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TRAUMA CRANIENCEFÁLICO

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TRAUMA CRANIENCEFÁLICO: IMPLICAÇÕES
PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS
CENÁRIOS DE EMERGÊNCIA INTRA-
HOSPITALAR
AUREAN D’EÇA JÚNIOR
ELISÂNGELA MILHOMEM DOS SANTOS
FLÁVIA DANYELLE OLIVEIRA NUNES
PATRÍCIA RIBEIRO AZEVEDO
■ INTRODUÇÃO
O trauma tem sido uma das causas de morbidade e mortalidade e considerado um problema de saúde pública. O que
causa mais vítimas é o trauma craniencefálico (TCE), principal causa de morte entre pessoas de 1 a 44 anos. Ao se tratar
de classificação, o TCE inclui fraturas de crânio e lesões intracranianas, tais como contusões, hematomas, lesões
difusas e inchaço resultante de edema.
O TCE implica em qualquer agressão que provoque lesão anatômica ou alteração funcional do couro cabeludo,
crânio, meninges ou encéfalo, e, quanto à intensidade, o TCE pode ser classificado em grave, moderado ou leve.
Vários métodos e modelos, com diversas variáveis, têm sido publicados para avaliar o prognóstico no TCE: escala de
coma de Glasgow (ECG), idade, tipo de trauma, imagens tomográficas, reações pupilares, pressão intracraniana (PIC),
pressão de perfusão cerebral (PPC), entre outros. Não obstante, os resultados no TCE dependem das condições clínicas
do trauma e das lesões associadas, do tempo decorrido entre o trauma e o tratamento, da presença de efeito de massa e
de edema, da hipertensão intracraniana (HIC), das condições prévias do indivíduo e de sua idade e função
cardiorrespiratória.
A assistência de enfermagem referente ao TCE configura-se na contínua atenção dispensada aos pacientes. Para isso,
faz-se necessário que haja a capacitação e a fundamentação teórica na realização das atividades que são necessárias
para o atendimento das necessidades dos pacientes que se encontram em ambiente intra-hospitalar. Nos casos em que
há risco iminente de sequelas e morte, o processo de cuidar em enfermagem deve ser realizado de maneira rápida,
precisa e objetiva, visando, assim, ao atendimento das necessidades dos pacientes de forma a propiciar-lhes condições
favoráveis de recuperação.
Para tal, o processo de enfermagem, elementar ao cuidado sistematizado e dinâmico, deve compreender as seguintes
1
Para tal, o processo de enfermagem, elementar ao cuidado sistematizado e dinâmico, deve compreender as seguintes
fases:
 
investigação;
diagnóstico;
planejamento;
implementação;
avaliação.
Este artigo abordará de maneira sistemática aspectos sobre a epidemiologia do TCE, traçando um breve direcionamento
da anatomia e da fisiologia craniencefálica e apresentando a classificação, o prognóstico e o tratamento do TCE.
A fim de evidenciar as implicações para a assistência de enfermagem nos cenários de emergência intra-hospitalar, o
artigo descreverá como o processo de enfermagem orienta o profissional na elaboração de diagnósticos, intervenções e
resultados de enfermagem no atendimento emergencial à vítima do TCE.
■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
 
descrever aspectos epidemiológicos relacionados com o TCE;
nomear as particularidades e as especificidades anatomofisiológicas do TCE e correlacionar tais aspectos com a
assistência de enfermagem emergencial no âmbito intra-hospitalar;
distinguir entre as principais lesões decorrentes do TCE;
apontar os diagnósticos de enfermagem (DEs), os resultados e as intervenções de enfermagem que podem ser
evidenciados em pacientes com TCE;
realizar uma abordagem adequada dos sinais e sintomas das lesões apresentadas;
identificar as medidas necessárias para a prevenção de complicações decorrentes do TCE;
desempenhar o tratamento estabelecido para o TCE considerando a gravidade do quadro neurológico.
■ ESQUEMA CONCEITUAL
+
■ ABORDAGEM DA EPIDEMIOLOGIA DO TRAUMA CRANIENCEFÁLICO
De acordo com Canova e colaboradores, o TCE é definido como qualquer agressão que acarreta lesão anatômica
ou comprometimento funcional do couro cabeludo, do crânio, das meninges ou do encéfalo e, de um modo geral,
encontra-se dividido, de acordo com sua intensidade, em grave, moderado e leve. É considerado como um
processo dinâmico, já que as consequências de seu quadro patológico podem persistir e progredir com o passar
do tempo.
Os acidentes de veículos são as causas mais comuns de TCE, especialmente em adolescentes e adultos jovens. As
quedas são responsáveis pelo segundo maior grupo de lesões e são mais comuns nas faixas pediátricas e geriátricas.
Em alguns lugares, as lesões por arma de fogo causam mais TCEs do que acidentes de automóveis.
As lesões craniencefálicas encontram-se entre os tipos de trauma mais recorrentes nos serviços de saúde de
urgência e emergência. Ainda assim, diversas vítimas com lesões cerebrais morrem em atendimento pré-
hospitalar.
Aproximadamente 75% das vítimas de TCE que recebem cuidados e assistência da equipe de saúde são classificadas
como vítimas de trauma leve; 15%, como vítimas de trauma moderado, e 10%, como vítimas de trauma grave.
Nos Estados Unidos, estima-se 1,7 milhão de TCEs anualmente, incluindo 275 mil hospitalizações e 52 mil óbitos. As
vítimas sobreviventes do trauma de crânio apresentam, oportunamente, algum dano neurofisiológico que compromete as
atividades laborais e sociais e resulta em invalidez. Nos Estados Unidos, estima-se que, anualmente, cerca de 80 mil a 90
mil indivíduos sofrem algum tipo de invalidez de longa duração como resultado de TCE.
Gaudêncio e Leão realizaram um levantamento bibliográfico sobre TCE no Brasil no ano de 2013 e catalogaram um total
de 20 publicações que tratavam da temática entre os anos 2000 e 2011. Um percentual de 50% dos estudos foi realizado
na região Nordeste, e 90% deles ocorreram em âmbito intra-hospitalar.
A respeito da mortalidade e da morbidade por causas externas no Brasil, no ano 2000, dados revelaram que, em
relação aos traumas e lesões, o TCE ocupou a segunda posição, com 17,6% das mortes por vítimas relacionadas com
acidentes por transporte terrestre. As mortes em consequência de quedas representaram 3,6% do total. Nesse
mesmo ano, as principais causas de TCE que levaram ao atendimento intra-hospitalar foram quedas (40% das causas
de internação), seguidas dos acidentes por transporte (32,4%) e de outras causas (19,2%).
Em se tratando de casos de TCE em infantes, estudos realizados nos Estados da Bahia, de Minas Gerais, São Paulo,
Alagoas e Pernambuco concluíram, em comparação, que há prevalência de vítimas do sexo masculino e que a causa
predominante, na maioria desses estudos, foi a queda, seguida de atropelamento e acidente ciclístico.
Ao abordarem o TCE em idosos, duas pesquisas realizadas no Nordeste brasileiro apontam que o trauma nessas vítimas
é devido a quedas, seja de elevada altura ou da própria altura.
Quanto à gravidade do TCE, os achados nos exames de imagem revelam que a maioria das vítimas de TCE leve evolui
com hematoma subgaleal, seguido por fraturas. Já no TCE grave, predomina a incidência de hemorragia
subaracnoide.
 
