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RESENHA CRITICA - GESTÃO DA SEGURANÇA NO SDLC v3

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Resenha Crítica de Caso
Jardel de Assis Rodrigues dos Santos
Trabalho da disciplina Gestão da Segurança no SDLC
 Tutor: Prof. Carlos Alberto de Farias
Rio de Janeiro/RJ 
2019
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SAMPLE6: FAZENDO UMA PARCERIA PARA TORNAR ALIMENTOS MAIS SEGUROS
Referências: Higgins, Robert F., Kester, Kirsten. Sample6: Fazendo uma parceria para tornar alimentos mais seguros. Harvard Business School. 9 de julho de 2013. 9-814-014.
Avanços tecnológicos moldaram o mundo como o conhecemos e estão presentes em todos os segmentos da sociedade. Dentro deste contexto, no trabalho realizado pelos autores, somos apresentados ao debate sobre aumento da segurança alimentar nos Estados Unidos, entre os diversos líderes da indústria alimentícia e o Sr. Tim Curran, CEO da startup de biologia sintética e monitoramento de dados Sample6, que, por meio de uma tecnologia bacteriófaga e de softwares proprietários, desenvolveu um kit de testes para detectar bactérias patogênicas em um tempo até 12 vezes mais rápido do que as ferramentas concorrentes e com uma redução significativa dos custos, além de apresentar uma plataforma analítica de dados de fácil entendimento.
De modo crescente, a partir de 2005, o hábito dos consumidores foi se alterando, pois agora estes buscavam alimentos de “consumo ético”, mais convenientes e saudáveis, devido à percepção de que produtos orgânicos ofereciam um valor nutricional mais alto. Essa mudança foi impulsionada pelas crescentes taxas de obesidade e doenças crônicas no país, causadas pela ingestão de pesticidas e outros conservantes não naturais.
Pode-se afirmar que, em virtude da crescente globalização da cadeia alimentar, as empresas do ramo alimentício precisaram devotar especial atenção na rastreabilidade e segurança alimentar, para que casos de contaminação de alimentos fossem resolvidos antes da propagação na mídia, como nos surtos da doença da vaca louca, gripe aviária na Ásia e outros escândalos, que tiveram proporções globais e repercussão bastante negativa na mídia. 
Foram aplicadas tecnologias que permitissem melhor visibilidade, monitoramento e rastreabilidade de alimentos, como por exemplo, códigos de barra, identificação por frequência de rádio (RFID), rastreamento por GPS e outras tecnologias de software. 
Ainda assim, havia quatro tipos importantes de contaminantes que colocava à prova a segurança alimentar no mundo: agentes físicos (vidro ou metal), agentes químicos (pesticidas ou medicamentos veterinários), alérgenos e agentes microbiológicos e suas toxinas (exemplo: E. coli produtora da toxina Shiga). No intuito de interromper o avanço desses contaminantes e com um papel importante no monitoramento de recalls de produtos, o CDC (Centro Americano de Controle e Prevenção de Doenças) apresentou medidas para reduzir as taxas de infecção, e os dois principais órgãos regulamentadores norte-americanos – FDA (Administração de Drogas e Alimentos) e USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) – passaram a aplicar padrões mais altos e fiscalizações rigorosas.
Na era de notícias veiculadas pela internet, recalls de alimentos geram impactos negativos na confiança do consumidor no produto, marca ou empresa, tornando-se quase impossível recuperá-la. Como nos casos da Peanut Corporation of America e da canadense Maple Leaf Foods, recalls geravam situações imensamente prejudiciais à reputação da empresa e, consequentemente, à área financeira; e dependendo do porte da empresa, poderia até levá-la à falência. 
Em razão do aumento das exigências de regulamentações, importações de alimentos e uma maior conscientização dos consumidores, o mercado de testes para patógenos em alimentos estava em crescimento. Haviam duas categorias principais de testes – de produtos e de ambiente – que focavam na análise dos equipamentos que processavam os alimentos, a fim de detectar possíveis contaminações. No entanto, esses controles tornaram o processo lento e arriscado, pois exigiam muito tempo, eram realizados de forma “caseira” e manual e geravam grande quantidade de relatórios. A necessidade era clara: procurar por soluções tecnológicas que viessem a reduzir o impacto nas operações, sem comprometer a qualidade e a segurança alimentar dos produtos, e com um preço razoável.
