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TRATAMENTO DIETÉTICO 
DA DIARREIA E/OU DOS 
VÓMITOS NOS FELINOS
I. JEUSETTE, PHD, DVM
A. SALAS, PHD, DVM
C. TORRE, PHD, DVM
L. VILASECA, MSC, DVM
DEPARTMENT I+D DA AFFINITY PETCARE
Os vómitos são um dos sinais clínicos 
mais frequentes referidos nos gatos 
examinados em clínicas veterinárias 
privadas (Lund et al., 1999). Num estudo 
recente realizado em gatos por uma 
empresa de seguros na Suécia, as três 
causas principais de morbilidade felina 
diziam respeito a traumatismos, doenças 
gastrointestinais e doenças do trato 
urinário inferior (figura 1). De igual forma, 
num inquérito realizado a donos de gatos 
nos EUA e Austrália, as três doenças prin-
cipais referidas eram do tipo dentário, do 
trato urinário inferior e gastrointestinal/
hepático (Freeman et al., 2006). As causas 
principais dentro da categoria gastroin-
testinal eram semelhantes entre a Suécia 
e os EUA, onde em 4 % dos diagnósticos 
eram especificados problemas indefini-
dos, como “vómitos” e “diarreia” (Egenvall 
et al., 2010; Lund et al., 1999).
São várias as doenças que podem pro-
vocar vómitos e/ou diarreia nos gatos. 
Alguns dos transtornos mais frequentes 
são incluídos na tabela 1. Dada a natureza 
reservada dos gatos, estes sinais clínicos 
podem passar despercebidos para o dono 
até o processo patológico se encontrar 
já numa fase avançada. Além disso, no 
caso de alguns gatos o dono pode aceitar 
a doença crónica como uma situação 
normal, o que parece ser especialmente 
verdade nos casos de vómitos crónicos 
ou intermitentes. No entanto, nos gatos 
com sinais gastrointestinais, sobretudo 
com perda de peso e vómitos e/ou diar-
reia crónicos ou recorrentes, dever-se-ão 
realizar sempre testes de diagnósticos 
adequados (Norsworthy et al., 2013). 
Antes de avaliar o paciente para detetar 
um transtorno gastrointestinal primário 
INTRODUÇÃO1
Research
reports A RESEARCH UPDATE FOR THE VETERINARIAN FROM AFFINITY PETCARE
AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 1 01/02/2018 13:24
- 2 -
Figura 1. Causas proporcionais de morbilidade felina (%).
Traumatismo
Gastrointestinal
Vias urinárias inferiores
Sinais indefinidos de doença 
Sistema tegumentar
Neoplasia
Vias urinárias superiores
Oculares
Infeção
Vias respiratórias superiores
Problemas do aparelho locomotor
Endócrina
Hepáticas, pâncreas
0 % 5 % 10 % 15 % 20 %
M
orbilidade proporcional (%)
Morbilidade proporcional nos gatos para as categorias de diagnóstico, com pelo menos 
100 +AAV por ano (média anual de 126,627 GAER). AAV: acontecimento sobre cuidados 
veterinários; GAER: gatos-ano em risco.
(Adaptado de Bergoph e Steiner, 2011; 
Batchelor et al., 2013)
Transtornos gastrointestinais 
secundários
por ex., transtornos hepáticos, 
pancreáticos, renais, supra-
renais, da tiroide; cetoacidose, 
hipercalcemia, hiperpotassemia, etc.
Septicémia, enterotoxemia, etc.
Corpo estranho
Bolas de pelo
Infeção (doenças bacterianas, 
virais, fúngicas, protozoárias/
parasitárias)
por ex., Campylobacter spp, 
Clostridium spp, E. coli, Panleucopenia, 
FeLv, FIV, PIF, calicivirose 
virulenta, helmintos, Giardia spp, 
Cryptosporidium spp, Tritrichomonas 
foetus, Histoplasma, Toxoplasma, etc. 
Transladação dietética / 
mudança repentina da dieta
Intolerância / hipersensibilidade 
à alimentação
Doença inflamatória intestinal (DII)
Fármacos ou toxinas 
por ex. xilazina, medetomidina, 
AINE, etc.
Neoplasia 
por ex. leucemia, linfoma, tumores 
intestinais ou gástricos, etc.
Transtorno neurológico
Tabela 1. Alguns dos transtornos mais 
frequentes nos gatos que podem induzir 
sinais clínicos gastrointestinais (vómitos 
e/ ou diarreia).
é crucial descartar outras doenças com 
sintomas gastrointestinais semelhantes 
(Tabela 1) (Bergoph e Steiner, 2011). 
