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PIAGET E VYGOTSKY

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Piaget escreveu sobre a interação entre indivíduo e meio constituída através de dois processos: organização interna das experiências e adaptação ao meio. Piaget não deu ênfase aos valores sociais e culturais no desenvolvimento da inteligência, pressupostos escritos por Vygotsk. Lev Semenovich Vygotsky estudou sistematicamente a psicologia e seu projeto principal foi os processos de transformação do desenvolvimento na dimensão filogenética, histórico social e ontogenético.
As diferenças entre os dois autores parecem ser muitas, mas eles partilham de pontos de vista semelhantes. Ambos entenderam o conhecimento como adaptação e como construção individual e compreenderam a aprendizagem e o desenvolvimento como auto-regulados. Discordaram quanto ao processo de construção desse conhecimento, ambos viram o desenvolvimento e a aprendizagem da criança como participativa, não ocorrendo de maneira automática. A criança transforma aquilo que aprende de acordo com sua capacidade interna e nata, tornando-se transformadora da aprendizagem, criadora, se essa capacidade de aprendizagem e oportunidade lhe for oferecida.
Vygotsky e Piaget estavam preocupados com o desenvolvimento intelectual, porém cada um começou e perseguiu por diferentes questões e problemas. Piaget estava interessado em como o conhecimento é adquirido ou construído, onde a teoria é um acontecimento da invenção ou construção que ocorre na mente do indivíduo, Vygotsky estava preocupado com a questão de como os fatores sociais e culturais influenciam o desenvolvimento intelectual. A teoria de Vygotsky é uma teoria de transmissão do conhecimento da cultura para a criança, os indivíduos interagem com agentes sociais mais lecionados, como professores e colegas. As crianças constroem e internalizam o conhecimento que esses seres instruídos possuem. Enquanto que Piaget, não acreditava que a transmissão direta desse tipo fosse viável. 
Para ele as crianças adquirem uma forma própria de se desenvolver no social, mediante a construção pessoal desse conhecimento. Piaget aprovou a construção individual como singular e diferente, embora comumente ligada e próxima daquela da cultura, com isso a criança tem a chance de errar e construir. Vai ocorrendo períodos de desequilibração para uma nova sustentação de bases. Sabemos que muitos indivíduos estão estacionados em algumas etapas de desenvolvimento e isso é refletido no dia-a dia, com um jeito particular de pensar.
Em relação à aprendizagem e desenvolvimento, assunto deste estudo, tanto Vygotsky como Piaget, acreditavam no desenvolvimento e aprendizagem, embora, seus pontos de vista sobre o relacionamento sejam diferentes. Vygotsky tinha a idéia de que a aprendizagem é a força propulsora do desenvolvimento intelectual, enquanto que para Piaget o próprio desenvolvimento é a força propulsora.. Piaget tinha a concepção de que o nível de desenvolvimento colocava limites sobre o que podia ser aprendido e sobre o nível da compreensão possível daquela aprendizagem, onde cada pessoa tem um ritmo, não podendo ir além daquele estádio adquirido.
Vygotsky chamou de zona de desenvolvimento potencial e zona de desenvolvimento proximal. A zona de desenvolvimento potencial é o nível de desenvolvimento em que os estudantes são capazes de solucionar problemas de forma independente, enquanto que a zona de desenvolvimento proximal é o nível em que os estudantes podem resolver problemas com “apoio”(Lester 1994, p.4), ou seja, com a modelação do conhecimento e a interação social, os estudantes podem aprender coisas que não aprendiam sozinhos. 
