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ALGUNS ASSUNTOS DE CONTABILIDADE BÁSICA CONCILIAÇÃO CONTÁBIL Para iniciarmos o processo de encerramento da movimentação contábil de um ano é necessário que os saldos de todas as Contas de nossa contabilidade estejam com os seus saldos corretos, ou seja, os saldos contábeis devem corresponder exatamente com os saldos reais existentes na data de encerramento. No decorrer da movimentação contábil de uma empresa são realizados centenas de lançamentos propiciando, com isso, a possibilidade da ocorrência de alguns erros que se não corrigidos antes do encerramento, deixarão os saldos das Contas irreais, trazendo reflexos nas Demonstrações Financeiras da empresa de modo que estas não espelharão a sua situação patrimonial real. Os erros mais comuns são: valores lançados a maior ou a menor; troca de contas; inversão de contas; lançamento em duplicidade; omissão de lançamento, entre outros. Os meios de correção mais utilizados são: estorno de lançamento, lançamento complementar e Lançamento retificativo. Para chegarmos aos erros, é necessário fazermos uma conciliação contábil de todas as contas utilizadas pela contabilidade. Não é difícil. Vejam por exemplo: Se a conta contábil Caixa tiver em 31/12 um saldo de R$ 976,00, este valor deve coincidir com o saldo existente no controle extra contábil do caixa em 31/12. Melhor dizendo, o total de dinheiro que tiver no cofre da empresa em 31/12 deve ser exatamente o saldo da conta contábil Caixa. O correto é fazer a conciliação contábil mensalmente, desta forma não permanece erro de um mês para outro, e, ao final do ano não se perde tempo com a conciliação de um período mais longo. CONTABILIZAÇÃO PELO REGIME DE COMPETÊNCIA X PROVISÃO Uma das grandes dificuldades do Contador na área tributária é diferenciar a Contabilização pelo Regime de Competência da Provisão. A contabilização pelo Regime de Competência é uma obrigação do Contador, conforme vimos na definição de Competência pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), pela Lei das Sociedades Anônimas e pelo Fisco Federal. Por exemplo: a) Contabilização no próprio período das despesas incorridas em dezembro e não no mês de janeiro e fevereiro do ano seguinte, quando foram pagas; b) Contabilização dos fornecedores na data do faturamento e não período data do pagamento; c) Contabilização dos juros e atualizações sobre financiamentos até a data do balanço, em conformidade com contrato firmado com a Instituição Financeira; d) Contabilização dos Tributos, juros e multas (de mora) exigidos pela Legislação no mês de competência e não do seu pagamento. Já provisão é um lançamento que depende de um evento futuro e incerto, que provavelmente vai ocorrer, mas na data do balanço não está totalmente definido ou quantificado, por exemplo: - Provisão para Imposto de Renda, ao fechar o Balanço de 31/12, no mês de janeiro ou fevereiro do ano seguinte, o Contador faz a referida provisão, no entanto até a data da entrega da Declaração de Imposto de Renda, em 30/jun., poderá haver mudanças no cálculo do IRPJ, com diferimento do Imposto, dedução do PAT, etc. - Provisão para Férias, o funcionário com menos de um ano pode pedir demissão e não ter direitos às férias, bem como o funcionário pode ser demitido por justa causa ou abandonar o emprego. - Provisão de Estoques, reserva constituída quando o preço de venda é menor que o preço de aquisição da mercadoria. Depende de um evento futuro: a venda. - Provisão para Contingências judiciais – A empresa discute na justiça uma determinada ação, vai se tornar uma despesa apenas quando a empresa perder a ação e ainda o valor da ação somente será conhecido ao término da ação. Na data do Balanço é apenas uma provisão. O próprio meio Contábil utiliza incorretamente o termo provisionar, por exemplo, provisionar fornecedores, provisionar juros sobre contrato, provisionar Pis e a COFINS quando na realidade o termo correto seria contabilizar fornecedores, contabilizar juros sobre contrato e contabilizar Pis e a COFINS, pois é um valor líquido e certo, por exigência contratual ou legal. Parece ser simples, no entanto o uso incorreto do termo traz dúvidas na ocasião da interpretação da Lei, muitas vezes o Contador deixa de contabilizar uma despesa totalmente dedutível e pagar menos IRPJ e CSLL, devido o fato de confundir com provisões que são indedutíveis. PrincipaisContasdoBalançoPatrimonial