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A COESÃO TEXTUAL NA PRODUÇÃO TEXTUAL DE ALUNO
Vanusa de Fatima Miiller Wild*
RESUMO: o presente artigo busca define coesão textual, analisa os recursos de coesão textual que aparecem em dois textos de um aluno na construção do sentido e transmissão da mensagem ao leitor.
ABSTRACT: This article seeks to define textual cohesion, analyzes the features of textual cohesion that appear in two texts of a student in the construction of meaning and message transmission to the reader.
PALAVRAS-CHAVE: Texto, produção, coesão.
KEYWORDS: Text, production cohesion.
INTRODUÇÃO
Um texto ao ser analisado precisa ser considerado como um conjunto contínuo comunicativo, contextualizado e caracterizado pelos fatores de textualidade: contextualização, coesão, coerência, intencionalidade, informatividade, aceitabilidade, situacionalidade e intertextualidade, logo escrever retrata a capacidade de produzir um texto que apresente significado(s) para o leitor.   
O sentido de um texto é construído na interação texto-sujeito ou co-enunciadores e não como algo que preexista a essa interação. Também a coesão deixa de ser vista como mera propriedade ou qualidade do texto, passando a dizer respeito ao modo como os elementos presentes na superfície textual, aliados a todos os elementos do contexto sócio-cognitivo mobilizados na interlocução, vêm a constituir uma configuração veiculada de sentidos.
1. COESÃO TEXTUAL
A coesão é fator fundamental para o estabelecimento da unidade de sentido e da unidade temática do texto, portanto reconhecer que um texto é coeso significa que suas partes estão interligadas, que há continuidade e unidade de sentido. Segundo Antunes (2005, p.50), “é importante, pois, ressaltar que a continuidade que se instaura pela coesão é, fundamentalmente, uma continuidade de sentido, uma continuidade semântica, a qual se expressa, no geral, pelas relações de reiteração, associação e conexão”.
As relações textuais responsáveis pela coesão são promovidas por meio de quatro procedimentos. Esses procedimentos se efetivam através dos recursos de repetição, de substituição através de anáforas e catáforas ou por palavras semanticamente equivalentes, de associar palavras de acordo com o sentido e com a intenção pretendidos na interação, de promover a ligação entre orações e períodos fazendo uso dos conectores. 
A coesão não é apenas mera ocorrência de elementos linguísticos presentes no aspecto formal do texto, ela se relaciona, em muitas situações, com a coerência do texto, principalmente quando se refere à coerência sintática e à coerência local que “advém do bom uso dos elementos da língua em seqüências menores, para expressarem sentidos que possibilitem realizar uma intenção comunicativa.” (KOCH e TRAVAGLIA, 2007, p. 41)
Para o estabelecimento da coesão é necessário conhecer os elementos da linguagem e sua relação com o contexto da situação de produção. A unidade de sentido do todo do texto é estabelecida na interlocução entre os usuários de acordo com a situação comunicativa e com os recursos linguísticos empregados.
2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
 A análise a seguir dos textos, destaca-se exclusivamente os aspectos coesivos, deixando de lado a possibilidade de discutir os sentidos do texto através da escrita. As categorias coesivas sobrepõem à importância da coerência, não que isso deve prevalecer na correção do texto ou na leitura, somente será considerado na analise a ser feita dos elementos coesivos, em partes de dois textos de um aluno.
Nos textos analisados, percebe-se que o aluno estabelece a coesão fazendo uso da repetição, da substituição, da seleção lexical e do estabelecimento de relações sintático-semânticas entre termos, orações, períodos e parágrafos. A coesão sequenciadora como ocorre no texto “Hoje em dia, adolescentes e jovens engravidam novas e não tem condições financeiras e também vontade para cuidar uma criança e acabam abandonando-as nas ruas.”, Segundo Koch e Travaglia (2007, p. 47 – 48), seria aquela por meio da qual se faz o texto avançar, garantindo-se a continuidade dos sentidos.
Enquanto alguns elementos conectivos, como a conjunção “e”, que conectam os enunciados que constituem o texto formam o que se chama de coesão sequenciadora, outros elementos que têm a função da retomada e sinalização do texto formam chamada coesão por remissão (referencial ou remissiva) como ocorre no texto “A copa também será um dos motivos de ser atrasado projetos eventos e filmes. O país pode entrar em clima de euforia e se voltar contra o evento.” com a expressão “o evento” utilizada para retomar o termo “a copa”. É essa a função dos elementos anafóricos e catafóricos.
Os textos analisados apresentam maior recorrência de mecanismos que figuram a coesão do tipo sequencial frástica. Segundo Koch (1991, p 30), esses mecanismos fazem com que o texto se desenrole “sem rodeios ou retornos, ou seja, sem tornar lento o fluxo informacional”. No entanto, o aluno, preocupado em colocar no papel seus conhecimentos sobre o assunto, fez pouco uso da coesão referencial, o que prejudicou a ligação entre os enunciados e a clareza dos argumentos defendidos no texto.
Percebe-se que o aluno utiliza, na maioria das vezes, recursos da coesão com ideias desconexas. Todavia, o autor apresenta certa diversidade de tipos de conexão, o que mostra sua preocupação em atender à norma culta. Há repetição de algumas palavras, as quais poderiam ser substituídas e problemas de concordância, além de falta de coerência que é ocasionada pelo não uso adequado de elementos de coesão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção textual faz parte de uma realidade escolar em que muitos alunos têm dificuldade na hora de produzir textos coesos, esse fator textual envolve todos os fatores que de algum modo afetam o sentido do texto. 
A análise qualitativa dos textos do aluno mostra que a falta de recursos coesivos torna o texto desconexo e prejudica o nível de formalidade. Logo, antes de analisar os textos, segundo Geraldi (2000, p. 36) se a análise for um pouco cuidadosa mostra que os alunos acertam mais do que erram, que os erros são geralmente hipóteses significativas e que os números de erros é bem maiores que os tipos de erros. 
Diante dos problemas de coesão, além de uma proposta de reescrita textual, poderia ser proposta ao aluno uma análise de como é feita a coesão em seu texto na construção da competência textual como meio de comunicação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ANTUNES, Irandé. Lutar com as palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola
Editorial, 2005.
GERALDI, JoãoWanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo/SP: Editora Ática, 2000.
KOCH, I. V.; TRAVAGLIA, L. C. Texto e coerência. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
KOCH, Ingedore. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1991.
*Centro Universitário da Grande Dourados, UNIGRAN, Vanusa de Fatima Miiller Wild, aluna do Curso de Letras, RGM 063.1745, Estudo de texto V.

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