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Patologia Argamassa 01

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Manifestações patológicas existentes em construções populares do programa cheque moradia. 
 dezembro/2015 
 
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 10 Vol. 01/ 2015 dezembro/2015 
 
Manifestações patológicas existentes em construções populares do 
programa cheque moradia. 
 
Lucas Silva Fonseca – lucas_fonseca15@hotmail.com 
MBA Gerenciamento de obras, tecnologia e Qualidade na construção. 
Instituto de Pós-Graduação - IPOG 
Goiânia, GO, 20, de julho de 2015. 
 
 
 
Resumo 
Na construção moderna, agilidade com qualidade são fatores de extrema importância às 
construtoras, que se preocupam em realizar o empreendimento em tempos recordes, 
adotando-se tecnologias avançadas, mas não levando em consideração um planejamento de 
prevenções e manutenções futuras nas edificações, surgindo assim, patologias que 
comprometem a estrutura e a estética dos edifícios. Este trabalho apresenta uma revisão 
bibliográfica sobre patologias de revestimento, abordando os principais problemas 
verificados em edificações, nos sistemas de alvenaria, sistemas de revestimento de 
argamassa, revestimento cerâmicas e revestimento de pintura, descrevendo suas principais 
manifestações. Para tanto, nos estudos de casos foram realizados levantamentos 
quantitativos das principais patologias de revestimento existentes, sendo vistoriados e 
registrados, para posterior análise. Além do levantamento foram realizadas sugestões 
propostas para minimizar os efeitos de anomalias nas edificações. Foi executado um 
levantamento socioeconômico para mostrar se o Programa Cheque moradia realmente tem 
como alvo famílias carentes. Por fim, são sugeridos temas relacionados com o estudo em 
questão para futuras análises cientificas. 
 
Palavra-Chave: Patologias em edificações, Programa Cheque Moradia, Levantamento 
socioeconômico. 
 
1. INTRODUÇÃO 
Com o desenvolvimento da construção civil, o problema da patologia nas edificações 
vai ficando mais evidente. Apesar do avanço tecnológico os problemas nas construções não 
param de surgir (MACIEL, 1998). 
A durabilidade e a consequente previsão da vida útil das estruturas de concreto 
armado estão sendo objeto de muitas pesquisas em diversas instituições, tanto no Brasil como 
no exterior. Estudos indicam que os problemas patológicos ocorrem na maioria das vezes por 
falhas em projeto e planejamento em edificações, além do mau uso da moradia (LIMA, 
2009). 
Assim, para que seja garantida a qualidade das estruturas, entre outros aspectos, deve-
se melhorar a concepção e a representação gráfica dos projetos e estabelecer um programa de 
inspeção periódica. Um programa eficiente de inspeção/manutenção periódica garante a 
1 
 
durabilidade das edificações e permite estabelecer prioridades para as ações necessárias ao 
cumprimento da vida útil prevista (LIMA, 2009). 
É necessário também que as patologias sejam evitadas depois das construções prontas, 
pois muitas das vezes o mau uso da moradia provoca muitas consequências, desagradáveis no 
dia-a-dia, proporcionando assim o ambiente doméstico algo incômodo e não um refúgio de 
descanso e paz (MACIEL, 1998). 
Esta pesquisa tem como objetivo geral realizar um levantamento das patologias 
encontradas nas construções do residencial em estudo. 
 