1. Como pode ser definido um TCE?
Confira aqui a resposta
 
2
3,4
5
1
6
7 8 9
10 11
9,12
9,13
ATIVIDADES
 
2. Quando se trata de TCE em crianças, quais são as causas predominantes?
Confira aqui a resposta
 
3. Com relação à epidemiologia do TCE, assinale a alternativa correta.
A) As quedas são as causas mais comuns de TCE.
B) Em relação a traumas e lesões, dados revelaram que o TCE ocupa a primeira posição a respeito de
morbidade e mortalidade por causas externas no Brasil.
C) Com relação a infantes, estudos apontaram que há prevalência de vítimas do sexo masculino e que a causa
predominante foi a queda, seguida de atropelamento e acidente ciclístico.
D) Cerca de 50% das vítimas de TCE que recebem cuidados e assistência da equipe de saúde são classificadas
como vítimas de trauma moderado.
Confira aqui a resposta
 
■ ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO
O cérebro é um órgão central, que coordena as atividades da maioriados sistemas orgânicos (senão de todos) por meio
de sua influência sobre os sistemas endócrino e imune, bem como por sua influência mais geralmente apreciada sobre
os músculos esqueléticos e sobre a função autônoma.
De maneira clássica, o sistema nervoso é discutido em relação tanto à divisão anatômica quanto à funcional. Os
componentes anatômicos são o sistema nervoso central (SNC), compreendendo o encéfalo e a medula espinhal, e o
sistema nervoso periférico (SNP), compreendendo os nervos cranianos e espinhais. O sistema nervoso é funcionalmente
dividido nas divisões sensorial, integradora e motora (somática e autônoma).
CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO
As unidades celulares são o neurônio, a unidade funcional básica, e suas células acompanhantes, as neuróglias.
As neuróglias constituem o tecido de sustentação associado aos neurônios.
No SNC, existem três tipos de neuróglia:
 
micróglia;
astrócitos;
oligodendróglia.
A unidade funcional básica do sistema nervoso é o neurônio, e todas as informações e atividades — quer sensoriais,
motoras, ou ambas — são realizadas pelos neurônios.
O neurônio consiste em um corpo da célula nervosa, que contém o material nuclear e citoplasmático e seus
processos, quer axônios, quer dendritos.
Os axônios transportam os impulsos nervosos para longe do corpo celular, enquanto os dendritos conduzem os impulsos
no sentido do corpo celular. Os axônios e os dendritos são referidos coletivamente como fibras nervosas.
Um feixe de fibras nervosas em conjunto com seus revestimentos é chamado de trato no SNC e de nervo na periferia.
Algumas fibras nervosas são revestidas por uma bainha lipoprotéica denominada bainha de mielina, outras permanecem
desmielinizadas (Figura 1).
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+
Figura 1 — Neurônios eferentes típicos. A) Fibra desmielinizada. B) Fibra mielinizada.
Fonte: Adaptada de Morton e colaboradores (2007).
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O SNC compreende o encéfalo e a medula espinhal. Ele recebe o estímulo sensorial pelos neurônios sensoriais, cujos
dendritos correm dentro dos nervos espinhais e cranianos, e envia impulsos motores através dos axônios dos neurônios
motores que correm nesses mesmos nervos.
O SNC, incluindo a medula espinhal, é coberto por três revestimentos de tecido, coletivamente chamados de meninges
(Figura 2) e que consistem nas seguintes camadas:
 
pia-máter;
aracnoide;
dura-máter.
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+
Figura 2 — Meninges que recobrem o cérebro e suas três camadas.
Fonte: Adaptada de American College of Surgeons (2012).
A pia-máter é a camada que se localiza próximo ao SNC. Em seguida, vem a aracnoide, que contém um suprimento
substancial, e, por último, a dura-máter, a mais espessa e situada perto dos ossos que circundam o SNC.
O espaço entre as camadas aracnoide e pia-máter, denominado espaço subaracnóideo, contém o líquido
cefalorraquidiano (LCR). Este é um líquido incolor e transparente e funciona como um absorvente de choque
líquido, impedindo que os delicados tecidos do SNC sejam mecanicamente lesionados pelas estruturas ósseas
circunvizinhas. Ele também desempenha um papel na troca de nutrientes entre o plasma e os compartimentos
celulares. No espaço subaracnóideo, o LCR é reabsorvido para a corrente sanguínea em determinados pontos,
chamados de vilosidades aracnoides.
As partes do encéfalo, em ordem decrescente, são (Quadro 1):
 
