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TRATAMENTO DIETÉTICO DA DIARREIA E/OU DOS VÓMITOS NOS FELINOS I. JEUSETTE, PHD, DVM A. SALAS, PHD, DVM C. TORRE, PHD, DVM L. VILASECA, MSC, DVM DEPARTMENT I+D DA AFFINITY PETCARE Os vómitos são um dos sinais clínicos mais frequentes referidos nos gatos examinados em clínicas veterinárias privadas (Lund et al., 1999). Num estudo recente realizado em gatos por uma empresa de seguros na Suécia, as três causas principais de morbilidade felina diziam respeito a traumatismos, doenças gastrointestinais e doenças do trato urinário inferior (figura 1). De igual forma, num inquérito realizado a donos de gatos nos EUA e Austrália, as três doenças prin- cipais referidas eram do tipo dentário, do trato urinário inferior e gastrointestinal/ hepático (Freeman et al., 2006). As causas principais dentro da categoria gastroin- testinal eram semelhantes entre a Suécia e os EUA, onde em 4 % dos diagnósticos eram especificados problemas indefini- dos, como “vómitos” e “diarreia” (Egenvall et al., 2010; Lund et al., 1999). São várias as doenças que podem pro- vocar vómitos e/ou diarreia nos gatos. Alguns dos transtornos mais frequentes são incluídos na tabela 1. Dada a natureza reservada dos gatos, estes sinais clínicos podem passar despercebidos para o dono até o processo patológico se encontrar já numa fase avançada. Além disso, no caso de alguns gatos o dono pode aceitar a doença crónica como uma situação normal, o que parece ser especialmente verdade nos casos de vómitos crónicos ou intermitentes. No entanto, nos gatos com sinais gastrointestinais, sobretudo com perda de peso e vómitos e/ou diar- reia crónicos ou recorrentes, dever-se-ão realizar sempre testes de diagnósticos adequados (Norsworthy et al., 2013). Antes de avaliar o paciente para detetar um transtorno gastrointestinal primário INTRODUÇÃO1 Research reports A RESEARCH UPDATE FOR THE VETERINARIAN FROM AFFINITY PETCARE AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 1 01/02/2018 13:24 - 2 - Figura 1. Causas proporcionais de morbilidade felina (%). Traumatismo Gastrointestinal Vias urinárias inferiores Sinais indefinidos de doença Sistema tegumentar Neoplasia Vias urinárias superiores Oculares Infeção Vias respiratórias superiores Problemas do aparelho locomotor Endócrina Hepáticas, pâncreas 0 % 5 % 10 % 15 % 20 % M orbilidade proporcional (%) Morbilidade proporcional nos gatos para as categorias de diagnóstico, com pelo menos 100 +AAV por ano (média anual de 126,627 GAER). AAV: acontecimento sobre cuidados veterinários; GAER: gatos-ano em risco. (Adaptado de Bergoph e Steiner, 2011; Batchelor et al., 2013) Transtornos gastrointestinais secundários por ex., transtornos hepáticos, pancreáticos, renais, supra- renais, da tiroide; cetoacidose, hipercalcemia, hiperpotassemia, etc. Septicémia, enterotoxemia, etc. Corpo estranho Bolas de pelo Infeção (doenças bacterianas, virais, fúngicas, protozoárias/ parasitárias) por ex., Campylobacter spp, Clostridium spp, E. coli, Panleucopenia, FeLv, FIV, PIF, calicivirose virulenta, helmintos, Giardia spp, Cryptosporidium spp, Tritrichomonas foetus, Histoplasma, Toxoplasma, etc. Transladação dietética / mudança repentina da dieta Intolerância / hipersensibilidade à alimentação Doença inflamatória intestinal (DII) Fármacos ou toxinas por ex. xilazina, medetomidina, AINE, etc. Neoplasia por ex. leucemia, linfoma, tumores intestinais ou gástricos, etc. Transtorno neurológico Tabela 1. Alguns dos transtornos mais frequentes nos gatos que podem induzir sinais clínicos gastrointestinais (vómitos e/ ou diarreia). é crucial descartar outras doenças com sintomas gastrointestinais semelhantes (Tabela 1) (Bergoph e Steiner, 2011). Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 2 01/02/2018 13:24 - 3 - A perda de peso e os vómitos > 2 vezes por mês eram os sinais clínicos mais frequen- tes. 49 % dos gatos (mediana de idade de 11 anos; intervalo de 1 a 16 anos) foram diagnosticados com enterite crónica (muito provavelmente DII). 