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Universidade Federal do Triângulo Mineiro Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas – ICTE GABRIEL DO NASCIMENTO FERRÃO LORENA DIVINA BORGES RAUL HENRIQUE GALASSI PADOVAN RENAN GARRIDO HIPOLITO ROBERTO BITENCOURTH LEAL SILVA Projeto de Sistema de Esgotamento Sanitário para Região localizada no Município de Chapecó, Santa Catarina ETAPA 1 Uberaba – MG 2018 GABRIEL DO NASCIMENTO FERRÃO LORENA DIVINA BORGES RAUL HENRIQUE GALASSI PADOVAN RENAN GARRIDO HIPOLITO ROBERTO BITENCOURTH LEAL SILVA Projeto de Sistema de Esgotamento Sanitário para Região localizada no Município de Chapecó, Santa Catarina ETAPA 1 Trabalho apresentado como parte integrante para aprovação na disciplina de Sistemas Hidráulicos e Sanitários II do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Profª: Andreza Simões. Uberaba – MG 2018 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4 2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 6 3 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 7 3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 7 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 7 4 ESTUDOS DE CONCEPÇÃO ............................................................................................. 8 4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS .......................................................................................... 8 4.1.1 Localização ....................................................................................................................... 9 4.1.2 Uso e Ocupação do Solo .................................................................................................. 9 4.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS ........................................................................................ 10 4.2.1 Clima ............................................................................................................................... 10 4.2.2 Vegetação ........................................................................................................................ 12 4.2.3 Hidrografia ..................................................................................................................... 13 4.2.4 Geologia .......................................................................................................................... 16 4.2.5 Relevo e topografia ........................................................................................................ 17 4.3 CARACTERÍSTICAS SÓCIOECONÔMICAS ................................................................ 18 4.3.1 Saúde ............................................................................................................................... 18 4.3.2 Meio Ambiente ............................................................................................................... 19 4.3.2.1 Área de Preservação Permanente..................................................................................19 4.3.2.2 Gerenciamento de Resíduos Sólidos.............................................................................21 4.3.2.3 Abastecimento de Água................................................................................................23 4.3.2.4 Sistema de Esgotamento Sanitário................................................................................23 4.3.3 Turismo .......................................................................................................................... 23 4.3.4 Economia ........................................................................................................................ 24 4.3.5 Educação ........................................................................................................................ 24 4.3.6 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH) .............................................. 25 4.3.7 Vias de Acesso ................................................................................................................ 25 4.3.8 Energia ............................................................................................................................ 26 4.3.9 Comunicação .................................................................................................................. 26 4.4 CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS ....................................................................... 27 4.4.1 Evolução da População ................................................................................................. 27 4.4.2 Projeção Populacional ................................................................................................... 28 4.5 CARACTERÍSTICAS POLÍTICAS .................................................................................. 32 4.6 SISTEMA DE ABASTECIMENTO ATUAL ................................................................... 32 4.6.1 Sistema de Abastecimento de Água ............................................................................. 32 4.6.2 Sistema de Esgotamento Sanitário ............................................................................... 35 4.6.3 Indicadores ..................................................................................................................... 38 4.6.4 Demandas estimadas para esgotamento sanitário ...................................................... 39 4.6.5 Síntese do diagnóstico e considerações ........................................................................ 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 44 ANEXO 1.................................................................................................................................45 4 1 INTRODUÇÃO O esgotamento sanitário, segundo definição da norma brasileira NBR 9648 (ABNT, 1986) é o “despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária”. As ações de saneamento básico compreendem, principalmente, o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário e o manejo adequado das águas pluviais e dos resíduos sólidos. Essas ações integradas são indispensáveis para que várias enfermidades não ocorram em uma comunidade. Muitas doenças são veiculadas a partir de fezes humanas e podem ser transmitidas de uma pessoa doente para uma sadia por meio da água ou pelo contato com o ambiente contaminado por dejetos. O Brasil é um país com profunda desigualdade social, que torna um desafio as ações de promoção da saúde. Infelizmente, ainda é precário no Brasil o atendimento à população por serviços de saneamento básico, especialmente o esgotamento sanitário. A maior parte da água tratada que abastece uma residência retornará do imóvel na forma de água servida, cujo nome é esgoto. Essa água foi utilizada para diversos fins, como por exemplo: tomar banho, lavar louças e roupas, escovar os dentes, dar descarga etc e teve suas características alteradas, por isso é muito importante que o esgoto passe por um processo de tratamentopara que se devolva à natureza um líquido que não polua ou contamine o meio ambiente. O esgoto é uma mistura de água e matéria orgânica (fezes, urina e água do serviço doméstico), 99 % do volume do esgoto pode ser água e 1% ou mais, pode ser de matéria orgânica e o objetivo principal do tratamento de esgoto é desfazer essa mistura. Quando o imóvel não possui rede coletora de esgoto é comum a população utilizar fossa séptica ou ligar direto na rede pluvial (que coleta apenas água de chuvas) ou descartar o esgoto diretamente em valões, córregos, rios e praias, porém esta ação contribui para agravamento e contaminação do meio ambiente e da saúde. As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e a transformação físico-química da matéria sólida contida no esgoto. É uma maneira simples e barata de disposição dos esgotos indicada, sobretudo, para a zona rural ou residências isoladas. Todavia, o tratamento não é completo como numa estação de tratamento de esgotos. A destinação adequada dos esgotos se inicia dentro de nossa casa, quando esta é construída com as instalações hidro sanitárias, que compreende a rede de 5 tubulação interna da casa e as peças sanitárias (bacia, chuveiros e pias) que recebem as águas servidas e as levam até a tubulação de saída do ramal predial. 