Equação Contábil, a equação básica da Contabilidade Geral: Ativo = Passivo + Patrimônio liquido Patrimônio liquido = Ativo – Passivo ATIVOS: São recursos postos à disposição da entidade capazes de gerar fluxo de caixa imediatamente ou no futuro, de forma direta ou indireta. ATIVO: Conjunto de bens e direitos (parte positiva). PASSIVO: São obrigações presentes, decorrentes de eventos passados, que se espera que resultem em saídas de caixa no futuro. PASSIVO: Conjunto de obrigações (parte negativa). PATRIMÔNIO LÍQUIDO: diferença entre o Ativo e o Passivo. Representa as obrigações da entidade para com os sócios ou acionistas. É a parte do Patrimônio que vai medir ou avaliar a situação ou condição da entidade; é chamado, também, de Passivo não exigível ou Situação Líquida. Agora vamos às contas do ATIVO, lembrando que as contas do ATIVO são expostas no balanço patrimonial em ordem decrescente de liquidez, nos grupos abaixo. O Ativo é composto pelo ATIVO CIRCULANTE e também pelo ATIVO NÃO CIRCULANTE. ATIVO CIRCULANTE O conceito de “circulante” esta ligado ao prazo de giro das atividades operacionais da empresa, ou seja, as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequentes e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. Segue abaixo o que faz parte desta conta: Caixa: Corresponde a dinheiro, cheques recebidos e ainda não depositados, pagáveis imediatamente. São dois os tipos mais comuns de controle da conta caixa: -Fundo fixo -Caixa flutuante *Fundo fixo: pequenas quantias de numerários($) *Caixa Flutuante: entradas e saídas de numerário($) são, respectivamente, debitados ou creditados à conta caixa. Bancos: Registra valores que podem ser movimentados a qualquer momento. Investimentos Temporários: Correspondem à aplicações que podem ser depósitos de prazo fixo, certificados de depósito bancário, fundos de investimentos, ouro, ações, etc. Contas a Receber: Correspondem a valores a receber decorrentes de vendas a prazo e/ou serviços e, ainda, outras transações diferentes do objetivo principal da empresa, que não sejam anormal a suas atividades. As contas mais usuais desse grupos são: duplicatas a receber, notas promissórias e cheques pré datados e provisão para créditos de liquidação duvidosos. Estoques: São bens comprados ou elaborados pela empresa para comercialização ou aplicação na própria atividade. Mensuração de estoques A entidade avalia estoques pelo menor valor entre o custo e o preço de venda estimado diminuído dos custos para completar a produção e despesas de venda. Custos de aquisição Os custos de aquisição de estoques abrangem o preço de compra, tributos de importação e outros tributos (com exceção daqueles posteriormente recuperáveis pela entidade), transporte, manuseio e outros custos diretamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens similares são deduzidos na determinação dos custos de compra. A entidade pode adquirir estoques em condições de pagamento em data futura. Em alguns casos o acordo contém, efetivamente, elemento financeiro não declarado, por exemplo, uma diferença entre o preço de compra para termos normais de créditoe o valor para pagamento em data futura. Nesses casos, a diferença é reconhecida como despesa com juros durante o período do financiamento e não somada ao custo dos estoques. Métodos de Avaliação dos Estoques Os métodos mais comuns são: • Custo médio; • Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS); • Último a entrar, primeiro a sair (UEPS). Custo Médio Este método, também chamado de método da média ponderada ou média móvel, baseia-se na aplicação dos custos médios em lugar dos custos efetivos. O método de avaliação do estoque ao custo médio é aceito pelo Fisco e usado amplamente. Para ilustrar numericamente, suponha-se que uma empresa, no início do mês de outubro, possua um estoque (inicial) de 20 unidades de certa mercadoria avaliada a R$ 20 cada uma, ou seja, um total de R$ 400 de Estoque Inicial. A movimentação dessa empresa no período foi: Data Operação 5 de outubro Compra de 30 unidades a 30,00 cada 11 de outubro Venda de 10 unidades 17 de outubro Venda de 20 unidades 23 de outubro Compra de 30 unidades a 35,00 29 de outubro Venda de 10 unidades Suponha as seguintes informações: • As 10 unidades vendidas dia 11/outubro saíram do lote comprado dia 5/outubro; • As 20 unidades vendidas dia 17/outubro saíram do estoque inicial. As 20 unidades vendidas dia 29/outubro saíram do lote comprado dia 23/outubro. Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS) Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro que entra é o primeiro que sai (PEPS). À medida que ocorrem as vendas, vamos dando baixas no estoque a partir das primeiras compras, o que equivaleria ao raciocínio de que vendemos/compramos primeiro as primeiras unidades compradas/produzidas, ou seja, a primeira unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada no processo de produção o ou a ser vendida. Dentro desse procedimento, o estoque é representado pelos mais recentes preços pagos apresentando, dessa forma, uma relação bastante significativa com o custo de reposição. Obviamente, com a adoção desse método, o efeito da flutuação dos preços sobre os resultados é significativo, as saídas são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das principais razões pelas quais alguns contadores mostram-se contrários a esse método. As vantagens do método são: • Os itens usados são retirados do estoque e a baixa é dada nos controles de maneira lógica e sistemática; • O resultado obtido espelha o custo real dos itens específicos usados nas saídas; O movimento estabelecido para os materiais, de forma contínua e ordenada, representa uma condição necessária para o perfeito controle dos materiais, especialmente quando estes estão sujeitos a deterioração, decomposição, mudança de qualidade, etc. Último a entrar, primeiro a sair (UEPS) O UEPS (último a entrar, primeiro a sair) é um método de avaliar estoque muito discutido. O custo do estoque é determinado como se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas) (primeiro a sair). Supõe-se, portanto, que o estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo destas unidades. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos itens vendidos/saídos tende a refletir o custo dos itens mais recentemente comprados (comprados ou produzidos, e assim, os preços mais recentes). Também permite reduzir os lucros líquidos relatados por uma importância que, se colocada à disposição dos acionistas, poderia prejudicar as operações futuras da empresa. O Método UEPS não é aceito pela legislação fiscal como o método de valorização dos estoques, já que tende à apuração de um lucro inferior àquele apurado, adotando-se os critérios de preço médio e PEPS. Comparando o método PEPS com o UEPS, verificamos que este diminui a margem de lucro bruto da empresa, enquanto o PEPS acarreta um aumento. A razão é que, pelo sistema PEPS, os materiais são sucessivamente baixados pelos custos mais antigos, ficando o saldo final, do exercício, valorizado pelos preços mais recentes. O método UEPS deixa o estoque final valorizado pelos custos mais antigos e, consequentemente, mais baixos, em virtude de os lançamentos de saída serem registrados com base nos preços mais recentes. Logo, o valor de custo das mercadorias vendidas, no sistema PEPS, será menor que o produzido pelo método UEPS, além de lucros maiores. De acordo com o art. 292 do RIR/1999, a pessoa jurídica deverá promover o levantamento e avaliação dos seus estoques ao final de cada período-base de apuração do imposto. O valor dos bens existentes no encerramento do período-base poderá ser o custo médio ou dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente (PEPS). Admite-se a avaliação com base no preço de venda subtraída a margem de lucro (RIR/1999, art. 295). Despesas Antecipadas: São pagamentos antecipados de despesas cujos benefícios serão usufruídos pela empresa no exercício seguinte, ou seja, que não foram incorridos. ATIVO NÃO CIRCULANTE Como o próprio nome desse grupo de contas sugere, diz respeito aos ativos que a empresa possui e realizará a longo prazo ou não tem intenção de se desfazer, correspondendo: – Participação em outras empresas (investimentos); – Bens necessários a sua operação (imobilizados); – Gastos que beneficiarão os resultados futuros. Ativo realizável a longo prazo: Contempla os direitos realizáveis após o termino do exercício seguinte, assim como outros não relacionados às atividades fim da entidade, tais como derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas por diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia. Investimentos: Correspondem a participações permanentes em outras saciedades e aos direitos de qualquer natureza, não classificáveis como ativos circulante, que não destinem à