Research
reports
AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 2 01/02/2018 13:24
- 3 -
A perda de peso e os vómitos > 2 vezes por 
mês eram os sinais clínicos mais frequen-
tes. 49 % dos gatos (mediana de idade de 
11 anos; intervalo de 1 a 16 anos) foram 
diagnosticados com enterite crónica (muito 
provavelmente DII). 46 % dos gatos (mediana 
de idade de 12 anos; intervalo de 8 a 18 anos) 
foram diagnosticados com linfoma intesti-
nal. Por conseguinte, os gatos com < 8 anos 
de idade apresentavam sobretudo enterite 
e os gatos com > 8 anos apresentavam 
sobretudo enterite ou neoplasia (figura 2) 
(figura 3) (Norsworthy et al., 2013).
Este estudo mostra que os transtornos gas-
trointestinais são um problema frequente 
em gatos de idade avançada, o que coincide 
com as observações realizadas no estudo 
com gatos segurados da Suécia, no qual a 
taxa de incidência de transtornos gastroin-
testinais aumentou com a idade (figura 4).
 » 1.1. OS TRANSTORNOS 
GASTROINTESTINAIS SÃO 
FREQUENTES NOS GATOS DE 
IDADE AVANÇADA.
Recentemente foi realizado um estudo 
retrospetivo com 100 gatos domésticos 
com dono, que apresentavam sinais clíni-
cos de vómitos crónicos, diarreia crónica 
do intestino delgado, perda de peso ou 
uma combinação destes sintomas, e que 
tinham realizado uma ecografia e uma 
laparotomia ou biópsias. A mediana e 
a média de idade dos 100 gatos era de 
11 anos (intervalo de 1 a 18 anos; inter-
valo interquartílico de 10 a 14 anos). 34 % 
tinha entre 12 e 14 anos e 13 % entre 15 e 
18 anos; assim, quase metade dos gatos 
com sinais crónicos tinha > 12 anos. 
Figura 3. Gráficos de caixas e q-q da distri-
buição da idade no momento do diagnóstico 
de DCID em gatos com enterite e linfoma.
Cada caixa representa os quartis centrais 
(percentis de 25 a 75); a linha horizontal 
em cada caixa representa a mediana e os 
q-q representam o intervalo. (Norsworthy 
et al., 2013) 
DCID: diarreia crónica do intestino delgado.
Os transtornos 
gastrointestinais são 
frequentes nos gatos de 
idade avançada.
Quase metade dos gatos 
com sinais crónicos tinha 
> 12 anos.
Figura 2. Diagnóstico histopatológico de gatos com sinais clínicos de enteropatia crónica, n.º de casos. (Norsworthy et al., 2013)
Diagnóstico baseado nos resultados da exploração histológica de amostras do intestino delgado obtidas através de biópsia em 100 gatos com sinais clínicos 
de enteropatia crónica. (Norsworthy et al., 2013) 
O número total de gatos é superior a 100 devido à redundância de diagnósticos (isto é, alguns gatos foram classificados como gatos com enterite 
linfoplasmocitária e com enterite eosinofílica).
Enterite 
n=49
Id
ad
e 
do
 g
at
o 
(a
no
s)
Linfoma 
n=46
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Linfoplasmocitária
Neutrofílica
Eosinofílica
Histiocítica
42 17 7 1
Linfoma*
Mastocitoma
DIAGNÓSTICO 
HISTOLÓGICO NORMAL 
(n=1)
46 31
NEOPLASIA (N.º de casos)
ENTERITE (N.º de casos)
*Linfoma Microcítico, n=39 (linfócitos T, n=38; linfócitos B, n=1)
*Linfoma Linfoblástico n=7 (linfócitos T, n=6; linfócitos B, n=1)
Adenocarcinoma
ENTERITE
(n=49)
NEOPLASIA
(n=50)
Research
reports
AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 3 01/02/2018 13:24
- 4 -
A estratégia nutricional baseia-se em dietas com 
proteínas novas (baixa antigenicidade) ou proteínas 
hidrolisadas.
A doença inflamatória 
intestinal (DII) e o 
linfoma de linfócitos T 
associado à enteropatia 
são as doenças do 
intestino delgado mais 
frequentes nos gatos de 
idade média e avançada.
 » 2.1. DOENÇA INFLAMATÓRIA 
INTESTINAL (DII) E LINFOMA 
ALIMENTAR FELINO.
Nos gatos, a doença do intestino delgado 
crónica é associada a vómitos crónicos, 
perda de peso, diarreia crónica do intestino 
delgado ou uma combinação dos mesmos. 
Os sinais vão de ligeiros a intensos e 
qualquer sinal pode ser o motivo principal 
para realizar uma avaliação (Northworthy2013). A doença inflamatória intestinal 
(DII) e o linfoma de linfócitos T associado 
à enteropatia são as doenças do intestino 
delgado mais frequentes nos gatos de 
idade média e avançada. Como se indicou 
anteriormente, a DII pode afetar gatos 
de qualquer idade, mas o linfoma afeta 
geralmente gatos com mais de 8 anos. 
A DII, uma doença inflamatória crónica 
caracterizada frequentemente por uma 
inflamação linfoplasmocitária, é diagnos-
ticada depois de se ter descartado um 
linforma e outras causas conhecidas de 
enterite crónica. O linfoma de linfócitos T 
do tipo 2associado à enteropatia, caracte-
rizado por linfócitos pequenos, é o linfoma 
intestinal infiltrante mais frequente nos 
gatos e pode apresentar uma morfologia 
semelhante à DII (Norsworthy et al., 2013). 