6 2 JUSTIFICATIVA No século passado, desde a década de 1950 até o seu final, o investimento em saneamento básico no Brasil ocorreu pontualmente em alguns períodos específicos, com um destaque para as décadas de 1970 e 1980, quando existia um “predomínio da visão de que avanços nas áreas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário nos países em desenvolvimento resultariam na redução das taxas de mortalidade” (Soares, Bernardes e Cordeiro Netto, 2002:1715) Atualmente, o setor tem recebido maior atenção governamental e existe uma quantidade significativa de recursos a serem investidos. No entanto, esses investimentos devem, além de gerar os benefícios já esperados quanto à melhoria da qualidade da água e dos índices de saúde pública, atender aos padrões mínimos de qualidade, sendo definidos pela legislação específica do setor, com a finalidade de garantir a sustentabilidade dos mesmos (SNIS, 2007). Diante desse contexto, estudaremos o esgotamento sanitário da cidade de Chapecó-SC que ainda hoje não abrange toda a população. O município se localiza em uma região do Brasil onde o saneamento básico é considerado bom quando comparado com outras cidades das regiões norte e nordeste. Ou seja, ainda nos dias de hoje a população chapecoense não é totalmente atendida com redes de esgoto e sua devida destinação final. No decorrer desse estudo de concepção, veremos mais detalhado essa quantidade de população não atendida, assim como a forma de tratamento que é utilizada na cidade. Com isso um novo sistema de esgotamento sanitário será projetado em uma certa região do município com as devidas considerações, material e custo-benefício. 7 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL O objetivo geral desse estudo de concepção é realizar um projeto de esgotamento sanitário para uma determinada área de Chapecó, cidade localizada em Santa Catarina. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Realizar um estudo, para apresentar e discutir conteúdos relacionados aos elementos necessários para a concepção de sistemas de esgotamento sanitário e os condicionantes técnicos, buscando informações relativas à cidade, tais como características físicas, socioeconômicas e demográficas, sistemas de esgotamento existentes, se o mesmo abrange toda a população assim como sua qualidade no tratamento. 8 4 ESTUDOS DE CONCEPÇÃO As fases de um projeto de sistema de esgotamento sanitário podem ser divididas em concepção, projeto básico e projeto executivo. A concepção do sistema de esgotamento sanitário pode ser definida como o conjunto de estudos referentes ao estabelecimento de diretrizes, definições e parâmetros necessários para a caracterização completa do sistema a ser projetado. É nesta fase que devem ser coletados os elementos necessários ao desenvolvimento dos estudos, com as características das possíveis áreas a serem esgotadas. Segundo Leme (1977), estes elementos são geralmente conseguidos em órgãos administrativos locais, municipais e estaduais. Dentre os elementos mais relevantes, podem-se citar as cartas topográficas, necessárias ao estudo da topografia e hidrografia da área em questão e no delineamento das bacias contribuintes e possíveis corpos receptores capazes de servirem como destino das contribuições coletadas, bem como considerar as regiões que não são passiveis de esgotamento e, assim, apresentar soluções individuais. A análise quantitativa e qualitativa não deve ser superestimada ou subestimada, ou seja, o sistema deve ser projetado dentro da realidade orçamentária da localidade. A busca por soluções que extrapolem o custo previsto para a obra pode levar à desistência por parte dos órgãos financiadores e a consequente revogação da execução do projeto. (LEME, 1977). 4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS Chapecó é um município do estado de Santa Catarina, na Região Sul do Brasil. Sendo um importante centro industrial, financeiro e educacional, é uma grande produtora de produtos alimentícios industrializados. Considerada uma cidade média, com uma população estimada em 216 654 habitantes, sendo a quinta maior cidade do estado. O estado possui cerca de três bacias hidrográficas e Chapecó faz parte da bacia do Uruguai. Ostenta os títulos de "Capital da Agroindústria", "Capital do Oeste" e "Capital do Turismo de Negócios". Foi totalmente planejada, e seu traçado é em forma de xadrez. Também é um polo universitário, atraindo estudantes de todo o Brasil. As principais instituições de ensino são a UFFS, UNOCHAPECÓ, UNOESC e UDESC. A cidade tem cerca de 101 anos e o atual prefeito é Luciano Buligon (PSB) até 2020 e o secretário de desenvolvimento urbano e obras públicas Franklin Brum Junior. 9 4.1.1 Localização A cidade está localizada sobretudo no oeste do estado catarinense, sob as coordenadas: 27° 06' 17" S 52° 36' 51" O, distante aproximadamente 550 km da capital estadual, Florianópolis. O município se localiza em meio a um entroncamento de rodovias federais, BR 282 e BR 283 e estaduais, SC 480. Faz divisa com o estado do Rio Grande do Sul e com as cidades de Palmitos, São Lourenço do Oeste, Xanxerê e Concórdia e possui uma altitude de 670 metros. Figura 1 - Localização do município de Chapecó - SC. Fonte: Darlan P. de Campos, 2006. 4.1.2 Uso e Ocupação do Solo Nessa região do estado foram instaladas algumas unidades industriais processadoras e exportadoras de carnes de suínos, aves e derivados, é conhecida como a capital brasileira agroindustrial, é sede da Cooperativa Aurora Alimentos e possui uma unidade da Brasil Foods S.A. Seu parque industrial é diversificado, sendo que os setores que mais se destacam é o metal mecânico (que vem se especializando na produção de equipamentos para frigoríficos), o de plásticos e embalagens, transportes, móveis, bebidas, software e biotecnologia. A construção civil e o comércio são tambémimportantes fonte de renda. 10 A região também se destaca pela agricultura, onde o milho e a soja lideram e posteriormente vem outras culturas como feijão, fumo, cana de açúcar, laranja, uva etc. A respeito do uso e ocupação do solo demostrado no anexo 1, todo e qualquer parcelamento do solo urbano deverá obedecer ao disposto no Códigos do Zoneamento e Parcelamento do Solo Urbano e dependerá sempre da prévia aprovação do Executivo Municipal. O Código do Parcelamento do Solo Urbano, estabelecerá a área percentual do terreno a ser doado ao município, destinado ao uso público, sistema de circulação, implantação de equipamentos urbanos e comunitários, bem como espaços livres para praças ou lazer a céu aberto, além de fixar normas sobre dimensões de lotes, quadras, ruas, infraestrutura e outras exigências. O uso do solo para fins urbanos do 1º distrito, sede do município, obedecerá ao disposto no Código do Zoneamento, Parcelamento do Solo, Sistema Viário, Meio Ambiente e Lei do Código de Obras. No que se refere ao perímetro urbano e área urbana da sede do município tem sua legislação urbanística própria. O Código do Zoneamento fixará zonas no perímetro urbano, com usos permitidos, permissíveis e proibidos descrito no anexo 2. 