46 % dos gatos (mediana de idade de 12 anos; intervalo de 8 a 18 anos) foram diagnosticados com linfoma intesti- nal. Por conseguinte, os gatos com < 8 anos de idade apresentavam sobretudo enterite e os gatos com > 8 anos apresentavam sobretudo enterite ou neoplasia (figura 2) (figura 3) (Norsworthy et al., 2013). Este estudo mostra que os transtornos gas- trointestinais são um problema frequente em gatos de idade avançada, o que coincide com as observações realizadas no estudo com gatos segurados da Suécia, no qual a taxa de incidência de transtornos gastroin- testinais aumentou com a idade (figura 4). » 1.1. OS TRANSTORNOS GASTROINTESTINAIS SÃO FREQUENTES NOS GATOS DE IDADE AVANÇADA. Recentemente foi realizado um estudo retrospetivo com 100 gatos domésticos com dono, que apresentavam sinais clíni- cos de vómitos crónicos, diarreia crónica do intestino delgado, perda de peso ou uma combinação destes sintomas, e que tinham realizado uma ecografia e uma laparotomia ou biópsias. A mediana e a média de idade dos 100 gatos era de 11 anos (intervalo de 1 a 18 anos; inter- valo interquartílico de 10 a 14 anos). 34 % tinha entre 12 e 14 anos e 13 % entre 15 e 18 anos; assim, quase metade dos gatos com sinais crónicos tinha > 12 anos. Figura 3. Gráficos de caixas e q-q da distri- buição da idade no momento do diagnóstico de DCID em gatos com enterite e linfoma. Cada caixa representa os quartis centrais (percentis de 25 a 75); a linha horizontal em cada caixa representa a mediana e os q-q representam o intervalo. (Norsworthy et al., 2013) DCID: diarreia crónica do intestino delgado. Os transtornos gastrointestinais são frequentes nos gatos de idade avançada. Quase metade dos gatos com sinais crónicos tinha > 12 anos. Figura 2. Diagnóstico histopatológico de gatos com sinais clínicos de enteropatia crónica, n.º de casos. (Norsworthy et al., 2013) Diagnóstico baseado nos resultados da exploração histológica de amostras do intestino delgado obtidas através de biópsia em 100 gatos com sinais clínicos de enteropatia crónica. (Norsworthy et al., 2013) O número total de gatos é superior a 100 devido à redundância de diagnósticos (isto é, alguns gatos foram classificados como gatos com enterite linfoplasmocitária e com enterite eosinofílica). Enterite n=49 Id ad e do g at o (a no s) Linfoma n=46 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Linfoplasmocitária Neutrofílica Eosinofílica Histiocítica 42 17 7 1 Linfoma* Mastocitoma DIAGNÓSTICO HISTOLÓGICO NORMAL (n=1) 46 31 NEOPLASIA (N.º de casos) ENTERITE (N.º de casos) *Linfoma Microcítico, n=39 (linfócitos T, n=38; linfócitos B, n=1) *Linfoma Linfoblástico n=7 (linfócitos T, n=6; linfócitos B, n=1) Adenocarcinoma ENTERITE (n=49) NEOPLASIA (n=50) Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 3 01/02/2018 13:24 - 4 - A estratégia nutricional baseia-se em dietas com proteínas novas (baixa antigenicidade) ou proteínas hidrolisadas. A doença inflamatória intestinal (DII) e o linfoma de linfócitos T associado à enteropatia são as doenças do intestino delgado mais frequentes nos gatos de idade média e avançada. » 2.1. DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL (DII) E LINFOMA ALIMENTAR FELINO. Nos gatos, a doença do intestino delgado crónica é associada a vómitos crónicos, perda de peso, diarreia crónica do intestino delgado ou uma combinação dos mesmos. Os sinais vão de ligeiros a intensos e qualquer sinal pode ser o motivo principal para realizar uma avaliação (Northworthy2013). A doença inflamatória intestinal (DII) e o linfoma de linfócitos T associado à enteropatia são as doenças do intestino delgado mais frequentes nos gatos de idade média e avançada. Como se indicou anteriormente, a DII pode afetar gatos de qualquer idade, mas o linfoma afeta geralmente gatos com mais de 8 anos. A DII, uma doença inflamatória crónica caracterizada frequentemente por uma inflamação linfoplasmocitária, é diagnos- ticada depois de se ter descartado um linforma e outras causas conhecidas de enterite crónica. O linfoma de linfócitos T do tipo 2associado à enteropatia, caracte- rizado por linfócitos pequenos, é o linfoma intestinal infiltrante mais frequente nos gatos e pode apresentar uma morfologia semelhante à DII (Norsworthy et al., 2013). A DII pode ser associada à hepatite e/ou à pancreatite. Num estudo recente com 21 gatos que sofriam de enterite crónica, dos quais foram obtidas