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Introdução Escola de Frankfurt (em alemão: Frankfurter Schule) é uma escola (ou vertente) de teoria social e filosofia. EstáEsta localizada em Frankfurt, Alemanha, e foi fundada, em 1924, por Felix Weil,filho de Hermann Weil, um grande negociante alemão de grãos de trigo na Argentina.Antes dessa denominação tardia (só viria a ser adotada na década de 1950), cogitou- se o nome Instituto para o Marxismo, mas optou-se pela denominação ideologicamente inócua de Instituto para a Pesquisa Social. A escola é considerada um departamento da Universidade de Frankfurt e, ao longo dos anos, desenvolveu teorias e críticascriticas sociais, filosóficasfilosoficas, psíquicas e econômicas que sãosao estudadas atéate os dias atuais. Contexto histórico O período histórico em que o instituto se desenvolve é conhecido como entreguerras, já que se localiza em 1924, depois da primeira guerra mundial (1914-1918) e antes da segunda guerra mundial (1939-1945). A Alemanha,grande nação econômica e tecnologicamente avançada, nesta época, passa por uma intensa turbulência política. O alvoroço deve-se à Ascensão do nazismo; ao fascismo como uma realidade alemã; o nacional socialismo se tornando cada vez mais ameaçador;o auge da República Weimar (crise econômica e conflitos sociais);Transição do capitalismo empresarial de pequena escala para o capitalismo monopolista e o imperialismo; fora dali,em 1924, na URSS, Stalin subia ao poder com seu governo socialista;.emergência do estado de bem-estar social; período neotécnico; emergência da mídia de massa e cultura de massa, arte "moderna". Origem O Instituto para Pesquisa Social (Institut für Sozialforschung) foi fundado por Felix Weil,jovem marxista, em 3 de fevereiro de 1923 com o suporte de professores universitários e apoio financeiro do pai. Weil, apósapos organizar um simpósio, de grande sucesso, de uma semana (o Erste Marxistische Arbeitswoche) em 1922, que foi assistido por Georg Lukács, Karl Korsch, Karl August Wittfogel, Friedrich Pollock e outros,começou a construir uma sede e a financiar salários para um instituto permanente. Weil negociou com o Ministério da Educação para que o diretor do instituto fosse um professor do estado, assim o instituto teria então status de uma instituição universitária. A tradição filosófica agora referida como "Escola de Frankfurt" é talvez particularmente associada a Max Horkheimer (filósofo, sociólogo e psicólogo social), que se tornou diretor do instituto em 1930 e recrutou muitos dos mais talentosos teóricos da escola, incluindo Theodor Adorno, Erich Fromm, Herbert Marcuse e, como membro do "círculo de fora" do instituto, Walter Benjamin. O "nomadismo" a escola de Frankfurt permaneceu na Alemanha atéate 1933. Antes disso, com a ameaçaameaca da influência socialista, jája se preparava para mover-se a outro lugar. Com a ascensãoascensao de hitler, mudou-se para Genebra, em seguida para Paris e ,por fim, para Nova York em 1935. A vida estadunidense Na grande Nova York, o instituto tornou-se afiliado da Universidade Columbia. O seu jornal Zeitschrift für Sozialforschung foi renomeado de acordo com o local como Studies in Philosophy and Social Science (Estudos em Filosofia e Ciência Social, em tradução livre). Foi neste momento que muitos de seus importantes trabalhos começaram a emergir, ganhando uma recepção favorável na academia inglesa e estadunidense. De volta para casa Horkheimer, Adorno e Pollock afinal voltaram à Alemanha Ocidental no início dos anos 1950, apesar de Marcuse, Lowenthal, Kirchheimer e outros terem escolhido permanecer nos Estados Unidos. Foi apenas em 1953 que o Instituto foi formalmente restabelecido em Frankfurt. Principais membros Membros originais da Escola de Frankfurt: Max Horkheimer Theodor W. Adorno Herbert Marcuse Friedrich Pollock Erich Fromm Otto Kirchheimer Leo Lowenthal A "Segunda geração" de teóricos da Escola de Frankfurt incluía: Jürgen Habermas Franz Neumann Oskar Negt Alfred Schmidt Albrecht Wellmer Axel Honneth Pessoas que foram temporariamente associadas com o Instituto