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Tópicos em Direito - Penal

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Tópicos em Direito 2
Sumário
03
TÓPICO 5 – Direito penal ..............................................................................................07
1 Fontes do Direito Penal.............................................................................................07
1.1 Fonte material..........................................................................................................07
1.2 Fonte formal ............................................................................................................07
2 Analogia em Direito Penal ........................................................................................08
3 Aplicação da lei penal .............................................................................................08
3.1 Princípio da legalidade .............................................................................................08
3.2 Lei penal no tempo ...................................................................................................09
3.2.1 Regra: tempus regit actum ................................................................................09
3.2.2 Funções extra-ativas da lei penal .......................................................................09
3.2.3 Combinação de leis .........................................................................................10
3.2.4 Tempo do crime (art. 4º, CP) ............................................................................11
3.3 Lei penal no espaço .................................................................................................11
3.3.1 Lugar do crime (art. 6º, CP) ..............................................................................11
3.3.2 Extraterritorialidade da lei penal (art. 7º, CP) ......................................................11
4 Contagem de prazo penal (arts. 10 e 11, CP) .............................................................12
5 Conflito aparente de normas .....................................................................................12
6 Teoria Geral do Crime .............................................................................................13
6.1 Sujeito ativo ............................................................................................................13
6.2 Sujeito passivo .........................................................................................................13
6.3 Objeto do crime ......................................................................................................14
6.4 Conceito de crime ....................................................................................................14
6.4.1 Fato típico ......................................................................................................14
6.4.2 Ilicitude, ou Antijuridicidade .............................................................................19
6.4.3 Culpabilidade .................................................................................................20
7 Consumação ..........................................................................................................22
8 Tentativa (art. 14, II, CP) ...........................................................................................23
9 Concurso de agentes (art. 29, CP) .............................................................................24
10 Sanção penal ..........................................................................................................25
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10.1 Pena .....................................................................................................................25
10.1.1 Penas privativas de liberdade ..........................................................................25
10.1.2 Penas restritivas de direitos .............................................................................28
10.1.3 Multa (art. 49, CP) ........................................................................................29
10.2 Medidas de segurança ............................................................................................30
11 Concurso de crimes .................................................................................................30
11.1 Concurso material ..................................................................................................30
11.2 Concurso formal (art. 70, CP) ..................................................................................31
12 Suspensão condicional da pena (sursis) ......................................................................31
13 Livramento condicional.............................................................................................33
14 Efeitos da condenação .............................................................................................34
15 Causas extintivas da punibilidade ..............................................................................35
15.1 Conceito ...............................................................................................................35
15.2 Rol exemplificativo do art. 107, CP ..........................................................................35
15.3 Prescrição..............................................................................................................35
1 Homicídio (art. 121, CP) ..........................................................................................38
2 Auxílio, induzimento, instigação ao suicídio (art. 122, CP) ...........................................39
3 Infanticídio (art. 123, CP) .........................................................................................39
4 Aborto (arts. 124 a 128, CP) ....................................................................................40
5 Lesões corporais (ART. 129, CP) ................................................................................41
6 Crimes de perigo individual ......................................................................................42
7 Crimes contra a honra .............................................................................................44
8 Dos crimes contra a liberdade individual ....................................................................46
8.1 Tráfico de pessoas ....................................................................................................46
9 Crimes contra o patrimônio ......................................................................................47
9.1 Roubo (art. 157, CP) ................................................................................................48
9.2 Extorsão (art. 158, CP) .............................................................................................49
9.3 Extorsão mediante seqüestro (art. 159, CP) ................................................................50
9.4 Dano (art. 163, CP)..................................................................................................50
9.5 Apropriação indébita (art. 168, CP) ...........................................................................51
9.6 Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A, CP) ...................................................52
9.7 Estelionato (art. 171, CP) ..........................................................................................52
9.8 Receptação (Art. 180, CP) .........................................................................................53
05
10 Disposições gerais sobre crimes patrimoniais (arts. 181 a 183, CP) ...............................54
11 Dos crimes contra a dignidade sexual ........................................................................54
11.1 Estupro (art. 213, CP) e Estupro de vulnerável (Art. 217-A, CP)...................................54
11.2 Assédio sexual (art. 216-A, CP) ................................................................................56
12 Crimes contra a Saúde Pública ..................................................................................56
13 Crimes contra a Paz Pública ......................................................................................57
14 Crimes contra a Fé Pública .......................................................................................57
14.1 Falsidade ideológica (art. 299, CP) ..........................................................................58
14.2 Uso de documento falso (art. 304, CP) .....................................................................59
15 Crimes contra a Administração Pública ......................................................................59
15.1 Peculato (art. 312, CP) ...........................................................................................60
15.2 Concussão (art. 316, CP) ........................................................................................60
15.3 Corrupção passiva (art. 317, CP e Corrupção ativa (art. 333, CP) ...............................61
15.4 Prevaricação Art. 319, CP .......................................................................................62
15.5 Resistência (Art. 329, CP); Desobediência (art. 330, CP) .............................................62
15.6 Desacato (art. 331, CP) ..........................................................................................63
15.7 Descaminho (art. 334, CP) e Contrabando (art. 334-A, CP) ........................................63
16 Legislação penal extravagante ...................................................................................64
16.1 Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90) ............................................................64
16.2 Lei de Drogas (Lei nº 11. 343/06) ............................................................................65
16.3 Lei de Tortura (Lei nº 9.455/97) ...............................................................................67
16.4 Crimes contra a Ordem Tributária (Lei nº 8137/90) ..................................................68
16.5 Crimes de Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9613/98) .....................................................69
16.6 Lei Antiterrorismo (Lei nº 13.260/16) ........................................................................70
Tópico 5 
07
I – Parte Geral
1 Fontes do Direito Penal
As fontes, no sentido jurídico, indicam a origem e a forma de manifestação da regra jurídica. 
Podem ser: materiais ou formais.
1.1 Fonte material
A fonte material também denominada substancial ou de produção é o órgão competente para 
elaborar o Direito Penal. Compete privativamente à União legislar sobre Direito Penal (art. 22, I, 
CF), dessa forma o Poder Legislativo Federal é o órgão prolator do Direito Penal.
É importante salientar, contudo, que os Estados-membros poderão excepcionalmente legislar 
sobre questões específicas em matéria penal, desde que autorizados por Lei Complementar 
editada pelo Poder Legislativo Federal (art. 22, parágrafo único, CF). 
1.2 Fonte formal
Fonte formal, ou de cognição, é a forma pela qual se exterioriza o Direito Penal. Divide-se em 
imediata e mediata.
A imediata é sempre a lei em sentido estrito, ou seja, a que emana do legislativo competente 
para editar a lei penal. Trata-se de uma decorrência do princípio da legalidade que será abor-
dado posteriormente.
As mediatas são os costumes e os princípios gerais de direito. Costumes são comportamentos 
repetidos de forma constante, em razão de crença na obrigatoriedade. Os princípios gerais de 
direito são vetores éticos que norteiam as leis.
As fontes mediatas sofrem limitação, em razão do princípio da legalidade. Assim, jamais 
serão fontes de leis penais incriminadoras.
Direito penal
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2 Analogia em Direito Penal
Analogia é forma de integração da lei, ou seja, diante de lacuna é possível aplicar lei prevista 
a fato similar.
Não é possível a aplicação de analogia para incriminar fato não previsto, a chamada analogia 
in malam partem. Diante da ausência de previsão legal, significa que se trata de fato permitido, 
mais uma vez trata-se de decorrência do princípio da legalidade. 
Todavia, é possível a analogia in bonam partem, ou seja, para beneficiar o agente. É decor-
rência dos princípios penais constitucionais que têm caráter garantista. 
Saliente-se, entretanto, que analogia não se confunde com interpretação analógica. Interpreta-
ção analógica é espécie de interpretação extensiva, em que a própria lei determina que se amplie 
o seu conteúdo ou alcance, fornecendo o critério para tal, no caso, a analogia em relação.
Admite-se interpretação analógica em relação a tipos penais incriminadores. Exemplo: art. 
157, CP, o legislador prevê expressamente apenas dois meios executórios, a violência e a grave 
ameaça, mas ao final determina “ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossi-
bilidade de resistência”, assim é possível acrescentar qualquer meio análogo aos dois previstos, 
o legislador determinou os parâmetros para a inserção de outros meios.
3 Aplicação da lei penal
3.1 Princípio da legalidade
A legalidade penal é qualificada, não implica apenas no preceito geral de que ninguém é obri-
gado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Vai além disso, implica em que “[...] 
não há crime nem pena, sem prévia cominação legal”.
Saliente-se que a palavra “crime” foi empregada em sentido amplo, englobando também as 
contravenções penais.
Há duplo fundamento, art. 5ª, XXXIX da CF e art. 1ª, CP. A localização não é aleatória, dada a 
relevância do princípio constitui garantia constitucional do cidadão contra o arbítrio do Estado, 
além de ser princípio basilar de Direito Penal.
Trata-se de cláusula pétrea, de acordo com o art. 60, § 4ª da CF não pode haver emenda se-
quer tendente a abolir garantia constitucional. 