4.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 4.2.1 Clima O clima exerce influência direta no consumo de água e consequentemente em todo o projeto de abastecimento de água. Segundo Heller e Pádua (2010, p.136) é evidente que as regiões mais secas e quentes possuem um consumo de água mais elevado se comparado as regiões mais temperadas e frias. No município de Chapecó o clima é predominantemente quente e temperado havendo uma pluviosidade significativa ao longo do ano e até mesmo o mês mais seco do ano tem elevada pluviosidade (CLIMADATE-ORG). Esse tipo de clima apresenta variações de temperaturas ao longo do ano, com uma média de 10º nos meses mais quentes e entre -3º e 18º nos meses mais frios. Com estações do ano bem definidas, o verão é quente, o outono tem temperaturas gradualmente mais baixas no decorrer dos dias, a primavera possui temperaturas mais altas gradativas no decorrer dos dias e o inverno é em geral bem frio. Por via de regra, esse tipo de clima possui índice pluviométrico entre 1500 mm e 2000 mm como uma média anual, os verões são moderados e os invernos frios e a umidade relativa no verão e inverno é em torno de 90% e 80% respectivamente (PETRIN, 2014). 11 Gráfico 1 - Gráfico Climático do município de Chapecó-SC. Fonte: CLIMATE-DATA.ORG, [20--]. Pela análise do Gráfico 1, nota-se março, o mês mais seco do ano, com aproximadamente 140mm, outubro é o mês de maior precipitação com uma média de 198 mm. Em relação a temperatura a figura acima apresenta o mês mais quente do ano como janeiro, com uma temperatura média de 23.4 °C, e maio o mês mais frio do ano, com uma temperatura média de 14.9 °C. 12 Tabela 1 – Tabela Climática de Chapecó. Fonte: CLIMATE-DATA.ORG, [20--]. Pela análise da Tabela 1 percebe-se a diferença entre a precipitação do mês mais seco e do mês mais chuvoso é de 69mm. A média das temperaturas variam 8,5ºC ao longo do ano. 4.2.2 Vegetação Os ecossistemas florestais são constituídos por parte aéreas (árvores) e partes terrestres (solos florestais) e desempenham funções importantíssimas, tais como; mitigação do clima (temperatura e umidade), diminuição do pico do hidrograma (redução de enchentes e recarga para os rios), controle de erosão, melhoramento da qualidade da água no solo e no rio, atenuação da poluição atmosférica, fornecimento do oxigênio, absorção do gás carbônico, prevenção contra ação do vento e ruídos, recreação e educação, produção de biomassa e fornecimento de energia, todas essas funções atuam simultaneamente (KOBIYAMA, 2000). A vegetação local é caracterizada por formações vegetais de floresta subtropical com araucárias e a floresta da bacia do Uruguai com presença de grápia, angico, louro e canela. Além disso conta com a presença da floresta nacional de Chapecó que é marcada pela diversidade de diferentes tipos de vegetação. Em suas áreas destacam-se a dominância das florestas, remanescente de Floresta Ombrófila Mista ou Matas de Araucária, e os plantios homogêneos de araucárias, pínus e eucaliptos. Em seu entorno prevalece um mosaico de formações florestais naturais fragmentados pelo intenso uso agrícola do solo para lavouras anuais, pastagens e silviculturas. Na Figura 2, pode-se observar as áreas verdes que fazem parte do município de Chapecó. 13 Figura 2 – Vegetação do Município de Chapecó-SC. Fonte: Pawlak, 2010. 4.2.3 Hidrografia A disponibilidade de água na cidade de Chapecó pode ser dita como abundante uma vez que o município se situa sobre a área de abrangência do aquífero Guarani, e está posicionado entre o rio Chapecó e o rio Irani, afluentes da margem direita do rio Uruguai. O rio Uruguai possui 2.200 km de extensão e divide o estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, próximo a essa divisa situa-se Chapecó. Os principais rios estão dispostos na Figura 3, a seguir. 14 Figura 3 - Hidrografia do Estado de Santa Catarina. Fonte: Secretaria do Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, 2012. A área urbana do município distribui-se por sobre duas microbacias: a microbacia Lajeado Passo dos Índios e a microbacia lajeado São José, que apresentam diferentes graus de comprometimento hídrico (Figura 4). O traçado urbano de Chapecó teve sua origem sobre a microbacia do lajeado Passo dos Índios. Essa microbacia está inserida quase em toda sua totalidade (90%) na área urbana, apresentando grande comprometimento de suas águas devido a poluição urbana. A ocupação das margens se caracteriza por usos residenciais, alguns comércios e indústrias, não se respeitando as Áreas de Preservação Permanente (APP). A microbacia do Lajeado São José compreende uma área de 7.744 hectares e um perímetro de 46 quilômetros, com suas principais nascentes em uma pequena área do município de Cordilheira Alta-SC (GONÇALVES,2000). O Lajeado São José é atualmente o manancial de abastecimento de água potável de Chapecó. 15 Figura 4 – Bacia do Lajeado Passo dos Índios e bacia do Lajeado São José. Fonte: DINIZ, 2013. Uma das consequências desse desmatamento na região são as enchentes, constantes na cidade em questão e que em todos os anos trazem danos, principalmente na região central, esses pontos de alagamento podem ser observados na Figura 5 (DINIZ,2013). 16 Figura 5 - Localização dos pontos de enchente na área central, trecho com córregos canalizados. Fonte: BALDISSERA, 2013. Não há como realizar um projeto de esgotamento sanitário de um município se não se conhece a hidrografia local. O corpo receptor tem que ser estudado a fundo, para que não ocorram erros, podendo ocasionar impactos negativos no mesmo. O estudo da bacia local é de suma importância uma vez que o comportamento das águas das chuvas está diretamente relacionado com isso. Essas águas quando entram na rede de esgoto são denominadas parasitárias, ou seja, não são desejáveis. Quando se tem conhecimento do local estes inconvenientes podem ser evitados. 4.2.4 Geologia A região de Chapecó possui sobretudo diferentes tipos de solos. Os mais abundantes são Latossolose Cambissolos, nos quais o principal uso se baseia em culturas anuais destacando o milho e a soja, e pastagens. 17 Cerca de 49,2 % dos solos são suavemente ondulados e ondulados e são destacados por serem Latossolos, Cambissolos e de menor volume, os Argissolos (Terras Roxas). Cerca de 48,3% dos solos possui alta declividade e são compostos por Cambissolos, Argissolos e o restante são corpos de água e outros tipos de solos. As culturas cultivadas na região são além do milho e soja, feijão, fumo, trigo, mandioca, cana de açúcar, uva e laranja as mais abundantes. 