para Pesquisa Social e teóricos da Escola de Frankfurt incluem: Walter Benjamin Siegfried Kracauer Karl August Wittfogel Alfred Sohn-Rethel Ernst Bloch Influências As influências intelectuais e o foco teórico dos primeiros teóricos da primeira geração da Escola de Frankfurt são: O contexto histórico conturbado da época (nazismo,fascismo,socialismo,stalinismo, período entreguerras); Teoria weberiana (considera as organizações como sistemas burocráticos, que constituem o ponto de partida para sociólogos e cientistas políticos no estudo das organizações;aborda a sociologia compreensiva da ação social; apresenta as características positivas e negativas da burocracia); Teoria freudiana ( procura descrever a etiologia dos transtornos mentais, o desenvolvimento do homem e de sua personalidade, além de explicar a motivação humana); Teoria marxista (método de análise socioeconômica sobre as relações de classe e conflito social, que utiliza uma interpretação materialista do desenvolvimento histórico e uma visão dialética de transformação social;crítica e análise do desenvolvimento do capitalismo e o papel da luta de classes na mudança econômica sistêmica)-(Crítica da ideologia burguesa; crítica do trabalho alienado; materialismo histórico; história como luta de classes e exploração do trabalho em diferentes modos de produção; análise de sistema do capitalismo como extração do excesso de trabalho através de livre trabalho em livre mercado; unidade de teoria e prática; análise para a causa de revolução, democracia socialista, sociedade sem classes.) crítica ao positivismo (Crítica ao positivismo como uma filosofia, como uma metodologia científica, como uma ideologia política e como conformismo cotidiano); Modernismo estético(crítica da "falsa" e reificada experiência trazendo as suas próprias formas e linguagens tradicionais; projeção de modos alternativos de existência e experiência; liberação do inconsciente; consciência da única, moderna situação; crítica do indústria cultural e cultura "afirmativa"; utopia estéticaestetica); Teoria cultural (Crítica da cultura de massa como supressão e absorção da negação, como integração dentro para dentro do status quo; crítica da cultura ocidental como uma cultura de dominação, tanto interna quanto externamente; diferenciação dialética de emancipação e dimensões repressoras da cultura de elite) Transvaloração de(a): Nietzsche Schopenhauer educação estética de Schiller Teoria crítica Max Horkheimer diz em seu livro: "A teoria crítica da sociedade, ao contrário, tem como objeto os homens como produtores de todas as suas formas históricas de vida. As situações efetivas, nas quais a ciência se baseia, não são para ela uma coisa da da, cujo único problema estaria na mera constatação e previsão segundo as leis da probabilidade. O que é dado não depende apenas da natureza, mas também do poder do homem sobre ele. Os objetos e a espécie de percepção, a formulação de questões e o sentido da resposta dão provas da atividade humana e do grau de seu poder." A teoria crítica utiliza-se de pressupostos do Marxismo para explicar o funcionamento da sociedade e a formação de classes, e da Psicanálise para explicar a formação do indivíduo, enquanto elemento que compõe o corpo social A teoria crítica entendia que o contexto económico, político e social vigente naquela época, era diferente daquela prevista pelo marxismo. Por isso, ofereceu-se para reinterpretar a teoria original, evidenciando que o conhecimento se constitui na realidade e não através da reprodução de conceitos. Um dos princípios da teoria crítica é que se opõe à separação entre sujeito e realidade, além de propor que a teoria é um lugar da autocrítica do esclarecimento e de visualização das ações de dominação social,. No que toca a esta postura, todo conhecimento depende das práticas da época e da experiência. Não existe, destaforma, nenhuma teoria pura que se consiga sustentar ao longo da história, ja que nao permite-se a reprodução constante de tal domínio. Por extensão, o conhecimento sistematizado e a ciência desenvolvem-se no que