Tal princípio constitui função política e jurídica simultaneamente. Política porque protege o cida-
dão do arbítrio do Estado. Jurídica porque ninguém poderá ser condenado por fato não previsto 
previamente na lei.
A legalidade penal é composta de reserva legal mais anterioridade.
A reserva legal é a obrigatoriedade de previsão de crimes e penas na lei em sentido estrito, tal 
como explicado no item referente às fontes. Dessa forma, as demais espécies normativas, leis de-
legadas, medidas provisórias, decretos legislativos, não podem veicular regras de caráter penal. 
Quanto às medidas provisórias há vedação expressa no art. 62, §1º, I “b”, CF.
09
Mas não é só isso, para a observância de reserva legal é imprescindível destacar a forma pela 
qual os crimes e as penas devem ser previstos na lei.
A forma pela qual o legislador deve prever os crimes e as penas na lei deve observar os princí-
pios da taxatividade e do mínimo de determinação. Taxatividade é a descrição detalhada do 
fato na lei. Mínimo de determinação é a medida da taxatividade, assim a descrição do fato deve 
ser detalhada apenas na medida em que se consiga individualizar minimamente o fato. Guarda-
das às devidas proporções o mesmo se diga em relação à cominação das penas.
É por conta do princípio do mínimo de determinação que é possível a existência de leis 
penais incriminadoras incompletas, desde que haja a individualização mínima do fato na lei 
penal, esta poderá estar incompleta.
São leis incriminadoras incompletas os elementos normativos e as normas penais em branco.
Elementos normativos são palavras ou expressões contidas nos tipos penais que demandam um 
juízo de valor por marte do Magistrado, quando da aplicação da lei penal a fatos concretos. 
Essesjuízos podem ser jurídicos, sociais, históricos etc. Exemplo: art. 297, CP, crime de falsidade 
de documento público, para que haja a correta aplicação da norma o Juiz deve buscar o sentido 
jurídico da expressão “documento público”.
As normas penais em branco terão seu complemento estabelecido por outro ato normativo, po-
dem ser homogêneas ou em sentido amplo e heterogêneas ou em sentido estrito.
As homogêneas serão complementadas por outra lei de mesma hierarquia da lei penal. Exemplo: 
art. 237, CP, a lei penal não menciona quais são os impedimentos absolutos para o casamento, 
é o Código Civil que estabelecerá tais hipóteses.
As heterogêneas serão complementadas por outro ato normativo de hierarquia inferior a lei pe-
nal, tais como decretos, portarias. A despeito de o complemento não ser estabelecido por lei em 
sentido estrito, não há violação da reserva legal, pois a lei penal individualizou minimamente o 
fato. Exemplo: art. 33 da Lei nº 11.343/06, tráfico de drogas, a lei não diz quais são as drogas, 
essa tarefa ficou relegada a Portaria 344/98.
A anterioridade determina que a lei que cria o crime e a respectiva pena deve ser anterior ao fato 
que se pretende punir. Trata-se de questão de segurança jurídica.
3.2 Lei penal no tempo
3.2.1 Regra: tempus regit actum 
Regra geral, a lei do tempo rege o ato, ou seja, aplica-se ao fato a lei que está em vigor no 
momento em que o fato foi realizado.
Esse preceito aplica-se a todos os ramos do Direito.
3.2.2 Funções extra-ativas da lei penal
O Direito Penal admite excepcionalmente a aplicação de extra-atividade penal, que implica 
na possibilidade de aplicação de uma lei fora do seu período de vigência. Isso é possível nas 
hipóteses de retroatividade e de ultra-atividade.
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Retroatividade é a possibilidade de estender os efeitos de uma lei a fatos praticados antes de 
entrar em vigor. Só é possível para beneficiar o réu, conforme os preceitos do art. 5º, XL, CF e 
do art. 2º, CP.
O princípio da retroatividade da lei mais benéfica é também uma garantia constitucional e, 
portanto, cláusula pétrea.
O art. 2º, CP estabelece duas hipóteses a abolitio criminis e a novatio legis in mellius, tam-
bém denominada de lex mitior.
A abolitio criminis, na tradução literal, significa abolição do crime, ou seja, o fato deixa de ser 
considerado crime. Nesse caso, apagam-se todos os efeitos penais, atingindo inclusive a coisa 
julgada, ou seja, é como se o agente nunca tivesse praticado ilícito penal. Todavia, os efeitos ci-
vis permanecem. Exemplo: art. 240, CP, o crime de adultério foi revogado pela Lei nº 11.106/05.
A novatio legis in mellius, tradução literal nova lei para melhor, também denominada lex mitior, 
lei melhor, implica em lei posterior que estabelece algum benefício ao agente, mantendo a ili-
citude do fato. Os efeitos são idênticos aos apontados. Exemplo: art. 28 da Lei nº 11.343/06, 
o porte de drogas para consumo próprio tem como punição principal apenas pena restritiva de 
direitos.
Ultra-atividade é a possibilidade de estender os efeitos de uma lei além do seu período de 
vigência, desde que o fato tenha sido praticado durante a vigência da lei. Aplica-se em três hipó-
teses: para beneficiar o réu, no caso de leis excepcionais e de leis temporárias.
A ultra-atividade em benefício do réu é decorrência do princípio da retroatividade da lei mais 
benéfica. Assim, se uma lei jamais retroage para prejudicar o réu, a lei que será aplicada é a que 
vigia ao tempo da prática do fato, podendo, se necessário, estender seus efeitos para a frente 
no tempo.
As leis excepcionais são elaboradas por conta de alguma situação de anormalidade – calamida-
de pública ou guerra, por exemplo – e por isso tem prazo de vigência indeterminado. Já as leis 
temporárias têm prazo determinado de vigência.
Dessa forma, para que haja efetividade das leis excepcionais e temporárias, é necessário que 
tenham efeito ultra-ativo. Logo, todos os fatos praticados sob égide dessas leis submeter-se-ão a 
elas, de acordo com o que preceitua o art. 3º, CP.
3.2.3 Combinação de leis
Discute-se a possibilidade de combinação de leis diversas, considerando-se apenas os preceitos 
mais benéficos de cada lei. Dessa forma, a lei não seria considerada integralmente, mas sim 
apenas o trecho mais benéfico.
O assunto é divergente. Há dois posicionamentos que se destacam em relação a esse assun-
to: 1, não é possível a combinação de leis diversas, pois dessa maneira haveria infringência 
da tripartição dos poderes, fundamento do Estado Democrático de Direito, visto que o Juiz 
ao combinar leis diversas estaria criando uma outra; 2, é possível em decorrência do sistema 
constitucional das garantias fundamentais, posto que se é possível a retroatividade da lei mais 
benéfica não haveria óbice relativo a eventual combinação de leis.
A atual Lei de Drogas suscitou tal discussão em relação à possibilidade de manter a pena do art. 
12, da Lei nº 6368/76, com aplicação do benefício estabelecido pela Lei nº 11.343/06 no § 4º 
do art. 33.
11
3.2.4 Tempo do crime (art. 4º, CP)
Considera-se o crime praticado no momento da execução do fato. É a partir desse momento 
que haverá a incidência da lei penal. Adota-se a teoria da atividade.
Por exemplo, se o agente tem 17 anos na data em que desfere três golpes de faca contra uma 
pessoa, com vontade de matar, mas a vítima morre apenas em data em que o autor do fato já 
tem 18 anos, não se aplica o Código Penal a esse fato, em decorrência da teoria da atividade.
Em se tratando de crime permanente – aquele cuja consumação se protrai no tempo – é impor-
tante verificar se o fato se prolongou conscientemente após a maioridade penal, sendo que nesse 
caso haverá aplicação do Código Penal.
Quanto ao crime continuado – modalidade e concurso de crimes – os fatos devem ser conside-
rados isoladamente.
Saliente-se que o art. 4º, CP não se aplica quanto ao termo inicial da prescrição. O termo ini-
cial da prescrição é regido pelo art. 111, CP.
3.3 Lei penal no espaço
Adota-se o princípio da territorialidade temperada ou relativa, de acordo com art. 5º, caput, CP. 
Assim, aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados dentro do espaço considerado território 
nacional para fins jurídicos, respeitando-se disposições de tratados internacionais.
Considera-se território nacional para fins jurídicos: o território geográfico; o mar territorial (12 
milhas marítimas, art. 1º Lei nº 8617/93); o espaço aéreo correspondente; subsolo correspon-
dente; os navios e aeronaves públicos, onde quer que se encontrem (art. 5º, §1º, CP), os navios 
e aeronaves privadas, quando em alto-mar (art. 5º, § 1º, CP).
3.3.1 Lugar do crime (art. 6º, CP)
Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a execução do fato, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Adota-se a teoria da 
ubiquidade ou mista.
É importante destacar que o preceito referido se presta a identificar os lugares nos quais vai ha-
ver a incidência da lei penal, ou seja, ainda que o crime não ocorra integralmente no território 
nacional haverá a incidência da nossa lei ao fato. Não se trata de regra para fixar a competência 
para julgamento, matéria esta afeta à lei processual penal.