os hemisférios cerebrais (cérebro);
o diencéfalo;
o mesencéfalo;
a ponte do cerebelo;
a medula oblonga;
o cerebelo.
Quadro 1
PARTES E FUNÇÕES DO ENCÉFALO
Córtex Camada mais superficial do cérebro. Ele é responsável por todas as funções mentais superiores, como o
julgamento, a linguagem, a memória, a criatividade e o raciocínio abstrato. Aqui também funcionam a
percepção e a interpretação de todas as sensações, e o cerebelo orienta todas as atividades motoras
voluntárias.
Diencéfalo Divisão do encéfalo, fica diretamente acima do tronco cerebral. As áreas mais importantes do diencéfalo são o
tálamo e o hipotálamo. O tálamo funciona na consciência macroscópica de determinadas sensações, mais
notadamente da dor. O hipotálamo é o local da interação neuroendócrina. O diencéfalo também contém alguns
dos centros da estimulação parassimpática e simpática coordenada, bem como aqueles da regulação da
temperatura, do apetite e do equilíbrio hídrico.
Mesencéfalo Localiza-se entre o diencéfalo e a ponte. O mesencéfalo contém os centros para os impulsos nervosos
auditivos e visualmente estimulados. Os nervos cranianos II, III e IV se originam no mesencéfalo.
Ponte Possui os corpos celulares das fibras contidas nos nervos cranianos V, VI, VII e VIII. A ponte contém os centros
respiratórios apnêustico e pneumotáxico e as fibras do trato que conectam os centros superiores e inferiores,
incluindo o cerebelo.
Medula oblonga Contém os centros que regulam as funções vitais, como a respiração, a frequência cardíaca (FC) e o tônus
vasomotor, bem como os centros para os comportamentos dos reflexos de náuseas e vômito, tosse e espirro.
Os nervos IX, X, XI e XII originam-se na medula oblonga. O comprometimento de qualquer uma das funções
vitais ou dos reflexos que envolvem esses nervos sugere lesão medular.
Cerebelo Funciona para produzir ações finas dos músculos esqueléticos, contínuas, harmoniosas e coordenadas, para
manter o equilíbrio e para manter a postura. A doença cerebelar pode produzir sintomas típicos, dos quais os
mais proeminentes são os distúrbios da marcha, a ataxia do equilíbrio, a incapacidade de realizar movimentos
repetitivos rápidos e os característicos tremores intencionais.
Fonte: Adaptado de Morton e colaboradores (2007).
A medula, a ponte e o mesencéfalo compõem o tronco cerebral (Figura 3).
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Figura 3 — Visão geral da anatomia craniana.
Fonte: Adaptada de American College of Surgeons (2012).
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
O sistema nervoso periférico (SNP) consiste em 12 pares de nervos cranianos e nos 31 pares de nervos espinhais, além
de incluir todas as estruturas nervosas que se situam fora da pia-máter, da medula espinhal e do tronco cerebral. As
partes do SNP dentro do canal espinhal e ligadas às superfícies ventrais e dorsais da medula são chamadas de raízes
nervosas espinhais. Aquelas ligadas à superfície ventrolateral do tronco cerebral são as raízes dos nervos cranianos.
Funcionalmente, o SNP é separado nas divisões sensorial e motora. A primeira inclui os neurônios sensoriais que
inervam a pele, os músculos, as articulações e as vísceras e fornecem ao SNC as informações sensoriais sobre o
ambiente dentro e fora do corpo. A divisão motora inclui neurônios motores que inervam os músculos esqueléticos e o
sistema nervoso autônomo, que inerva os músculos liso e cardíaco e as glândulas.
Os nervos cranianos são classificados como sensoriais, motores e mistos.
Os nervos cranianos trazem os estímulos originários dos sentidos especiais (visão, audição, olfato) e os estímulos
sensoriais somáticos da face e da cabeça para o cérebro. Eles também enviam comandos motores aos músculos e às
glândulas da cabeça e do pescoço para controlar a expressão facial, os movimentos oculares, os movimentos das
estruturas na boca e na garganta, os movimentos da cabeça e do pescoço e as funções autônomas dos olhos, das
glândulas salivares e das vísceras no tórax e na parte superior do abdome (Quadro 2).
Quadro 2
OS DOZE PARES DE NERVOS CRANIANOS: TRATO, FUNÇÃO E LOCALIZAÇÃO
Nervo craniano Trato(s) Função Localização de origem
I Olfatório Sensorial Sensação do olfato Diencéfalo
II Óptico Sensorial Visão Diencéfalo
III Oculomotor Parassimpático
Motor
Constrição pupilar
Elevação da pálpebra superior
Mesencéfalo
IV Troclear Motor Movimento descendente e interno do olho Mesencéfalo
V Trigêmeo Motor
 
Sensorial
Músculo da mastigação e abertura
mandibular
Sensação tátil da córnea, mucosas nasale
oral e pele facial
Ponte
VI Abducente Motor Desvio lateral do olho Ponte
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VI Abducente Motor Desvio lateral do olho Ponte
VII Facial Parassimpático
Motor
 
 
Sensorial
Secretor de saliva e lágrimas
Movimento da fronte, pálpebras,
bochechas, lábios, ouvidos, nariz, pescoço
Sensação tátil da região da orelha externa,
canal auditivo
Sensação do paladar para os dois terços
anteriores da língua
Ponte
VIII Vestibulococlear Sensorial Ramo vestibular: equilíbrio
Ramo coclear: audição
Ponte
IX Glossofaríngeo Parassimpático
Motor
 
Sensorial
Salivação
Músculos voluntários da deglutição e
fonação
Sensação da faringe, palato mole e terço
posterior da língua
Medula oblonga
X Vago Parassimpático
 
Motor
Sensorial
Cavidade autônoma das vísceras do tórax e
abdome
Deglutição e fonação voluntárias
Sensação para o canal auditivo e vísceras
do tórax e abdome
Medula oblonga
XI Espinhal acessório Motor Movimento dos músculos
esternocleidomastoideo e trapézio
Medula oblonga
XII Hipoglosso Motor Movimentos da língua Medula oblonga
Fonte: Adaptado de Morton e colaboradores (2007).
ASPECTOS DA ANATOMIA DO CRÂNIO E SUAS INFLUÊNCIAS NOS PADRÕES DO TRAUMA
CRANIENCEFÁLICO
A seguir, são abordados aspectos referentes à anatomia do crânio que influenciam nos padrões apresentados no TCE.
Couro cabeludo
Em razão de sua irrigação abundante, a laceração do couro cabeludo pode levar a perdas sanguíneas significativas,
choque hemorrágico e até ao óbito. Isso se dá mais verdadeiramente quanto maior o tempo de exposição e transporte do
paciente vítima de TCE.
Crânio
Como a base do crânio é irregular, é muito provável a ocorrência de lesões quando o cérebro se desloca e desliza no
interior do crânio em decorrência de movimentos de aceleração e desaceleração em função do trauma.
Meninges
As meninges revestem o cérebro e se constituem, conforme já visto, de três camadas — dura-máter, aracnoide e pia-
máter (ver Figura. 2). A dura-máter é uma membrana resistente fibrosa que adere firmemente à superfície interna do
crânio. Em locais específicos, ela se divide em duas superfícies, que envolvem grandes seios venosos que permitem a
maior parte da drenagem venosa cerebral. O seio sagital, na linha média superior, drena para os seios bilaterais
transverso e sigmoide. A laceração desses seios venosos pode resultar em hemorragia maciça.
As artérias meníngeas correm entre a dura-máter e a superfície interna do crânio (espaço epidural). Fraturas cranianas
acima dessas artérias podem lacerá-las e resultar em hemorragia epidural. Um hematoma em expansão, provocado pela
laceração arterial, pode causar deterioração rápida e morte, a depender do local lesado.
Os hematomas epidurais também podem resultar de lesões dos seios durais e de fraturas do crânio, que tendem a
expandir mais lentamente e provocam menor pressão sobre o cérebro subjacente. Portanto, grande parte dos
hematomas epidurais representa uma emergência, com risco de morte, e a avaliação pela equipe de saúde intra-
hospitalar é imprescindível tão logo quanto possível.
Abaixo da dura-máter, situa-se a segunda meninge, a membrana aracnoide, que é fina e transparente. Como a dura-máter
não está aderida à aracnoide subjacente, existe um espaço potencial (espaço subdural), no qual podem ocorrer as
hemorragias. TCEs nesse espaço podem levar à formação do hematoma subdural.
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A terceira meninge, a pia-máter, está firmemente aderida ao cérebro. O LCR preenche o espaço entre a aracnoide
impermeável e a pia-máter (espaço subaracnóideo). Hemorragias dentro desse espaço são frequentemente causadas
por contusão cerebral ou trauma de grandes vasos na base do encéfalo.
Sistema ventricular
Os ventrículos são um sistema de espaços e aquedutos preenchidos de LCR, localizados no interior do encéfalo. O LCR é
produzido continuamente nos ventrículos e absorvido sobre a superfície do encéfalo. A presença de sangue no LCR pode
prejudicar sua reabsorção, produzindo aumento da PIC.
CONCEITOS DA FISIOLOGIA RELACIONADOS COM O TRAUMA CRANIENCEFÁLICO
Os conceitos fisiológicos relacionados com o TCE incluem:
 