manutenção da atividade da empresa. No grupo Investimentos são classificadas as participações e aplicações financeiras de caráter permanente, com o objetivo de gerar rendimentos para a empresa de forma que esses bens e direitos não sejam destinados à manutenção das atividades normais da companhia. Segundo o inciso III do artigo 179 da Lei 6.404/76, as contas do grupo Investimentos serão classificadas da seguinte forma: "As participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.” Segue abaixo algumas contas que fazem parte deste grupo: Obras de arte: as obras de arte existentes na empresa são um tipo de investimento, sendo elas desvinculadas da atividade principal da empresa. Para que uma obra de arte seja classificada como investimento, a empresa não deve ter a intenção de vendê-la. Ex.: Compra de obras de arte por uma empresa que fabrica parafusos (não faz parte de nada relativo à atividade da empresa). OBS.: Poderá haver na empresa outros tipos de investimentos, como por exemplo antiguidades (quadros, cerâmicas, louças, estatuetas, antiguidades em ouro e prata, etc.). Todos estes investimentos poderão, em um futuro ainda não previsto, gerar renda caso a empresa opte por colocá-los a venda. Caso a empresa venha a ter intenção de vender algum bem ou direito não relacionado a atividade da empresa e saiba quando pretende colocá-lo a venda (no curto ou longo prazo), deverá classificar o bem no Ativo circulante (se for no curto prazo) ou no Realizável a longo prazo (se for no longo prazo), não sendo mais classificado no grupo Investimentos. Investimento em ouro: uma forma de investimento(aplicação) que tem por objetivo gerar lucro para a empresa. Propriedades para investimento: também conhecido como bens de renda, são usadas como forma de gerar renda (lucro) para a empresa, sendo propriedades que não são utilizadas para o desenvolvimento de atividades da própria companhia. Ex.: Imóveis alugados a terceiros, terrenos alugados e edificações alugadas. Terrenos e imóveis para futura utilização: são bens que a empresa tem mas não usa e também não coloca como geradores de renda. No futuro, essas terras e imóveis poderão servir para expansão da empresa ou para abrigar parte das suas atividades. Ex.: Terrenos para expansão OBS.: Quando for decidido que serão usados para este devido fim, deverão ser classificados no Ativo Imobilizado, pois serão de uso para as atividades da empresa. Participações societárias: são participações (investimentos) em outras sociedades (coligadas e controladas) que não são destinadas à venda. A empresa não deve ter a intenção de se desfazer destes investimentos em um horizonte previsível. Ou seja, são participações em outras empresas obtidas com o objetivo de mantê-las em caráter permanente para se obter o controle societário ou por interesses econômicos, como por exemplo, fonte permanente de renda. Se a empresa comprar a participação esperando sua valorização para vendê-la, ela deve ser registrada no Realizável a longo prazo. São elas: Investimentos em Coligadas: uma sociedade é considerada Coligada quando a empresa investidora possui influência significativa na administração dela mas não a controla. A lei não estabelece um percentual mínimo, mas ela prevê que toda participação acima de 20% é significativa o suficiente para ser considerada uma Coligada. OBS.: Percentuais menores de participação podem levar uma sociedade a ser considerada coligada, bastando que a empresa detenha ou exerça o poder de participação nas decisões das políticas financeiras ou operacionais da investida, sem controlá-la. Investimentos em Controladas: quando a empresa investidora controla uma companhia na qual ela participa, esta é chamada de Controlada. Ou seja, é uma sociedade controladora aquela que, direta ou indiretamente, for titular dos direitos acionários que assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais, bem como o poder de eleger a maioria dos administradores (conselho de administração e diretores), tomando as principais decisões na vida da empresa (este poder fica assegurado quando a empresa investidora possui mais de 50% do capital votante da investida. OBS.: Se todas as ações de uma empresa pertencerem a outra, ela não é apenas controlada. Ela passa a ser uma subsidiária integral (empresa cujo capital pertence unicamente a uma outra empresa). Participações em outras empresas: são ações/cotas em outras empresas que