4.2.5 Relevo e topografia O relevo do estado de Santa Catarina apresenta uma geomorfologia diversificada composta principalmente por: Planícies costeiras: composta por faixa estreita e altitudes modestas, situada na porção Oriental do Estado, junto ao Oceano Atlântico; Serra Geral: formada pelas escarpas -geralmente na direção norte sul- do planalto dos Campos Gerais e apresenta desníveis que podem atingir 1000 metros; Serra do Mar: localizada no extremo Norte catarinense com vertentes voltadas para o Oeste Leste sendo a primeira de maior declividade. As maiores altitudes encontram-se na Serra Geral: Morro da Boa Vista: (1.827m) entre os municípios de Bom Retiro e Urubici; Morro da Bela Vista do Guizoni: (1.823m) localizado no município de Bom Retiro; Morro da Igreja: (1.822m) localizado nas divisas dos municípios de Bom Jardim da Serra, Orleans e Urubici. O município de Chapecó-SC está localizado em uma região que faz parte do Planalto Meridional do Brasil, sendo assim, suas características são 40% Plano e Suave Ondulado; 20% Ondulado; 30% Forte Ondulado; 10% Montanha e Escarpado (Câmara Municipal de Chapecó, 2012). Este tipo de formação se encontra na região sul do país, parcialmente no Sudeste e extremo sul do Centro-Oeste, tendo sua formação na era mesozoica, com rochas sedimentares, arenitos e basaltos. O solo é considerado fértil e é formado principalmente por rochas sedimentares, arenitos e basaltos. De acordo com a Figura 6, nota-se que o município em estudo se encontra em um local onde há pouca variação de altitude. 18 Figura 6 – Mapa topográfico de Chapecó. Fonte: pt-br.topographic-map.com/places. 4.3 CARACTERÍSTICAS SÓCIOECONÔMICAS 4.3.1 Saúde A cidade de Chapecó conta com inúmeros planos de vigilâncias, sendo elas ambiental, epidemiológica e o CEREST (Centros de Referência em Saúde do Trabalhador. O município possui, ainda, serviços básicos como ambulatórios e emergências, e especializados como clínica da mulher, ambulatório do idoso e rede de saúde mental. A Vigilância Ambiental de Chapecó conta com uma equipe de 96 Agentes de Combate a Endemias e 01 biólogo. Esse setor foi criado com o objetivo principal de combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Zika Vírus, Chikungunya e Febre Amarela. O munícipio possui hoje mais de 90 mil imóveis que precisam ser visitados pelos Agentes de Combate a Endemias. Nessas visitas é feito a inspeção dos imóveis, buscando locais que possam servir de criadouros para o mosquito Aedes aegypti. Quando é encontrado algum local que acumule água, o Agente orienta para que o morador elimine esse criadouro, e se não for possível, o profissional faz o tratamento químico do local com um larvicida específico, 19 distribuído pelo Ministério da Saúde. Além disso, são repassadas orientações sobre os cuidados com relação ao mosquito e as doenças transmitidas por eles. Em casos mais críticos, onde o proprietário não acata as orientações do Agente, o caso é repassado para a Vigilância Sanitária tomar as medidas cabíveis. A Vigilância Epidemiológica desempenha um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Hoje a equipe tem 13 colaboradores, dentre eles, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliar administrativo, médico pediatra e Agente de Combate a Endemias. Dentre as funções da Vigilância Epidemiológica está a coleta de dados dos Sistemas de Informação: mortalidade (SIM) através da Declaração de Óbito; nascimentos (SINASC) através da Declaração de Nascido Vivo; doenças e agravos de notificação compulsória (SINAN); Doenças Diarreicas Agudas (MDDA) através da notificação pelos serviços de saúde. Além destes, a Vigilância Epidemiológica é responsável pelo Programa de Imunização do Município, no que diz respeito ao armazenamento e à distribuição dos imunobiológicos para os 26 Centros de Saúde da Família do Município e Hospitais, monitorando também, as coberturas vacinais, os eventos adversos pós-vacinação e os pedidos de imunobiológicos especiais. Os CEREST - são os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador/ST que compõe a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), integrando os serviços da rede SUS, voltados à assistência e a vigilância, de forma a congregar/unificar os esforços dos principais executores com ligação com a saúde do trabalhador. O serviço tem por finalidade promover ações para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhador por meio de ações de promoção, proteção, vigilância em Saúde do Trabalhador, bem como no diagnóstico, tratamento e reabilitação de trabalhadores acidentados, e que para isso dispõe de uma equipe técnica especializada. 4.3.2 Meio Ambiente 4.3.2.1 Área de Preservação Permanente A Área de Preservação Permanente - APP, é constituída pelas áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a 20 paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Para os efeitos desta Lei Complementar 541, de 26 de novembro de 1960 considera-se Área de Preservação Permanente: 1. As faixas marginais de qualquer curso d`água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de; a) 30,00m (trinta metros), para os cursos d`água de menos de 10,00m (dez metros) de largura; b) 50,00m (cinquenta metros), para os cursos d`água que tenham de 10,00m (dez metros) a 50,00m (cinquenta metros) de largura; c) 100,00m (cem metros), para os cursos d`água que tenham de 50,00m (cinquenta metros) a 200,00m (duzentos metros) de largura; 2. As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100,00m (cem metros), na Macrozona Rural, exceto para o corpo d`água com até 20,00ha (vinte hectares) de superfície, cuja faixa marginal será de 50,00m (cinquenta metros); b) 30,00m (trinta metros), na Macrozona Urbana. 3. As áreas no entorno dos reservatórios d`água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d`água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; 4. As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d`água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50,00m (cinquenta metros); 5. As encostas ou partes destas com declividade superior a 45º (quarenta e cinco graus), equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive; 6. No topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100,00m (cem metros) e inclinação média maior que 25º(vinte e cinco graus), as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) daaltura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d`água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação. 21 4.3.2.2 Gerenciamento de Resíduos Sólidos O Departamento de Resíduos Sólidos (DRS), inserido na Secretaria de Infraestrutura Urbana da Prefeitura de Chapecó, é responsável pela gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos domiciliares do município. Os serviços de coleta, transporte e destinação final dos resíduos domiciliares são realizados pela empresa terceirizada T.O.S – Tucano Obras e Serviços. Chapecó gera atualmente, uma média de 0,69 kg/hab./dia de resíduos sólidos domiciliares, considerando população estimada de 202.009 habitantes (IBGE, 2012). Sendo destes divididos em 9 categorias, são elas: rejeitos, papel, papelão, plástico, TetraPak, ferro, alumínio, vidro e outros. A maior porcentagem de resíduos qualificados foram os rejeitos (31%), que são caracterizados por não terem destinação para reciclagem, por estarem contaminados com restos de alimentos e outros tipos de contaminação. Portanto, considera-se rejeito o resíduo reciclável contaminado, sobretudo por não haver mercado consumidor para a venda. O rejeito pode passar a ser reciclável caso seja separado adequadamente ou se encontre mercado para este material. Os resíduos, acondicionados em sacolas plásticas, são armazenados nas lixeiras localizadas na testada do imóvel, exceto onde há coleta especial (coleta automatizada). O município possui duas formas de coleta de resíduos: a coleta convencional, para resíduo reciclável e orgânico, e a coleta automatizada, também para resíduo orgânico e reciclável. O rejeito, oriundo dos domicílios e processo de triagem