A DII pode ser associada à hepatite e/ou à 
pancreatite. Num estudo recente com 
21 gatos que sofriam de enterite crónica, 
dos quais foram obtidas amostras de 
biópsia simultâneas do intestino delgado, 
do fígado e do pâncreas, 38 % dos gatos 
com enterite apresentava hepatite simul-
tânea sem pancreatite, 10 % apresentava 
pancreatite simultânea sem hepatite e 5 % 
dos gatos com enterite apresentava infla-
mação simultânea no fígado e no pâncreas 
(Norsworthy et al., 2013). 
TRANSTORNOS 
GASTROINTESTINAIS 
FREQUENTES NOS GATOS
2 Figura 4. Taxas de incidência (TI) específicas por idade e sexo, com extremos superior e inferior 
do intervalo de confiança de 95 % de forma alternativa, de pelo menos um AAV por categoria de 
diagnóstico de pelo menos um AAV por 10 000 GAER (média anual de 126 627 GAER).(Norsworthy 
et al., 2010)
Fêmeas Machos
500
400
300
200
100
0
0<1 1<2 2<3 3<4 4<5 5<6 6<7 7<8 8<9 9<10 10<11 11<12 12<13 >=13
TI
 p
or
 1
0 
00
0 
CY
AR
Gastrointestinal
Categorias de idade
Ainda que se desconheça a causa exata 
da doença inflamatória intestinal (DII), as 
hipóteses atuais sugerem que a DII felina, 
à semelhança da DII nos humanos e nos 
cães, implica interações complexas entre 
fatores ambientais (por ex.: desequilíbrios 
microbianos intestinais, componentes die-
téticos) e o sistema imunitário da mucosa, 
o que dá lugar a uma inflamação crónica 
nos gatos propensos (figura 5) (Jergens 
2012). O objetivo do tratamento para a DII 
foi reduzir a estimulação antigénica no in-
testino e modular a resposta imunitária in-
testinal (Trepanier, 2009). O tratamento de 
gatos com DII inclui diferentes estratégias, 
por exemplo, do tipo nutricional, farmaco-
lógico e o uso de prebióticos e probióticos 
(Jergens, 2012). A estratégia nutricional 
baseia-se em dietas com proteínas novas 
(baixa antigenicidade) ou proteínas hidroli-
sadas para reduzir o risco de reações de hi-
persensibilidade, e/ou complementar com 
nutrientes específicos para compensar a 
alteração na absorção de nutrientes (por 
ex.: vitamina B12). A maioria dos gatos 
responde favoravelmente a estes tipos de 
dietas em alguns dias (Jergens, 2012).
Research
reports
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- 5 -
 » 2.2. PANCREATITE E DOENÇA 
INFLAMATÓRIA MULTIORGÂNICA 
(TRIADITE) FELINAS
A pancreatite é o transtorno mais frequente 
do pâncreas exócrino nos gatos (Xenopulis 
et al., 2008). Um estudo recente demons-
trou a existência de pancreatite em 67 % dos 
casos apresentados para a realização de 
uma autópsia, dos quais 45 % aparentemen-
te estava saudável, o que aumenta as preo-
cupações acerca da importância clínica das 
conclusões histopatológicas de inflamação 
do pâncreas nos gatos, especialmente 
quando eram inflamações ligeiras (DeCock 
et al., 2007). Os dados clínicos indicam que 
a maioria dos casos de pancreatite felina 
continua sem diagnóstico, possivelmente 
devido a um baixo nível de suspeita clínica 
de doença e às limitações dos testes de 
diagnóstico. Nos gatos, a pancreatite 
crónica foi considerada tradicionalmente 
uma afeção mais frequente do que a pan-
creatite aguda e foi referida em 65-89 % de 
todos os casos de pancreatite. Referiram-
se dados simultâneos de pancreatite, quer 
Referiu-se triadite em 50-56 % dos gatos com diagnóstico 
de pancreatite e em 32-50 % dos gatos com colangite/
hepatopatia inflamatória.
aguda quer crónica no mesmo pâncreas 
(pancreatite ativa crónica) em 9,6-44 % dos 
casos. Na grande maioria dos gatos com 
pancreatite não é possível determinar uma 
causa subjacente e a pancreatite é conside-
rada idiopática (Xenoulis e Steiner, 2008). 
A pancreatite nos gatos surge habitualmen-
te com outra doença simultânea noutros 
órgãos, aparelhos ou sistemas do animal. 