Piaget coloca que a nova construção é sempre realizada sobre uma construção anterior e que, com a desiquilibração, é sempre possível o avanço das construções anteriores. Os fatores sociais, para Vygotsky desempenham um papel fundamental no desenvolvimento intelectual. A cultura estabelece um conhecimento que é internalizado e construído pelas crianças. As crianças por sua vez vão tornando-se indivíduos com funções e habilidades intelectuais. Piaget, por sua vez, reconheceu infinitamente o papel dos fatores sociais no desenvolvimento intelectual. As interações sociais foram consideradas como uma fonte do conflito cognitivo, portanto, de desequilibração e, consequentemente, de desenvolvimento. Ou seja, também desta forma, são consideradas para a construção do conhecimento social.
2 IDEIAS DE PIAGET
As ideias de Piaget estão presentes em diversos colégios do mundo todo. Suas teorias buscam implantar nos espaços de aprendizagem uma metodologia inovadora que busca formar cidadãos criativos e críticos. De acordo com suas teorias, o professor não deve apenas ensinar, mas sim e antes de tudo, orientar os educandos no caminho da aprendizagem autônoma.
2.1 Epistemologia Genética
A Epistemologia Genética defende que o indivíduo passa por várias etapas de desenvolvimento cognitivo ao longo da sua vida. O desenvolvimento dá-se através equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação. Segundo esta formulação, o ser humano assimila os dados que obtém do exterior, mas uma vez que já tem uma estrutura mental que não está "vazia", precisa adaptar esses dados à estrutura mental já existente. O processo de modificação de si próprio é chamado de acomodação. Este esquema revela que nenhum conhecimento nos chega do exterior sem que sofra alguma alteração pela nossa parte. Ou seja, tudo o que aprendemos é relacionado com aquilo que já tínhamos aprendido. As teorias de Piaget sobre o desenvolvimento psicológico mostraram-se muito influentes.
Alguns teóricos sugerem que imaginemos alguns dados em nossa cabeça. Os esquemas são análogos às fichas destes dados, ou seja, são as estruturas mentais ou cognitivas pelas quais os indivíduos intelectualmente organizam o meio. São estruturas que se modificam com o desenvolvimento mental e que tornam-se cada vez mais refinadas à medida em que a criança torna-se mais apta a generalizar os estímulos. Por este motivo, os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas sensório-motores da criança e, os processos responsáveis por essas mudanças nas estruturas cognitivas são assimilação e acomodação.
2.1.1 Assimilação
É o processo cognitivo de colocar novos eventos em esquemas existentes. É a incorporação de elementos do meio externo a um esquema ou estrutura do sujeito. Em outras palavras, é o processo pelo qual o indivíduo cognitivamente capta o ambiente e o organiza possibilitando, assim, a ampliação de seus esquemas.
É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado. Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre a assimilação. Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este, para tentar assimilá-lo.
2.1.2 Equilibração
É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação ocorra de determinada maneira, e esta não acontece.
2.1.3 Teoria Cognitiva
Através da minuciosa observação de seus filhos e principalmente de outras crianças, Piaget impulsionou a Teoria Cognitiva, onde propõe a existência de quatro estágios de desenvolvimento cognitivo no ser humano: sensório-motor, pré-operacional (pré-operatório), operatório concreto e operatório formal.
2.1.5 Os estágios Cognitivos
Segundo Piaget a aprendizagem tem um enfoque diferente do que normalmente se atribui à esta palavra. Piaget separa o processo cognitivo em duas palavras: aprendizagem e desenvolvimento. Para Piaget, segundo MACEDO (1994), a aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da experiência, obtida de forma sistemática ou não. Enquanto que o desenvolvimento seria uma aprendizagem de fato, sendo este o responsável pela formação dos conhecimentos. Piaget, quando postula sua teoria sobre o desenvolvimento da criança, descreve-a basicamente, em4 estados, que ele próprio chama de fases de transição (PIAGET, 1975).