também são encaminhados junto ao orgânico para aterro sanitário. A coleta é realizada por caminhão compactador para resíduo orgânico e caminhão baú para coleta seletiva (Figura 4 e 5). A coleta especial abrange a 55% da população urbana do município, contando com 800 containers distribuídos na área central e bairros próximos ao centro. Para os resíduos recicláveis, a coleta é realizada por sete equipes, envolvendo vinte e oito funcionários e cinco caminhões com capacidade de 30m³. As coletas orgânica e seletiva atingem 100% da população urbana e distritos do município de Chapecó. A coleta seletiva abrange 100% da área rural com periodicidade quinzenal. Os entulhos são recolhidos por dois caminhões de coleta com capacidade de 8 toneladas, uma retroescavadeira, um trator esteira, com a demanda de cinco funcionários. Os galhos e resíduos da limpeza urbana são coletados por onze funcionários da prefeitura municipal de Chapecó e trinta detentos da penitenciaria agrícola de Chapecó. Para o serviço são utilizados cinco caminhões de carroceria com 22 capacidade 12m³, dois caminhões caçamba com capacidade 7m³, um bobcat e um trator de esteira. A prefeitura possui 120 catadores associados cadastrados, a inclusão desta população vem ocorrendo de forma gradual desde 2010. São 13 associações que recebem apoio da prefeitura, que entrega nestes espaços em média 500 cargas mensais oriundas da coleta seletiva. O material é triado e comercializado pela própria associação e o lucro revertido para os catadores. O poder público de Chapecó vem contribuído para a melhor qualidade de vida desta população, com a execução de novos barracões para abrigar as cargas advindas do sistema de coleta seletiva, profissionais destinados ao atendimento destes de maneira integral, assistência em saúde, habitação, alimentação, dentre outros. Além disso, estes profissionais participaram na elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, discutindo as formas de inclusão nas políticas públicas, que foram desenvolvidas nas três esferas de governo. Os materiais seletivos coletados pela prefeitura municipal de Chapecó através da T.O.S, são destinados a 06 associações de catadores, perfazendo um total de cento e trinta associados. Os resíduos da coleta comum e os rejeitos da triagem são destinados para o aterro sanitário privado da empresa T.O. S, localizado no município de Saudades/SC, cerca de 70 km de distância do município de Chapecó. Os resíduos de varrição são acondicionados nos contêineres da coleta comum e posteriormente destinado também para o aterro da T.O.S. O eco ponto é um ponto de entrega voluntária de materiais que não servem mais, como entulho da construção civil, móveis usados, poda, galhada, e objetos volumosos. É uma solução para reduzir o despejo desses materiais em vias públicas, rios e terrenos baldios, que acabam por gerar problemas de enchentes, saúde pública e onerando o orçamento municipal. Foi instalado na Secretaria de Infraestrutura Urbana, para os seguintes materiais: poda e galhos, eletroeletrônicos, metais de grandes dimensões e volumosos. O serviço é gratuito e disponível apenas para pessoa física, limitado em até 1m³ por mês. O ecoponto foi licenciado, e a destinação é realizada para parceiros e aterro sanitário. No ano de 2016, de março a dezembro, houve 999 usuários do eco ponto, destes com maior índice, 40% para descartar móveis, 35% eletroeletrônicos. O setor administrativo do departamento é responsável pelo recebimento de reclamações e atendimento ao público para melhor atendimento. As reclamações são monitoradas para posterior tratativa com a empresa responsável pela coleta (Figura 7). Ao receber a reclamação, a Prefeitura repassa para a empresa, que envia um fiscal até o local para averiguar se a reclamação procede ou não. Posterior a esta verificação, o contribuinte é informado sobre a situação. 23 4.3.2.3 Abastecimento de água O sistema de tratamento de água de Chapecó é do final da década de 1970. O consumo de água em Chapecó atualmente varia entre 400 e 450 L/s segundo informações de técnicos e relatórios da CASAN. O reservatório da barragem Engenho Braun, situada no Lajeado São José tem capacidade de suprir, em períodos normais, a demanda média municipal de 420 L/s, mas e em períodos de estiagem diminui sua capacidade, fornecendo cerca de 200 L/s. Nos períodos de estiagem ocorridos no verão, o reservatório da barragem Santa Terezinha, situada no Lajeado do Tigre, passa a ser utilizado fornecendo os 200L/s necessários para atender a demanda municipal. Este é denominado Sistema Reserva do São José – nomenclatura da CASAN. A capacidade total deste reservatório é de 2.580.000 m³. 4.3.2.4 Sistema de esgotamento sanitário A implantação do sistema de esgotamento sanitário de Chapecó iniciou em 1998. Em 2001 o número de ligações era de 255 e passou para 6.649 em 2008. Já em 2011, o aumentou para 10150, segundo dados do SNIS. A rede coletora, que até 2009 era de 103km, passou em 2011 para 215km, ou seja, aumentou aproximadamente 30% o volume tratado, como será especificado no item 4.6.1. 4.3.3 Turismo Por ser uma das principais cidades da região da fronteira sul, e conter um número significativo de jovens devido às universidades, Chapecó hoje conta com diversas opções de clubes, bares, pubs, restaurantes e eventos. A cidade realiza, periodicamente, importantes eventos, destacando-se as feiras especializadas ou multissetoriais. O Parque de Exposições Tancredo de Almeida Neves é reconhecido como um dos melhores parques de exposições do Sul do país e o maior de Santa Catarina. Possui uma área de 210 mil m², que, aliado à boa estrutura de hotéis e restaurantes da cidade, viabiliza eventos durante todo o ano. 24 4.3.4 Economia Com pouco mais de 200 mil habitantes,Chapecó é conhecida como a capital da agroindústria e principal polo de desenvolvimento econômico no oeste de Santa Catarina. Com a sétima maior economia do estado, emprega 78,3 mil pessoas com carteira assinada, segundo a Associação Comercial de Industrial de Chapecó. Com um PIB de 7,7 bilhões, a cidade catarinense abriga 21,8 mil empresas, com forte atuação não só na agroindústria, mas também nos setores de serviços e no comércio. Grandes empresas ligadas à cadeia da indústria da carne estão instaladas na cidade. A mais conhecida é o conglomerado do ramo de alimentos BRF, dono das marcas Sadia e Perdigão, com três unidades em Chapecó. Além das empresas que atuam no agronegócio, o parque industrial da cidade é formado pelos setores de plásticos e embalagens, transportes, móveis, bebidas, biotecnologia e maquinários para frigoríficos. A construção civil e o comércio também são grandes empregadores na região, empresas de tecnologia ligadas a automação e comunicação estão entre as que mais crescem na cidade. A atividade econômica de Chapecó é beneficiada pelo entorno da região metropolitana, que abriga cerca de 2 milhões de habitantes no oeste catarinense e produz muita riqueza econômica com os setores da agropecuária, indústrias do leite e da madeira. Por ser referência entre as cidades do oeste catarinense, Chapecó também se especializou no turismo de negócios, mobilizando o setor hoteleiro e uma estrutura de serviços de transporte, hospedagem e companhias aéreas para atender a demanda na região. Também abriga o principal aeroporto da região, com fluxo de cerca de 500 mil passageiros por ano. 4.3.5 Educação Na área do ensino fundamental e ensino médio, o município conta com mais de 180 estabelecimentos e cerca de 2 200 profissionais ocupando a posição 1440 no ranking nacional de educação. Do total de jovens e adultos que estudam em Santa Catarina, 20% estuda em Chapecó. Entre as principais instituições de ensino técnico estão presentes o Instituto Federal de Santa Catarina, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. São mais de 10 000 estudantes universitários, distribuídos em mais de 50 cursos de graduação e de pós-graduação latu e strictu sensu. As áreas mais procuradas são medicina, agronomia, jornalismo, design de moda, direito, economia, administração de empresas, ciências 25 da computação, contabilidade, biologia, enfermagem, engenharias civil, de alimentos e química, farmácia, fisioterapia e zootecnia. Entre as principais universidades e instituições de ensino superior situadas no município, está a Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal da Fronteira Sul, Universidade do Estado de Santa Catarina, Universidade Comunitária Regional de Chapecó e Universidade do Oeste de Santa Catarina. 