3.3.2 Extraterritorialidade da lei penal (art. 7º, CP)
Extraterritorialidade é a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a crimes praticados em 
território estrangeiro.
Há duas hipóteses de extraterritorialidade: a incondicionada (art. 7º, I e § 1º, CP) e a condicio-
nada (art. 7º, II, §§ 2º e 3º, CP).
As hipóteses da incondicionada são mais relevantes, por essa razão o agente será submetido à 
lei brasileira ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Em geral, envolvem questões 
relativas ao princípio real ou de defesa, exceto na hipótesedo genocídio, em que se adota o 
princípio da universalidade.
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Na condicionada há necessidade do implemento das condições do § 2º, de forma cumulativa, 
nas hipóteses previstas no inciso II, em que se adota os princípios da universalidade, da naciona-
lidade ativa e da bandeira. No caso da hipótese no § 3º, em que se adota o princípio da nacio-
nalidade passiva, devem estar presentes as condições do § 2º, mais as duas adicionais do § 3º.
4 Contagem de prazo penal (arts. 10 e 
11, CP)
O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum.
Desprezam-se nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, 
e na pena de multa as frações de real.
5 Conflito aparente de normas
O fato criminoso à primeira vista enquadra-se em dois ou mais tipos penais, contudo, como o 
conflito é apenas aparente, encaixa-se em apenas um deles.
A solução do conflito resolve-se pela aplicação dos princípios da especialidade, da subsidiarie-
dade, da consunção e da alternatividade (para alguns doutrinadores).
Especialidade: lei especial é a que contém todos os elementos de outra (geral), e ainda 
alguns elementos especializantes. Ex.: homicídio e infanticídio.
Subsidiariedade: a norma que prevê a ofensa maior do bem jurídico exclui a aplicação da 
norma que prevê a ofensa menor desse bem. Pode ser expressa ou implícita. Ex.: expressa 
art. 132, CP; implícita o crime de dano (art. 163, CP) é subsidiário ao furto qualificado por 
rompimento de obstáculo (art. 155, § 4º, I, CP).
Consunção: também denominado da absorção, a descrição de um ilícito é meio, fase 
normal de preparação ou execução, conduta anterior ou posterior de outro crime. Divide-
se em: crime progressivo (a prática de um crime pressupõe obrigatoriamente a do outro, 
ex. lesão corporal é meio para o homicídio); progressão criminosa (num mesmo contexto 
o dolo do agente sofre mutações, ex. após injuriar o agente resolve matar); antefato 
impunível (um delito menos grave é fase normal de preparação ou execução de outro mais 
grave, ex. o disparo de arma de fogo é absorvido pelo homicídio); e pós-fato impunível 
(aquele que se insere no curso normal da intenção do agente, ex. o agente furta e após 
vende a res).
Alternatividade: a aplicação de uma norma exclui a outra. Na realidade para a maioria 
não há conflito.
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6 Teoria Geral do Crime
6.1 Sujeito ativo
Sujeito ativo é, em regra, a pessoa física que realiza a conduta ilícita penal.
Quanto ao sujeito ativo, a classificação doutrinária divide os crimes em: comuns, próprios e de 
mão própria.
Regra geral, os crimes são comuns, podem ser praticados por qualquer pessoa.
Os próprios só podem ser praticados pelas pessoas indicadas pelo legislador na descrição 
típica, porém admite-se o concurso de pessoas tanto na modalidade coautoria quanto na par-
ticipação. Circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam, salvo se elementares do tipo. 
Dessa forma, o terceiro que não tem a condição de caráter pessoal, mas sabe da condição do 
concorrente, responde pelo mesmo tipo penal, como ocorre, por exemplo, no crime de peculato.
Os de mão própria só podem ser praticados pela pessoa indicada pelo legislador, nesse caso 
não se admite coautoria, apenas a participação. Ex.: falso testemunho ou falsa perícia, art. 
342, CP.
Excepcionalmente, pessoa jurídica pode ser agente de crime, apenas se partirmos do pres-
suposto de que a teoria adotada é a da realidade, ou seja, que a pessoa jurídica é dotada de 
vontade própria. Além disso, é importante considerar que apenas as de direito privado poderão 
ser agentes, visto que as de direito público são sempre sujeito passivo formal ou constante. Atu-
almente, pessoa jurídica só pode ser sujeito ativo de crime ambiental, conforme os arts. 225, § 
3º, CF e 3º, Lei nº 9605/98.
6.2 Sujeito passivo
Sujeito passivo é o titular do direito violado ou ameaçado de lesão pela conduta ilícita pra-
ticada pelo agente. 
São espécies de sujeito passivo o formal ou constante e o material ou direto ou eventual. For-
mal ou constante é sempre o Estado. Material é o titular direto do direito violado.
É possível que o Estado seja o único sujeito passivo, nos crimes contra a Administração Pública, 
por exemplo.
Morto não é sujeito passivo de crime, posto que não tem mais personalidade, logo não é 
titular de direitos.
A mesma pessoa não pode ser sujeito ativo e passivo de uma mesma conduta. Mesmo no crime 
de rixa, todos são sujeitos ativos e passivos, porque a conduta, por ser uma briga generalizada, 
é de cada um contra todos.
Por fim, há ainda o denominado crime vago, que tem como sujeito passivo um ente sem per-
sonalidade jurídica, como os delitos que atentam contra a coletividade ou a família.
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6.3 Objeto do crime
O objeto do crime pode ser jurídico ou material.
Jurídico é o bem jurídico sobre o qual recai a tutela penal. Ex.: vida, patrimônio, administração 
pública.
Material é a coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta do agente. Ex.: na lesão corporal a 
pessoa, no furto a coisa móvel.
6.4 Conceito de crime
O conceito formal está contido no art. 1º, LICP, em que havia a pretensão de se conceituar 
crime, contudo não se logrou êxito. O referido artigo apenas estabelece as espécies de pena 
pertinentes aos crimes e às contravenções, contudo esse dispositivo encontra-se obsoleto, tendo 
em vista que, por exemplo, atualmente há crimes cuja pena principal é restritiva de direitos, o 
porte de drogas para consumo próprio, art. 28, Lei nº 11.343/06.
A diferença entre crimes de contravenções não é de essência, pois ambos são espécies de infra-
ção penal. A diferença é quantitativa, crimes são mais graves que as contravenções, dessa forma 
haverá punições mais severas para aqueles.
Conceito material é um conceito doutrinário. Assim, crime é a lesão ou ameaça de lesão a 
um bem jurídico tutelado pelo Direito Penal. 
O conceito analítico é o principal, pois estabelece os elementos constitutivos do crime.
Adotamos a teoria finalista, contudo os autores divergem, uns adotam a tripartida, outros a 
bipartida.
Se tripartida, o crime é um fato típico, antijurídico e culpável.
Se bipartida, crime é um fato típico e antijurídico, sendo que a culpabilidade é pressupos-
to de aplicação da pena.
A despeito da diferença teórica, sob o ponto de vista prático o impacto de se adotar uma 
ou outra é diminuto.
Assim, desenvolveremos o estudo levando em conta a tripartida.
6.4.1 Fato típico
6.4.1.1. Conduta. Comportamento. Vontade. Erro de tipo
É o primeiro elemento do fato típico. 
Conduta é todo comportamento dirigido por uma vontade, levando-se em conta a teoria 
finalista da ação. As formas são ação e omissão. Em matéria Penal, a vontade se expressa por 
dolo, culpa e preterdolo, a serem abordados mais adiante.
Os crimes praticados por ação implicam em comportamento positivo, um fazer, que aparece no 
verbo núcleo do tipo, são denominados crimes comissivos.
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Os praticados por omissão constituem comportamento negativo, um não fazer, podem ser 
omissivos próprios ou puros e omissivos impróprios ou impuros ou comissivos por omissão.
Os próprios são os crimes cujo comportamento negativo está contido no núcleo do tipo pe-
nal, o legislador descreve o fato dessa forma. Ex.: art. 135, CP; art. 269, CP.
Os impróprios são os crimes em que a omissão do garante implica na possibilidade de respon-
der pelo resultado, caso possa e deva agir para impedi-lo. São garantes as pessoas elencadas no 
art. 13, §2º, CP. Ex.: mãe que deixa de amamentar o próprio filho, podendo fazê-lo, não ministra 
alimento alternativo, ocasionando a morte da criança por inanição.
A forma principal de vontade é o dolo. Doloé a vontade livre e consciente de produzir o 
resultado ou ao menos assumir o risco de produzi-lo.
O art. 18, I, CP, primeira parte, adota a teoria da vontade, a parte em que o agente quer 
produzir o resultado jurídico. Essa teoria é complementada pela teoria do assentimento ou do 
assentimento, referente à hipótese em que o agente assume o risco de produzir o resultado, 
contida na parte final do dispositivo referido.
Levando-se em conta a teoria finalista o dolo é o natural. Não se adota mais o dolo normati-
vo, em que se exigia a consciência da ilicitude, de acordo com a teoria clássica.
As principais espécies de dolo são: direto, indireto, genérico e específico.