2. DEFINIÇÃO CHEQUE MORADIA 
 
De acordo com a LEI N. 14.542 (2003) o programa é de caráter eminentemente social 
e foi criado para possibilitar às famílias, com renda de até três salários mínimos, construir, 
ampliar e/ou reformar suas casas, ficando a mão-de-obra sob a responsabilidade do 
beneficiário. 
Tem por finalidade responder ao grave problema do déficit e da inadequação 
habitacional em que se encontram os estados brasileiros hoje, tendo sido, portanto o 
instrumento utilizado exclusivamente para a aquisição de materiais de construção, com 
fornecedores legalmente estabelecidos no Estado, como forma de saldar o Imposto sobre 
circulação de mercadorias e prestação de serviço (LEI N. 14.542, 2003). 
O processo de seleção dos beneficiados é feito através de critérios sociais e técnicos. 
Depois de selecionada, a família recebe o crédito, que é entregue em forma de cheques 
previamente preenchidos (LEI N. 14.542, 2003). . 
CONDIÇÕES PARA USUFRUIR DO CHEQUE MORADIA 
 Ter família constituída com no mínimo dois integrantes. 
 Não possuir outro imóvel. 
 Não ter sido beneficiado com doação de moradia em outro programa 
municipal, estadual ou federal. 
 Ser maior de 18 anos ou emancipado. 
Assim como qualquer programa habitacional, o Cheque Moradia exige que as pessoas 
interessadas em usufruir do programa atendam essas condições, com o propósito de fazer 
com que este atinja seu objetivo que é diminuir os efeitos da pobreza e a desigualdade social 
(LEI N. 14.542, 2003). 
CONDIÇÕES DE SUBSÍDIOS 
O subsídio concedido terá o seu valor expresso no Cheque Moradia, emitido em 
nome das pessoas físicas ou jurídicas beneficiárias, em valor único, permitido o seu 
fracionamento em parcelas que podem variar de R$ 10,00 (dez reais) a R$ 5.000,00 (cinco 
mil reais) por folha do cheque (LEI N. 14.542, 2003). 
Para concessão do subsídio as pessoas beneficiárias do Programa Habitacional 
observar-se-ão as seguintes regras e valores de acordo com a LEI N. 14.542 (2003). 
Para as famílias com renda mensal de até três salários-mínimos e aos servidores 
públicos civis e militares, da ativa, exceto comissionados e temporários, cuja renda mensal 
seja de até 6 (seis) salários-mínimos 
 Na construção de unidade habitacional o subsídio será de até R$ 5.000,00 
(cinco mil reais). 
2 
 
 Na construção ou implantação de redes de energia elétrica ou de distribuição 
de água potável e reservatório desta, para atendimento de unidade 
habitacional, o subsídio será de até R$ 600,00 (seiscentos reais). 
 Na reforma ou ampliação de unidade habitacional o subsídio será de até R$ 
1.500,00 (um mil e quinhentos reais) por serviço, permitindo-se a soma de 
serviços até o limite máximo de R$ 3.000,00 (três mil reais). 
Para obras executadas por pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de 
direito privado sem fins lucrativos e de interesse social 
 Construção, reforma ou ampliação de unidades habitacionais, incluindo-se a 
construção de redes de energia elétrica e de distribuição de água potável e 
reservatório, o subsídio será de até R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e R$ 
8.000,00 (oito mil reais), respectivamente. 
 Construção, reforma ou ampliação de centros comunitários de atividades 
múltiplas, creches, escolas, áreas de recreação e praças de esportes o subsídio 
será de até R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) e R$ 12.000,00 (doze mil reais), 
respectivamente. 
 Reforma ou recuperação de imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico e 
Cultural o subsídio será de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e R$ 
16.000,00 (dezesseis mil reais), respectivamente. 
2. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS 
2.1 PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO DE ARGAMASSA 
2.1.1 Fissuras 
A fissuração em revestimentos de argamassa é, sem dúvida, uma das patologias que 
mais podem causar desconforto e prejuízo econômico aos usuários. Até o momento é precário 
o domínio técnico sobre as causas que intervêm nessa patologia e suas conseqüências na 
durabilidade das vedações, não havendo sequer critérios que estabeleçam limites de 
fissuração para a aceitação de revestimentos, em rotinas de controle deste serviço (MACIEL, 
1998). 
2.1.2 Retração 
A retração é um fenômeno que ocorre pela diminuição do volume da argamassaquando da perda de água para o substrato por sucção, por evaporação ou pela reação química 
dos componentes do cimento e da cal. Vários são os fatores que influenciam na retração tais 
como: tipos de aglomerantes, temperatura, incidência do sol, umidade relativa do ar, 
velocidade do vento, etc. 
 