As doenças simultâneas são a lipidose he-
pática, hepatopatia inflamatória, obstrução 
biliar, diabetes mellitus, doença inflamató-
ria intestinal, falta de vitaminas (B12/coba-
lamina, folato ou vitamina K), linfoma intes-
tinal, nefrite, tromboembolismo pulmonar e 
derrame pleural e peritoneal. A pancreatite 
nos gatos coexiste muitas vezes com a 
doença inflamatória intestinal (DII), menos 
frequentemente com a doença do canal 
biliar (denominada colangite) e, por vezes, 
com ambas. A doença inflamatória multior-
gânica (também denominada “triadite”) é o 
termo usado para descrever a inflamação 
simultânea do pâncreas, do fígado e do 
intestino delgado. Referiu-se triadite em 
50-56 % dos gatos com diagnóstico de 
pancreatite e em 32-50 % dos gatos com co-
langite/hepatopatia inflamatória. Um diag-
nóstico definitivo de triadite é baseado na 
avaliação histopatológica de cada órgão. No 
entanto, as condições específicas de cada 
órgão que compõem um diagnóstico de tria-
dite continuam por definir. Neste momento 
desconhece-se que doença surge primeiro 
e que papel desempenha na patogenia dos 
outros 2 transtornos. A infeção bacteriana 
e os mecanismos idiopáticos mediados 
pelo sistema imunitário são consideradas 
possíveis causas da inflamação em cada 
órgão que pode intervir no desenvolvimen-
to de triadite. Dada a coexistência frequente 
destas 3 patologias, dever-se-á considerar 
que os gatos com DII e/ou doença biliar 
correm risco de desenvolver pancreatite. 
A pancreatite pode originar lipidose hepáti-
ca, ao mesmo tempo que podem surgir com-
plicações noutras afeções, como a diabetes 
mellitus (Xenoulis et al., 2008; Armstrong e 
Williams, 2012; Simpson 2015). 
A inflamação intestinal crónica na DII felina implica uma interação complexa entre o sistema imunitário da mucosa e a microbiota entérica num hospedeiro 
geneticamente suscetível. Os possíveis fatores genéticos que afetam a função da barreira ou a imunidade inata e adaptativa podem predispor os gatos 
suscetíveis a apresentar sinais gastrointestinais (GI), reações excecionais do hospedeiro e desequilíbrios microbianos (disbiose). É provável que os fatores 
ambientais (fatores dietéticos, componentes, exposição a agentes enteropatogénicos, AINE ou administração de antibióticos, etc.) controlem o início ou a 
reativação da inflamação (reagudizações da doença).
Figura 5. Patogenia proposta da DII felina
Fatores:
- Reações adversas aos alimentos
- Enteropatia que reage a antibióticos
- Linfoma alimentar
Transtornos:
- Sinais gastrointestinais
- Lesões histológicas
- Células imunitárias
- Expressão de MHC II
- Citoquinas da mucosa
- Desequilíbrios na microbiota
Outros fatores ambientais Disbiose
DII felinaImunidade 
inata e 
adaptativa
Função da 
barreira
Temas:
- Inflamação crónica imuno-mediada
- Contribuição da microbiota intestinal
- Resposta terapêutica à dieta e fármacos
A pancreatite nos gatos 
surge habitualmente com 
outra doença simultânea 
noutros órgãos, aparelhos 
ou sistemas do animal.
Research
reports
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- 6 -
 » 2.3. REAÇÕES ADVERSAS 
A ALIMENTOS
As reações adversas a alimentossão de-
finidas como qualquer reação excecional 
após a ingestão de um alimento ou de um 
aditivo alimentar. As reações adversas aos 
ingredientes da dieta são classificadas 
em duas categorias: alergia alimentar ou 
intolerância alimentar. A alergia alimentar 
é uma reação com base imunológica aos 
componentes de um alimento, enquanto 
que a intolerância alimentar é uma reação 
adversa a um alimento, sem nenhuma 
base imunológica. Foram associadas 
reações de hipersensibilidade do tipo I, III 
e IV às alergias alimentares. A maioria dos 
animais com sensibilidade alimentar de-
senvolvem sinais cutâneos, mas também 
podem surgir sinais gastrointestinais, 
respiratórios e neurológicos, bem como 
alguns sinais de conduta anormal, crises 
epiléticas e mal-estar geral (depressão). 
Os sinais gastrointestinais incluem 
vómitos, dor abdominal, fezes líquidas e 
doença inflamatória intestinal, incluindo a 
colite linfoplasmocitária. 
A intervenção alimentar continua a ser o 
método de referência para diagnosticar a 
sensibilidade alimentar. Os exames cutâ-
neos intradérmicos, as análises serológi-
cas in vitro e os exames de sensibilidade 
alimentar gastroscópicos (teste de provo-
cação endoscópico) não são fiáveis para a 
deteção de reações adversas alimentares 
em animais. Las IgE séricas apresentam 
um interesse limitado: 25 % dos gatos sem 
sensibilidade alimentar apresenta testes 
positivos (falso positivo) e apenas 58 % 
dos gatos com sensibilidade alimentar 
tem um resultado positivo (42 % de falsos 
negativos). Além disso, apenas 25 % dos 
gatos com sensibilidade alimentar de-
monstraram concordância entre as IgE e 
o teste de provocação oral (Guilford et al., 
2001; Leistra e Willemse, 2002).