a PIC;
a doutrina de Monro-Kellie;
o fluxo sanguíneo cerebral (FSC).
Pressão intracraniana
A PIC elevada pode reduzir a perfusão cerebral e causar ou exacerbar a isquemia. A PIC normal no estado de
repouso é de aproximadamente 10mmHg. Pressões maiores do que 20mmHg, especialmente se mantidas e
refratárias ao tratamento, são associadas a pior resultado.
Doutrina de Monro-Kellie
A doutrina de Monro-Kellie é um conceito simples, mas de vital importância para a compreensão da dinâmica da PIC. Ela
afirma que o volume total do conteúdo intracraniano deve permanecer constante, já que o crânio é uma caixa rígida não
expansível.
O sangue venoso e o LCR podem ser comprimidos para fora, dando algum grau de compensação à pressão (Figura 4).
Assim, na fase inicial após o trauma, uma massa tal como um coágulo sanguíneo pode aumentar e a PIC permanecer
normal. Entretanto, uma vez atingido o limite de deslocamento do LCR e do sangue intravascular, a PIC aumenta
rapidamente.
Figura 4 — A doutrina de Monro-Kellie sobre a compensação intracraniana para massas em expansão.
Fonte: Adaptada de American College of Surgeons (2012).
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5
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Fluxo sanguíneo cerebral
Quando a lesão cerebral é grave, ela pode ocasionar redução considerável do FSC durante as primeiras horas após o
trauma. Normalmente, o FSC aumenta nos 2 a 3 dias seguintes, e, em indivíduos acometidos por coma, o FSC
permanece abaixo do normal por dias ou semanas após o TCE, níveis esses inadequados para satisfazer as demandas
metabólicas do cérebro.
Os vasos cerebrais pré-capilares têm normalmente a capacidade de contrair ou dilatar reflexamente em resposta a
mudanças na pressão arterial média (PAM).
Para efeitos clínicos, a PPC é definida como PAM menos a PIC (PPC = PAM - PIC).
A PAM entre 50 e 150mmHg é autorregulada para manter o FSC constante (autorregulação pressórica). O TCE grave
pode prejudicar a autorregulação pressórica de tal modo que o cérebro fica incapaz de compensar adequadamente as
mudanças na PPC. Assim, se a PAM for muito baixa, pode ocorrer isquemia e infarto, e, se a PAM for muito alta, pode
ocorrer inchaço, com aumento da PIC.
Os vasos cerebrais também normalmente se contraem ou dilatam em resposta a alterações na pressão parcial de
oxigênio (PaO ) ou na pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO ) do sangue (autorregulação química).
A lesão secundária pode ocorrer por hipotensão, hipóxia, hipercapnia ou por hipocapnia iatrogênica. Portanto, deve
ser feito todo o esforço para aumentar a perfusão cerebral e o FSC em função da redução da PIC elevada,
mantendo o volume intravascular normal, mantendo a PAM normal e restaurando a oxigenação normal e a
normocapnia. Uma vez que os mecanismos de compensação se encontram esgotados e existe um aumento
exponencial da PIC, a perfusão cerebral fica comprometida.
 
4. Analise as seguintes afirmativas a respeito das células do sistema nervoso.
I — As unidades celulares são o neurônio e a neuróglia.
II — No SNC, existem dois tipos de neuróglia: a micróglia e a oligodendróglia.
III — Os axônios transportam os impulsos nervosos para longe do corpo celular, e os dendritos conduzem os
impulsos no sentido do corpo celular.
IV — As fibras nervosas são mielinizadas em sua totalidade.
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
 
5. O SNC, incluindo a medula espinhal, é coberto por três camadas de tecido, coletivamente chamadas de
meninges. Sobre essas, analise as seguintes afirmativas.
I — A dura-máter é a camada mais espessa e situada próximo aos ossos que circundam o SNC.
II — Entre as camadas aracnoide e dura-máter,há o espaço subaracnóideo, que contém o LCR.
III — As artérias meníngeas correm entre a dura-máter e a superfície interna do crânio (espaço epidural). Fraturas
cranianas acima dessas artérias podem lacerá-las e resultar em hemorragia epidural
Qual(is) está(ão) correta(s)?
 
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II.
D) A I, a II e a III.
5
5
5
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2 2
5
5
ATIVIDADES
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta
 
6. Analise as seguintes afirmativas a respeito do LCR e marque V (verdadeiro) ou F (falso).
(  ) O LCR se localiza entre as camadas aracnoide e dura-máter.
(  ) O LCR é um líquido incolor e transparente e funciona como um absorvente de choque líquido.
(  ) O LCR desempenha um papel na troca de nutrientes entre o plasma e os compartimentos celulares.
(  ) O LCR é reabsorvido para a corrente sanguínea nas vilosidades aracnoides.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
 
A) V — V — F — V
B) F — V — V — V
C) F — V — F — V
D) V — V — F — V
Confira aqui a resposta
 
7. Correlacione a primeira coluna com a segunda com relação às partes e funções do encéfalo.
(1) Córtex
(2) Diencéfalo
(3) Mesencéfalo
(4) Ponte
(5) Medula oblonga
(6) Cerebelo
(  ) Suas partes mais importantes são o tálamo e o hipotálamo.
(  ) Contém os centros respiratórios apnêustico e pneumotáxico e
as fibras do trato que conectam os centros superiores e
inferiores, incluindo o cerebelo.
(  ) Camada mais superficial do cérebro, responsável por todas as
funções mentais superiores, como o julgamento, a linguagem,
a memória, a criatividade e o raciocínio abstrato.
(  ) Contém os centros que regulam as funções vitais, como a
respiração, a FC e o tônus vasomotor, bem como os centros
para os comportamentos dos reflexos de náuseas e vômito,
tosse e espirro.
(  ) Contém os centros para os impulsos nervosos auditivos e
visualmente estimulados.
(  ) Funciona para produzir ações finas dos músculos
esqueléticos, contínuas, harmoniosas e coordenadas, para
manter o equilíbrio e para manter a postura.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
 
A) 5 — 4 — 1 — 2 — 6 — 3
B) 2 — 4 — 1 — 5 — 3 — 6
C) 4 — 3 — 1 — 2 — 5 — 6
D) 6 — 3 — 1 — 5 — 2 — 4
Confira aqui a resposta
 
8. Com relação aos pares de nervos cranianos, marque a alternativa correta.
A) Os nervos cranianos são classificados como sensoriais ou motores.
B) O SNC consiste em 10 pares de nervos cranianos e nos 31 pares de nervos espinhais, além de incluir todas
as estruturas nervosas que se situam fora da pia-máter da medula espinhal e do tronco cerebral.
C) O nervo craniano trigêmeo tem origem na ponte, e sua função motora é no músculo da mastigação e na
abertura da mandíbula.
D) O nervo craniano hipoglosso, originário na medula oblonga, é responsável pelos movimentos da pálpebra,
dos ouvidos e dos lábios.
Confira aqui a resposta
 
9. Os nervos cranianos II, III e IV originam-se a partir de qual estrutura do encéfalo?
A) Diencéfalo.
B) Mesencéfalo.
C) Ponte.
D) Medula oblonga.
Confira aqui a resposta
 