2.1.3 Eflorescência 
Segundo Verçoza (1987) eflorescência é a ocorrência de depósitos salinos causados 
por sais de cálcio, de sódio, de potássio, de magnésio ou de ferro, formados na superfície dos 
materiais de construção. Essas cristalizações fazem com que o sal aumente de volume 
podendo assim deteriorar a superfície em questão. 
3 
 
 
Figura 1: Manchas de aspecto nuvem. 
Fonte: Uemoto (1988) 
 
2.1 PATOLOGIA EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS 
 
2.1.1 Gretamentos 
O gretamento das peças cerâmicas se manifesta pela aparência de abertura liniformes, 
ou seja, abertura pouco profunda sem causar a divisão da peça, sobre a superfície da placa, 
geralmente originada por variações dimensionais desta peça, seja por variação térmica ou 
higroscópica (CAMPANTE E BAIA, 2003). 
 Campante e Baia (2003) indicam que esta patologia ocorre pela perda da integridade 
da superfície da peça cerâmica, que pode ficar limitada a um defeito estético ou evoluir para 
um descolamento, em caso de trincas. A Figura 3.5 mostra este processe. 
As causas listadas por Campante (2003) são: dilatação e retração das placas 
cerâmicas, deformação estrutural excessiva, ausência de detalhes construtivos ou pela 
retração da argamassa de fixação. 
 
Figura 2 : Gretamento 
Fonte: revista Téchne Ed. 96 
 
4 
 
2.1.2 Destacamentos 
Os destacamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do 
substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico 
ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa 
colante e/ou emboço. Devido a probabilidade de acidentes envolvendo os usuários e os custos 
para seu reparo, esta patologia e considerada a mais seria (ANGELIM, 2009). 
 
Figura 3: Destacamento 
Fonte: Autor (2009) 
 
2.2 PATOLOGIA DOS SISTEMAS DE ALVENARIA 
 
2.2.1 Relação alvenaria com estrutura 
A alvenaria tem uma rigidez significante que proporciona uma baixa deformabilidade 
da mesma, e quando a estrutura tende a deformar, encontra um corpo rígido (alvenaria) que 
reage, originando tensões e um novo carregamento à estrutura de sentido contrário a que ela 
aplicou na alvenaria. (SABBATINI, 1998). 
Segundo o mesmo autor, é aconselhável a substituição do ferro-cabelo por uma tela 
metálica, podendo assim obter um encurvamento da mesma constituindo uma espécie de 
mola, absorvendo bem os esforços providos da dilatação e retração da alvenaria, garantindo 
uma boa ancoragem mecânica e estabilidade lateral, mas observando sempre a não utilização 
de telas não galvanizadas devido à ocorrência de possíveis corrosões desse reforço. 
 
2.2.2 Usos de vergas e contravergas 
 
Nas regiões localizadas entre aberturas de portas e janelas, ocorre acentuadas 
concentrações de tensões de compressão, ocasionando fissuramento nessas regiões. Sendo 
combatidos esses acúmulos de tensões através da construção de vergas e contravergas. Essas 
fissuras nos contornos dos vãos podem assumir diversas configurações devido a fatores como 
magnitude das tensões, dimensões das aberturas e dimensão do painel de alvenaria (BAUER, 
1999). Situação detalhada nas Figuras 3.9 e 3.10. 
5 
 
 
 
Figura 4: Fissuramento em aberturas de portas e janelas. 
Fonte: construtora Andrade Junior (2011) 
 
De acordo com Bauer (1999) as vergas e contravergas deverão avançar de 30 a 40 cm 
após o vão das aberturas, e ter altura mínima de 10 cm, a fim de distribuir a concentração de 
tensões localizada. Caso exista muitas aberturas em proximidade é recomendável uma única 
verga sobre todas elas. 
 