No momento de considerar o tratamento 
dietético das doenças gastrointestinais 
nos gatos devem destacar-se vários con-
ceitos fundamentais.
 » 3.1. FONTES DE PROTEÍNAS 
E HIDRATOS DE CARBONO 
SELECIONADAS
A manipulação da dieta com a seleção de 
fontes de proteínas novas intactas (an-
tígeno baixo) ou proteínas hidrolisadas é 
um primeiro passo crítico no tratamento 
dos sinais gastrointestinais crónicos. 
Quase 50 % dos gatos com sinais gas-
trointestinais idiopáticos, incluindo com 
alterações inflamatórias graves, reagirão 
a uma dieta de eliminação (baseada em 
proteínas novas ou hidrolisadas) com uma 
eficácia elevada; no entanto, apenas 29 % 
destes gatos é diagnosticado com uma 
sensibilidade alimentar real, em função 
da resposta à reintrodução da dieta prévia 
(Guilford et al., 2001). 
TRATAMENTO DIETÉTICO 
DA DIARREIA E/OU DOS 
VÓMITOS NOS FELINOS
3
No caso da pancreatite 
crónica, também são 
de interesse principal 
as dietas de proteínas 
novas e/ou 
hidrolisadas.
 » 2.4. BOLAS DE PELO
O vómito de bolas de pelo é um problema 
frequente nos gatos domésticos, até ao 
ponto de muitos donos considerarem 
que é um comportamento felino normal, 
que não merece atenção veterinária. No 
entanto, também se deve reconhecer que 
a eliminação frequente de bolas de pelo é, 
muitas vezes, um facto indicativo de uma 
ingestão de pelo excessiva (infestação de 
pulgas, doença prurítica, lambedura ex-
cessiva devido a dor ou ansiedade) ou de 
uma doença gastrointestinal subjacente 
(mobilidade gastrointestinal alterada). 
A doença gastrointestinal crónica (DII, 
intolerância alimentar) ou um aumento da 
estimulação do nervo simpático, secundá-
rio para outros fatores como dor crónica e/
ou stress, podem alterar a mobilidade gas-
trointestinal superior (Cannon, 2013). O 
vómito de bolas de pelo > 2 vezes por mês 
justifica a realização de uma exploração 
ecográfica para a deteção de engrossa-
mento do intestino delgado (Norsworthy 
et al., 2013).
O vómito de bolas de pelo 
> 2 vezes por mês 
justifica a realização 
de uma exploração 
ecográfica para 
a deteção de 
engrossamento 
do intestino delgado.
A intervenção alimentar 
continua a ser o método 
de referência para 
diagnosticar 
a sensibilidade alimentar.
Research
reports
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- 7 -
Figura 6. Digestibilidade média de nutrientes e pontuação fecal de Advance Veterinary Diets 
Gastroenteric Sensitive Feline Formula.
Em geral, recomenda-se a administração 
da dieta de eliminação de 4-8 semanas. No 
entanto, os gatos que reagem geralmente 
melhoram mais rapidamente (por vezes 
em 2-3 dias) (Trepanier, 2009; Norsworthy 
et al., 2013). 
No caso da pancreatite crónica, também 
são de interesse principal as dietas de pro-
teínas novas e/ou hidrolisadas. De facto, 
a pancreatite crónica pode vir associada 
à DII e/ou colangite e estes gatos normal-
mente reagem bem às fontes de proteínas 
(novas e/ou hidrolisadas) selecionadas 
(Zoran, 2006). As fontes de proteínas 
novas são selecionadas para minimizar a 
exposição a possíveis alergénios. Os aler-
génios frequentes nos gatos incluem os 
produtos lácteos, vitela e peixe (90 % dos 
casos) e, num menor grau, ovo de galinha, 
frango, porco, milho, borrego, coelho, 
carne de baleia, trigo (Reedy, 1994; White 
e sequoia, 1989; Verlinden et al., 2006; 
Roudebusch, 2013).
Advance Veterinary Diets Gastroenteric 
Sensitive Feline Formula contém proteína 
de peru e ervilha como fonte de proteína 
nova. Estas proteínas novas foram sele-
cionadas em função da sua baixa alergeni-
cidade, digestibilidade elevada, palatabili-
dade elevada e bom perfil de aminoácidos. 
As proteínas hidrolisadas também são 
uma alternativa às proteínas novas. As 
proteínas hidrolisadas são péptidos de 
tamanho pequeno que não produzem 
reação imunológica em comparação com 
a proteína intacta. As proteínas hidroli-
sadas também são adicionadas devido 
à sua elevada digestibilidade. Advance 
Veterinary Diets Gastroenteric Sensitive 
Feline Formula não contém ingredientes 
que possam produzir reações adversas ou 
intolerâncias alimentares nos gatos, como 
milho, trigo, vitela, borrego, frango, ovo, 
peixe, lactose ou glúten.