10. Quais são os sintomas típicos produzidos pela doença cerebelar?
Confira aqui a resposta
 
11. Qual é a relação entre o couro cabeludo e o crânio e qual é sua influência no TCE?
Confira aqui a resposta
 
12. Analise as seguintes afirmativas a respeito da fisiologia relacionada com o TCE.
I — A doutrina de Moro-Kellie afirma que o volume total do conteúdo intracraniano deve permanecer constante, já
que o crânio é uma caixa rígida não expansível.
II — A PIC normal no estado de repouso é de aproximadamente 16mmHg.
III — Em indivíduos acometidos por coma, o FSC permanece abaixo do normal por dias ou semanas após o TCE.
IV — Independentemente da gravidade do TCE, o cérebro mantém sua capacidade de compensar adequadamente
as mudanças na PPC.
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
 
■ CLASSIFICAÇÃO DO TRAUMA CRANIENCEFÁLICO
A seguir, será apresentada a classificação do TCE com relação ao tipo e à gravidade das lesões.
COM RELAÇÃO AO TIPO E À GRAVIDADE DAS LESÕES
O TCE inclui fraturas de crânio e lesões intracranianas, tais como contusões, hematomas, lesões difusas e inchaço
resultante de edema.
Quanto à gravidade, as lesões intracranianas são classificadas como
 
leve — 13 a 15 pontos na ECG;
moderada — 9 a 12 pontos na ECG;
grave — 3 a 8 pontos na ECG.
Fraturas de crânio
As fraturas de crânio podem ocorrer na calota ou na base do crânio. Elas podem ser lineares ou estreladas, abertas ou
fechadas. Para a identificação das fraturas da base do crânio, é necessário o uso de tomografia computadorizada (TC)
com janela óssea.
São sinais clínicos de fratura de base de crânio:
 
equimose periorbital (olhos de guaxinim);
equimose retroauricular (sinal de Battle);
fístula liquórica através do nariz (rinorreia) ou do ouvido (otorreia);
disfunção dos pares cranianos VII e VIII, sendo que o indivíduo apresenta paralisia facial e perda de audição que
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disfunção dos pares cranianos VII e VIII, sendo que o indivíduo apresenta paralisia facial e perda de audição que
podem ocorrer imediatamente ou poucos dias após a lesão inicial.
Lesões intracranianas
As lesões intracranianas podem ser
 
focal (epidural, subdural, intracerebral);
difusa (concussão, contusões múltiplas, lesão hipóxica/isquêmica, lesão axonal).
Hematomas epidurais
Os hematomas epidurais são os hematomas entre a dura-máter e o crânio. Nessas situações, as lesões adquirem uma
forma biconvexa ou lenticular à medida que empurram a dura-máter aderente em direção oposta à da tábua interna do
crânio. Os hematomas epidurais estão mais frequentemente localizados na região temporal ou temporoparietal e em
geral resultam da ruptura da artéria meníngea média, causada por uma fratura (Figura 5).
Figura 5 — Hematoma epidural.
Fonte: American College of Surgeons (2012).
Esses coágulos em geral têm origem arterial; entretanto, os hematomas epidurais podem também resultar de ruptura de
um seio venoso importante ou do sangramento da fratura de crânio.
O intervalo lúcido entre o momento da lesão e a deterioração neurológica é a apresentação clássica do hematoma
epidural.
Hematomas subdurais
Os hematomas subdurais são mais comuns do que os hematomas epidurais, ocorrendo em aproximadamente 30% dos
TCEs graves.
Os hematomas subdurais ocorrem em localização adjacente a uma contusão ou laceração polar ou de forma contínua a
um hematoma, por ruptura de vasos superficiais pequenos ou de vasos da ponte do córtex cerebral. O comprometimento
cerebral subjacente ao hematoma subdural é geralmente mais grave do que nos hematomas epidurais, em virtude da
presença de lesão parenquimatosa concomitante (Figura 6).
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Figura 6 — Hematoma subdural.
Fonte: American College of Surgeons (2012).
Contusões e hematomas intracerebrais
As contusões e os hematomas intracerebrais são mais comuns, presentes em 20 a 30% dos TCEs graves. Ocorrem mais
frequentemente nos lobos frontal e temporal, embora possam ocorrer em qualquer parte do cérebro.
As contusões e os hematomas intracerebrais podem, em um período de horas ou dias, evoluir para formar um
hematoma intracerebral ou uma contusão coalescente, com possibilidade de HIC e hérnia transtentorial o
suficiente para exigir intervenção cirúrgica imediata.
Indivíduos com contusão devem ser submetidos a TCs repetidas, para avaliar as mudanças nos padrões da
contusão nas 24 horas após a TC inicial.
A Figura 7 mostra uma TC apresentando contusão e hematoma intracerebral.
Figura 7 — Contusão e hematoma intracerebral.
Fonte: American College of Surgeons (2012).
Lesões cerebrais difusas
As lesões cerebrais difusas (Figura 8) variam de concussões levesaté lesões hipóxicas isquêmicas graves. Nas
concussões, o paciente apresenta distúrbio neurológico não focal transitório, que inclui perda de consciência. Lesões
difusas graves resultam de lesões hipóxicas, isquêmicas ao cérebro, ocasionadas por choque prolongado ou apneia que
ocorre após o trauma.
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Figura 8 — Lesão cerebral difusa.
Fonte: American College of Surgeons (2012).
■ PROGNÓSTICO NO TRAUMA CRANIENCEFÁLICO
Vários métodos e modelos, com diversas variáveis, têm sido publicados para avaliar o prognóstico no TCE, como a ECG,
a idade, o tipo de trauma, as imagens tomográficas, as reações pupilares, a PIC, a PPC, entre outros. Entretanto, os
resultados no TCE dependem das condições clínicas do trauma e das lesões associadas, do tempo decorrido entre o
trauma e o tratamento, da presença de efeito de massa e de edema, da HIC, das condições prévias do indivíduo e de sua
idade e da função cardiorrespiratória.
O TCE é a maior causa de morte e invalidez em crianças e adultos nas idades mais produtivas. As análises
estatísticas contabilizam a cada ano aproximadamente 60 mil mortes por TCE, sendo um terço por lesão primária
e dois terços por lesão secundária, e uma parcela considerável de pessoas fica com invalidez neurológica
permanente.
Os indivíduos vítimas de TCE grave são os que apresentam piores prognósticos, com mortalidade que pode variar
de 25 a 45%, dependendo da gravidade do trauma, da qualidade do resgate pré-hospitalar e do tratamento recebido
na UTI.
 