amostras de biópsia simultâneas do intestino delgado, do fígado e do pâncreas, 38 % dos gatos com enterite apresentava hepatite simul- tânea sem pancreatite, 10 % apresentava pancreatite simultânea sem hepatite e 5 % dos gatos com enterite apresentava infla- mação simultânea no fígado e no pâncreas (Norsworthy et al., 2013). TRANSTORNOS GASTROINTESTINAIS FREQUENTES NOS GATOS 2 Figura 4. Taxas de incidência (TI) específicas por idade e sexo, com extremos superior e inferior do intervalo de confiança de 95 % de forma alternativa, de pelo menos um AAV por categoria de diagnóstico de pelo menos um AAV por 10 000 GAER (média anual de 126 627 GAER).(Norsworthy et al., 2010) Fêmeas Machos 500 400 300 200 100 0 0<1 1<2 2<3 3<4 4<5 5<6 6<7 7<8 8<9 9<10 10<11 11<12 12<13 >=13 TI p or 1 0 00 0 CY AR Gastrointestinal Categorias de idade Ainda que se desconheça a causa exata da doença inflamatória intestinal (DII), as hipóteses atuais sugerem que a DII felina, à semelhança da DII nos humanos e nos cães, implica interações complexas entre fatores ambientais (por ex.: desequilíbrios microbianos intestinais, componentes die- téticos) e o sistema imunitário da mucosa, o que dá lugar a uma inflamação crónica nos gatos propensos (figura 5) (Jergens 2012). O objetivo do tratamento para a DII foi reduzir a estimulação antigénica no in- testino e modular a resposta imunitária in- testinal (Trepanier, 2009). O tratamento de gatos com DII inclui diferentes estratégias, por exemplo, do tipo nutricional, farmaco- lógico e o uso de prebióticos e probióticos (Jergens, 2012). A estratégia nutricional baseia-se em dietas com proteínas novas (baixa antigenicidade) ou proteínas hidroli- sadas para reduzir o risco de reações de hi- persensibilidade, e/ou complementar com nutrientes específicos para compensar a alteração na absorção de nutrientes (por ex.: vitamina B12). A maioria dos gatos responde favoravelmente a estes tipos de dietas em alguns dias (Jergens, 2012). Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 4 01/02/2018 13:24 - 5 - » 2.2. PANCREATITE E DOENÇA INFLAMATÓRIA MULTIORGÂNICA (TRIADITE) FELINAS A pancreatite é o transtorno mais frequente do pâncreas exócrino nos gatos (Xenopulis et al., 2008). Um estudo recente demons- trou a existência de pancreatite em 67 % dos casos apresentados para a realização de uma autópsia, dos quais 45 % aparentemen- te estava saudável, o que aumenta as preo- cupações acerca da importância clínica das conclusões histopatológicas de inflamação do pâncreas nos gatos, especialmente quando eram inflamações ligeiras (DeCock et al., 2007). Os dados clínicos indicam que a maioria dos casos de pancreatite felina continua sem diagnóstico, possivelmente devido a um baixo nível de suspeita clínica de doença e às limitações dos testes de diagnóstico. Nos gatos, a pancreatite crónica foi considerada tradicionalmente uma afeção mais frequente do que a pan- creatite aguda e foi referida em 65-89 % de todos os casos de pancreatite. Referiram- se dados simultâneos de pancreatite, quer Referiu-se triadite em 50-56 % dos gatos com diagnóstico de pancreatite e em 32-50 % dos gatos com colangite/ hepatopatia inflamatória. aguda quer crónica no mesmo pâncreas (pancreatite ativa crónica) em 9,6-44 % dos casos. Na grande maioria dos gatos com pancreatite não é possível determinar uma causa subjacente e a pancreatite é conside- rada idiopática (Xenoulis e Steiner, 2008). A pancreatite nos gatos surge habitualmen- te com outra doença simultânea noutros órgãos, aparelhos ou sistemas do animal. As doenças simultâneas são a lipidose he- pática, hepatopatia inflamatória, obstrução biliar, diabetes mellitus, doença inflamató- ria intestinal, falta de vitaminas (B12/coba- lamina, folato ou vitamina K), linfoma intes- tinal, nefrite, tromboembolismo pulmonar e derrame pleural e peritoneal. A pancreatite nos gatos coexiste muitas vezes com a doença inflamatória intestinal (DII), menos frequentemente com a doença do canal biliar (denominada colangite) e, por vezes, com ambas. A doença inflamatória multior- gânica (também denominada “triadite”) é o termo usado para descrever a inflamação simultânea do pâncreas, do fígado e do intestino delgado. Referiu-se