Essas 4 fases são: 
• Sensório-motor (0 – 2 anos);
• Operatório-croncreto (8 – 1 anos);
• Operatório-formal (8 – 14 anos);
Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio (LOPES,1996). Também é marcado pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo (MACEDO, 1991). Segundo LOPES, as noções de espaço e tempo são construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência essencialmente prática. Conforme MACEDO (1991, p. 124) é assim que os esquemas vão pouco a pouco, diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais complexa. O bebê pega o que está em sua mão, “mama”o que é posto em sua boca, “vê”o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
É nesta fase que surge na criança a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, conforme PIAGET, graças a função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica. Contudo, MACEDO (1991) lembra que a atividade sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas.
A criança deste estágio é egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro, não aceita a ideia de outra pessoa e tudo deve ter uma explicação (é a fase dos “por quês”), possui percepção global sem discriminar detalhes e deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Operatório-concreto
Neste estágio a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair. Um importante conceito é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada.
Operatório-formal
Segundo WADSWORTH (1996) é neste momento que as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação agora permite à criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às relações previamente existentes. Agora, a criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade, ou seja, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.
3 LEV SEMINOVITCH VYGOTSKY
Para Vygotsky, a aprendizagem da criança antecede a entrada na escola e que o aprendizado escolar produz algo novo no desenvolvimento infantil, evidenciando as relações interpessoais. A aprendizagem acontece em todo lugar. O processo de formação de pensamento é despertado e acentuado pela vida social e pela constante comunicação que se estabelece entre crianças e adultos, a qual permite a assimilação da experiência de muitas gerações. A linguagem intervém no processo de desenvolvimento intelectual da criança desde o nascimento. Quando os adultos nomeiam objetos, indicando para a criança as várias relações que estes mantém entre si, ela constrói formas mais complexas e sofisticadas de conceber a realidade. Sozinha, não seria capaz de adquirir aquilo que obtém por intermédio de sua interação com os adultos e com as outras crianças, num processo que a linguagem é fundamental. Em sua teoria, Vygotsky apresenta a noção de que o bom aprendizado é aquele que se adianta da criança, isto é, aquele que considera o nível de desenvolvimento potencial ou proximal. O conceito de “zona de desenvolvimento potencial” possibilita compreender funções de desenvolvimento que estão a caminho de se completar. Tal conceito é de suma importância para um ensino efetivo.
Ele pode ser utilizado tanto para mostrar a forma como a criança organiza a informação, como para verificar o modo como seu pensamento opera, apenas conhecendo o que as crianças são capazes de realizar com e sem a ajuda externa é que se pode conseguir planejar as situações de ensino e avaliar os progressos individuais. Portanto o papel da educação e consequentemente, o de aprendizagem, ganham destaques na teoria de desenvolvimento de Vygotsky, que também mostra que a qualidade das trocas que se dão no plano verbal entre o professor e os alunos irá influenciar decisivamente na forma como as crianças tornam mais complexos o seu pensamento e processam novas informações. Na construção social, Vygotsky considera as crianças como sujeitos sociais que constroem o conhecimento socialmente produzido. O desenvolvimento é a apropriação ativa do conhecimento disponível na sociedade em que a criança nasceu. Esse processo de desenvolvimento na fase escolar, deve ser provocado de fora para dentro pelo professor, que é uma figura fundamental no processo de preparação do aluno. É porque eu aprendo que eu me desenvolvo. O fato de aprender é que vai nortear o rumo do desenvolvimento humano e o caminho deste desenvolvimento está intimamente ligado ao fator cultural. O desenvolvimento deve ser olhado de maneira prospectiva, para aquilo que deve ser aprendido, reconhecendo-se que todo mundo é modificável através da mediação. Não se deve olhar o sujeito de maneira retrospectiva, como se ele fosse um sujeito estático, aliás, se o trabalho educacional realizado com a pessoa humana não respeitar sua potencialidade e vê-lo retrospectivamente, a pessoa assumirá a postura estática, pois todo mundo é modificável através da mediação.