4.3.6 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) - Chapecó é 0,790, em 2010, o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799). A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,871, seguida de Renda, com índice de 0,779, e de Educação, com índice de 0,727. Chapecó ocupa a 67ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros segundo o IDHM. Nesse ranking, o maior IDHM é 0,862 (São Caetano do Sul) e o menor é 0,418 (Melgaço). 4.3.7 Vias de Acesso Chega-se a Chapecó pelas rodovias BR-282, BR-480 e BR-283. Para a entrada no centro e nos bairros próximos, o principal acesso é o Plínio Arlindo de Nês, na Zona Norte. Entre as principais avenidas estão a Getúlio Vargas, principal zona comercial da cidade; General Osorio, que liga o centro ao acesso para o Rio Grande do Sul; Atílio Fontana e São Pedro, que ligam o centro e o contorno viário oeste à zona oeste e municípios vizinhos. A cidade de Chapecó elaborou um projeto de um anel viário que irá contornar a cidade no sentido leste-oeste, e desviar do centro principalmente o tráfego de cargas pesadas, que hoje exige manutenção e reparos constantes nas pistas. É uma rodovia com pista simples. A parte oeste do contorno foi concluída no dia 24 de maio de 2013 (excluindo o viaduto). O projeto da parte leste está pronto, mas a falta de recursos impede a execução da obra. Esta parte contará com 22 km de pista simples que interligará a SC-480 (saída para o Rio Grande do Sul) a BR- 480, além de uma outra parte que ligará à BR-282 (saída para Cordilheira Alta) e terá cerca de dois trevos, três viadutos, seis interseções, trinta e seis paradas de ônibus e dezenove acessos projetados para ligar comunidades e propriedades rurais. Outro projeto é a Ferrovia da Integração, também conhecida como Ferrovia do Frango, que interligará Dionísio Cerqueira ao porto de Itajaí passando por Chapecó, e algumas outras 26 cidades como Xanxerê, Joaçaba, Rio do Sul e Blumenau. A previsão é que em dois anos o traçado seja defino e as obras comecem. A cidade possui o Aeroporto Municipal Serafin Enoss Bertaso que está em vias de internacionalização e recebe cerca de 450 000 passageiros por mês, transportando cerca de 90 toneladas de mercadorias e movimenta cerca de 750 aeronaves mensalmente. Opera com as companhias aéreas: Avianca Brasil, Azul Linhas Aéreas e Gol Linhas Aéreas. Possui vôos diários para cidades como Florianópolis, Brasília, São Paulo e Porto Alegre. Chapecó conta, ainda, com uma confortável rodoviária, com linhas para todas as cidades catarinenses e para as principais cidades brasileiras. Dispõe de atendimento 24h e tem como principais empresas operantes: Unesul, Reunidas, Planalto e Ouro e Prata 4.3.8 Energia A cidade de Chapecó é abastecida pela usina hidroelétrica Foz do Chapecó que tem uma potência instalada de 855 megawatts. Sua capacidade equivale a 25% do consumo de energia do estado de Santa Catarina ou 18% do consumo do Rio Grande do Sul, energia suficiente para abastecer mais de cinco milhões de lares. 4.3.9 Comunicação Durante o andamento do projeto, o gerenciamento das comunicações deve acontecer de modo que assegure a geração, a coleta, a divulgação, o armazenamento e a disposição final apropriada e oportuna das informações do projeto. Ele estabelece vínculos importantes entre as pessoas, ideias e informações necessárias para o sucesso do projeto. De acordo com o IBGE, Chapecó possuía no ano de 2000, 16699 linhas telefônicas instaladas, como mostra a Tabela 2. 27 Tabela 2 - Linhas Telefônicas instaladas, por domicílio Fonte: IBGE (2000). 4.4 CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS 4.4.1 Evolução da População A evolução populacional da cidade de Chapecó-SC pode ser consultada por meio do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e está demonstrada no Quadro 2, a seguir. Observe que para os anos de 2001, 2002, 2003 e 2004 se referem as projeções realizada pelo IBGE. Para a realização das projeções populacionais de projeto de esgotamento sanitário serão considerados os anos 1960, 1980 e 2000, já que as metodologias de projeção populacional que serão especificados no item 4.4.2 exigem valores equidistantes. 28 Quadro 2: População da cidade de Chapecó-SC. Fonte: IBGE, 2000. Note que a diminuição da população rural ao longo dos anos está diretamente relacionada com o aumento do perímetro urbano. 4.4.2 Projeção Populacional Baseando nos dados demonstrados anteriormente, foi possível realizar um estudo populacional, com o auxílio dosoftware Excel e ferramenta solver e iniciar os métodos de projeção populacional. Os métodos utilizados, são métodos matemáticos e foram descritos pelos autores Léo Heller e Valter Lúcio e são caracterizados a seguir: Método projeção Aritmética: Crescimento populacional segundo uma taxa constante e utilizado para estimativas de menor prazo. Este método é mensurado por meio das equações 1 e 2: 𝑃𝑡 = 𝑃0 + 𝐾𝑎(𝑡 − 𝑡𝑜) (1) 𝐾𝑎 = 𝑃2 − 𝑃0 𝑡2 − 𝑡0 (2) 29 Método projeção geométrica: Crescimento populacional em função da população existente a cada instante. É utilizado para estimativas de menor prazo. A equações que satisfazem este método, podem ser expressas pelas equações 3 e 4: 𝑃𝑡 = 𝑃0𝑒 𝐾𝑔(𝑡−𝑡0) (3) 𝐾𝑔 = 𝑙𝑛𝑃2−𝑙𝑛𝑃0 𝑡2 − 𝑡0 (4) Taxa decrescente de crescimento: Premissa de que, na medida em que a cidade cresce, a taxa de crescimento torna-se menor. A população tende assintoticamente a um valor de saturação. A equações utilizadas nesses métodos são descritas pela equação 5, 6 e 7. 𝑃𝑡 = 𝑃0 + (𝑃𝑠 − 𝑃0) (5) 𝑃𝑠 = 2𝑃0𝑃1𝑃2 − 𝑃1 2(𝑃0 + 𝑃2) 𝑃0𝑃2 − 𝑃1 2 (6) 𝐾𝑑 = −ln[(𝑃𝑠 − 𝑃2)/((𝑃𝑠 − 𝑃0)] 𝑡2 − 𝑡0 (7) Método de crescimento logístico: segue uma relação matemática, que estabelece uma curva em forma de s. A população tende assintoticamente a um valor de saturação. Para aplicação deste método, deve-se atender as seguintes condições de uso: P0<P1<P2 e P0P2<P1² As equações que atendem este método são as equações 6, 8,9 e 10. 