não sejam coligadas e controladas. Dessa forma, quando a empresa compra essas ações, ela passa a fazer parte do quadro de acionistas da empresa em questão. Ou seja, possuir ações de uma empresa é o mesmo que possuir um pedaço dela. Em tese, você é dono de uma fração de cada prédio, automóvel e qualquer outro bem da empresa. E quanto mais ações possuir, maior é sua parcela. Ativo Imobilizado: Os bens do Ativo Imobilizado passaram a ser classificados como corpóreos e incorpóreos. Ativos Permanentes são os bens e direitos não destinados à transformação direta em meios de pagamento e cuja perspectiva de permanência na Entidade, ultrapasse um exercício. Imobilizado é o conjunto de bens e direitos tangíveis utilizados na consecução das atividades-fins da Entidade. No Imobilizado de Uso são contabilizados os bens necessários ao desenvolvimento do objeto social da empresa, tais como imóveis, móveis e utensílios, instalações, máquinas e equipamentos, veículos automotores terrestres, aéreos, marítimos e ferroviários, entre outros. Mensalmente deve ser contabilizada a depreciação desses bens, excetuando-se a de terrenos. Conciliação O saldo das contas deve conciliado mensalmente por ocasião do levantamento dos balancetes e balanços ou em períodos menores. Eventuais diferenças devem ser analisadas até a regularização das pendências devidamente documentadas, quanto então se fará o lançamento de acerto dos saldos. Inventário Os valores devem ser inventariados pelo menos mensalmente por ocasião do levantamento dos balancetes e dos balanços patrimoniais ou intermediários Para tal deve ser lavrado termo de apuração, devidamente firmado por seus responsáveis. Os valores constantes do Termo de Apuração devem ser comparados com a escrituração contábil. Caso sejam apuradas diferenças entre os valores inventariados e os contabilizados, devem ser apuradas as razões dessas diferenças, atribuídas às responsabilidades e contabilizados os acertos. Avaliação Os componentes do ativo imobilizado são avaliados ao custo de aquisição ou construção, deduzido das respectivas depreciações e exaustões acumuladas, calculadas com base na estimativa de sua utilidade econômica. Após o reconhecimento como um ativo, o item do ativo imobilizado cujo valor justo possa ser mensurado confiavelmente pode ser apresentado, pelo seu novo valor, correspondente ao valor justo à data da avaliação menos qualquer depreciação e perda por redução ao valor recuperável acumuladas de forma subsequente e apresentados nas demonstrações contábeis de forma retrospectivas. Os bens e direitos recebidos por doação são registrados pelo valor nominal ou de mercado, o que for mais claramente identificado. Bens em Operação As contas do imobilizado classificadas como “bens em operação”, registram os itens de propriedade da empresa que realmente são utilizados nas suas operações. São exemplos de contas contábeis do grupo de Bens em Operação: a) Edificações b) Instalações c) Móveis e Utensílios d) Máquinas e Equipamentos e) Ferramentas f) Veículos h) Terrenos i) Florestamento e Reflorestamento Conciliação Sendo a Contabilidade uma ciência que controla o Patrimônio das empresas, a conferência dos valores constantes nas contas do ativo imobilizado devem estar em conformidade com o controle interno analítico dos bens onde estão detalhados os bens que o compõe, as notas fiscais e valores de aquisição de cada um. Depreciação, Amortização e Exaustão Com exceção a terrenos e de alguns poucos itens, os elementos que integram o imobilizado tem um período limitado de vida útil econômica, portanto, os bens materiais sofrem depreciação pelo seu desgaste normal, os bens imateriais (programas de computador) sofrem amortização pela perda do valor do capital investido e os recursos minerais ou florestais sofrem exaustão decorrente da sua exploração. As taxas de depreciação utilizadas que constam no sistema de controle do Ativo Imobilizado ou planilhas alternativas do cálculo da depreciação acumulada, devem estar em conformidade com a Instrução Normativa -IN SRF 162/1998 e IN SRF 130/99. O RIR/99 trata das depreciações nos seus artigos 305 a 323. Em muitos casos, utiliza-se uma taxa menor que a legislação permite, pagando-se mais tributos. Conciliação O saldo destas contas deve conciliado mensalmente por ocasião do levantamento dos balancetes e balanços. Deve estar embasado em relatório analítico individualizado demonstrando o