O agente no dolo direto direciona a conduta desde o início num único sentido. Já no indireto, 
não há direcionamento único, se subdivide em alternativo e eventual. No alternativo o agente 
pratica conduta capaz de produzir resultados diversos, sendo que se contenta com qualquer de-
les. No eventual, o sujeito ativo pratica conduta capaz de produzir o resultado ou não, mesmo 
assim continua a realizar a conduta, sem desvia-la, assumindo o risco de produzir o resultado.
O dolo genérico é a vontade de praticar a conduta principal contida no núcleo, sendo que o tipo 
não exige finalidade especial, ex. art. 121, caput, CP. O dolo específico é a finalidade especial 
exigida no tipo, que deve existir no caso concreto, no momento em que o agente pratica a condu-
ta, sob pena de atipicidade da conduta ou enquadramento em outro tipo penal, ex. art. 159, CP.
A culpa em sentido estrito é segunda forma de vontade na esfera penal e depende da cumula-
ção dos seguintes elementos:
1º conduta inicial voluntária;
2º quebra do dever objetivo de cuidado, por imprudência, negligência ou imperícia. 
A imprudência é conduta positiva afoita, descuidada, ex. dirigir em alta velocidade. 
Negligência é comportamento negativo descuidado, não acionar o freio de mão em 
logradouro íngreme. Imperícia é a inobservância de regra técnica no exercício profissional. 
Ex.: cálculos errados realizados por engenheiro mal preparado;
3º resultado involuntário;
4º nexo causal entre a conduta inicial voluntária e o resultado involuntário;
5º previsibilidade objetiva: possibilidade de o homem médio prever o resultado. 
Homem médio é um parâmetro abstrato, uma ficção jurídica que constitui pessoa de 
cautela mediana;
6º tipicidade. Só há crime culposo se houver previsão legal expressa.
16 Laureate- International Universities
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Há quatro espécies de culpa: a inconsciente, a consciente, a própria e a imprópria.
Na inconsciente o agente não prevê a possibilidade de ocorrência do resultado no caso concre-
to. Na consciente o agente prevê a possibilidade do resultado, contudo espera sinceramente que 
não ocorra.
Na própria, o agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo. Na imprópria, o 
agente, após prever o resultado, realiza a conduta por descriminantes putativas, na verdade o 
agente age com dolo, contudo em razão de política criminal responde por crime culposo.
Saliente-se que não existe compensação de culpas na esfera penal. A conduta da vítima não 
elide a responsabilidade penal do autor.
Por fim, há ainda o preterdolo, última forma de vontade. É uma das espécies de crime qualificado 
pelo resultado (art. 19, CP). Só é possível se houver previsão expressa. No crime preterdoloso 
ou preterintencional, o agente tem dolo no antecedente e culpa no consequente. Ex.: art. 
129, § 3º, CP.
Erro de tipo é a falsa percepção da realidade, diante de uma situação fática, que pode in-
terferir na vontade do agente. Dessa forma, como no Direito Penal a vontade é absolutamente 
importante, qualquer vício pode trazer consequências.
Há quatro espécies de erro de tipo: o essencial, as descriminantes putativas, o erro deter-
minado por terceiro e o erro sobre a pessoa.
O erro de tipo essencial é o engano do agente quanto a elementar do tipo (art. 20, caput, 
CP). Elementar é toda palavra ou expressão contida no tipo que se eliminada mentalmente faz 
com que o crime desapareça.
Pode ser escusável, perdoável ou inevitável ou inescusável, imperdoável ou evitável. O critério 
para aferir se o erro é perdoável ou não é o do homem médio, assim será perdoável se nem 
o homem médio, diante de determinada situação fática seria mais cuidadoso. Se perdoável, 
exclui o dolo e a culpa. Se imperdoável exclui apenas o dolo, permitindo a punição por 
culpa, se prevista em lei.
As descriminantes putativas são situações em que o agente imagina que incorre num tipo 
penal permissivo, diante de situação concreta, mas na realidade não está (art. 20, § 1ª, 
CP). Se justificável que imagine dessa forma, o agente fica isento de pena. Se injustificável, 
responde o agente por culpa, se prevista em lei. O critério novamente é o do homem médio.
O erro determinado por terceiro implica na hipótese do agente se valer de outra pessoa 
como mero instrumento para praticar o fato ilícito (art. 20, § 2º, CP). Nesse caso, só res-
ponde quem determinou o erro.
O erro de tipo acidental é o equívoco irrelevante do agente, este responde como se tivesse 
praticado o fato como pretendia. Pode ser sobre objeto, sobre pessoa (error in personae), 
sobre o nexo causal (aberratio causae) e na execução (aberratio ictus).
O sobre objeto incide sobre a coisa que se almejava atingir. Ex.: o agente furta corrente dourada 
pensando ser de ouro, mas era bijuteria.
No sobre a pessoa o agente confunde a pessoa que pretendia atingir (art. 20, § 3º, CP). O 
agente responde como se tivesse realizado seu intento. Ex.: o agente desfere golpes de faca na 
escuridão em pessoa que acreditava ser seu pai. 
No erro sobre o nexo causal, o agente imagina que o resultado adveio de determinada causa, 
contudo sobrevém de outra. Mas é importante afirmar que o sujeito ativo praticou as duas cau-
17
sas. Ex.: o autor do fato pretende matar alguém por disparos de arma de fogo, contudo a vítima 
ao se esquivar cai num precipício e morre, o agente responde pelo resultado de qualquer forma.
6.4.1.2. Resultado jurídico e naturalístico
Resultado é a consequência da conduta perpetrada pelo agente. Há duas espécies de resul-
tado: o jurídico e o naturalístico.
O jurídico é a violação ou ameaça de violação a um bem jurídico tutelado pelo Direito Pe-
nal. Assim, pode-se afirmar que todo crime tem resultado jurídico.
O naturalístico é a modificação do mundo físico, resultante da conduta do autor do fato. 
Trata-se de modificação perceptível no objeto material do fato. Pode-se afirmar que nem todo 
crime tem esse tipo de resultado.
Há uma classificação doutrinária dos crimes, quanto ao resultado, que divide os crimes em ma-
teriais, formais e de mera conduta.
Os materiais só se consumam com a ocorrência do resultado naturalístico. Ex.: homicídio, lesão 
corporal, roubo.
Os formais se consuma antes da ocorrência do resultado naturalístico. Ex.: ameaça, extorsão 
mediante sequestro.
Os de mera conduta se consumam com a simples atividade do agente, não há sequer previsão 
legal de resultado naturalístico. Ex.: violação de domicílio na forma simples.
A identificação dessa classificação decorre da observância do tipo penal, ou seja, o legislador 
ao descrever o fato define a classificação apontada.
O resultado naturalístico, portanto, apenas será elemento do fato típico se forem crimes 
materiais ou omissivos impróprios. Não será elemento se forem crimes formais, de mera 
conduta e omissivos próprios.
6.4.1.3. Nexo causal
Nexo causal é o liame (ligação) entre a conduta e o resultado naturalístico. Dessa forma, 
só tem relevância o estudo do nexo causal se em relação aos crimes materiais ou omissivos im-
próprios.
Repise-se que nos crimes materiais e omissivos impróprios o fato típico é composto por 
quatro elementos: conduta (dolo, culpa e preterdolo),resultado naturalístico, nexo causal 
e tipicidade. Nos formais, de mera conduta e omissivos impróprios há dois elementos: 
conduta (dolo, culpa e preterdolo) e tipicidade.
A teoria adotada pelo Código Penal no art. 13, caput, é a da equivalência dos antecedentes, 
também denominada da conditio sine qua non. Todas as causas que contribuem de alguma 
forma para a produção do resultado são consideradas e tem valor equivalente.
Há dois filtros para se evitar o regressum ad infinitum decorrente dessa teoria. O primeiro se de-
nomina eliminação hipotética de Thyrén (professor sueco que deu nome à teoria) e o segundo 
é o elemento subjetivo.
O primeiro se aplica da seguinte forma: volta-se em cada causa antecedente e se pergunta men-
talmente se sem ela o resultado teria ocorrido, se a resposta for afirmativa pode ser retirada, pois 
não interferiu na produção do resultado.
O elemento subjetivo é a vontade do agente. A causa que vai compor a conduta, elemento do 
fato típico, será aquela praticada com a vontade de produzir o resultado.
18 Laureate- International Universities
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Há autores que acrescentam um terceiro filtro denominado imputação objetiva, que trabalha 
com a teoria do risco. Contudo, não há consenso quanto à admissibilidade desse filtro, seja 
porque não há previsão legal, seja porque não há unanimidade acerca dos seus parâmetros de 
aplicação.
Superveniência causal é a quebra do desdobramento causal da conduta por outra causa. Pode 
ser por causa absolutamente independente ou por causa relativamente independente.
As causas absolutamente independentes não têm a menor relação entre si. Pode ser que a 
causa que produziu o resultado seja a preexistente (praticada primeiro), concomitante (se as cau-
sas são simultâneas) ou superveniente, se for a causa posterior a produzir o resultado.
Idêntica situação ocorre se forem causas relativamente independentes, porém nesse caso as 
causas têm relação entre si, uma não corre sem a outra.