 » 3.2. NÍVEL MODERADO 
DE GORDURAS
A redução da quantidade de gorduras 
alimentares para tratar a má digestão nos 
gatos foi proposta sobretudo nas doenças 
pancreáticas felinas, a fim de reduzir as 
secreções pancreáticas. No entanto, este 
foco implica normalmente o aumento dos 
hidratos de carbono alimentares, o que 
contradiz a dieta normal felina (Zoran, 
2006). 
Como se referiu anteriormente, nos gatos 
a pancreatite crónica pode vir associada 
à DII e/ou colangite e estes gatos normal-
mente reagem bem a dietas com proteínas 
novas e/ou hidrolisadas, tornando pouco 
útil a restrição rigorosa (Zoran, 2006).
A gordura é uma fonte de calorias concen-
tradas, permitindo a ingestão de quanti-
dades mais pequenas de alimentos para 
manter o fornecimento de energia, o que 
minimiza o trabalho GI e ajuda a controlar 
os sinais clínicos, como o restabelecimen-
to da condição física. A gordura também 
pode melhorar a palatabilidade, o que é im-
portante nos pacientes com transtornos 
digestivos: a ausência de palatabilidade 
de uma dieta baixa em gorduras pode ser 
contraproducente se os animais doentes 
se recusarem a comer (Zoran, 2008). 
Até 23 % de gordura (matéria seca) é bem 
tolerada nos gatos com diarreia crónica 
do intestino delgado ou grosso de origem 
desconhecida ou com DII (Laflamme 2011, 
Zoran, 2008).
Advance Veterinary Diets Gastroenteric 
Sensitive Feline Formula contém 14 % de 
gordura, um nível equilibrado que propor-
ciona energia para compensar a redução 
de ingestão de comida, ao mesmo tempo 
que é adequado para gatos com doenças 
pancreáticas.
Os gatos com 
pancreatite alimentados 
com níveis elevados de 
hidratos de carbono 
tornam-se 
hiperglicémicos 
e desenvolvem diarreia, 
enquanto que as dietas 
com um nível superior 
de gorduras são bem 
toleradas (Michel, 2002).
Matériaseca
86,5
Lí
pi
do
s
100 %
90 %
80 %
70 %
60 %
50 %
40 %
30 %
20 %
10 %
0
89,7
Matéria 
orgânica
93,7
Gordura
92,7
Hidratos 
de carbono
89,2
Pontuação 
fecal*
88,2
Proteína
 (*) Escala de 0 (fezes líquidas) a 100 (fezes muito duras e secas).
Research
reports
AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 7 01/02/2018 13:24
- 8 -
 » 3.3. DIGESTIBILIDADE ELEVADA 
E CONTROLO DAS FEZES
A alta digestibilidade continua a ser um 
pilar fundamental no tratamento dos 
transtornos gastrointestinais felinos res-
ponsáveis pela má digestão e má absor-
ção. Os nutrientes facilmente digestíveis 
são absorvidos mais facilmente no trato 
intestinal e reduzem a diarreia osmótica 
e a produção de gases. Os sinais clínicos, 
como uma pontuação fecal baixa e a perda 
de peso, melhoram quando os animais 
são alimentados com dietas facilmente 
digestíveis. 
Advance Veterinary Diets Gastroenteric 
Sensitive Feline Formula é uma dieta fa-
cilmente digestível (figura 6), que inclui in-
gredientes selecionados facilmente diges-
tíveis, como arroz, proteínas hidrolisadas, 
TCM (triglicéridos de cadeia média) para 
compensar a má digestão dos alimentos e 
facilitar a absorção de nutrientes, fazendo 
com que estejam disponíveis para serem 
usados de imediato. A inclusão de sepiolite, 
um mineral argiloso com propriedades 
absorventes, juntamente com os ingre-
dientes facilmente digestíveis, contribuem 
para a redução do volume de fezes.
 » 3.4. PROTEÇÃO DA BARREIRA 
INTESTINAL
Estudos realizados em cães e gatos 
demonstraram que as doenças gastroin-
testinais agudas e crónicas, incluindo a 
doença inflamatória intestinal (DII), estão 
associadas a alterações no intestino 
delgado e nas comunidades microbianas 
fecais. Os estudos também revelaram 
possíveis suscetibilidades subjacentes 
no sistema imunitário inato de cães e 
Figura 7. Efeitos de um suplemento de scFOS na composição fecal da microflora em gatos 
(representação no estudo) Adaptado de Apper E, 2005.