toca às mudanças da vida social. A conduta, desta forma, está relacionada com a organização do conhecimento científico que existe numa dada altura histórica. A partir destes raciocínios, a teoria crítica presta especial atenção o contexto da sociedade e opõe-se às teorias fechadas, apostando numa construção do saber de tipo dialético. A dialética do esclarecimento Escrita em 1947, “Dialética do Esclarecimento” representa fundamental obra da chamada “teoria crítica” das ciências sociais, sendo seus autores da primeira geração da “Escola de Frankfurt”, caracterizada pelo pensamento crítico e altamente reflexivo a respeito da sociedade moderna. Nesse livro os autores denunciam as estruturas ideológicas da dominação política, a corrida armamentista, o desenvolvimento da indústria bélica, além dos conflitos armados e das injustiças sociais gerados pelo desenvolvimento do modo de produção capitalista. Todos esses problemas são interpretados como resultado da "crise da razão" e do Iluminismo. Conforme registram os autores, o Iluminismo inaugurou a modernidade, ao colocar a razão e a ciência como elementos potencializadores do desenvolvimento e progresso social. A radicalização que o iluminismo trouxe para o pensamento humano, obrigando a aplicação do método científico e impossibilitando que qualquer outro discurso tivesse validade para enfrentá-lo, acabou completamente com o caráter imaginário das interpretações do mundo. Theodor Adorno e Max Horkheimer, como de resto todos os intelectuais frankfurtianos, não renegam o projeto da modernidade - cujo núcleo é formado pela racionalidade ou reflexividade e a crença nos princípios do progresso científico -, mas argumentam que tanto a racionalidade como a ciência se transformaram em instrumentos de dominação política, social e econômica. Assim como qualquer sistema, o esclarecimento é totalitário. Diante disso, para os autores, a grandiosidade que o poder do esclarecimento forneceu ao homem foi o seu sucesso e seu fracasso. Foi a crescente dominação da natureza que viabilizou o esvaziamento do homem e sua total submissão às tecnologias. Além disso, notam os autores que, no mundo moderno, o avanço da ciência e da técnica é um processo inexorável, ou seja, permanente. A Dialética do Esclarecimento mostra que a barbárie, com uma roupagem científica e racional, domina as esferas da vida drasticamente e não é nem mesmo percebida. Chega a ser incentivada e apoiada pelas massas, incapazes de perceberem que o avanço científico trouxe consigo a permanente exploração de seus corpos e de suas almas. Indústria cultural Theodor Adorno também é autor de importante estudo sobre a chamada "indústria cultural", conceito inovador que foi contraposto ao de "cultura de massa". O desenvolvimento da Indústria Cultural possibilitou um controle completo sobre o homem: a indústria cultural é um complexo de comunicação e simbolização que perpetua as estruturas vigentes, causando estímulos aos quais o público espectador não tem respostas adequadas. A indústria cultural não fomenta convicções, impulsos de transformação, reflexões sobre o mundo, muito pelo contrário, seu papel no mundo de superficialidade é evitar todos os impulsos que poderiam formar um sujeito de fato ativo. Obras Da escola de Frankfurt : HORKHEIMER, Max. Teoria Crítica. Trad. Hilde Cohn. ADORNO, Theodor. Dialética do Esclarecimento MARCUSE, Herbert. Cultura e Sociedade. Vol. 1. BENJAMIN, Walter. A Modernidade e os Modernos Sobre a escola JAY, Martin. La imaginacion dialética - Una história de la Escuela de Frankfurt. Madri: Taurus, 1974. MATOS, Olgária. Os Arcanos do Inteiramente Outro - Escola de Frankfurt - Melancolia e Revolução. São Paulo: Brasiliense, 1996. NOBRE, Marcos, Teoria Crítica, Rio de Janeiro: Zahar, 2004. SELIGMANN-SILVA, Márcio. Ler o Livro do Mundo. Walter Benjamin: romantismo e crítica poética, São Paulo: Iluminuras/FAPESP, 1999. SELIGMANN-SILVA, Márcio. A atualidade de Walter Benjamin e de Theodor W. Adorno, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2009.
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