Excepcionalmente, adota-se a teoria da causalidade adequada, no art. 13, § 1º, CP, sem-
pre que uma causa por si só produziu o resultado.
6.4.1.4. Tipicidade. Princípio da insignificância
Tipo penal é a descrição do fato na lei realizada pelo legislador. Fato concreto é o fato da 
vida real.
Tipicidade é a subsunção – o enquadramento – do fato concreto na lei em abstrato, no tipo 
penal.
A despeito de alguns doutrinadores apontarem diferença entre tipicidade e adequação típica, 
parta-se do pressuposto, como a maioria, de que são a mesma coisa.
Há duas modalidades de adequação típica: por subordinação imediata ou direta e por su-
bordinação mediata ou indireta.
A primeira dá-se, como a própria denominação diz, quando a adequação entre o fato e a lei 
penal incriminadora é imediata, ou seja, não é necessário que se recorra a nenhuma norma 
de extensão do tipo, o enquadramento ocorre num único tipo penal. Ex.: pessoa que desfere 
dois golpes de faca com vontade de matar, o enquadramento do fato se amolda perfeitamente 
ao art. 121, caput, CP.
Na segunda, o encaixe não ocorre diretamente, faz-se necessário a utilização de uma norma 
de extensão. Ex.: pessoa que desfere dois golpes de faca em outrem com vontade de matar, mas 
por circunstâncias alheias à vontade do agente a vítima não morre. Nesse caso, a subsunção só 
será possível se se recorrer a uma norma de extensão, no caso o art. 14, II, CP.
É ainda importante mencionar os elementos do tipo. São eles: objetivos, subjetivos e normativos.
A regra é que os tipos penais sejam compostos apenas por elementos objetivos, ou seja, sejam 
descritos por palavras ou expressões que sejam de compreensão simples, basta identificar o 
significado da palavra para compreender.
Elementos subjetivos são finalidades especiais inseridas no tipo pelo legislador que devem 
ocorrer no caso concreto no momento em que o agente realiza o núcleo do tipo. A ausência da 
finalidade no caso concreto pode culminar na atipicidade da conduta ou enquadramento em 
tipo penal diverso. Ex.: no furto a finalidade é que o agente subtraia a coisa “para si ou para 
outrem”, sem essa finalidade a conduta é atípica.
Elementos normativos são palavras ou expressões contidas no tipo que demandam um juízo 
de valor por parte do Magistrado, quando da aplicação da lei penal ao caso concreto. Esse 
19
juízo de valor pode ser social, cultural, histórico ou jurídico. Ex.: a expressão “indevidamente” na 
prevaricação, “documento público” no crime de falsificação de documento público. 
Há uma excludente da tipicidade denominada princípio da insignificância ou da bagatela. 
O STF de forma reiterada decidiu que para a aplicação desse princípio é necessário observar os 
seguintes requisitos: mínima ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade 
social da conduta, reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e inexpres-
sividade da lesão jurídica provocada.
Diante desses requisitos, pode-se afirmar que a aplicação da bagatela não se restringe aos cri-
mes patrimoniais.
Saliente-se que não há previsão legal expressa admitindo a aplicação desse princípio e que a 
jurisprudência reluta em aplicá-lo de forma geral.
6.4.2 Ilicitude, ou Antijuridicidade
Ilicitude, ou antijuridicidade, é a contrariedade da conduta ao ordenamento jurídico pe-
nal. Assim, é possível que haja fato típico que seja lícito, basta que haja a caracterização de 
alguma excludente de ilicitude.
Causas excludentes da ilicitude ou causas excludentes da antijuridicidade ou causas de justifi-
cação ou tipos penais permissivos podem ser legais e supralegais. As legais se subdividem em 
gerais (art. 23, CP) e especiais (previstas em alguns tipos penais, ex. art. 128, CP). As supralegais 
não estão na lei e constituem assunto divergente, a mais aceita é o consentimento do ofendido.
As legais gerais se aplicam a todos os fatos típicos. São elas: estado de necessidade, legítima 
defesa, exercício regular de um direito e estrito cumprimento do dever legal.
O estado de necessidade está previsto nos arts. 23, I e 24, CP. Requisitos: situação de perigo, 
atual ou iminente (admitido de forma ampla na doutrina, a despeito de ausência de previsão 
legal expressa), não provocado por vontade do agente (de forma dolosa para a maioria), direito 
próprio ou alheio, conduta lesiva necessária, razoabilidade do sacrifício, ausência do dever de 
enfrentar o perigo e conhecimento da situação justificante. Espécies principais: próprio, de ter-
ceiro, real ou putativo (imaginário).
É importante consignar que se o agente escolhe o bem menos valioso para salvaguardar, haverá 
crime, por ausência de razoabilidade do sacrifício, contudo poderá incidir redução de pena, de 
acordo com o art. 24, § 2º, CP. 
A legítima defesa está prevista nos arts. 23, II e 25, CP. Requisitos: agressão humana injusta, 
atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, reação moderada, com meios necessários e co-
nhecimento da situação justificante. Legítima defesa não é vingança. Assim, em geral o ataque 
pelas costas não constitui a excludente. Espécies principais: própria, de terceiro, real, putativa 
(imaginária) e sucessiva (reação legítima ao excesso punível).
Não se admite legítima defesa recíproca, ou seja, simultânea, desde que seja real. Nesse caso, 
ou ambos os agentes praticam agressões injustas ou um injusta e o outro justa.
O exercício regular de um direito é a excludente diante de situações permitidas nos outros 
ramos do direito, art. 23, III, CP. Ex.: exercício do poder familiar, direito desportivo.
Há divergência se os ofendículos são legítima defesa preordenada ou exercício regular de um 
direito. Ofendículos são aparatos ou aparelhos predispostos para a proteção do patrimônio. Ex.: 
cerca elétrica, alarme. Independentemente do posicionamento não haverá crime, desde que haja 
moderação na utilização desses objetos.20 Laureate- International Universities
Tópicos em Direito 2
Estrito cumprimento do dever legal é a excludente diante de situações que decorrem do exer-
cício funcional, regulado em lei, de algumas pessoas, art. 23, III, CP. Ex.: policial que executa 
mandado de prisão, oficial de justiça que apreende veículo. 
6.4.3 Culpabilidade
A culpabilidade é o terceiro elemento do conceito analítico de crime. A culpabilidade não 
se confunde com a culpa em sentido estrito, esta é elemento de vontade da conduta e compõe 
o fato típico.
São elementos da culpabilidade: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigi-
bilidade de conduta diversa. 
6.4.3.1. Imputabilidade. Inimputabilidade. Semi-imputabilidade
Imputabilidade é a capacidade de autodeterminação do agente, capacidade de entender 
o que faz.
A lei penal prevê apenas as hipóteses em que não há imputabilidade, assim os imputáveis são 
identificados por exclusão.
O menor de dezoito anos é inimputável, arts. 228, CF, 27, CP e 104, ECA. Trata-se de pre-
sunção absoluta, sendo que o critério utilizado pelo legislador nesse caso foi o biológico.
Os doentes mentais podem ser inimputáveis, de acordo com o art. 26, caput, CP. Porém, 
nesse caso o critério legal é o biopsicológico, ou seja, deve haver uma causa biológica que 
desencadeia, no momento da prática da conduta ilícita, perturbação psicológica tal que retire 
por completo o discernimento. A acepção doente mental é utilizada de forma ampla, podendo 
incluir os silvícolas, os surdos-mudos, os alcoólatras, os dependentes químicos, as doenças men-
tais propriamente ditas.
Cabe asseverar que no caso apontado é necessária a realização de laudo pericial para aferir 
em cada caso se há discernimento, ausência ou discernimento parcial.
A embriaguez (por álcool ou drogas) proveniente de caso fortuito ou força maior se completa 
implica em inimputabilidade penal.
A embriaguez voluntária não exclui a imputabilidade penal. Nesse caso, desloca-se a aferi-
ção da imputabilidade para o momento anterior à ingestão da substância inebriante, aplicando-
-se a teoria da actio libera in causa, ação livre na causa. Ressalte-se que a aplicação da refe-
rida teoria não pode implicar em responsabilidade objetiva do agente, vedada na esfera penal, 
por isso deve-se observar a presença dos demais elementos do crime, principalmente os relativos 
à vontade.
A emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal, art. 28, I, CP. Emoção é senti-
mento fugaz, ex. euforia, e a paixão, sentimento duradouro, ex. ódio. A emoção pode apenas 
interferir na quantidade de punição. 
A inimputabilidade gera presunção absoluta de periculosidade. Dessa forma, o agente inim-
putável é absolvido, mas trata-se de absolvição imprópria, pois implica na aplicação de medida 
de segurança.
A semi-imputabilidade é o discernimento parcial do agente. Nesse caso, o agente é condena-
do, com aplicação de pena reduzida (art. 26, parágrafo único, CP), apenas se comprovada a pe-
riculosidade no caso concreto, a pena reduzida poderá ser substituída por medida de segurança.
