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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE DIREITO ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – Problema apresentado Nirelaine Simitino comprou um celular muito moderno que depois de algum tempo apresentou problema na bateria. Ela se dirigiu à assistência técnica da marca e foi informada que deveria deixar o celular para ser encaminhado ao fabricante para análise do problema. Nirelaine não concordou em ficar sem o celular, embora a assistência técnica garantisse que estava agindo em conformidade com o disposto no artigo 18, parágrafo 1º da Lei 8.078, de 1990. Ela então se dirigiu a uma barraca de venda de produtos importados e comprou uma bateria nova, bem barata, que o vendedor afirmou que serviria para o modelo de celular dela. Nirelaine substituiu a bateria e continuou usando o aparelho celular que, uma semana depois, explodiu causando a destruição do próprio aparelho e de bens que estavam próximos ao local do acidente. Ela ingressou com uma ação contra o fabricante do celular e não teve êxito na causa. As atividades que o grupo deverá realizar são: Estudar a responsabilidade pelo fato do produto e do serviço à luz do disposto na Lei 8.078, de 1990. Redigir um texto com a fundamentação que possivelmente tenha sido utilizada pelo magistrado de primeira instância que negou o pedido da consumidora. O texto para resposta dos itens anteriores deverá ter no mínimo 30 e no máximo 40 linhas. O Grupo deverá mencionar as obras consultadas para atender a pesquisa determinada no item 01. – Parecer jurídico do grupo Precipuamente o fato do produto ou do serviço, é previsto nos artigos 12 “us que” 17 do CDC, sendo aquele que se configura toda vez que o defeito, além de atingir a incolumidade econômica do consumidor, atinge também a sua incolumidade física ou psíquica, caracterizando danos à saúde física ou psicológica do consumidor, ou seja, o fato do produto ou do serviço desencadeia um dano que extrapola a órbita do próprio produto ou serviço, no qual reclama a ocorrência de riscos a saúde ou segurança do consumidor ou de terceiros. No caso em comento, a consumidora adquiriu determinado aparelho celular e posteriormente verificou a existência de “vício do produto” já que o aparelho supra não atendia sua finalidade exclusiva, qual seja atingir certo tempo de uso para que suas funções fossem usufruídas pela consumidora. Entretanto, após contato com o fabricante, este informou que o aparelho deveria ficar sob os cuidados da assistência técnica para verificação do problema apresentado. Assim, é sabido através da leitura do art.18 que o fornecedor terá prazo de no máximo de 30 (trinta) dias para tentar consertar o vício, salvo em casos de estipulação entre as partes versando sobre redução ou ampliação de tal prazo e em casos de produtos essenciais, o qual não é o caso comentado. Diante da negativa da consumadora em aguardar o prazo legal, adquiriu uma bateria que supostamente era do modelo de se celular e decorrido uma semana o aparelho explodiu causando riscos expressivos à consumidora, que ingressou com ação contra o fabricante para pleitear indenização. Pois bem, a decisão proferida pelo MM.Juiz está absolutamente correta ao ser indeferida, já que o artigo 12,§3º, inc.III é taxativo, vejamos: Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. § 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Posto isto, é nítido que a consumidora teve culpa ao trocar a bateria do aparelho de telefonia por outra, sem disponibilizar o mesmo para o fabricante, cabendo a este provar que não teve acesso no aparelho para nenhum tipo de reparo, estando desobrigado então, de ressarcir quaisquer danos na esfera cível, observado a exclusão de responsabilidade nos termos do art.12, §3, III do CDC. Por fim, importante mencionar que o consumidor em casos em que se encontra nas mesmo situações como a do caso discutido deve obter o conhecimento da legislação com o profissional habilitado ou com o PROCON, pois caso tivesse concedido o produto para o fabricante e este não reparasse no prazo legal, estaria obrigado a reparar tais danos em caso de fato do produto, ou em caso de vício aderir ao disposto no artigo 18, §1º do CDC, além de formular do pedido da inversão do ônus da prova, observado a verossimilhança das alegações e a hipossufiência. – Bibliografia MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Manual do consumidor em juízo. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. https://www.tjdft.jus.br/consultas/consultas-processos-fisicos/jurisprudencia/jurisprudenciaem-foco/cdc-na-visao-do-tjdft-1/responsabilidade-civil-no-cdc/fato-do-produto-e-doservico
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