triadite em 50-56 % dos gatos com diagnóstico de pancreatite e em 32-50 % dos gatos com co- langite/hepatopatia inflamatória. Um diag- nóstico definitivo de triadite é baseado na avaliação histopatológica de cada órgão. No entanto, as condições específicas de cada órgão que compõem um diagnóstico de tria- dite continuam por definir. Neste momento desconhece-se que doença surge primeiro e que papel desempenha na patogenia dos outros 2 transtornos. A infeção bacteriana e os mecanismos idiopáticos mediados pelo sistema imunitário são consideradas possíveis causas da inflamação em cada órgão que pode intervir no desenvolvimen- to de triadite. Dada a coexistência frequente destas 3 patologias, dever-se-á considerar que os gatos com DII e/ou doença biliar correm risco de desenvolver pancreatite. A pancreatite pode originar lipidose hepáti- ca, ao mesmo tempo que podem surgir com- plicações noutras afeções, como a diabetes mellitus (Xenoulis et al., 2008; Armstrong e Williams, 2012; Simpson 2015). A inflamação intestinal crónica na DII felina implica uma interação complexa entre o sistema imunitário da mucosa e a microbiota entérica num hospedeiro geneticamente suscetível. Os possíveis fatores genéticos que afetam a função da barreira ou a imunidade inata e adaptativa podem predispor os gatos suscetíveis a apresentar sinais gastrointestinais (GI), reações excecionais do hospedeiro e desequilíbrios microbianos (disbiose). É provável que os fatores ambientais (fatores dietéticos, componentes, exposição a agentes enteropatogénicos, AINE ou administração de antibióticos, etc.) controlem o início ou a reativação da inflamação (reagudizações da doença). Figura 5. Patogenia proposta da DII felina Fatores: - Reações adversas aos alimentos - Enteropatia que reage a antibióticos - Linfoma alimentar Transtornos: - Sinais gastrointestinais - Lesões histológicas - Células imunitárias - Expressão de MHC II - Citoquinas da mucosa - Desequilíbrios na microbiota Outros fatores ambientais Disbiose DII felinaImunidade inata e adaptativa Função da barreira Temas: - Inflamação crónica imuno-mediada - Contribuição da microbiota intestinal - Resposta terapêutica à dieta e fármacos A pancreatite nos gatos surge habitualmente com outra doença simultânea noutros órgãos, aparelhos ou sistemas do animal. Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 5 01/02/2018 13:24 - 6 - » 2.3. REAÇÕES ADVERSAS A ALIMENTOS As reações adversas a alimentossão de- finidas como qualquer reação excecional após a ingestão de um alimento ou de um aditivo alimentar. As reações adversas aos ingredientes da dieta são classificadas em duas categorias: alergia alimentar ou intolerância alimentar. A alergia alimentar é uma reação com base imunológica aos componentes de um alimento, enquanto que a intolerância alimentar é uma reação adversa a um alimento, sem nenhuma base imunológica. Foram associadas reações de hipersensibilidade do tipo I, III e IV às alergias alimentares. A maioria dos animais com sensibilidade alimentar de- senvolvem sinais cutâneos, mas também podem surgir sinais gastrointestinais, respiratórios e neurológicos, bem como alguns sinais de conduta anormal, crises epiléticas e mal-estar geral (depressão). Os sinais gastrointestinais incluem vómitos, dor abdominal, fezes líquidas e doença inflamatória intestinal, incluindo a colite linfoplasmocitária. A intervenção alimentar continua a ser o método de referência para diagnosticar a sensibilidade alimentar. Os exames cutâ- neos intradérmicos, as análises serológi- cas in vitro e os exames de sensibilidade alimentar gastroscópicos (teste de provo- cação endoscópico) não são fiáveis para a deteção de reações adversas alimentares em animais. Las IgE séricas apresentam um interesse limitado: 25 % dos gatos sem sensibilidade alimentar apresenta testes positivos (falso positivo) e apenas 58 % dos gatos com sensibilidade alimentar tem um resultado positivo (42 % de falsos negativos). Além disso, apenas 25 % dos gatos com sensibilidade alimentar de- monstraram concordância entre as IgE e o teste de provocação oral (Guilford et al., 2001; Leistra e Willemse, 2002). No momento de considerar o tratamento dietético das doenças gastrointestinais