21
6.4.3.2. Potencial consciência da ilicitude. Erro de proibição
Potencial consciência da ilicitude é a possibilidade, mediante um juízo leigo, de o agente 
ter acesso à informação acerca da ilicitude do fato.
Erro de proibição é o equívoco do agente, quanto à ilicitude do fato. Pode ser: escusável, 
perdoável ou inevitável ou inescusável, imperdoável ou evitável. O critério para aferir se o erro 
é perdoável ou não leva em conta as condições pessoais do agente, diferente da regra geral.
Os efeitos do erro de proibição estão no art. 21, CP, se perdoável implica em exclusão da cul-
pabilidade, se imperdoável em redução de pena.
6.4.3.3. Exigibilidade de conduta diversa. Causas de inexigibilidade de 
conduta diversa
A exigibilidade de conduta diversa é a exigência do Estado de que, diante de situações 
normais, as pessoas se abstenham de praticar crimes.
São causas de inexigibilidade de conduta diversa, situações anormais, admitidas expressa-
mente no art. 22, CP: a coação moral irresistível e a obediência hierárquica.
Na coação moral irresistível, o coator obriga o coacto a praticar um crime mediante a promessa 
de praticar mal, injusto, grave e possível de realizar em futuro próximo, contra o coacto ou al-
guém de seu relacionamento. Só responde pelo crime o coator. Ex.: sequestrar filho de gerente 
de joalheria, para constrangê-lo a auxiliar na subtração de joias.
A obediência hierárquica ocorre sempre que subalterno cumpre ordem de superior hierárquico, 
desde que não seja manifestamente ilegal. Só responde pelo crime o superior. Ex.: delegado que 
ordena recolhimento de preso ao cárcere, sem que haja justa causa para tanto.
Pode-se esquematizar o conceito analítico de crime, para a teoria finalista tripartida, em se tra-
tando de crimes materiais e omissivos impróprios:
Fato típico
 » conduta (dolo, culpa e preterdolo)
 » resultado naturalístico
 » nexo causal
 » tipicidade
Antijurídico
Culpável
 » imputabilidade
 » potencial consciência da ilicitude
 » exigibilidade de conduta diversa
22 Laureate- International Universities
Tópicos em Direito 2
Pode-se esquematizar o conceito analítico de crime, para a teoria finalista tripartida, em se tra-
tando de crimes formais, de mera conduta e omissivos próprios:
Fato típico
 » conduta (dolo, culpa e preterdolo)
 » tipicidade
Antijurídico
Culpável
 » imputabilidade
 » potencial consciência da ilicitude
 » exigibilidade de conduta diversa
7 Consumação
Diz-se o crime consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição 
legal (art. 14, I, CP).
Os crimes materiais consumam-se apenas com a ocorrência do resultado naturalístico. Os for-
mais antes da ocorrência do resultado naturalístico. Os de mera conduta se consuma com a 
simples atividade do agente, não há previsão de resultado naturalístico.
São fases do iter criminis:
Cogitação é a primeira fase. É a fase interna em que o agente concebe a ideia acerca da 
prática delitiva. Trata-se de fase impune.
Atos preparatórios, fase externa, em que o agente se cerca de aparatos necessários 
para a prática delitiva. Em regra, não são puníveis, contudo serão puníveis se constituírem 
crime autônomo, ex. associação criminosa. 
Atos executórios são atos capazes de lesar o bem jurídico tutelado. Prepondera o 
entendimento de que se iniciam os atos executórios a partir do momento que o agente 
pratica ato capaz de ofender o bem jurídico que esteja descrito no tipo. A partir desse 
momento é possível a punição, ao menos por tentativa.
Consumação é a consecução integral da conduta típica.
O exaurimento não faz parte do iter criminis. Nesse caso, o agente pratica atos além dos 
necessários para a consumação do crime. Ex.: a ocorrência do resultado naturalístico, nos crimes 
formais, é mero exaurimento do fato.
23
8 Tentativa (art. 14, II, CP)
Tentativa é a interrupção dos atos executórios por circunstâncias alheias à vontade do 
agente.
Os crimes unissubsistentes não admitem tentativa, pois a execução e consumação se dão num 
único ato.
Os crimes plurissubsistentes admitem tentativa, pois se realizam por mais de um ato executório.
São espécies de tentativa: a perfeita ou acabada, a imperfeita ou inacabada e a branca ou 
incruenta.
Na perfeita, o agente esgota todos os atos executórios possíveis para o caso concreto, mas 
por circunstâncias alheias a sua vontade a consumação não ocorre.
Na imperfeita, o agente inicia a realização dos atos executórios, mas não consegue realizar 
todos os possíveis, pois ocorre a interrupção, por circunstâncias alheias à sua vontade.
Na branca o agente não consegue atingir o objeto material do delito (coisa ou pessoa).
Não admitem tentativa: os crimes culposos, os preterdolosos, os unissubsistentes, osde 
mera conduta, os habituais (composto por uma reiteração de atos), crimes omissivos pró-
prios e as contravenções penais (art. 4º, Decreto-Lei nº 3688/41 – Leis das Contravenções 
Penais).
O art. 14, parágrafo único, CP determina que se pune a tentativa com a pena do crime con-
sumado, reduzida de um a dois terços, salvo disposição em contrário. O critério para a maior 
redução é inversamente proporcional à proximidade da consumação.
Não constituem tentativa: desistência voluntária, arrependimento eficaz, crime impossí-
vel e arrependimento posterior.
A desistência voluntária está prevista no art. 15, primeira parte do CP. Nesse caso, o agente inicia 
a realização dos atos executórios, mas podendo continuar a execução do fato, para de realizá-
-los voluntariamente. O agente só responde pelos atos praticados.
O arrependimento eficaz está previsto no art. 15, in fine, CP. O autor realiza todos os atos execu-
tórios possíveis, se arrepende, e, de forma eficaz impede que a consumação se efetive. O agente 
responde apenas pelos atos praticados.
No arrependimento posterior, o sujeito se arrepende após a consumação do fato. Constitui causa 
geral de diminuição de pena, desde que preenchidos os requisitos do art. 16, CP.
Diz-se o crime impossível quando, por ineficácia absoluta do meio ou do objeto, a consumação 
jamais ocorrerá (art. 17, CP). Não se trata de tentativa, porque o bem jurídico tutelado jamais 
sofreu perigo de lesão.
24 Laureate- International Universities
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9 Concurso de agentes (art. 29, CP)
É a reunião de duas ou mais pessoas para a prática de um mesmo fato ilícito, levando-se 
em conta crimes unissubjetivos, que em geral podem ser praticados por apenas uma pessoa.
O concurso de pessoas aqui referido é o eventual e não o obrigatório ou necessário. Neste a 
prática do crime por mais de uma pessoa é exigência legal, são os chamados crimes plurissub-
sistentes. Ex.: art. 137, art. 288, ambos do CP.
O CP adota, em regra, a teoria monista ou unitária que preceitua que todos que contribuem 
para a prática de uma mesma conduta respondem pelo mesmo tipo penal.
Excepcionalmente, o CP adota a teoria pluralista ou pluralística, em que cada agente que 
contribui para uma mesma conduta responde por tipo penal diverso. Ex.: arts. 124 e 126; 317 
e 333; todos do CP.
O Brasil não adota a teoria dualista, que estabelece tipo penal diverso para autores e partícipes.
Requisitos: pluralidade de condutas, relevância causal das condutas, vínculo subjetivo, 
colaboração anterior à consumação do fato.
Formas de concurso: coautoria e participação. Coautor é todo aquele que pratica a conduta 
principal, contida no núcleo do tipo, prevalece o entendimento que adotamos a teoria restritiva. 
Partícipe pratica conduta secundária, que consiste em induzimento (faz surgir a ideia), instigação 
(estimula a ideia do autor) e auxílio (fornece os meios).
A maioria da doutrina admite a aplicação da teoria do domínio do fato apenas nas hipóte-
ses de autoria mediata. A autoria mediata não constitui modalidade de concurso de pessoas, 
pois nesse caso uma pessoa se vale de outra como instrumento para a prática do delito, isso é 
possível: 1. Quando alguém se vale de inimputável para praticar o fato; 2. No erro provocado 
por terceiro; 3. No caso de coação moral irresistível.
Admite-se apenas coautoria em relação aos crimes culposos para a maioria da doutrina. 
Assim, os trabalhadores de uma obra que lançam uma tábua e matam um transeunte respondem 
por homicídio culposo em coautoria.
A participação de menor importância ou dolosamente distinta está prevista do art. 29, 
§§ 1º e 2º, CP. Se um dos autores quis praticar crime menos grave, será aplicada a pena 
deste, contudo se o resultado mais grave era previsível, a pena é aumentada de metade.
Não se comunicam aos concorrentes as circunstâncias ou condições de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do tipo (art. 30, CP). Ex.: peculato, só pode ser praticado por fun-
cionário público, mas o terceiro responde pelo mesmo crime por ser elementar, desde que saiba 
dessa condição.
A participação não é punível, salvo disposição expressa em contrário, se o crime não che-
ga, ao menos, a ser tentado (art. 31, CP).