4 AS RELAÇÕES ENTRE PENSAMENTO E LINGUAGEM
Estudos anteriores ao trabalho de Vygotsky, a posição teórica de que fala-se, havia levado ao estudo da linguagem e do pensamento como processos independentes e não relacionados. Como consequência dessa postura teórica duas possibilidades se apresentavam quando do estudo do pensamento e da linguagem pelos psicólogos: a primeira leva à fusão desses dois processos, pela sua identificação, e pela segunda, os psicólogos eram levados a segregar os dois processos em compartimentos estanques e não relacionados.
Para Vygotsky, a origem dos erros apontados acima está na metodologia utilizada nos trabalhos anteriores, com ênfase na dissociação em elementos componentes. Vygotsky vai de encontro a essa posição apontando que, sob o ponto de vista metodológico, o correto é a análise em unidades. Logo, a metodologia apropriada para o estudo das relações entre pensamento e linguagem é a análise semântica. O significado serve como unidade para o estudo da fala, ferramenta de intercâmbio social, no papel de ferramenta mediadora, bem como para o estudo do pensamento generalizante, uma vez que cada palavra traz em si uma parte de generalização. Uma primeira constatação de Vygotsky é que o pensamento e a linguagem, que para um adulto parecem entidades idênticas, são, na verdade, dois processos independentes, com curvas de desenvolvimento independentes, que convergem para uma mesma trajetória em um dado momento. A base a partir da qual Vygotsky parte para chegar a essa conclusão são estudos com primatas superiores, realizados por vários antropólogos. É interessante observar que, para a criança em seus primeiros estágios, a palavra não é um símbolo do objeto mas sim uma parte do mesmo. A palavra cadeira não representa um objeto ou substitui na mente da criança o objeto cadeira, mas é parte do mesmo. Somente mais tarde o caráter simbólicose desenvolve. Há primeiro uma apropriação externa, utilitária, do signo e após, o desenvolvimento da estrutura lógica associada.
5 JEAN PIAGET / VYGOTSKY
Vygotsky fornece uma espécie de elo que faltava à teoria piagetiana, que havia sido o principal referencial ao longo da década de 80, com o meio social, vertente essa que, como já vimos, surge muito forte no cenário educacional brasileiro com a Pedagogia Crítica dos Conteúdos. Em Vygotsky o Homem é um ser social formado dentro de um ambiente cultural historicamente definido. Esse é o ponto fundamental da teoria de Vygotsky. Ele foi um psicólogo experimental, pois esta é a característica básica de seu trabalho onde todas as suas construções teóricas têm os experimentos como seu ponto de partida. Outra característica de Vygotsky é ser um construtivista em oposição aos comportamentalistas do início do século X, embora já tenha sido apontado como neocomportamentalista.
Segundo Piaget, em seus estudos, a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo auto regulador, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente dela com o meio-ambiente. Em outras palavras, Piaget define que o equilíbrio cognitivo implica em afirmar a presença necessária de acomodações nas estruturas; bem como a conservação de tais estruturas em caso de acomodações bem-sucedidas. Esta equilibração é necessária porque se uma pessoa só assimilasse, desenvolveria apenas alguns esquemas cognitivos, comprometendo sua capacidade de diferenciação; em contrapartida, se uma pessoa só acomodasse, desenvolveria uma grande quantidade de esquemas cognitivos, porém muito pequenos, comprometendo seu esquema de generalização de tal forma que a maioria das coisas seriam vistas sempre como diferentes, mesmo pertencendo à mesma classe.
6 AS IMPLICAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO PARA PIAGET E VYGOTSKY
Tomando o ponto de vista educacional, as duas teorias divertem. Embora Vygotsky e Piaget considerassem o conhecimento como uma construção individual, para Vygotsky toda construção era mediada pelos fatores externos sociais. Isto é, o professor e o programa institucional devem modelar ou explicar o conhecimento. Dessa forma, a criança constrói o seu próprio conhecimento interno a partir do que é oferecido. A criança não inventa, mas rememora, copia o que está socialmente exposto e a disposição. A sociedade atribui a isto, um processo de transmissão de cultura, e com isso o facilitador ou professor é o instrutor da criança. Assim, o trabalho do agente é, entre outras coisas, modelar cuidadosamente o conhecimento.
