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Litisconsórcio: Conceito e Classificação

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LITISCONSÓRCIO
(Art. 113 a 118, CPC/2015)
Conceito
O litisconsórcio ocorre quando há pluralidade de sujeitos em um dos pólos da relação processual, ou seja, quando em uma relação jurídica há mais de um autor ou mais de um réu, em um mesmo pólo ou em ambos. Conforme o entendimento de Cassio Scarpinella Bueno, “a pluralidade de partes em um mesmo processo busca realizar a eficiência processual (art.5º, LXXVIII, CF/88; art.4º, CPC/2015) e também é uma forma de viabilizar o atingimento da isonomia, visto que o litígio conjunto favorece a prática de atos processuais tendentes a afetar um maior número de sujeitos com maior eficiência e viabilizar o proferimento da decisão desejavelmente uniforme para todos os envolvidos.”.
Classificação:
Litisconsórcio ativo, passivo e misto:
Quanto ao pólo em que se dá a relação, o litisconsórcio pode ser classificado como ativo, passivo ou misto, conforme preleciona José Frederico Marques ao definir litisconsórcio como: “o resultado da cumulação subjetiva de litígios, por atuarem vários autores contra o réu (litisconsórcio ativo); ou um autor contra vários réus (litisconsórcio passivo); ou vários autores contra vários réus (litisconsórcio misto)”. Em síntese:
Litisconsórcio ativo: quando há mais de um autor;
Litisconsórcio passivo: quando há mais de um réu;
Litisconsórcio misto: quando há mais de um autor e mais de um réu.
Litisconsórcio inicial (originário) ou ulterior (posterior, incidental ou supervenientes):
De acordo com o momento de sua formação, o litisconsórcio pode ser inicial ou ulterior. É chamado litisconsórcio inicial aquele que se há desde o momento da propositura da ação; caso contrario, ou seja, quando formado ao longo do processo, é chamado de litisconsórcio ulterior.
Litisconsórcio inicial: é aquele que se forma concomitantemente ao processo;
Litisconsórcio ulterior: é aquele que surge durante o processo (execução), podendo ser:
Em razão da conexão, que ao gerar a reunião dos processos poderá gerar um litisconsórcio;
Da sucessão, quando morrendo uma parte, será sucedida pelos seus herdeiros;
Da resposta do réu, por meio de alguma das modalidades de intervenção de terceiros.
Litisconsórcio necessário ou facultativo:
Quanto a sua formação, o litisconsórcio pode ser classificado como necessário ou facultativo. Podendo ser chamada também de classificação quanto ao grau de liberdade que a lei defira ao autor de formá-lo, ou não. O art. 114, CPC/2015, prevê a hipótese em que o autor é obrigado a acionar todos os litisconsortes (litisconsórcios necessários passivos), enquanto o art. 113 do CPC/2015 prevê a hipótese de que o litisconsórcio pode ou não ser formado (litisconsórcio facultativo).
Litisconsórcio necessário – de acordo com Cassio Scarpinella Bueno, “depende da sua formação impositiva (quando ela é imposta pelo ordenamento jurídico ou porque ela deriva das peculiaridades do próprio direito material, da “natureza da relação controvertida”, no que é clara a primeira parte do art. 114).”.
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida (unitário ou simples), a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Litisconsórcio facultativo – “é aquele constituído pela vontade das partes, submetidas, tão somente, ao limite da compatibilidade de pedidos, de ritos e, eventualmente, às regras que disciplinam a competência” (Thereza Alvim). Portanto, litisconsórcio facultativo é aquele que depende da possibilidade de sua formação no sentido de ela ser autorizada por lei. As hipóteses de litisconsórcio facultativo estão dispostas no art.113, incisos I a III, do Novo Código de Processo Civil. 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
Litisconsórcio unitário e simples:
Quanto à unidade de decisão (ou possíveis soluções a serem reconhecidas), o litisconsórcio pode ser classificado como unitário ou simples, podendo ser chamada também de classificação quanto à sorte no plano do direito material. Conforme o entendimento de Eduardo Arruda Alvim, “se os litisconsortes tiverem a mesma sorte no plano do direito material, a hipótese é de litisconsórcio unitário; se, todavia, houver possibilidade de a sorte no plano do direito material ser distinta para cada qual dos litisconsortes, o caso é litisconsórcio simples.”. 
Litisconsórcio simples: neste caso, a decisão do mérito pode ser distinta para os litisconsortes. 
Litisconsórcio unitário: neste caso, a decisão do mérito deve ser idêntica a todos os litisconsortes, visto que há apenas uma relação jurídica, a qual é indivisível. 
Regime de tratamento de litisconsortes
Destacam-se os artigos 117 e 118 do CPC de 2015 ao se tratar do regime jurídico aplicável aos litisconsortes. O artigo 117 consagra o “princípio da autonomia dos litisconsortes”: “Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, com litigantes distintos”. Existe uma ressalva ao se tratar de litisconsórcios unitários – “exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar”. Enquanto o art. 118, CPC/2015, ressalta que “Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos.”. 
O CPC/2015 traz diversas regras sobre o regime dos litisconsortes, como salienta Cassio Scarpinella Bueno:
O art. 87, §1º, estabelece a necessidade de distribuição expressa e proporcional da responsabilidade pelo pagamento das despesas processuais e pagamentos advocatícios entre os litisconsortes;
O art. 99, §6º, dispõe que o direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a litisconsorte, a não ser que haja requerimento e deferimento expresso;
 O art. 334, §6º, traz hipóteses em que não são realizadas audiências de conciliação ou mediação, estabelece que o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes;
O art. 335, §1º, complementa a regra anterior estabelecendo que o termo inicial do prazo para a resposta correrá individualmente para cada litisconsorte, contando-o da data de apresentação do respectivo pedido de cancelamento da audiência;
O art. 364, §1º, dispõe que a existência de litisconsorte na audiência de instrução e julgamento ampliará para trinta minutos o prazo para alegações finais, a serem divididos em partes iguais entre os litisconsortes.
REFERÊNCIAS
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
THAMY, Rennan Faria Kruger. Manual de Direito Processual Civil. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
ALVIM, Eduardo Arruda; GRANADO, Daniel Willian; FERREIRA, Eduardo Aranha. Direito Processual Civil. 6ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
BERMUDES, Sergio. Introdução ao Processo Civil. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2019.

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