tratamento dispensado a cada bem desde a aquisição até a data atual com os respectivos valores originais, o montante já depreciado/amortizado mês a mês e o valor contábil atual. Bens Corpóreos: são aqueles destinados a manutenção das atividades da empresa. Ex. terrenos, maquinas, instalações, equipamentos… Etc. Depreciação: Corresponde ao reconhecimento contábil do desgaste sofrido por um bem ao longo de sua vida útil econômica. PASSIVO: O Passivo, como já foi visto,são as obrigações e é dividido em PASSIVO EXIGÍVEL DE CURTO PRAZO (Passivo Circulante) e PASSIVO EXIGÍVEL DE LONGO PRAZO (Passivo Não Circulante). As contas do Passivo são expostas no balanço patrimonial em ordem decrescente de exigibilidade (obrigações de pagar a dívida.) PASSIVO CIRCULANTE Corresponde as obrigações da empresa que deverão ser pagas até o fim do exercício seguinte. O grupo de contas classificadas no Passivo Circulante são: empréstimos, e financiamentos, obrigações fiscais, fornecedores, outras obrigações e provisões. Empréstimos e financiamentos: São recursos obtidos de terceiros, normalmente instituições financeiras, para serem pagos num prazo pré-estipulado acrescido de juros, porém deduzidos pelos mesmos (juros), dentro do passivo circulante e passivo não circulante, para confrontos retrospectivos. Fornecedores: São obrigações contratadas com terceiros pelo fornecimento de bens ou serviços. Obrigações Fiscais: Contas que registram as obrigações da empresa para com o governo. Ex. ICMS, IPI, PIS, Cofins, IR, …. etc Outras Obrigações: Correspondem a obrigação com empregados, encargos sociais e outras não indicadas nos grupos apresentados anteriormente. Ex. Salários, encargos sociais a pagar, FGTS a pagar,… Etc. Provisões: São passivos sobre os quais há incerteza quanto o valor ou a data de pagamento. Ex. 13º salário, Provisão para Férias (total de avos que os funcionários têm direito de a empresa fechasse ou fosse vendida hoje), contingências fiscais ou trabalhistas, etc. PASSIVO NÃO CIRCULANTE No passivo não circulante são contabilizadas as obrigações da instituição que deverão ser liquidadas após o exercício social seguinte. Quanto as contas que compõem o passivo não circulante, basicamente são as mesmas que integram o passivo circulante. PATRIMÔNIO LIQUIDO O Patrimônio Líquido é formado pelo grupo de contas que registra o valor contábil pertencente aos acionistas ou quotistas. A PARTIR DE 01.01.2008 A partir de 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, para as sociedades por ações, a divisão do patrimônio líquido será realizada da seguinte maneira: a) Capital Social b) Reservas de Capital c) Ajustes de Avaliação Patrimonial d) Reservas de Lucros e) Ações em Tesouraria f) Prejuízos Acumulados. CAPITAL SOCIAL O capital social representa os valores recebidos pela empresa, em forma de subscrição ou por ela gerados. A integralização do capital poderá ser feita por meio de moeda corrente ou bens e direitos. Quando a integralização do capital social é feita em moeda corrente, debita-se uma conta específica do ativo circulante (Bancos c/Movimento, por exemplo) e credita-se a conta "Capital Social". No caso de integralização de capital mediante conferência de bens, debita-se uma conta específica do ativo imobilizado e credita-se a conta "capital social". RESERVAS DE CAPITAL A reserva de capital abrange as seguintes subcontas: a) Reserva de Correção Monetária do Capital Realizado; b) Reserva de Ágio na Emissão de Ações; c) Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias; d) Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição; e) Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures; (excluída desde 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007) f) Reserva de Doações e Subvenções para Investimento; (excluída desde 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007) g) Até 31.12.2007, a Reserva de Incentivo Fiscal. A partir de 01.01.2008, respectiva reserva passa a fazer parte do grupo de Reservas de Lucros. RESERVAS DE LUCROS As reservas de lucros são constituídas pelos lucros obtidos pela empresa, retidos com finalidade específica. Os lucros retidos com finalidade específica e classificados nesta conta são transferidos da conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados". LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS Os lucros ou prejuízos representam resultados acumulados obtidos, que foram retidos