Piaget considerou a construção do conhecimento como um ato individual da criança. Os fatores sociais influenciam a desequilibração individual através do conflito cognitivo e apontam que há construção a ser feita. A verdadeira construção do conhecimento não é medida, no sentido vygotskiano, pelo fator social e ambiente; ele não é copiado de um referencial e modelo. O conhecimento anterior é reconstruído diante da desiquilibração socialmente provocada e estimulada. O papel do professor é visto basicamente como o de encorajar, estimular e apoiar a exploração, a construção e invenção.
“É óbvio que o professor enquanto organizador permanece indispensável no sentido de criar as situações e de arquitetar os projetos iniciais que introduzam os problemas significativos à criança. Em segundo lugar, ele é necessário para proporcionar contra-exemplos que forcem a reflexão e a reconsideração das soluções rápidas. O que é desejado é que o professor deixe de ser um expositor satisfeito em transmitir soluções prontas; o seu papel deveria ser aquele de um mentor, estimulando a iniciativa e a pesquisa”. Piaget. (1973. p16).
Nas obras de Piaget, a criança pode utilizar as fontes e formas de informação no processo de construção. A criança pode ativamente ouvir uma exposição ou ler um livro e empregar a informação recebida na construção. O processo não é o de recriar um modelo, mas o de inventá-lo.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho foi abordado as teorias de Jean Piaget e Lev Seminovitch Vygotsky. Através das ideias de Piaget, conclui-se que o indivíduo atravessa por várias etapas (estágios) de sua vida construindo seu conhecimento e que o ser humano quando se depara com um novo conhecimento, o mesmo se desequilibra, faz assimilação do conteúdo e em seguida acomoda o conhecimento, adaptando ao conhecimento anterior, com isso ocorre a aprendizagem que é o resultado da interação entre maturação e experiência. Piaget não nega a existência e a importância de outras funções, mas delimita os seus estudos de investigação no campo da epistemologia genética. Já Vygotsky, defende que o ser humano aprende com o meio em que vive, e que as características humanas não estão presentes desde o nascimento da criança, mas com a interação do ser humano e o meio sociocultural, o mesmo se modifica e amplia o seu conhecimento influenciando em seu comportamento futuro. Um outro ponto importante da teoria de Vygotsky é o de Zona de Desenvolvimento Proximal, onde o indivíduo é capaz de desenvolver algum trabalho mas com o auxílio de outra pessoa passando assim à Zona de Desenvolvimento Real. As duas teorias abordadas são muito interessantes, porém Piaget destaca mais o desenvolvimento da criança, enquanto Vygotsky analisa a construção do conhecimento como um todo em qualquer faixa etária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MACEDO, Lino. Ensaios Construtivistas. 3. Ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, (1994)
PIAGET, Jean. Como se desarolla la mente del niño. In: PIAGET, Jean ET allii. Los años postergados: la primeira infancia. Paris: UNICEF, 1975.
LOPES, Josiane. Jean Piaget. Nova Escola. a. XI, n. 95, ago.1996.
PIAGET, Jean e INHELDER, Barbel. A psicologia da criança. São Paulo: DIFEL, 1982
EDUCAÇÃO: Revista Portuguesa de . Vygotsky e a zona de desenvolvimento proximal (zdp): três implicações pedagógicas. Universidade do Minho Braga?Portugal, ano/vol 14, número 002.
w.notapositiva.com, Teorias de Piaget e Vygotsky por Ana Almada.
Matos Santos ,EVA Coutinho, A contribuição da teoria de Vygotsky para a educação
UNIrevista - Vol. 1, n° 2 : (abril 2006) Vygotsky e as teorias da aprendizagem Rita de Araujo Neves e Magda Floriana Damiani.

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