nos gatos devem destacar-se vários con- ceitos fundamentais. » 3.1. FONTES DE PROTEÍNAS E HIDRATOS DE CARBONO SELECIONADAS A manipulação da dieta com a seleção de fontes de proteínas novas intactas (an- tígeno baixo) ou proteínas hidrolisadas é um primeiro passo crítico no tratamento dos sinais gastrointestinais crónicos. Quase 50 % dos gatos com sinais gas- trointestinais idiopáticos, incluindo com alterações inflamatórias graves, reagirão a uma dieta de eliminação (baseada em proteínas novas ou hidrolisadas) com uma eficácia elevada; no entanto, apenas 29 % destes gatos é diagnosticado com uma sensibilidade alimentar real, em função da resposta à reintrodução da dieta prévia (Guilford et al., 2001). TRATAMENTO DIETÉTICO DA DIARREIA E/OU DOS VÓMITOS NOS FELINOS 3 No caso da pancreatite crónica, também são de interesse principal as dietas de proteínas novas e/ou hidrolisadas. » 2.4. BOLAS DE PELO O vómito de bolas de pelo é um problema frequente nos gatos domésticos, até ao ponto de muitos donos considerarem que é um comportamento felino normal, que não merece atenção veterinária. No entanto, também se deve reconhecer que a eliminação frequente de bolas de pelo é, muitas vezes, um facto indicativo de uma ingestão de pelo excessiva (infestação de pulgas, doença prurítica, lambedura ex- cessiva devido a dor ou ansiedade) ou de uma doença gastrointestinal subjacente (mobilidade gastrointestinal alterada). A doença gastrointestinal crónica (DII, intolerância alimentar) ou um aumento da estimulação do nervo simpático, secundá- rio para outros fatores como dor crónica e/ ou stress, podem alterar a mobilidade gas- trointestinal superior (Cannon, 2013). O vómito de bolas de pelo > 2 vezes por mês justifica a realização de uma exploração ecográfica para a deteção de engrossa- mento do intestino delgado (Norsworthy et al., 2013). O vómito de bolas de pelo > 2 vezes por mês justifica a realização de uma exploração ecográfica para a deteção de engrossamento do intestino delgado. A intervenção alimentar continua a ser o método de referência para diagnosticar a sensibilidade alimentar. Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 6 01/02/2018 13:24 - 7 - Figura 6. Digestibilidade média de nutrientes e pontuação fecal de Advance Veterinary Diets Gastroenteric Sensitive Feline Formula. Em geral, recomenda-se a administração da dieta de eliminação de 4-8 semanas. No entanto, os gatos que reagem geralmente melhoram mais rapidamente (por vezes em 2-3 dias) (Trepanier, 2009; Norsworthy et al., 2013). No caso da pancreatite crónica, também são de interesse principal as dietas de pro- teínas novas e/ou hidrolisadas. De facto, a pancreatite crónica pode vir associada à DII e/ou colangite e estes gatos normal- mente reagem bem às fontes de proteínas (novas e/ou hidrolisadas) selecionadas (Zoran, 2006). As fontes de proteínas novas são selecionadas para minimizar a exposição a possíveis alergénios. Os aler- génios frequentes nos gatos incluem os produtos lácteos, vitela e peixe (90 % dos casos) e, num menor grau, ovo de galinha, frango, porco, milho, borrego, coelho, carne de baleia, trigo (Reedy, 1994; White e sequoia, 1989; Verlinden et al., 2006; Roudebusch, 2013). Advance Veterinary Diets Gastroenteric Sensitive Feline Formula contém proteína de peru e ervilha como fonte de proteína nova. Estas proteínas novas foram sele- cionadas em função da sua baixa alergeni- cidade, digestibilidade elevada, palatabili- dade elevada e bom perfil de aminoácidos. As proteínas hidrolisadas também são uma alternativa às proteínas novas. As proteínas hidrolisadas são péptidos de tamanho pequeno que não produzem reação imunológica em comparação com a proteína intacta. As proteínas hidroli- sadas também são adicionadas devido à sua elevada digestibilidade. Advance Veterinary Diets Gastroenteric Sensitive Feline Formula não contém ingredientes que possam produzir reações adversas ou intolerâncias alimentares nos gatos, como milho, trigo, vitela, borrego, frango, ovo, peixe, lactose ou glúten. » 3.2. NÍVEL MODERADO DE GORDURAS A redução da quantidade de gorduras alimentares para tratar a má digestão nos gatos foi proposta sobretudo nas doenças pancreáticas felinas, a fim de