sem finalidade específica (quando lucros) ou estão à espera de absorção futura (quando prejuízos). Com o advento da Lei 11.638/2007, para as sociedades por ações, e para os balanços do exercício social terminado a partir de 31 de dezembro de 2008, o saldo final desta conta não poderá mais ser credor. Respectivos saldos de lucros acumulados precisam ser totalmente destinados por proposta da administração da companhia no pressuposto de sua aprovação pela assembleia geral ordinária. Observe-se que a obrigação de essa conta não conter saldo positivo aplica-se unicamente às sociedades por ações. Essa conta continuará nos planos de contas, e seu uso continuará a ser feito para receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias formas e destinar valores para reservas de lucros. Desta forma, para as sociedades por ações, o saldo respectivo deverá ser composto apenas pelos eventuais prejuízos acumulados (saldo devedor), não absorvidos pelas demais reservas. PATRIMÔNIO LÍQUIDO NEGATIVO No caso em que o valor do Patrimônio Líquido é negativo é também denominado de "Passivo a Descoberto". Isto ocorre quando o valor das obrigações para com terceiros é superior ao dos ativos. Exemplo: Total do Ativo: R$ 1.500.000,00 Total das Obrigações: R$ 2.000.000,00 Passivo a Descoberto: R$ 1.500.000,00 menos R$ 2.000.000,00 = R$ 500.000,00 O Conselho Federal de Contabilidade - CFC, por meio de sua Câmara Técnica, editou em 16/06/1999 a Resolução CFC nº 847/99, alterando dispositivos da NBCT-3 que trata acerca do conceito, conteúdo, estrutura e nomenclatura das Demonstrações Contábeis. Por meio da aludida Resolução, de observância obrigatória por todos os contabilistas no país, foram procedidas alterações quanto ao Balanço Patrimonial, precisamente a caracterização e evidenciação do "PASSIVO A DESCOBERTO". Esta nomenclatura deve ser utilizada, quando da constatação ao final do exercício que o Patrimônio Líquido é negativo, sendo demonstrado, conforme Resolução CFC 1.049/2005, substituindo-se a expressão Patrimônio Líquido por Passivo a Descoberto. Detalhamento da composição: Capital Social: Valores recebidos ou gerados pela empresa, formalmente incorporados ao capital, mediante decisão da assembleia de acionistas. Reserva de Capital: As mais usuais são: – Emissão de ações; – Alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição – Absorves prejuízos que ultrapassem os lucros acumulados e as reservas de lucros; – Resgate, reembolso ou compra de ações; – Incorporação ao capital social; – Pagamento de dividendos a ações preferenciais. Reserva de Capital: – Emissão de ações; Ajuste de Avaliação Patrimonial: Nessa conta, são registradas as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não forem computados no resultado do exercício. Em outras palavras, o seu objetivo é registrar valores que ainda não transitam pelo resultado do exercício, fato que ocorrerá no futuro. Mais detalhes dessa rubrica: Ajustes de Avaliação Patrimonial, que tem a função de receber os valores que pertencem ao patrimônio da entidade e que tiveram seus valores revistos. Na prática, o ajuste de avaliação patrimonial pode ser entendido como uma espécie de correção dos valores de ativos e passivos em relação ao valor justo, conceito que veio acompanhando a nova rubrica contábil. Mas afinal, como posso obter o valor justo de um determinado instrumento financeiro? De acordo com o Art. 183 da Lei 6.404/76, as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, devemser avaliados pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda. Analisando os recentes pronunciamentos do CPC podemos identificar que para fins de constituição do ajuste de avaliação patrimonial, o valor justo dos instrumentos financeiros pode ser obtido em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes. Na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro, o valor justo será: 1. Aquele que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; 2. O valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 3. O valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros. Oportunamente, vale salientar a diferença entre valor justo (fair value) e valor presente (present value), sendo este último a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no curso normal das operações da entidade. Após o reconhecimento como um ativo, o item do ativo imobilizado cujo valor justo possa ser mensurado confiavelmente