13. Cefaleia e déficit neurológico focal são um mecanismo de trauma importante, grave, que pode ser atribuído ao
cérebro. No TCE moderado, o indivíduo apresenta um escore na ECG de
A) 8–12.
B) 9–12.
C) 14–15.
D) 3–8.
Confira aqui a resposta
 
14. A região do cérebro em que habitualmente ocorre uma hérnia através da incisura tentorial é a parte medial do
lobo temporal, conhecida como úncus. A herniação do úncus também causa compressão do trato
corticoespinhal (piramidal) do mesencéfalo. Essa complicação é mais frequente
A) nas lesões cerebrais difusas.
B) nas contusões e nos hematomas intracerebrais.
C) nos hematomas subdurais.
D) nas fraturas de base do crânio.
Confira aqui a resposta
 
15. As lesões cerebrais difusas variam de concussões leves, nas quais a TC da cabeça é habitualmente normal,
até lesões hipóxicas isquêmicas graves. As lesões difusas graves resultam de agressão hipóxica isquêmica ao
cérebro, que ocorre principalmente por
A) choque prolongado e apneia.
B) distúrbio neurológico focal transitório.
C) choque e taquipneia.
D) choque e intervalo lúcido.
Confira aqui a resposta
 
16. Analise as seguintes afirmativas a respeito das lesões intracranianas e marque V (verdadeiro) ou F (falso).
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ATIVIDADES
16. Analise as seguintes afirmativas a respeito das lesões intracranianas e marque V (verdadeiro) ou F (falso).
(  ) A apresentação clássica do hematoma epidural é a presença de um intervalo lúcido entre o momento da lesão e
a deterioração neurológica.
(  ) Os hematomas epidurais são mais comuns do que os hematomas subdurais e ocorrem em cerca de 40% dos
TCEs graves.
(  ) As contusões e os hematomas intracerebrais podem, em um período de horas ou dias, evoluir de modo a
demandar intervenção cirúrgica imediata.
(  ) Nas concussões, o paciente apresenta distúrbio neurológico não focal transitório, que inclui perda de
consciência.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
 
A) V — F — V — V
B) V — F — F — V
C) F — V — V — V
D) V — V — F — V
Confira aqui a resposta
 
17. Analise as seguintes afirmativas a respeito do prognóstico do TCE.
I — Os resultados no TCE dependem, entre outros, das condições clínicas do trauma e das lesões associadas e do
tempo decorrido entre o trauma e o tratamento.
II — Os resultados no TCE independem da idade da vítima.
III — O TCE é a maior causa de morte e invalidez em crianças e adultos nas idades mais produtivas.
IV — A taxa de mortalidade das vítimas de TCE grave pode variar de 65 a 80%, dependendo da gravidade do
trauma, da qualidade do resgate pré-hospitalar e do tratamento recebido na UTI.
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I, a III e a IV.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
 
■ TRATAMENTO DO TRAUMA CRANIENCEFÁLICO
O tratamento do paciente com TCE tem por objetivo prevenir lesões cerebrais secundárias e será realizado de acordo
com a gravidade do trauma, determinada pelo escore apresentado pelo paciente na ECG.
TRAUMA CRANIENCEFÁLICO LEVE
O TCE leve compreende os pacientes com escores de 13 a 15 na ECG e corresponde a 80% dos TCEs. Embora esses
pacientes aparentem um bom estado neurológico, cerca de 3% dos casos podem evoluir para disfunção neurológica
grave.
Esse traumatismo pode ser classificado em três níveis (Figura 9):
 
TCE leve e de baixo risco;
TCE leve e de médio risco;
TCE leve e de alto risco.
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Figura 9 — Estratificação do grau de risco associado ao TCE baseado na ECG.
Fonte: Adaptada de American College of Surgeons (2012).
Os TCEs leves e de baixo risco em geral são assintomáticos e não apresentam alterações neurológicas. Podem cursar
com cefaleia não progressiva, tontura ou vertigem e hematomas subgaleais discretos. Os pacientes assintomáticos com
escore 15 na ECG não apresentam indicação de realização de TC de crânio, portanto, as fraturas de face ou lesões sem
comprometimento neurológico podem ser avaliadas por meio de radiografia simples do crânio.
Os pacientes assintomáticos, alertas e neurologicamente normais devem ser observados por algumas horas na
emergência e, se mantiverem um quadro clínico sem alterações, podem receber alta com orientações para o
acompanhante observar o paciente durante 24 horas, conforme apresentado no Quadro 3.
Quadro 3
ORIENTAÇÕES DE ALTA PARA PACIENTE COM TRAUMA CRANIENCEFÁLICO LEVE
Sinais que indicam necessidade de retorno ao serviço de
emergência
Cuidados no domicílio
Cefaleia; sonolência excessiva
Irritabilidade e ansiedade
Desmaio, fraqueza, perda de força muscular e parestesia
Sangramento ou drenagem de líquor pela cavidade nasal ou
auditiva
Convulsão ou espasmos
Dificuldade na fala, ou na compreensão e na memória
Distúrbios de personalidade
Confusão mental ou rebaixamento do nível de consciência
Náuseas, vômitos ou tonturas
Déficit auditivo ou visual, alterações pupilares
Aplicar bolsa de gelo no local do trauma se houver presença
de edema
Não consumir bebida alcoólica por até três dias após o
trauma
Não utilizar analgésicos ou sedativos fortes por 24 horas
Não utilizar medicamentos que contenham aspirina
Fonte: Adaptado de American College of Surgeons (2012); Gentile e colaboradores (2011).
Já os pacientes com escore menor do que 15 na ECG devem realizar TC de crânio para avaliar possíveis lesões
neurológicas, conforme critérios descritos no Quadro 4.
Quadro 4
CRITÉRIOS PARA INDICAÇÃO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO TRAUMA CRANIENCEFÁLICO
LEVE
Indicações de TC no TCE leve
A TC de crânio é necessária em doentes portadores de TCE leve (por exemplo, perda de consciência testemunhada, ou
desorientação testemunhada em doente com escore na ECG de 13 a 15) e em qualquer um dos seguintes casos:
Alto risco para intervenção
neurocirúrgica
Escore na ECG menor do que 15 até duas horas após o trauma
Suspeita de fratura exposta ou com afundamento
Qualquer sinal de fratura de base de crânio (por exemplo, hemotímpano, olhos de guaxinim,
otorreia ou rinorreia de LCR, sinal de Battle)
Vômitos (mais do que dois episódios)
Idade superior a 65 anos
Risco moderado para lesão
cerebral na TC
Perda de consciência (mais do que cinco minutos)
Amnésia para fatos anteriores ao impacto (mais de 30 minutos)
Mecanismo perigoso (por exemplo, atropelamento de pedestre por veículoautomotor, ejeção
do ocupante de dentro do veículo automotor, queda de altura superior a 1 metro ou a cinco
degraus)
Fonte: Adaptado de American College of Surgeons (2012).
Em casos de TCEs leves e de médio risco, todos os pacientes devem ser internados, para observação constante por uma
equipe multiprofissional, além de serem submetidos à TC de crânio sem contraste com janela óssea. As seguintes
situações compreendem casos de TCEs leves e de médio risco:
 