A autoria colateral não constitui espécie de concurso de pessoas. Ocorre quando dois agentes 
realizam atos de execução do mesmo delito, um desconhecendo o comportamento do outro. 
Cada um responde pela sua própria conduta.
O mesmo ocorre na autoria incerta. Só que, nesse caso, os agentes realizam a conduta simul-
taneamente, sendo que não é possível identificar quem produziu o resultado. Ambos respondem 
por tentativa.
25
10 Sanção penal
Sanção penal é a consequência da infração penal. Sanção penal é gênero do qual penas 
e medidas de segurança são espécies.
10.1 Pena
Pena é a sanção aplicável aos imputáveis e aos semi-imputáveis que não têm periculosida-
de. Podem ser privativas de liberdade, restritivas de direitos ou multas.
São princípios aplicáveis às penas: dignidade da pessoa humana; legalidade; retroativida-
de da lei mais benéfica; individualidade, personalidade ou intranscendência da pena (a 
pena não passará da pessoa do condenado, art. 5º, XLV, CF); individualização da pena, 
art. 5º, XLVI, CF (tanto na lei quanto na sentença e na execução); proporcionalidade (im-
plícito, arts. 5º, XLVI e XLVII, 98, I, e 227, § 4º, CF).
São penas proibidas, art. 5º, XLVII: a. de morte, salvo em caso de guerra declarada; b. de 
caráter perpétuo; c. pena de banimento (expulsão do nacional), o brasileiro nato ou naturali-
zado não pode ser expulso do país; e, d. trabalhos forçados (não se confunde com o dever de 
trabalhar do preso). 
O entendimento que predomina é o de que os princípios e as proscrições anteriores se estendem 
às medidas de segurança.
Nossa CF traz ainda as seguintes previsões: a. art. 5ª, XLVIII, a pena será cumprida em esta-
belecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; b. 
art. 5º, XLIX, é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; e, c. art. 5º, L, às 
presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante 
o período de amamentação.
10.1.1 Penas privativas de liberdade
São espécies de penas privativas de liberdade: a reclusão e a detenção (art. 33, caput, 
CP). A reclusão é mais grave e admite, em regra, o cumprimento nos três regimes penitenciários, 
fechado, semiaberto e aberto. A detenção é mais branda, admitindo os regimes semiaberto e 
aberto.
Regime penitenciário é a forma pela qual a pena será executada. O fechado (art. 87, LEP) é 
cumprido em penitenciárias. O semiaberto (art. 91, LEP) é cumprido em colônia industrial ou 
agrícola. O aberto (art. 93, LEP) é cumprido na casa de albergado, onde houver.
O regime disciplinar diferenciado não constitui espécie de regime, mas sim sanção disci-
plinar. Os requisitos para a aplicação estão no art. 52, LEP.
A fixação do regime inicial de cumprimento de pena é realizada com base em critério que leva 
em conta a quantidade de pena aplicada in concreto na sentença e reincidência do agente. Con-
tudo, o Juiz deve sempre fazê-lo fundamentadamente.
Faz-se necessário explicar antes de explicitar as regras de fixação dos regimes iniciais a reinci-
dência. Reincidência é a prática de novo crime após o trânsito em julgado da sentença 
penal condenatória por crime anterior, no Brasil ou no estrangeiro, art. 63, CP. Assim se a 
condenação anterior for pela prática de contravenção penal, o condenado não será considerado 
reincidente.
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Tópicos em Direito 2
O art. 64, I, CP estabelece que não haverá reincidência se entre a data do término do 
cumprimento da pena ou sua extinção decorrer período superior a cinco anos, o chamado 
período depurador, computado o período de provada suspensão ou livramento condicional, se 
não ocorrer revogação. É o denominado tecnicamente primário.
O art. 64, II, CP estabelece ainda que para efeitos de reincidência não se consideram os crimes 
militares próprios e os políticos.
Passemos as regras de fixação de regime. O condenado à pena de reclusão:
1. Inicia no fechado sempre, em se tratando de condenado pela prática de crime hediondo, 
independentemente da quantidade de pena aplicada na sentença (art. 2º, § 1º, Lei nº 
8072/90);
2. Inicia no fechado o reincidente, independentemente da quantidade de pena aplicada 
na sentença. Pode iniciar no semiaberto, se favoráveis as circunstâncias do art. 59, CP, 
Súmula 269, STJ;
3. Inicia no fechado o primário, se condenado a pena superior a oito anos (art. 33, § 
2º, “a”, CP);
4. Inicia no semiaberto o primário, se condenado a pena superior a quatro e não 
exceda a oito anos (art. 33, § 2º, “b”, CP);
5. Inicia no aberto o primário, se condenado a pena igual ou inferior a quatro anos 
(art. 33, § 2º, “c”, CP).
Inobstante as regras anteriores, o Juiz pode fixar regime mais severo que a pena aplica-
da, desde que haja motivação idônea (Súmula 719, STF). A gravidade do crime não cons-
titui motivação idônea (Súmula 718, STF).
O condenado à pena de detenção:
1. inicia no semiaberto, desde que reincidente, independentemente da quantidade de 
pena aplicada na sentença;
2. inicia no semiaberto o primário, se condenado à pena superior a quatro anos;
3. inicia no aberto o primário, se condenado à pena igual ou inferior a quatro anos.
O cumprimento da pena privativa de liberdade é sempre de forma progressiva, de acordo 
com o art. 33, § 2º, CP.
Regra geral, após o cumprimento de um sexto da pena no regime mais rigoroso e bom com-
portamento carcerário, atestado pelo Diretor do estabelecimento prisional, pode o condenado 
progredir de regime (art. 112, LEP). É vedada a progressão per saltum (por salto), por ex. pro-
gressão do fechado diretamente para o aberto.
Exceto se a condenação for pela prática de crime hediondo, nesse caso, após o cumprimento 
de dois quintos da pena, se primário, e de três quintos, se reincidente (art. 2º, § 2º, Lei nº 
8072/90). Embora não haja previsão expressa, prevalece o entendimento de que se exige tam-
bém bom comportamento carcerário.
O condenado por crime contra a Administração Pública terá a progressão de regime con-
dicionada à reparação do dano que causou ou a devolução do produto do ilícito, com os 
acréscimos legais (art. 33, § 4º, CP).
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A execução da pena ficará sujeita à forma regressiva quando o condenado praticar crime do-
loso ou falta grave (art. 50, LEP), sofrer nova condenação que com a unificação torne incabível 
o regime, de acordo com o art. 118, LEP.
O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá se beneficiar da 
remição da pena, por trabalho ou estudo, de acordo com o art. 126, LEP. Regra geral, se 
desconta um dia da pena a cada 12 horas de frequência escolar, divididas no mínimo em três 
dias; o desconto é de um dia de pena para cada três de trabalho.
Havendo superveniência de doença mental no curso da execução da pena, o condenado 
deve ser transferido à hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou a outro estabelecimento 
adequado (art. 41, CP).
Detração penal é o cômputo do tempo de prisão provisória na pena privativa de liberdade (art. 
42, CP).
O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 anos, de 
acordo com o art. 75, CP. Trata-se da unificação das penas. Contudo, ressalte-se que o limite 
é de 30 anos para cada unificação, assim sobrevindo condenação por fato posterior ao início 
do cumprimento da pena, será feita nova unificação, desprezando-se o período decorrido, nesse 
caso é possível alguém ficar preso mais de trinta anos.
O CP adota o sistema trifásico para o cálculo dosimétrico da pena privativa de liberdade:
1ª fase) Fixação da pena-base, levam-se em consideração as circunstâncias judiciais 
elencadas no art. 59, CP.
A lei não fixa expressamente o quanto de aumento ou de diminuição para cada 
circunstância desfavorável ou favorável, fica a critério do Juiz. Contudo, a jurisprudência 
normalmente considera um sexto.
Nesta fase, a pena não pode sair dos patamares cominados em abstrato na lei.
A Súmula 444, STJ veda a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para 
agravar a pena base, em razão de maus antecedentes.
2ª fase) Cômputo das circunstâncias legais. As agravantes (arts. 61 e 62, CP) constituem 
um rol taxativo. As atenuantes (arts. 65 e 66, CP) um rol exemplificativo.
O art. 67, CP estabelece as circunstâncias preponderantes, as relativas à reincidência, motivos 
e a personalidade do agente (ter o agente menos de 21 e mais de 18 na data do fato).
Nesta fase, o legislador também não estabelece o quanto de aumento e de diminuição, 
novamente a jurisprudência considera um sexto ou um quarto, se preponderante.
Ademais, nesta fase a pena não pode ultrapassar os limites legais.
3ª fase) Cômputo das causas gerais e especiais de aumento ou de diminuição de 
pena.
O legislador estabelece o aumento ou a diminuição expressamente. Além disso, a pena 
pode sair dos limites cominados em abstrato.
No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode 
o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a que 
mais aumente ou diminua (art. 68, parágrafo único, CP).
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10.1.2 Penas restritivas de direitos
Pena restritiva de direitos é a sanção autônoma e substitutiva da pena privativa de li-
berdade, mediante o preenchimento dos requisitos legais, que implica da restrição ou 
supressão temporária de um direito do condenado.