𝑃𝑡 = 𝑃𝑠 1 + 𝑐𝑒𝐾1(𝑡−𝑡0) (8) 30 𝑐 = (𝑃𝑠 − 𝑃0) 𝑃0 (9) 𝐾1 = 1 𝑡2 − 𝑡1 𝑙𝑛 [ 𝑃0(𝑃𝑠 − 𝑃1) 𝑃1(𝑃𝑠 − 𝑃0) ] (10) Para todas as equações amostradas tem-se: P0,P1,P2: populações nos anos t0, t1, t2; Pt: igual a população estimada no ano t; Ps: População de saturação; Ka, Kg, Kd, K1, c: coeficientes Para todos os métodos apresentados, o ajuste da curva pode ser feito por análise de regressão. De acordo com a norma técnica Sabesp (2006), a população de projeto deve ser definida para o início e fim de plano com horizonte de 20 anos. Logo, a população será estimada considerando o tempo de 20 anos e para a minimização do erro faz se o ajusto por meio da ferramenta solver. O resultado da regressão não linear que permitiu o menor erro é a projeção geométrica. A seguir são apresentados os gráficos produzidos de cada modelo. Gráfico 2 – Modelo de projeção populacional aritmética para a cidade de Chapecó - SC. 31 Gráfico 3 – Modelo de projeção populacional geométrica para a cidade de Chapecó - SC. Fonte: dos Autores, 2018. Gráfico 4 - Modelo de projeção populacional taxa decrescente de crescimento para a cidade de Chapecó - SC. Fonte: dos Autores, 2018. Visualmente notamos que o modelo que melhor se aplica à cidade de Chapecó é a projeção geométrica, pois apresentou um menor erro de acordo com a aplicação da ferramenta solver. A explicação para este tipo de crescimento populacional se deve ao fato de o município de Chapecó estar em fase de expansão. De acordo com o DEBONA (2017), para a cidade de Chapecó houve um crescimento de arrecadação dos tributos municipais, o que significaria um maior crescimento do município em relação às outras cidades brasileiras. O método do crescimento logístico não foi aplicado uma vez que os dados censitários coletados não atenderam as condições de uso. 32 4.5 CARACTERÍSTICAS POLÍTICAS O Plano Municipal de Saneamento de Chapecó constitui um dos instrumentos do Sistema Municipal do Saneamento e foi institucionalizado quando da sanção da Lei Municipal nº 5326/2007, que instituiu a Política Municipal de Saneamento, a qual vem proporcionar uma perspectiva por parte da Prefeitura Municipal, de retomada da sua condição de agente responsável pelo saneamento em seu território administrativo conforme prevê a Lei Federal nº 11.445/2007. As Leis Municipais e Decretos que tratam do tema são as seguintes: Lei municipal ordinária nº 5326/2007 de Chapecó dispõe sobre a política municipal de saneamento básico, cria o conselho municipal de saneamento e o fundo municipal de água e esgoto. Lei municipal ordinária nº 5499/2009 de Chapecó dispõe sobre alteração de dispositivos da lei nº 5.326, de 7 de dezembro de 2007 e dá outras providências. decreto nº 21584/2009 de Chapecó aprova o regulamento dos serviços de água e esgotos sanitários do município de Chapecó e dá outras providências Lei municipal ordinária nº 5688/2009 de Chapecó institui o plano diretor de resíduos sólidos, instrumento da política municipal de saneamento básico e dá outras providências. lei municipal ordinária nº 6.052/2011 de Chapecó. Autoriza o ingresso do município no consórcio público denominado agência reguladora de saneamento – ARIS. 4.6 SISTEMA DE ABASTECIMENTO ATUAL 4.6.1 Sistema de Abastecimento de Água O sistema de tratamento de água de Chapecó data de 1970 e já incluiu algumas reformas e ampliações até atingir o volume atual de consumo de 400 a 450L/s e o comprimento da rede de distribuição de 565km. Essa demanda é obtida das águas do Lajeado São José, onde situa-se a barragem Engenho Braun, porém conta com a complementação de 200L/s de água do Lajeado do Tigre nos períodos de estiagem, quando o primeiro só fornece 200L/s. Assim, a capacidade total do reservatório é de 2.580.000m³ de água. 33 A estação elevatória do Engenho Braun envia 360L/s de água para a estação de tratamento localizada no bairro São Cristóvão, que trata a fim de atingir o consumo de 186L/dia/hab. Ambos os sistemas trabalham atualmente no limite de sua capacidade, contudo, a cidade conta com uma ampliação partindo pela construção de mais um módulo na ETA capaz de tratar mais 180L/s, aumento 35% da capacidade. O tratamento obedece aos procedimentos de tratamento completo, o qual inclui bombeamento, coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação e correção do pH, como descrito no percurso pela Figura 7 a seguir. Figura 7 – Percurso da água para abastecimento da população de Chapecó com detalhes do tratamento. Fonte: PMSB, 2012. A capacidade de reservação da água tratada é de 15.340m³, dos quais 11.800m³ estão distribuídos em 3 reservatórios centrais próximos à ETA e o restante em outros 8 reservatórios com capacidade de 20m³ a 500m³. A seguir estão relacionados os elementos que compõem a estrutura física do abastecimento e a seguir o trajeto é apresentado na Figura 8: 34 Duas barragens para captação com casa de máquinas e equipamentos das estações elevatórias (3 bombas de 400cv no Lajeado São José e 2 bombas de 300cv no Lajeado Tigre), sendo a barragem do Lajeado Tigre privada e também utilizada para produção de energia; Adutoras de água bruta enterradas; Estação de Tratamento de Água com tratamento completo (em ampliação); Reservatórios Pulmão e Reservatórios com recalque nos pontos elevados da cidade; Pátio operacional com maquinário para manutenção; Escritório Central. Figura 8: Sistema de abastecimento do município de Chapecó – Santa Catarina. Fonte: PMSB, 2012. Do estado de conservação, por tratar-se de um sistema antigo, constantemente problemas com a manutenção geram transtornos nas viaspúblicas e alguns prédios apresentam- se em situações precárias necessitando de atenção. Também pelo tempo obsoleto da rede, o índice de perdas de água tratada é de 46,48%, considerado alto. A evolução da extensão de rede de água para abastecimento entre os anos de 2000 a 2012 apresenta-se no Gráfico 5 a seguir, onde nota-se o único aumento expressivo no período em que vigorou-se a melhoria do sistema. 35 Gráfico 5: Evolução da extensão da rede de abastecimento de água em Chapecó. Fonte: PMSB, 2012. Há ainda, mais duas áreas atendidas pelo abastecimento desta concessionária nos distritos de Marechal Bormann e Industrial. Nestes locais a água é disposta por poços com profundidade média de 13m. A área rural em sua totalidade não é atendida por nenhum abastecimento público. Outro problema relatado no Plano é o assoreamento da barragem no Lajeado São José, dado pela falta de estrutura adequada de saneamento respectivo às atividades agrícolas, industriais e alteração da mata ciliar. Em consequência disso, a capacidade do reservatório acaba sendo comprometida. Em contrapartida, o Lajeado Tigre possui algumas áreas de mata bem preservadas, mas também sofre um pouco com as atividades agrícolas, suinocultura e criação de gado. 4.6.2 Sistema de Esgotamento Sanitário A implantação de um sistema de esgotamento iniciou-se em 1998, porém o tratamento do esgoto passou a existir na cidade muito recentemente, a partir de 2009, quando houveram maiores investimentos. De 2009 a 2011 o número de ligações passou de 6.649 para 10.150 e a rede coletora, antes com 103km, passou a cobrir 215km, produzindo um aumento de 30% no tratamento. Ainda assim o sistema favorece apenas 66.400 habitantes da zona urbana com uma 36 vazão de 75L/s de esgoto tratado, mas conta com a previsão de duas ampliações para tratar o esgoto de 112.000 habitantes na primeira etapa e 150.000 habitantes na segunda. A Estação de Tratamento de Esgoto conta com um processo biológico aeróbio do tipo lodos ativados na modalidade de aeração prolongada, onde parte do lodo é recirculado no reator aeróbio e outra parte é descartada. Contém ainda um sistema de valo de oxidação. O percurso do tratamento é apresentado na Figura 9 a seguir. A mesma localiza-se num fundo de vale, abaixo da área central, facilitando o escoamento pela gravidade, como pode ser visto pela Figura 10. Figura 9: Fluxograma da Estação de Tratamento de Esgoto da cidade de Chapecó. Fonte: PMSB, 2012. 