reduzir as secreções pancreáticas. No entanto, este foco implica normalmente o aumento dos hidratos de carbono alimentares, o que contradiz a dieta normal felina (Zoran, 2006). Como se referiu anteriormente, nos gatos a pancreatite crónica pode vir associada à DII e/ou colangite e estes gatos normal- mente reagem bem a dietas com proteínas novas e/ou hidrolisadas, tornando pouco útil a restrição rigorosa (Zoran, 2006). A gordura é uma fonte de calorias concen- tradas, permitindo a ingestão de quanti- dades mais pequenas de alimentos para manter o fornecimento de energia, o que minimiza o trabalho GI e ajuda a controlar os sinais clínicos, como o restabelecimen- to da condição física. A gordura também pode melhorar a palatabilidade, o que é im- portante nos pacientes com transtornos digestivos: a ausência de palatabilidade de uma dieta baixa em gorduras pode ser contraproducente se os animais doentes se recusarem a comer (Zoran, 2008). Até 23 % de gordura (matéria seca) é bem tolerada nos gatos com diarreia crónica do intestino delgado ou grosso de origem desconhecida ou com DII (Laflamme 2011, Zoran, 2008). Advance Veterinary Diets Gastroenteric Sensitive Feline Formula contém 14 % de gordura, um nível equilibrado que propor- ciona energia para compensar a redução de ingestão de comida, ao mesmo tempo que é adequado para gatos com doenças pancreáticas. Os gatos com pancreatite alimentados com níveis elevados de hidratos de carbono tornam-se hiperglicémicos e desenvolvem diarreia, enquanto que as dietas com um nível superior de gorduras são bem toleradas (Michel, 2002). Matériaseca 86,5 Lí pi do s 100 % 90 % 80 % 70 % 60 % 50 % 40 % 30 % 20 % 10 % 0 89,7 Matéria orgânica 93,7 Gordura 92,7 Hidratos de carbono 89,2 Pontuação fecal* 88,2 Proteína (*) Escala de 0 (fezes líquidas) a 100 (fezes muito duras e secas). Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 7 01/02/2018 13:24 - 8 - » 3.3. DIGESTIBILIDADE ELEVADA E CONTROLO DAS FEZES A alta digestibilidade continua a ser um pilar fundamental no tratamento dos transtornos gastrointestinais felinos res- ponsáveis pela má digestão e má absor- ção. Os nutrientes facilmente digestíveis são absorvidos mais facilmente no trato intestinal e reduzem a diarreia osmótica e a produção de gases. Os sinais clínicos, como uma pontuação fecal baixa e a perda de peso, melhoram quando os animais são alimentados com dietas facilmente digestíveis. Advance Veterinary Diets Gastroenteric Sensitive Feline Formula é uma dieta fa- cilmente digestível (figura 6), que inclui in- gredientes selecionados facilmente diges- tíveis, como arroz, proteínas hidrolisadas, TCM (triglicéridos de cadeia média) para compensar a má digestão dos alimentos e facilitar a absorção de nutrientes, fazendo com que estejam disponíveis para serem usados de imediato. A inclusão de sepiolite, um mineral argiloso com propriedades absorventes, juntamente com os ingre- dientes facilmente digestíveis, contribuem para a redução do volume de fezes. » 3.4. PROTEÇÃO DA BARREIRA INTESTINAL Estudos realizados em cães e gatos demonstraram que as doenças gastroin- testinais agudas e crónicas, incluindo a doença inflamatória intestinal (DII), estão associadas a alterações no intestino delgado e nas comunidades microbianas fecais. Os estudos também revelaram possíveis suscetibilidades subjacentes no sistema imunitário inato de cães e Figura 7. Efeitos de um suplemento de scFOS na composição fecal da microflora em gatos (representação no estudo) Adaptado de Apper E, 2005. Lactobacilos; Kanakput et al., 2011 Bifidobactérias; Kanakput et al., 2011 Bacteroides spp.; Sparkes et al., 1998 Lactobacilos; Sparkes et al., 1998 11 10 9 8 7 6 5 0 0,2 0,4 0,6 0,8 Ba ct ér ia , r eg is to 1 0 CF U/ g de M S fe ca l A scFOS puros, % na dieta E. coli; Kanakput et al., 2011 C. Perfringens; Kanakput et al., 2011 C. perfringens; Sparkes et al., 1998 E. coli; Sparkes et al., 1998 11,5 10,5 9,5 8,5 7,5 6,5 5,5 4,5 0 0,2 0,4 0,6 0,8 Ba ct ér ia , r eg is to 1 0 CF U/ g de M S fe ca l B scFOS puros, % na dieta gatos com EII, demonstrando adicional- mente a relação complexa que existe entre a microflora intestinal e a saúde do hospedeiro. As alterações microbianas identificadas