pode ser apresentado, pelo seu novo valor, correspondente ao valor justo à data da reavaliação menos qualquer depreciação e perda por redução ao valor recuperável acumuladas de forma subsequente. O valor justo de terrenos e edifícios é normalmente determinado a partir de evidências baseadas no mercado, por meio de avaliações normalmente feitas por avaliadores profissionalmente qualificados. O valor justo de itens de instalações e equipamentos é geralmente o seu valor de mercado determinado por avaliação. A frequência das revisões, dependem das mudanças dos valores justos do ativo imobilizado que está sendo revisto. Quando o valor justo de um ativo difere materialmente do seu valor contábil, exige-se uma nova avaliação; assim podemos ter itens que serão analisados anualmente e outros que terão seus valores revisados apenas a cada 3 ou 5 anos. Um maior detalhamento e a confirmação legal podem ser obtidos através da Deliberação CVM 564/08 e da Deliberação CVM 583/09, que aprovam os Pronunciamentos Técnicos CPC 12 e CPC 27, respectivamente; ou acesse ainda o tópico Ajustes de Avaliação Patrimonial Reserva de Lucros: São reservas constituídas com a retenção e apropriação dos lucros da entidade. As reservas de lucros são as contas de reservas constituídas pela apropriação de lucros da companhia, conforme previsto no § 4º do art. 182 da Lei 6.404/76, para atender a várias finalidades, sendo sua constituição efetivada por disposição da lei ou por proposta dos órgãos da administração. Referidas reservas devem fazer parte do Patrimônio Líquido. Classificação: Pela Lei das S/A, classificam-se como reservas de lucros: a) Reserva Legal; b) Reserva Estatutária; c) Reserva para Contingências; d) Reserva de Lucros a Realizar; e) Reserva de Lucros para Expansão; f) Reserva de Incentivos Fiscais. a) Reserva legal A reserva legal deverá ser constituída mediante destinação de 5% (cinco por cento) do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação. Esta reserva será constituída, obrigatoriamente, pela companhia, até que seu valor atinja 20% do capital social realizado, quando então deixará de ser acrescida. b) Reservas estatutárias As reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatuto da companhia, como destinação de uma parcela dos lucros do exercício, e não podem restringir o pagamento do dividendo obrigatório. c) Reserva para contingências De acordo com o artigo 195 da Lei nº 6.404/76, a assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. d) Reserva de lucros a realizar No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202 da Lei das S/A, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembleia- geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. e) Reserva de lucros para expansão Para atender a projetos de investimento e expansão, a companhia poderá reter parte dos lucros do exercício. Essa retenção deverá estar justificada com o respectivo orçamento de capital aprovado pela assembleia geral. f) Lucros ou prejuízos acumulados O plano de contas pode apresentar as duas contas: "Lucros Acumulados" (credora) e "Prejuízos Acumulados" (devedora), mas usualmente o saldo é mantido em uma só conta, ou seja, na conta de "Lucros ou Prejuízos Acumulados". O saldo credor representa a parcela do resultado da empresa não destinada especificamente. O saldo devedor - prejuízos acumulados, representa o saldo dos resultados negativos da empresa e não absorvidos por reservas anteriormente existentes e que deverá ser compensado com lucros a serem auferidos futuramente. Se ocorrer de o resultado do exercício ser negativo (prejuízo), este será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. Com o advento da Lei 11.638/2007, para as sociedades por ações, e para os balanços do exercício social terminado a partir de 31 de dezembro de 2008, o saldo final de "Lucros ou Prejuízos Acumulados" não poderá mais ser credor. Isto não significa, entretanto, que a conta “Lucros Acumulados” deixou de existir. Porém, essa conta possui natureza transitória, e será utilizada para servir de contrapartida às reversões das reservas de lucros e às destinações do lucro. Prejuízos Acumulados: Somatório dos prejuízos acumulados pela entidade. Ações de Tesouraria: São ações da própria empresa retiradas do mercado, que configuram devedoras no grupo do patrimônio líquido. PrincipaisContasdoBalançoPatrimonial
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