de que é “possível tornar o sonho realidade”, se no caminho apa-
recerem percalços, utilize todo conhecimento que adquiriu como ferramenta de realizações 
pessoais e vitórias coletivas.
Um grande abraço!
Professora Eliana Cláudia Graciliano
RefeRências
Há horas em que o ideal e o real parecem
tão distantes,
em que o desejo,
o sonho e
a luta diferenciam-se tanto das
possibilidades reais
que chegamos a
acreditar na impossibilidade de sua
aproximação.
Nestes momentos, no entanto, é
necessário lembrar de nossa condição
básica de seres humanos,
utópicos por
excelência, mas conscientes da
necessidade da luta,
da necessidade de
quebrar a distância e
de mostrar que
é
possível tornar o sonho realidade.
(DAMKE)
RefeRências
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