frequentemente na DII re- presentam reduções nos grupos bacteria- nos nos filos Firmicutes e Bacteroidetes, e aumentos na Proteobacteia. Além disso, uma redução na diversidade dos grupos de Clostridium XIVa e IV (por ex.: subgru- pos Lachnospiraceae e Clostridium coc- coides) associada à DII sugere que estes grupos bacterianos podem desempenhar uma função importante na manutenção da saúde gastrointestinal (Honneffer et al., 2014). A alta digestibilidade continua a ser um pilar fundamental no tratamento dos transtornos gastrointestinais felinos responsáveis pela má digestão e má absorção. As doenças gastrointestinais agudas e crónicas, incluindo a doença inflamatória intestinal (DII), estão associadas a alterações no intestino delgado e nas comunidades microbianas fecais. Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 8 01/02/2018 13:24 - 9 - Demonstrou-se que o fornecimento extra de prebióticos (SC-FOS) modula a flora in- testinal nos gatos, aumentando o número médio de Lactobacilos, bacteroides spp e bifidobacterium spp, ao mesmo tempo que reduz a E. coli e C. perfrigens (Sparkes et al., 1998; Kanakput et al., 2011), melho- rando potencialmente a saúde intestinal (figura 7). Os ácidos gordos ómega 3do óleo de peixe podem ter um efeito benéfico na modula- ção da inflamação associada à DII. Advance Veterinary Diets Gastroenteric Sensitive Feline Formula contém prebióti- cos (sc-FOS) e ácidos gordos ómega 3para estimular o desenvolvimento da flora intestinal benéfica e reduzir a inflamação, contribuindo para preservar a saúde do trato intestinal. » 3.5. FORNECIMENTO EXTRA DE VITAMINA B12 (COBALAMINA) A cobalamina é uma vitamina B solúvel em água, com uma função significativa em muitas reações bioquímicas (incluindo a síntese do ADN e a síntese de metionina a partir de homocisteína), assim como em reações enzimáticas significativas no ciclo do ácido cítrico, onde atua como cofator. A falta de cobalamina provoca transtornos metabólicos e clínicos significativos. Nos gatos, a absorção de cobalamina é particularmente complexa e depende prin- cipalmente da função do pâncreas, bem A falta de cobalamina provoca transtornos metabólicos e clínicos significativos. Nos gatos, a absorção de cobalamina é particularmente complexa e depende principalmente da função do pâncreas, bem como da saúde da mucosa do intestino delgado. Figura 9. Concentrações séricas de cobalamina em 51 cães com hipocobalaminemia, tratados com fornecimento extra oral de cobalamina no período basal e após o tratamento. (Toresson et al., 2015) 2500 2000 1500 1000 500 0 Período basal Após o tratamento Co ba la m in a (n g/ L) p<0,0001 Figura 8. Mecanismo de absorção da cobalamina pelos portadores da cobalamina no intestino dos carnívoros. (Adaptado de Suchodolski e Steiner, 2003) Pâncreas Intestino delgado proximal Intestino delgado distal Estômago Proteína dietética Proteína RCobalamina Fator Intrínseco Recetor da cobalamina Transcobalamina Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 9 01/02/2018 13:24 - 10 - como da saúde da mucosa do intestino delgado. Para a sua absorção, a cobalami- na necessita de uma proteína portadora de origem pancreática (fator intrínseco) e de um processo mediado pelo recetor no íleo. No entanto, estudos em humanos demonstraram que aproximadamente 1 % da cobalamina livre é absorvida através de difusão passiva no intestino, indepen- dentemente do fator intrínseco (figura 8) (Berlin et al., 1968). Os estudos clínicos realizados pela Affinity Petcare em gatos com diagnóstico de doença gastrointestinal demonstraram que o fornecimento extra oral de cobalamina durante 1 semana é suficiente para restabelecer as concentrações de cobalamina em animais hipocobalaminémicos (dados internos). A meia-vida da cobalamina depende da absorção intestinal e da circulação ente- ro-hepática, e a doença gastrointestinal dá lugar a uma redução da meia-vida de 13 dias para 5 dias, o que indica um rea- bastecimento muito rápido da cobalamina em comparação com o de outras espécies (Simpson et al., 2001). Esta redução rápida da cobalamina circulante no gato pode justificar o facto de os gatos serem tão suscetíveis à falta de cobalamina. O serviço clínico do laboratório gastroin- testinal da Universidade do Texas A&M sugeriu que a falta de cobalamina é uma anomalia frequente nos gatos com sinais clínicos de doença do trato gastrointesti- nal. Estes autores referiram uma preva- lência elevada (60 %) de cobalaminemia abaixo do normal (< 900 ng/L) em 80 gatos com sintomas de doença gastrointestinal (perda de peso, diarreia, vómitos, anorexia e engrossamentodos intestinos), bem A falta de cobalamina é uma anomalia frequente nos gatos com sinais clínicos de doença do trato gastrointestinal. Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 10 01/02/2018 13:24 - 11 - como uma prevalência elevada (27,4 %) de concentrações séricas de cobalamina inferiores ao limite inferior do intervalo de referência (< 290 ng/L) nos envios de 2377 amostras séricas de gatos (Ruaux et al., 2001). Nos gatos com cobalami- nemia abaixo do normal foram diagnos- ticadas doenças gastrointestinais, que incluem doença inflamatória intestinal, linfoma intestinal, colangiohepatite ou co- langite e inflamação pancreática (Simpson et al., 2001). Sugeriu-se a utilização da concentração de cobalamina sérica como um marcador de doença gastrointestinal subclínica e a inclusão da sua análise na avaliação rotineira dos gatos de idade avançada (Salas et al., 2014). Recomenda-se o fornecimento extra de cobalamina a todos os gatos com doença gastrointestinal e concentrações de coba- lamina sérica inferiores a 300 ng/L (Ruaux et al., 2005). Atualmente o protocolo reco- mendado é o fornecimento extra parente- ral durante 4 semanas, mostrando uma normalização dos resultados bioquímicos, melhorando o peso corporal e reduzindo a frequência da diarreia e dos vómitos (Ruaux et al., 2005). A experiência empí- rica obtida a partir da literatura sugere que o fornecimento extra de cobalamina em animais com doença gastrointestinal e concentrações baixas de cobalamina melhora muitas vezes a reação ao trata- mento da doença (Ruaux et al., 2005). O fornecimento extra oral foi avaliado amplamente em humanos e muito recen- temente em cães com hipocobalaminemia (figura 9), sugerindo que poderia ser tão eficaz como a administração parenteral no momento de restabelecer as concen- trações de cobalamina em várias doenças (Kuzminski et al., 1998; Castelli et al., 2011; Baloman et al., 2003; Kim et al., 2011; Toreson et al., 2015). Os estudos clínicos realizados pela Affinity Petcare em gatos com diagnóstico de doença gastrointestinal demonstraram que o fornecimento extra oral de 100 µg/ dia de cobalamina durante 1 semana é suficiente para restabelecer as concen- trações de cobalamina (> 900 ng/L) em animais hipocobalaminémicos (< 290 ng/L) (figura 10) (dados internos). Como resultado dos estudos clínicos da Affinity, Advance Veterinary Diets Gastroenteric Sensitive Feline Formula contém um fornecimento extra de co- balamina que ajuda a restabelecer a cobalaminemia nos gatos com doença pancreática e do intestino delgado, resul- tando numa melhoria geral dos sintomas gastrointestinais. 3.6. PALATABILIDADE A perda de apetite e de peso são sinais fre- quentes nos gatos com transtornos gas- trointestinais. As estratégias nutricionais nestes animais incluem a utilização de uma dieta equilibrada, nutricionalmente e facilmente digestível, a fim de promover a ingestão de alimentos. Isto garantirá o fornecimento dos nutrientes que são conhecidos como sendo essenciais para favorecer o crescimento e a substituição das células epiteliais intestinais, ajudando a restabelecer a função e a flora intestinal (Zoran, 2008). Advance Veterinary Diets Gastroenteric Sensitive Feline Formula foi formulado com ingredientes selecionados para ofe- recer um nível elevado de palatabilidade. Figura 10. Concentração de cobalamina em gatos antes e após a suplementação oral. Pré-suplementação Co ba la m in em ia (n g/ L) Pós-suplementação 1200 1000 800 600 400 200 0 Research reports AAFF_fldr_AFFINITY_RR_Gastro_A4_12p_260216b_PT.indd 11 01/02/2018 13:24 To request the bibliography, register at www.advanceveterinary.com Siga-nos no Twitter @vetsaffinity Jergens AE. Feline Idiopathic Inflammatory Bowel Disease: What we know and what remains to be unraveled. 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