Lactobacilos; 
Kanakput 
et al., 2011
Bifidobactérias; 
Kanakput et al., 
2011
Bacteroides 
spp.; Sparkes 
et al., 1998
Lactobacilos; 
Sparkes et al., 
1998
11
10
9
8
7
6
5
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Ba
ct
ér
ia
, r
eg
is
to
 1
0 
CF
U/
g 
de
 M
S 
fe
ca
l
A
scFOS puros, % na dieta
E. coli; 
Kanakput 
et al., 2011
C. Perfringens; 
Kanakput 
et al., 2011
C. perfringens; 
Sparkes et al., 
1998
E. coli; 
Sparkes et al., 
1998
11,5
10,5
9,5
8,5
7,5
6,5
5,5
4,5
0 0,2 0,4 0,6 0,8
Ba
ct
ér
ia
, r
eg
is
to
 1
0 
CF
U/
g 
de
 M
S 
fe
ca
l
B
scFOS puros, % na dieta
gatos com EII, demonstrando adicional-
mente a relação complexa que existe 
entre a microflora intestinal e a saúde do 
hospedeiro. As alterações microbianas 
identificadas frequentemente na DII re-
presentam reduções nos grupos bacteria-
nos nos filos Firmicutes e Bacteroidetes, e 
aumentos na Proteobacteia. Além disso, 
uma redução na diversidade dos grupos 
de Clostridium XIVa e IV (por ex.: subgru-
pos Lachnospiraceae e Clostridium coc-
coides) associada à DII sugere que estes 
grupos bacterianos podem desempenhar 
uma função importante na manutenção 
da saúde gastrointestinal (Honneffer 
et al., 2014). 
A alta digestibilidade 
continua a ser um pilar 
fundamental no 
tratamento dos 
transtornos 
gastrointestinais felinos 
responsáveis pela má 
digestão e má absorção.
As doenças 
gastrointestinais 
agudas e crónicas, 
incluindo a doença 
inflamatória intestinal 
(DII), estão associadas 
a alterações no intestino 
delgado e nas 
comunidades 
microbianas fecais.
Research
reports
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- 9 -
Demonstrou-se que o fornecimento extra 
de prebióticos (SC-FOS) modula a flora in-
testinal nos gatos, aumentando o número 
médio de Lactobacilos, bacteroides spp 
e bifidobacterium spp, ao mesmo tempo 
que reduz a E. coli e C. perfrigens (Sparkes 
et al., 1998; Kanakput et al., 2011), melho-
rando potencialmente a saúde intestinal 
(figura 7).
Os ácidos gordos ómega 3do óleo de peixe 
podem ter um efeito benéfico na modula-
ção da inflamação associada à DII.
Advance Veterinary Diets Gastroenteric 
Sensitive Feline Formula contém prebióti-
cos (sc-FOS) e ácidos gordos ómega 3para 
estimular o desenvolvimento da flora 
intestinal benéfica e reduzir a inflamação, 
contribuindo para preservar a saúde do 
trato intestinal.
 » 3.5. FORNECIMENTO EXTRA DE 
VITAMINA B12 (COBALAMINA)
A cobalamina é uma vitamina B solúvel em 
água, com uma função significativa em 
muitas reações bioquímicas (incluindo a 
síntese do ADN e a síntese de metionina 
a partir de homocisteína), assim como em 
reações enzimáticas significativas no ciclo 
do ácido cítrico, onde atua como cofator. A 
falta de cobalamina provoca transtornos 
metabólicos e clínicos significativos. 
Nos gatos, a absorção de cobalamina é 
particularmente complexa e depende prin-
cipalmente da função do pâncreas, bem 
A falta de cobalamina 
provoca transtornos 
metabólicos e clínicos 
significativos. Nos gatos, 
a absorção de 
cobalamina é 
particularmente 
complexa e depende 
principalmente da 
função do pâncreas, 
bem como da saúde da 
mucosa do intestino 
delgado.
Figura 9. Concentrações séricas de cobalamina em 51 cães com hipocobalaminemia, tratados 
com fornecimento extra oral de cobalamina no período basal e após o tratamento. (Toresson 
et al., 2015)
2500
2000
1500
1000
500
0
Período basal Após o tratamento
Co
ba
la
m
in
a 
(n
g/
L)
p<0,0001
Figura 8. Mecanismo de absorção da cobalamina pelos portadores da cobalamina no intestino 
dos carnívoros. (Adaptado de Suchodolski e Steiner, 2003)
Pâncreas
Intestino delgado 
proximal
Intestino 
delgado 
distal
Estômago
Proteína 
dietética
Proteína RCobalamina
Fator 
Intrínseco
Recetor da 
cobalamina
Transcobalamina
Research
reports
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- 10 -
como da saúde da mucosa do intestino 
delgado. Para a sua absorção, a cobalami-
na necessita de uma proteína portadora 
de origem pancreática (fator intrínseco) 
e de um processo mediado pelo recetor 
no íleo. No entanto, estudos em humanos 
demonstraram que aproximadamente 1 % 
da cobalamina livre é absorvida através 
de difusão passiva no intestino, indepen-
dentemente do fator intrínseco (figura 8) 
(Berlin et al., 1968).
Os estudos clínicos 
realizados pela Affinity 
Petcare em gatos com 
diagnóstico de doença 
gastrointestinal 
demonstraram que 
o fornecimento extra 
oral de cobalamina 
durante 1 semana é 
suficiente para 
restabelecer as 
concentrações de 
cobalamina em animais 
hipocobalaminémicos 
(dados internos).