2.3 PATOLOGIAS DOS SISTEMAS DE REVESTIMENTOS EM PINTURA 
 
As pinturas são elementos construtivos mais afetados por patologia em face de que, 
além de seus próprios problemas, outras imperfeições na argamassa, na alvenaria ou na 
estrutura afetam ligeiramente sua película prejudicando o aspecto estético (CONSOLI, 2006). 
2.3.1 Desbotamento 
O desbotamento ocorre devido a incidência da radiação solar, descorando o pigmento 
presente nas tintas, especialmente os de origem orgânica. A luz solar pode fazer com que 
certos pigmentos degradem e as resinas fiquem quebradiças perdendo suas propriedades. 
Portanto, deve-se especificar tintas para fachadas à base de pigmentos resistentes aos efeitos 
da radiação ultravioleta. (UEMOTO, 1988). 
 
2.3.2 Pulverulência 
 
A pulverulência consiste na patologia em que a superfície se encontra em estado de 
pó. Isto acontece devido vários fatores como a aplicação de tinta em substrato muito poroso 
em que o veículo da tinta é toda absorvida ficando apenas os pigmentos e cargas na forma de 
pó, com fácil remoção. (UEMOTO, 1988). 
2.3.3 Calcinação 
A calcinação, como mostra a figura 3.11, são manchas esbranquiçadas ou foscas que 
aparecem nas superfícies pintadas e provocam a deterioração da pintura com pulverulência 
superficial, podendo ser identificada pela presença de um pó branco na superfície. Tal 
patologia ocorre devido o desprendimento das cargas e partículas do pigmento e, em tintas 
brancas e pastéis, devido a falta do pigmento dióxido de titânio. (UEMOTO, 1988). 
 
 
6 
 
2.3.4 Manchas de mofo ou bolor 
Segundo Conti (2009) as chuvas quando incidem sobre materiais porosos como tijolo, 
argamassa e concreto podem ser absorvidas, não escorrendo pela superfície. Uma vez 
aprisionada no interior do substrato a água permanece por longo período devido a baixa 
velocidade de evaporação da umidade penetrada no substrato, causando a formação de 
manchas na película. 
 
2.3.5 Saponificação 
As Tintas mais ácidas à base de óleo e os materiais alquídicos não devem ser 
aplicados em meios básicos e alcalinos como substratos de argamassa e reboco com cal, sem 
antes aplicar fundo selador para isolar a alcalinidade. A aplicação direta acarreta na patologia 
denominada saponificação. (CONTI, 2009). 
 
2.3.6 Bolhas 
 
As bolhas ou fervuras como mostra a figura 3.14, ocorrem devido a presença de água 
sob a película. Isto acontece principalmente quando se aplica tintas impermeáveis em 
substratos mal curados ou com umidade ou quando se utiliza tinta com baixa resistência a 
tinta a óleo em substratos de elevada alcalinidade. A formação de bolhas também pode 
acontecer quando uma nova tinta aplicada umedece a película de tinta anterior, causando sua 
expansão. No caso de texturas, a formação de bolhas acontece, principalmente, devido à 
baixa permeabilidade da camada de proteção e acabamento e na falta do aditivo 
antiespumante (SUVINIL, 2010). 
2.3.7 Desagregação 
Patologia caracterizada pela destruição da pintura que se esfarela, destacando-se da 
superfície juntamente com partes do substrato (detalhe na figura 3.15). Normalmente, a 
origem do desagregamento está na aplicação da tinta/textura, antes da cura do reboco ou em 
um problema do substrato que se manifesta na pintura. (NETO, 2007) 
3. ESTUDO DE CASO 
Foi realizado levantamento de campo (inspeção) das principais manifestações 
patológicas de revestimento, sendo transcrito os problemas encontrados, os quais afetam a 
estética do ambiente, e interferem na qualidade de vida do morador. O estudo de caso foi 
realizado em 100 casas, em um total de 20 quadras. Sabendo que em cada quadra há 20 casas 
a amostragem foi de 25%das casas. Levantamento feito no período entre 02 de agosto a 03 
de setembro de 2011, em um dos residenciais do Programa Cheque Moradia. 
3.1 Patologias dos sistemas de alvenaria 
a) Fissuração da Alvenaria 
Observou-se a ocorrência de fissuras e trincas nos muros construídos, conforme figura 
4.1. Não realizou-se os cuidados adequados na compactação do solo em que o muro foi 
executado, fazendo com que houvesse recalques que comprometem totalmente o muro. 
7 
 