37 Figura 10: Vista da localização da ETE de Chapecó. Fonte: PMSB, 2012. Sobre a rede, a mesma conta com 7.150m de interceptores e 3.120m de emissários. O Gráfico 6 apresenta a evolução deste sistema, de 2000 a 2011, no qual nitidamente percebe-se os saltos nos períodos em que aplicaram-se os investimentos no setor. Gráfico 6: Evolução em km de rede de esgoto de 2000 a 2011 em Chapecó. Fonte: PMSB, 2012. 38 O corpo receptor do esgoto tratado é o Lajeado Passo dos Índios na região sudoeste de Chapecó, ou seja, a jusante da ocupação urbana. O efluente tratado lançado no corpo receptor é apresentado na Figura 11. Figura 11: Efluente tratado lançado no corpo receptor Lajeado Passo dos Índios. Fonte: PMSB, 2012. Em relação aos Distritos de Chapecó, ambos os cinco distritos não contam com nenhum tipo de tratamento de esgoto, sendo utilizado pela população em sua maioria fossas rudimentares e uma pequena parcela fossas sépticas. 4.6.3 Indicadores Para auxiliar nos cálculos de projeto de abastecimento de água e de esgoto, o município utilizou-se dos seguintes parâmetros: Indicador Territorial Populacional – a partir da densidade demográfica, percentual da população municipal, percentual de lotes vazios; 39 Cobertura de água da rede pública; Indicador de Esgoto – a partir da cobertura de esgoto (2010) com peso 2, fossas sépticas (2010), fossas rudimentares (2010), outros (2010). Deste modo, foram eleitos os bairros os quais careciam mais de infraestrutura para ser investido em obras. 4.6.4 Demandas estimadas para esgotamento sanitário Partindo de uma projeção de 20 anos adotada pelo Plano, foram dispostos alguns cálculos sobre os cenários futuros para adequação das demandas de abastecimento e esgoto. O Quadro 1 compara a extensão, em quilômetros, da rede existente com a substituição ou reforço necessários, haja vista que a mesma é muito antiga, para isso, considera o aumento de ligações feitas conforme o número da população aumenta. Quadro 3: Projeção de extensão da rede de distribuição de água. Fonte: PMSB, 2012. Já no Quadro 2 é apresentado a porcentagem de atendimento da população em termos de abastecimento de água e a população a que se pretende atender até o final dos 20 anos de projeção, no caso 2034. Assim é dada também a vazão média para o longo da do tempo e o índice de perdas o qual pretende-se que diminua, tendo em vista a alta porcentagem atual. Um fato importante a se destacar é que a produção existente, projetada como constante pois o recurso de água dos mananciais já está no seu limite de exploração não alcança a demanda prevista, gerando um déficit. 40 Quadro 4: Projeção de produção de água e perdas Fonte: PMSB, 2012. No Quadro 3 há um comparativo sobre a população atendida com água e a população atendida com o esgoto, bem como as ligações de água e esgoto previstas e o incremento necessário para realização das ligações de esgoto, uma vez que a rede de esgoto é bem menor atualmente do que a de água por tratar-se de um projeto mais recente. Quadro 5: Projeção de ligações de esgoto e incrementos. Fonte: PMSB, 2012. No Quadro 4 apresentam-se as economias de água geradas pelas ligações e a extensão da rede de esgoto prevista com as ampliações até 2034. 41 Quadro 6: Projeção de extensão de rede de esgotamento sanitário. Fonte: PMSB, 2012. E, finalmente, as vazões de projeto que foram dispostas pelo plano neste alcance de projeção são apresentadas no Quadro 5. Estes dados são importantes para os cálculos de dimensionamento de rede, tanto para abastecimento de água quanto para esgotamento, uma vez que uma das formas de obter-se a vazão de esgoto per capita é através do consumo de água. Para isso é preciso também adotar alguns coeficientes de retorno, preconizados pela norma NBR 9649/1986 da ABNT, os mesmos estão elencados a seguir: C = 0,80 (coeficiente de retorno); K1 = 1,20 (coeficiente de variação da vazão máxima diária); K2 = 1,50 (coeficiente de variação da vazão máxima horária); K3 = 0,50 (coeficiente de variação da vazão mínima horária). Quadro 7: Projeção de vazões de projeto. Fonte: PMSB, 2012. 42 4.6.5 Síntese do diagnóstico e considerações O dado mais marcante em relação ao sistema público de abastecimento de água foi apresentado no item anterior, onde se verificou que a produção atual de água com a eliminação das perdas seria suficiente para abastecer a demanda futura do município. Isso indica que há sérios problemas na rede de distribuição de água tratada que precisam ser minimizados. Outro ponto crucial é que em períodos de estiagem a demanda atual não é atendida, o que requer estudos para ampliar a captação no próprio território, mediadas de captação emergencial em municípios vizinhos a priorização do uso da água para o abastecimento público, já que o LajeadoTigre poderia alimentar o manancial principal, mas há outro uso destinado ao local. Há que se considerar ainda, como alternativa, a perfuração de poços para complementação da demanda. Não houve menção alguma sobre projetos relacionados a drenagens urbanas, os quais seriam fundamentais para resolver os problemas com alagamento constatados nas épocas de chuva. Obviamente, é essencial que essa carga de água pluvial esteja bem separada da rede de esgotamento que se destina ao tratamento. Considera-se ainda o alto índice de infiltração na rede, sinal de falhas ou baixo investimento na estrutura da rede. Ademais, várias falhas podem ser pontuadas em todas as etapas de abastecimento: Mananciais: apresentam situação alarmante quanto à qualidade devido a diversos tipos de contaminante a nível regional e também quanto à disponibilidade quantitativa em épocas de estiagem; Captação: a barragem do Lajeado São José não supre as demandas municipais em períodos de estiagem, sendo necessário o aporto do Lajeado Tigre, porém esta é utilizada para geração de energia, o que compromete a geração; Tratamento de Água na ETA: vem operando acima da sua capacidade e mal estado de conservação, requer ampliações urgentes; Adução de água tratada: os reservatórios a jusante recebem água pela própria rede de distribuição, o que não garante a reservação em épocas de alto consumo; Reservação: possui capacidade de apenas 15.000m³ o que pode suprir a demanda por apenas 9,5h; 43 Redes de distribuição e esgoto: apresentam problemas na bitola, elevado índice de perdas, elevado índice de infiltração, não atende boa porcentagem da população, menos ainda dos distritos. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Atlas do desenvolvimento humano no Brasil. Perfil de Chapecó Santa Catarina. Disponível em < http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/chapeco_sc#educacao>. Acesso em: 05 set. 2018. ESPÍRITO SANTO. Prefeitura de Vitória. Lei Complementar nº 541. PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ. Chapecó, 2014. Foz do chapecó Energia S.A. A usina Foz do Chapecó. Disponível em: <http://www.fozdochapeco.com.br/usina/>. Acesso em 05 set. 2018. G1 SC. Cidade Berço da Chapecoense é polo agroindustrial no sul do país. Santa Catarina: G1 SC, 10 OUT. 2010. Disponível em: <https://www.ajhotel.com.br/Novidades/Geral/Cidade_ber%C3%A7o_da_Chapecoense_%C3 %A9_polo_agroindustrial_no_Sul_do_pa%C3%ADs#Cidade_ber%C3%A7o_da_Chapecoens e_%C3%A9_polo_agroindustrial_no_Sul_do_pa%C3%ADs>. Acesso em: 05 set. 2018 HÉLLER, Léo; DE PÁDUA, Valter Lúcio. Abastecimento de água para consumo humano. 2 ed. Belo horizonte: UFMG, 2010. 1V: il. (ingeniun). INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Panorama das cidades. Chapecó, 2017. NORMAS TÉCNICAS SABESP. 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