envolvimento em acidentes graves ou com vítimas fatais e/ou história desconexa;
presença de equimoses orbitopalpebral, lesão de couro cabeludo, cefaleia progressiva, vômitos e náuseas, perda
temporária da consciência ou desorientação, além de pacientes com intoxicação por álcool ou abuso de drogas.
Dentre esses pacientes, devem ser observados, criteriosamente, aqueles que apresentaram amnésia pós-traumática,
distúrbios de memória, síncope pós-trauma, suspeita de lesão penetrante ou fratura de crânio sem lesão intracraniana,
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distúrbios de memória, síncope pós-trauma, suspeita de lesão penetrante ou fratura de crânio sem lesão intracraniana,
bem como os pacientes politraumatizados.
Os pacientes com TCEs leves e de alto risco devem ser submetidos à TC de crânio, independentemente do
resultado da avaliação neurológica, e mantidos internados para a estabilização do quadro neurológico.
As seguintes situações enquadram-se na classificação de TCE leve e de alto risco:
 
crianças espancadas, gestantes e pacientes com distúrbios de coagulação;
presença de fístula liquórica com ou sem débito de líquor;
síndrome de irritação meníngea ou distúrbio das funções motoras superiores;
pacientes que sofreram ferimento por arma branca;
pacientes com teste da acuidade visual ou lesão vascular traumática cervicocraniana.
A Figura 10, a seguir, representa o algoritmo para o manejo do paciente com TCE leve.
Figura 10 — Algoritmo para o tratamento do TCE leve.
Fonte: Adaptada de American College of Surgeons (2012).
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TRAUMA CRANIENCEFÁLICO MODERADO
Os pacientes com TCE moderado apresentam escores entre 9 e 12 na ECG, confusão mental ou sonolência e déficits
neurológicos focais. Correspondem a aproximadamente de 10 a 15% dos TCEs, e cerca de 10 a 20% desses evoluem
com piora do quadro clínico.
Na admissão, devem-se coletar informações acerca do paciente por meio de uma breve anamnese, realizar
avaliação neurológica e assegurar a estabilidade dos parâmetros hemodinâmicos, respiratórios e metabólicos e,
posteriormente, transferi-lo para uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou unidade onde haja observação
rigorosa, cuidados de enfermagem críticos e frequentes reavaliações neurológicas.
Todos os pacientes com TCE moderado devem ser submetidos à TC de crânio sem contraste, sendo
recomendado segmento em 12 a 24 horas se o exame de imagem inicial apresentar alterações ou em caso de
piora do quadro neurológico.
A Figura 11 representa o algoritmo para o manejo do paciente com TCE moderado.
Figura 11 — Algoritmo para tratamento do TCE moderado.
Fonte: Adaptada de American College of Surgeons (2012).
TRAUMA CRANIENCEFÁLICO GRAVE
Os pacientes que apresentam escore de 3 a 8 na ECG são considerados com TCE grave e constituem cerca de 10% dos
casos de lesão cerebral atendidos nos serviços de emergência. A Figura 12 representa o manejo do paciente com TCE
grave.
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Figura 12 — Algoritmo para tratamento do TCE grave.
Fonte: Adaptada de American College of Surgeons (2012).
Cuidados no tratamento do trauma craniencefálico grave
A seguir, serão abordadas mais detalhadamente questões acerca do tratamento do TCE grave, a saber: via aérea e
ventilação, suporte hemodinâmico, exame neurológico, sedativos e barbitúricos, avaliação secundária, exames de
imagem, tratamento da HIC e craniectomia descompressiva.
Via aérea e ventilação
A manutenção de uma via aérea pérvia e uma boa ventilação tem por objetivo a prevenção da hipóxia tecidual e da
consequente lesão cerebral secundária.
Para a obtenção e a manutenção de uma via aérea adequada, podem ser realizadas algumas manobras de
desobstrução:
 
manobra de chin lift, ou elevação do mento: somente deve ser executada após ter sido descartada a
possibilidade de lesão de coluna cervical;
manobra de jaw thrust, ou tração da mandíbula;
colocação da cânula orofaríngea (cânula de Guedel): somente em pacientes inconscientes;
aspiração de cavidade oral: a aspiração da cavidade nasal é contraindicada quando há suspeita de fratura de
base do crânio e fraturas complexas da face.
Os pacientes comatosos necessitam ser precocemente intubados e ventilados com oxigênio a 100%, e o enfermeiro deve
coletar sangue arterial para gasometria, a fim de que sejam ajustados os parâmetros da fração inspirada de oxigênio
(FiO ). Além disso, deve-se manter uma monitoração por meio do oxímetro de pulso. É importante que a saturação de
oxigênio (SatO ) seja maior do que 98% e que a pressão arterial de gás carbônico (PaCO ) seja mantida em
aproximadamente 35mmHg, sendo recomendada a hiperventilação (PaCO menor do que 32mmHg) somente em casos
de piora neurológica aguda.
Suporte hemodinâmico
A hipotensão arterial e a hipovolemia decorrentes de insuficiência medular presente nos estágios terminais da lesão
cerebral, nas lesões de medula espinhal associadas ao TCE ou nos casos de hemorragias decorrentes de
politraumatismos, podem piorar o quadro neurológico do paciente. Nesses casos, deve-se restabelecer a normovolemia
utilizando hemoderivados, solução salina isotônica ou Ringer lactato e medicações vasoativas, conforme o quadro do
paciente, bem como proceder à investigação e ao tratamento da fonte primária.
Pacientes em reposição de fluidos devem ter os níveis séricos de sódio cuidadosamente monitorados, e não é
recomendada a reposição com solução glicosada, em virtude do risco de hiperglicemia, que é prejudicial ao tecido
cerebral lesado.
O exame neurológico em pacientes hipotensos não é confiável, pois esses pacientes podem apresentar melhora
do nível de consciência assim que a pressão arterial (PA) tiver sido restabelecida.
Exame neurológico, sedativos e barbitúricos
Após a estabilização das condições cardiopulmonares do doente, deve ser realizado um exame neurológico rápido e
direcionado, que consistirá em
 