Conforme citado no item 3.3, o muro deve ser refeito completamente, devendo ser feito a 
devida preparação do aterro. 
 
 
Figura 5 - Fissuras na alvenaria 
 
 
b) Vergas e Contravergas 
Encontradas nos cantos superiores de abertura de janelas e portas, região onde existe 
um acúmulo de tensões como citado em 3.3. Destaca-se então a necessidade de previsão 
durante a execução, de vergas (elemento estrutural localizado sobre o vão) e contravergas 
(reforço colocado sob a abertura). A ausência ou execução deficiente de vergas e 
contravergas explica a presença dessas fissuras conforme mostra Figura 4.2, que se tornam 
um meio de ingresso de umidade para o interior da parede, ocasionando manchas, mofo e até 
o destacamento da pintura de superfície das paredes. 
3.2 Patologia dos sistemas de revestimento de argamassa 
a) Descolamento da argamassa 
 
 Percebe-se a presença de descolamento da argamassa, localizado com maior 
intensidade nas regiões inferiores das paredes, conforme mostra a Figura 4.3, onde não 
foram tomadas as devidas providências durante a execução, escolhendo materiais de baixa 
qualidade, alto teor de materiais pulverulentos, agravando o aparecimento desse tipo de 
patologia. 
 
8 
 
 
Figura 6- Descolamento da argamassa 
 
 
b) Fissuras na Argamassa 
Foram detectados fissuras na argamassa, localizadas principalmente nas regiões 
centrais das paredes, nas calçadas, no piso e nas bancadas de lavar roupa, conforme 
apresentam as Figuras 4.4 e 4.5. Suas aberturas podem contribuir para a entrada de umidade, 
evoluindo-se para a ocorrência de outras patologias se não tomados os cuidados de 
recuperação. 
 
 
Figura 7- Fissuras na argamassa 
 
 
 
9 
 
 
Figura 8- Rachaduras no piso 
Patologias em revestimentos cerâmicos 
a) Trincas, Gretamento e Fissuras 
Existem trincas e fissuras nos revestimentos cerâmicos, conforme exposto na Figura 
4.6, sendo por retração do componente cerâmico ou por umidade do ambiente. Locais com 
essas patologias podem contribuir para o acúmulo de sujeiras, bactérias, e é considerada zona 
de perigo de acidentes a moradores inabilitados, ou incapazes de locomover-se perfeitamente. 
 
 
Figura 9- Trincas no revestimento cerâmico 
 
b) Problemas com as Juntas de Assentamento 
Em 7 banheiros não foram tomados as devidas preocupação com o rejunte, não 
preenchendo totalmente as juntas dos revestimentos cerâmicos, conforme mostra a Figura 
4.7. Como nesse ambiente existe um índice de umidade muito elevado, a água percorre entre 
os espaçamentos não preenchidos com rejunte, infiltrando-se na parede, auxiliando para o 
surgimento de outras patologias. 
10 
 
 
 
Figura 10- Juntas executadas incorretamente 
 
c) Destacamento 
Em raras situações foram encontradas cerâmicas destacando-se, todos os casos foram 
encontrados nos banheiros, únicos lugares onde havia revestimento cerâmico. O 
destacamento foi provocado pela excessiva dilatação higroscópica do mesmo. 
 