Em resposta, temos o nascimento da empresa Sample6 em 2009, após uma descoberta no campo da biologia sintética que viria a revolucionar os testes de patógenos até então conhecidos. Apesar de seus fundadores enxergarem a aplicação de sua tecnologia em outros ramos da indústria, como por exemplo na área de saúde, em um primeiro momento decidiram focar os esforços em comercializar seu produto para a indústria alimentícia.
Buscando atingir seus objetivos, a Sample6 desenvolveu um sistema de monitoramento de dados em nuvem chamado Sample6ANALYZE, que permitia às empresas análise e rastreamento de seus testes e resultados, fornecendo um “mapa de calor” em tempo real de todos eles. Assim, as empresas do ramo alimentício poderiam monitorar, avaliar e modelar as suas necessidades de segurança alimentar.
A plataforma desenvolvida pela Sample6 ofereceu inúmeros benefícios para os seus clientes, dentre os quais podemos destacar: resultados de testes mais rápidos e confiáveis registrando uma taxa baixíssima de falsos positivos; aumento dos testes, que até então eram restritos a pequenos números de amostras; maior poder de decisão; adaptabilidade aos mais variados tipos de bactérias; preços mais baixos que a maioria dos laboratórios externos; o processo de enriquecimento bacteriano poderia ser feito no próprio local (algo proprietário e inovador) e, principalmente, a capacidade de alcançar um nível superior de registros esperados pela FDA.
Todos esses benefícios possibilitaram às empresas mudar o ponto de vista em relação aos testes de segurança alimentar, de um “mal necessário” para um procedimento operacional padrão e, dessa forma, proteger as marcas de possíveis recalls e suas repercussões negativas junto aos consumidores.
Considerando-se tudo que foi exposto, percebemos que a indústria alimentícia estava mudando, assim como o hábito dos consumidores, e seria necessário que as empresas do setor acompanhassem as novas tendências (globalização, preferências dos consumidores, internet) se quisessem sobreviver e expandir.
No momento em que as empresas desse ramo ansiavam por recursos que garantissem a qualidade e a segurança alimentar, em conformidade com as regulamentações da área, tendo pouco impacto na operação e com baixo custo, a Sample6 soube aproveitar a oportunidade, oferecendo uma tecnologia inovadora, com plataformas integradas desenvolvidas com exclusividade, que não só atendeu como também superou as expectativas do setor.
A decisão da Sample6 em focar no ramo alimentício, entendendo as reais necessidades das partes interessadas para produzir uma solução de qualidade, confiável, amigável, eficiente e dentro de prazos e custos plausíveis foi fundamental para seu sucesso revolucionário.
 
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COMPLEMENTO
De que forma poderíamos ter no Brasil um sistema de informação voltado para a segurança alimentar nos diversos setores da economia como supermercados, feiras livres e restaurantes? Qual a sua sugestão para a implantação, controle e melhoria desse sistema?
Talvez uma das grandes barreiras para elaboração de um sistema de informação voltado para a segurança alimentar dos mais variados setores seja conseguir atender a vasta variedade de negócios, porém, acredito que a solução para tais casos é a utilização de sistemas open source (código aberto), uma aposta que tem se tornado cada vez mais crescente e comum no mundo globalizado em que vivemos. A vantagem em disponibilizar/desenvolver um sistema de informação voltado para a segurança alimentar open source é que o processo de implantação, controle e melhoria faz parte de sua essência já que, sistemas open source (códigosabertos) tem como ideia compartilhar planos sem cobrar por isso. Isso torna o sistema interessante, pois como estará disponível para visualização, download, compartilhamento, revisão, uso público gratuito e irrestrito, sua disseminação entre as empresas dos diversos setores (implantação) será um processo relativamente fácil e a contribuição direta ou indireta (melhoria) por parte daqueles que utilizarem os códigos ou parte deles possibilitará o fortalecimento do projeto (controle) no que tange a segurança alimentar.
Como exemplo, cito a iniciativa THE OPEN SOURCE FOOD SAFETY cujo objetivo é tornar a segurança alimentar mais transparente para produtores, agricultores e consumidores e para isto, conta justamente com o apoio das partes mais interessadas em oferecer e obter segurança alimentar, TODOS NÓS!
Fonte: http://www.opensourcefoodsafety.org/ 
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