A meia-vida da cobalamina depende da 
absorção intestinal e da circulação ente-
ro-hepática, e a doença gastrointestinal 
dá lugar a uma redução da meia-vida de 
13 dias para 5 dias, o que indica um rea-
bastecimento muito rápido da cobalamina 
em comparação com o de outras espécies 
(Simpson et al., 2001). Esta redução 
rápida da cobalamina circulante no gato 
pode justificar o facto de os gatos serem 
tão suscetíveis à falta de cobalamina. 
O serviço clínico do laboratório gastroin-
testinal da Universidade do Texas A&M 
sugeriu que a falta de cobalamina é uma 
anomalia frequente nos gatos com sinais 
clínicos de doença do trato gastrointesti-
nal. Estes autores referiram uma preva-
lência elevada (60 %) de cobalaminemia 
abaixo do normal (< 900 ng/L) em 80 gatos 
com sintomas de doença gastrointestinal 
(perda de peso, diarreia, vómitos, anorexia 
e engrossamentodos intestinos), bem 
A falta de cobalamina 
é uma anomalia 
frequente nos gatos 
com sinais clínicos 
de doença do trato 
gastrointestinal.
Research
reports
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- 11 -
como uma prevalência elevada (27,4 %) 
de concentrações séricas de cobalamina 
inferiores ao limite inferior do intervalo 
de referência (< 290 ng/L) nos envios de 
2377 amostras séricas de gatos (Ruaux 
et al., 2001). Nos gatos com cobalami-
nemia abaixo do normal foram diagnos-
ticadas doenças gastrointestinais, que 
incluem doença inflamatória intestinal, 
linfoma intestinal, colangiohepatite ou co-
langite e inflamação pancreática (Simpson 
et al., 2001). Sugeriu-se a utilização da 
concentração de cobalamina sérica como 
um marcador de doença gastrointestinal 
subclínica e a inclusão da sua análise na 
avaliação rotineira dos gatos de idade 
avançada (Salas et al., 2014). 
Recomenda-se o fornecimento extra de 
cobalamina a todos os gatos com doença 
gastrointestinal e concentrações de coba-
lamina sérica inferiores a 300 ng/L (Ruaux 
et al., 2005). Atualmente o protocolo reco-
mendado é o fornecimento extra parente-
ral durante 4 semanas, mostrando uma 
normalização dos resultados bioquímicos, 
melhorando o peso corporal e reduzindo 
a frequência da diarreia e dos vómitos 
(Ruaux et al., 2005). A experiência empí-
rica obtida a partir da literatura sugere 
que o fornecimento extra de cobalamina 
em animais com doença gastrointestinal 
e concentrações baixas de cobalamina 
melhora muitas vezes a reação ao trata-
mento da doença (Ruaux et al., 2005).
O fornecimento extra oral foi avaliado 
amplamente em humanos e muito recen-
temente em cães com hipocobalaminemia 
(figura 9), sugerindo que poderia ser tão 
eficaz como a administração parenteral 
no momento de restabelecer as concen-
trações de cobalamina em várias doenças 
(Kuzminski et al., 1998; Castelli et al., 
2011; Baloman et al., 2003; Kim et al., 
2011; Toreson et al., 2015). 
Os estudos clínicos realizados pela Affinity 
Petcare em gatos com diagnóstico de 
doença gastrointestinal demonstraram 
que o fornecimento extra oral de 100 µg/
dia de cobalamina durante 1 semana é 
suficiente para restabelecer as concen-
trações de cobalamina (> 900 ng/L) em 
animais hipocobalaminémicos (< 290 ng/L) 
(figura 10) (dados internos).
Como resultado dos estudos clínicos 
da Affinity, Advance Veterinary Diets 
Gastroenteric Sensitive Feline Formula 
contém um fornecimento extra de co-
balamina que ajuda a restabelecer a 
cobalaminemia nos gatos com doença 
pancreática e do intestino delgado, resul-
tando numa melhoria geral dos sintomas 
gastrointestinais.
3.6. PALATABILIDADE
A perda de apetite e de peso são sinais fre-
quentes nos gatos com transtornos gas-
trointestinais. As estratégias nutricionais 
nestes animais incluem a utilização de 
uma dieta equilibrada, nutricionalmente e 
facilmente digestível, a fim de promover 
a ingestão de alimentos. Isto garantirá 
o fornecimento dos nutrientes que são 
conhecidos como sendo essenciais para 
favorecer o crescimento e a substituição 
das células epiteliais intestinais, ajudando 
a restabelecer a função e a flora intestinal 
(Zoran, 2008).
Advance Veterinary Diets Gastroenteric 
Sensitive Feline Formula foi formulado 
com ingredientes selecionados para ofe-
recer um nível elevado de palatabilidade.
Figura 10. Concentração de cobalamina em 
gatos antes e após a suplementação oral.
Pré-suplementação
Co
ba
la
m
in
em
ia
 (n
g/
L)
Pós-suplementação
1200
1000
800
600
400
200
0
Research
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