Patologias dos sistemas de revestimento de pintura 
a) Bolor ou Mofo 
Foi encontrada a presença de bolor ou mofo, existente principalmente das regiões 
superiores das paredes, nos tetos e nas áreas externas perto da fossa, conforme mostra a 
Figura 4.8. Apresentando uma região de proliferação e acúmulo de microorganismos 
(fungos). 
 
 
Figura 11- Bolor ou Mofo 
b) Saponificação 
Em muitas paredes da cozinha foi detectada a presença de saponificação, localizadas 
nas regiões inferiores das paredes. Esse tipo de patologia se não tratada pode evoluir para o 
desagregamento do reboco, afetando a estética do ambiente (Figura 4.9). 
 
11 
 
 
Figura 12- Saponificação 
 
 
 ANÁLISE DOS DADOS 
 
Em uma amostragem de 194 quantidades de patologias encontradas e relatada na 
tabela abaixo a fim de identificar os quantitativos gerais das patologias nos ambientes e sendo 
analisadas graficamente as patologias específicas em um contexto geral. 
RESIDENCIAL REAL CONQUISTA 
N° casas= 100 
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PATOLOGIA 
DE 
ALVENARIA 
PATOLOGIA EM 
ARGAMASSAS 
PATOLOGIA DE 
REVESTIMENTO 
CERAMICO 
PATOLOGIA DE 
PINTURA 
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Sala 35 3 6 5 8 0 0 0 0 8 5 
Quartos 3 0 0 2 0 0 0 0 0 0 1 
Banheiro 42 0 0 0 3 10 2 7 8 4 8 
Área de 
Serviço 
114 25 0 6 32 0 0 0 35 7 9 
TOTAL 194 28 6 13 43 10 2 7 43 19 23 
Tabela 1- Quantitativos de patologias por ambientes 
Fonte: Autoria própria 
 
 
12 
 
 
Gráfico 1- Análise Geral 
Fonte: Autor 
SOLUÇÕES PROPOSTAS 
Para solucionar os problemas construtivos estudados, segue abaixo algumas técnicas 
práticas e eficientes, a fim de minimizar ou ate mesmo extinguir tais patologias. Para sua 
melhor execução, é recomendável a utilização das orientações da norma NBR 15.575 (2010), 
que se trata de desempenho das edificações, e tem como objetivo atender as necessidades dos 
usuários da edificação, dentro de determinadas condições de exposição, ao longo de uma vida 
útil de projeto e no contexto do ambiente regulatório, econômico e social brasileiro. Esta 
norma é uma ferramenta para o usuário estabelecer programas de manutenção corretiva e 
preventiva. 
i. Patologia nas alvenarias: 
a) Fissuras na alvenaria 
Quando as fissuras ocorrerem na interface da estrutura com a alvenaria utiliza-se a tela 
galvanizada na etapa anterior da argamassa, com transpasse 30 cm de cada lado da junta, sendo 
fixada com grampos deixando-a bem firme. 
b) Ausência de Verga e Contra verga 
A solução encontrada para se resolver definitivamente o problema de fissuras nas 
aberturas de janelas e portas, baseia-se na inserção de contravergas pré-moldadas de concreto 
armado, devendo ter um transpasse de pelo menos 40 cm da extremidade das janelas ou 
portas, conforme mostra a Figura 5.1. 
17%
29%
10%
44%
ANÁLISE GERAL DE PATOLOGIAS
ALVENARIA
ARGAMASSA
CERÂMICO
PINTURA
13 
 