Contudo, apesar de ser em regra pena substitutiva, no art. 28, Lei nº 11.343/06 é punição 
principal. Mencione-se também que nos crimes previstos no CTB a restritiva de suspensão ou 
proibição de dirigir veículo é prevista cumulada ou alternativamente com multa no preceito se-
cundário dos tipos penais.
O art. 43, CP elenca as espécies:
a) Prestação pecuniária (art. 45, § 1º, CP). Consiste no pagamento em dinheiro à vítima, 
seus dependentes ou entidade pública ou privada com destinação social, de valor fixado 
pelo Juiz, não inferior a um nem superior a 360 salários mínimos. Tal valor será deduzido 
de eventual reparação civil. 
Se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação 
de outra natureza, denominada pela doutrina de prestação inominada (art. 45, § 2º, 
CP), na prática o Juiz determina o pagamento de cestas básicas.
b) Perda de bens e valores (art. 45, § 3º, CP). Dá-se em favor do Fundo Penitenciário 
Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o valor do prejuízo causado ou 
do provento obtido pelo agente ou por terceiro, pela prática do crime.
c) Prestação de serviços à comunidade ou às entidades públicas (art. 46, CP). Consiste 
na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado em entidades assistenciais, hospitais, 
escolas, orfanatos e congêneres, desde que a condenação seja superior a seis meses de 
privação da liberdade.
As tarefas serão atribuídas conforme a aptidão do condenado, devendo ser cumpridas 
à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, desde que não haja prejuízo à 
eventual jornada de trabalho.
Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a 
substitutiva em menor tempo, nunca inferior à metade da privativa de liberdade fixada, 
todavia haverá a compensação em horas, ou seja, aumenta-se o tempo de tarefa por dia.
d) Interdição temporária de direitos (art. 47, CP). São: proibição do exercício de cargo, 
função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; proibição do exercício de 
profissão, atividadeou ofício; suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo 
(em se tratando de crime do CTB há disposições especiais); proibição de frequentar 
determinados lugares; e, proibição de inscrever-se em concurso, avaliação os exames 
públicos.
e) Limitação de fim de semana (art. 48, CP). Consiste na obrigação de permanecer, 
aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outro 
estabelecimento adequado, durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado 
cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.
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São requisitos objetivos para a substituição (art. 44, I, CP):
a) crimes dolosos: condenação igual ou inferior a quatro anos, desde que o crime não 
tenha sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.
b) crimes culposos: não há restrições.
São requisitos subjetivos (art. 44, II, III e § 3º, CP):
a) o réu não ser reincidente específico em crime doloso, se genérico pode desde que a 
medida seja socialmente recomendável.
b) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que a substituição seja suficiente.
Uma vez realizada a substituição, deve o Juiz se valer de critérios para realizar a substituição 
(art. 44, § 2º, CP): se a condenação for igual ou inferior a um ano, substitui-se por uma multa 
ou uma restritiva de direitos; se a condenação for superior a um ano, substitui-se por uma 
multa e uma restritiva ou por duas restritivas.
A pena restritiva de direitos converte-se, obrigatoriamente, em privativa de liberdade quando 
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta, respeitando-se um saldo míni-
mo de 30 dias (art. 44, § 4º, CP). A constitucionalidade desse saldo mínimo é duvidosa.
Haverá conversão facultativa se ocorrer condenação posterior a pena privativa de liber-
dade por outro crime (art. 44, § 5º, CP).
10.1.3 Multa (art. 49, CP)
A pena de multa consiste no pagamento ao Fundo Penitenciário Nacional da quantia fi-
xada na sentença e calculada em dias-multa (art. 49, CP).
A multa pode ser a cominada em abstrato, cumulativa ou alternativamente com a pena priva-
tiva de liberdade, no preceito secundário dos tipos penais, ou substitutiva da pena privativa de 
liberdade, se a pena aplicada não for superior a seis meses (art. 60, § 2º, CP).
A pena de multa é calculada em duas fases:
1ª fase) Cômputo da quantidade de dias-multa. Será, no mínimo, de dez e, no máximo, 
de 360.
O critério para fixar a quantidade de dias-multa leva em conta as circunstâncias judiciais, 
segundo a maioria da doutrina.
2ª fase) Fixação do valor de cada dia-multa, não podendo ser inferior a um trigésimo 
nem superior a cinco vezes o salário mínimo.
O critério para aferir o valor leva em conta a situação econômica do réu (art. 60, CP). 
A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em razão da situação 
econômica do réu, é ineficaz (art. 60, § 1º, CP).
A multa é considerada dívida de valor, por essa razão não pode ser convertida em pena priva-
tiva de liberdade, em razão do não pagamento.
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10.2 Medidas de segurança
Medida de segurança é a sanção penal aplicável aos inimputáveis, por conta de pericu-
losidade social presumida, e, eventualmente, aos semi-imputáveis, caso seja comprovada 
a sua periculosidade.
São espécies de medidas de segurança a detentiva e a restritiva (art. 96, CP). A detentiva im-
plica em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, sendo que é aplicável se 
o fato praticado é apenado com reclusão (art. 97, CP). A restritiva em sujeição a tratamento 
ambulatorial, aplicável a fatos apenados com detenção (art. 97, CP).
A internação ou o tratamento ambulatorial será por tempo indeterminado, perdurando 
enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação da periculosidade. O prazo 
mínimo é de um a três anos para a realização de nova perícia, a critério do Juiz (art. 97, § 1º, 
CP).
A despeito de o CP determinar de forma expressa, como apontado, que a medida tem prazo 
indeterminado, prevalece o entendimento de que o prazo máximo corresponde ao máximo 
da pena cominada em abstrato, tendo em vista que a CF veda sanções de caráter perpétuo.
A perícia médica deverá ser realizada a primeira vez, de acordo com o prazo mínimo realizado, 
após deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o Juiz da execu-
ção (art. 97, § 2º, CP).
A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situa-
ção anterior se o agente, antes do decurso de um ano, pratica fato indicativo de persistência de 
sua periculosidade (art. 97, § 3º, CP).
Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o Juiz determinar a internação do agente, 
se essa providência for necessária para fins curativos (art. 97, § 4º, CP).
11 Concurso de crimes
O concurso de crimes é a prática, de uma ou mais condutas, por um só agente, produzindo 
duas ou mais infrações penais.
São espécies de concurso de crimes: o material, o formal e o crime continuado.
11.1 Concurso material
O concurso material é prática de mais de uma conduta, por um só agente, produzindo 
mais de uma infração penal (art. 69, CP). É residual em relação ao crime continuado, pois 
preenchidos os requisitos, este prevalece.
Pode ser homogêneo ou heterogêneo. Homogêneo se os crimes praticados forem idênticos. 
Heterogêneo, se diversos.
Aplica-se o sistema do acúmulo material, no que concerne à aplicação da pena privativa de 
liberdade.
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11.2 Concurso formal (art. 70, CP)
O concurso formal implica na prática de uma única conduta, por um só agente, produzin-
do dois ou mais crimes (art. 70, CP).
Pode ser homogêneo, se os crimes praticados forem idênticos, ou heterogêneo, se diversos.
Pode ser ainda próprio ou perfeito ou impróprio ou imperfeito. No próprio o agente, mediante 
uma única conduta, produz dois ou mais crimes sem o propósito de produzir todos. No im-
próprio o agente, mediante uma única conduta, pratica os crimes com desígnios autônomos.
O sistema aplicado para o concurso formal próprio é o da exasperação, aplica-se a mais gra-
ve das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, aumentada de um sexto até a metade 
(causa geral de aumento de pena). O critério leva em conta a quantidade de crimes praticados. 
Contudo, aplica-se o concurso material benéfico, caso pela aplicação da exasperação a pena 
seja maior do que se houvesse a aplicação do acúmulo material (art. 70, parágrafo único, CP).
O sistema aplicado para o impróprio é o do acúmulo material, pois os resultados advêm de 
desígnios autônomos (art. 70, caput, in fine, CP).
Crime continuado (art. 71, CP) O crime continuado consiste na prática de mais de uma con-
duta, por um só agente, produzindo dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condi-
ções de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes 
ser havidos como continuação do primeiro (art. 71, CP).
Pode ser homogêneo ou heterogêneo. Homogêneo se os crimes praticados forem idênticos. 
Heterogêneo, se diversos.
Classifica-se em comum ou simples (art. 70, caput, CP), presentes os requisitos anteriores; ou, 
específico ou qualificado (art. 70, parágrafo único, CP), quando além disso tratar-se de crimes 
dolosos, praticados com violência ou grave ameaça à pessoa e contra vítimas diversas.
Aplica-se o sistema da exasperação. No simples, aplica-se a pena de um só dos crimes, se 
idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada de um sexto a dois terços. No específico, 
aumenta-se a pena de um só dos crimes, se idênticos, ou a mais grave, se diversos, até o triplo. 
O critério para o aumento leva em conta a quantidade de crimes perpetrados. Também aqui 
aplica-se o concurso material benéfico.
12 Suspensão

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