 
Figura 13 Esquema de recuperação de fissuras 
Fonte: Autor 
1.1.1 Patologia no revestimento de argamassa: 
a) Descolamento da Argamassa 
Deve-se fazer a retirada de todo o revestimento que se encontra descolado do 
substrato, fazer uma limpeza do local, retirando materiais pulverulentos que impossibilita a 
aderência da argamassa, e utilizar cimento pozolânico,pois proporciona ao cimento maior 
resistência a meios agressivos, diminui a segregação dos agregados. 
b) Fissuração da Argamassa 
Para este caso estas devem ser abertas ao longo de seu comprimento, para que fique 
em forma de “V”, existe ferramenta com ponteira metálica própria para este serviço. A trinca 
deve ser preenchida com selante flexível à base de poliuretano, silicone, resina acrílica, etc. 
ii. Revestimento Cerâmico 
a) Trincas, Gretamento e Fissuras 
Devem-se remover todas as peças cerâmicas danificadas, e na sua substituição 
analisar a existência de elementos construtivos corretamente (Junta de assentamento), e 
também a utilização de argamassa colante adequada para o tipo de piso. 
b) Destacamento do revestimento cerâmico 
Observou-se a presença de destacamento somente em alguns banheiros, e devem ser 
removidas todas as peças cerâmicas soltas, realizar uma limpeza do local, retirando todas as 
sujeiras existentes e a recolocação das peças. 
c) Problemas com as juntas de assentamento 
Existe a presença de juntas de assentamento sem o preenchimento de rejunte, que 
possibilita a entrada de umidade podendo danificar as peças cerâmicas. Deve-se fazer o 
rejuntamento dos mesmos. 
iii. Revestimento de Pintura 
a) Bolor ou Mofo 
A abordagem da solução proposta foi abordada no item 2.4.1. 
b) Saponificação 
A abordagem da solução proposta foi abordada no item 2.4.2. 
c) Desagregamento da Pintura 
A abordagem da solução proposta foi abordada no item 2.4.4. 
 
14 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A análise visual das patologias da construção é importante para o conhecimento de 
quais patologias são encontrados no residencial em estudo. Mediante a avaliação das 
manifestações patológicas levantadas, torna-se possível definir suas intervenções, conhecer 
os mecanismos de como os fenômenos surgem e o modo como eles se apresentam. 
Como foi mostrado no levantamento feito no residencial do Programa Cheque 
Moradia, alguns tipos de patologias como fissuras nas argamassas do piso, na moradia, se 
tornam preocupantes pois são fissuras que possuem tendência a aumentar, causando maior 
desconforto visual e, chegando a comprometer toda a estrutura da casa. 
A pintura teve a maior incidência de patologias, predominando em todas as moradias 
estudadas, e mesmo sendo de fácil reparo, representa 44% em comparação com as outras, e 
entre elas o bolor ou mofo apresentou maior porcentagem de ocorrência com 51% de todas as 
patologias de pintura. 
Defeitos na impermeabilização são um dos principais fatores para o surgimento de 
patologias, visando que as maiorias dos defeitos encontrados surgem apartir da existência de 
infiltrações. Assim a prevenção, será normalmente a forma mais econômica de minimizar as 
conseqüências de patologias construtivas, observando as normatizações de desempenho da 
edificação, conforme especifica a NBR 15575 (ABNT 2010), equacionando-se meios de 
monitoração para realização de inspeções periódicas, no intuito de avaliar o desempenho dos 
elementos em condições de serviço. 
A existência de uma equipe técnica operacional, atuando diretamente na manutenção e 
na prevenção de patologias, reduz esses índices de forma satisfatória, salientando que essa 
proposta já vem sendo discutida entre os moradores. 
Este trabalho abre novos horizontes para o desenvolvimento de futuros trabalhos 
científico, entre os quais: 
- Analisar se as patologias construtivas influenciam na evolução de microorganismos; 
- Empregar um processo de padronização de vistorias técnicas, criando um arquivo 
histórico das edificações, facilitando o gerenciamento de manutenção, programação 
de reparos, avaliação histórico das degradações e seu ciclo de vida; 
- Fazer uma estimativa de evolução das patologias construtivas em idades futuras. 
- Verificar a resposta patológica em construções executadas com outras formas de 
benefícios, como o Programa Minha Casa Minha Vida. 
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piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – 
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