avaliação do escore da ECG;
avaliação da forma, do tamanho e da resposta da pupila ao estímulo luminoso, sendo consideradas alterações de
mais de um milímetro como anormais — nessa avaliação, é necessário excluir trauma ocular direto ou uso de
medicamentos que possam influenciar no exame;
determinação do déficit neurológico localizado.
No paciente comatoso, a resposta motora deve ser testada, produzindo um estímulo doloroso pressionando-se o
leito ungueal ou a região supraorbitária, ou beliscando o músculo trapézio, sendo considerada a melhor resposta
motora. Também se devem realizar os testes dos nervos cranianos, sendo necessário descartar trauma de coluna
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motora. Também se devem realizar os testes dos nervos cranianos, sendo necessário descartar trauma de coluna
cervical antes de realizar o teste oculocefálico.
Relaxantes musculares de longa duração e sedativos não podem ser utilizados antes da avaliação primária dos
pacientes com TCE, pois alteram os resultados obtidos pelo paciente ao exame físico.
Em caso de agitação ou necessidade de intubação endotraqueal, é recomendado o uso de sedativos de ação curta, como
os benzodiazepínicos, a exemplo do midazolam. Outra alternativa é o propofol, que apresenta meia-vida plasmática
menor em relação ao midazolam, porém, é contraindicado a pacientes hipotérmicos e, além disso, apresenta
complicações, como hiperlipidemia, colapso cardiovascular, acidose metabólica, rabdomiólise e bradicardia.
Osbarbitúricos são pouco utilizados como sedativos, em decorrência do risco de depressão cardiovascular e de
infecção, sendo recomendados na redução da PIC refratária e contraindicados na presença de hipotensão ou
hipovolemia. Para analgesia, é indicado o uso do paracetamol e da infusão de opioides, pois apresentam poucos efeitos
no controle hemodinâmico cerebral. Bloqueadores neuromusculares estão contraindicados, uma vez que aumentam a
PIC.
Avaliação secundária
A avaliação secundária das vítimas de TCE grave envolve um exame minucioso e seriado, para detectar piora
neurológica, bem como a coleta de uma história AMPLA (alergias; medicamentos de uso habitual; passado
médico; líquidos e alimentos ingeridos recentemente; ambiente e eventos relacionados ao trauma).
As informações devem ser previamente coletadas no atendimento pré-hospitalar, sempre que possível, pois irão auxiliar
a equipe de saúde na compreensão do evento traumático, no manejo do paciente e nos cuidados a serem
implementados.
Exames de imagem
A TC de crânio de urgência deve ser realizada assim que houver normalização hemodinâmica, devendo ser repetida se
houver mudança do estado clínico do paciente, bem como realizada rotineiramente 24 horas após o trauma.
Tratamento da hipertensão intracraniana
O tratamento da HIC (PIC maior do que 20mmHg) tem por objetivo manter a perfusão e a oxigenação cerebral
adequadas. Para tanto, podem ser utilizados agentes hiperosmolares:
 
manitol solução a 20%: administração em bolo com duração de cinco minutos na dose de 0,25 a 1g/kg, não sendo
recomendado em pacientes hipotensos, uma vez que pode exacerbar a hipotensão, levando à isquemia cerebral;
solução salina hipertônica nas concentrações de 3 a 23,4%: indicada para tratamento da HIC em pacientes hipotensos
que não apresentam efeitos diuréticos.
Craniectomia descompressiva
A craniectomia descompressiva é um procedimento cirúrgico que está indicado para os pacientes com HIC refratária ao
tratamento com manitol ou com solução salina hipertônica.
 
18. Com relação ao tratamento dos TCEs leves e moderados, assinale a alternativa correta.
A) Todas as vítimas de TCE apresentam indicação de realização de TC de crânio.
B) É normal que o paciente vítima de TCE leve sinta sonolência excessiva, não sendo isso um sinal para
retornar ao serviço de emergência.
C) Um dos cuidados à vítima de TCE leve no domicílio é o de não utilizar analgésicos ou sedativos fortes por
24 horas.
D) Todos os pacientes com TCE moderado devem ser submetidos à TC de crânio com contraste.
Confira aqui a resposta
 
19. Analise as seguintes afirmativas a respeito dos medicamentos utilizados no tratamento do TCE grave.
I — Relaxantes musculares de longa duração e sedativos não podem ser utilizados antes da avaliação primária dos
pacientes com TCE, pois alteram os resultados obtidos pelo paciente ao exame físico.
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ATIVIDADES
pacientes com TCE, pois alteram os resultados obtidos pelo paciente ao exame físico.
II — Em casos de necessidade de intubação endotraqueal, é recomendado o uso do propofol.
III — Os barbitúricos são pouco utilizados como sedativos, por apresentarem risco de depressão cardiovascular e
de infecção.
IV — Para analgesia, é indicado o uso do paracetamol e da infusão de opioides, pois apresentam poucos efeitos no
controle hemodinâmico cerebral.
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a III e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
 
20. Qual solução é utilizada no tratamento da HIC em pacientes hipotensos?
A) Manitol a 20%.
B) Solução glicosada a 5%.
C) Solução salina hipertônica de 3 a 23,4%.
D) Solução glicosada a 10%.
Confira aqui a resposta
 
21. Sobre as soluções recomendadas na reposição volêmica de pacientes com TCE, analise as seguintes
alternativas.
I — Ringer lactato
II — Solução glicosada
III — Solução salina isotônica
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta
 
■ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES VÍTIMAS DE
TRAUMA CRANIENCEFÁLICO
A Resolução COFEN nº 272/2002 dispõe sobre a Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) nas instituições
de saúde brasileiras, como sendo uma atividade privativa do enfermeiro.
A SAE é um método que o enfermeiro utiliza para identificar a saúde e a doença e, assim, pode contribuir para a
promoção, a prevenção, a recuperação e a reabilitação da saúde do indivíduo.
De acordo com Feitoza e colaboradores, a assistência de enfermagem referente ao TCE configura-se na contínua
atenção dispensada aos pacientes. Para isso, faz-se necessário que haja a capacitação e a fundamentação teórica na
realização das atividades que são essenciais para o atendimento das necessidades dos pacientes que se encontram em
ambiente intra-hospitalar.
A preocupação em relação aos pacientes com sintomas de TCE se dá em decorrência das sequelas que podem surgir
mediante a natureza do trauma, o que pressupõe que se proceda a um diagnóstico correto das condições de saúde do
paciente e que se trace um quadro clínico preciso, para que possam ser observados os procedimentos adequados e
necessários com vistas a sua recuperação.
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necessários com vistas a sua recuperação.
Nas situações de gravidade em que há risco iminente de sequelas e de morte, o processo de cuidar deve ser
realizado de maneira rápida, precisa e objetiva, visando, assim, ao atendimento das necessidades dos pacientes de
forma a propiciar-lhes condições favoráveis de recuperação.
O processo de enfermagem promove o cuidado de modo sistemático, dinâmico e humanista, e compreende cinco
fases:
 
investigação;
diagnóstico;
planejamento;
implementação;
avaliação.
As ações/intervenções devem atender às necessidades do paciente com TCE no processo saúde-doença, o qual é
determinado socialmente. Além de abreviar o diagnóstico e a terapêutica dos problemas reais e potenciais e a
hospitalização, o SAE melhora a comunicação, previne as iatrogenias, as repetições desnecessárias medidas pelas
intervenções e os resultados esperados. Nessa abordagem do cuidado ao paciente com TCE, opta-se pelo referencial
teórico de Horta para investigação, planejamento, implementação e avaliação, sendo que, para o diagnóstico, adota-se a
taxonomia Nanda International, Inc. (NANDA-I).
A primeira fase para a implementação do processo da abordagem do cuidado ao paciente com TCE é a coleta de dados
para o histórico de enfermagem, que tem como objetivo obter informações importantes sobre a saúde do indivíduo —
esses dados são fundamentais para o plano de cuidado. Para um cliente com cuidados especiais, que geralmente se
apresenta instável, a assistência de enfermagem sistematizada é ainda mais necessária, pois facilitará o domínio da
técnica, que se concilia com um cuidado humanizado.
A partir dessa investigação, estabelecem-se os DEs para pacientes com comprometimento neurológico e,
especificamente, para o paciente vítima de TCE.
Os DEs que podem ser evidenciados para um paciente com TCE são
 
Capacidade adaptativa intracraniana diminuída;
Risco de perfusão tissular ineficaz cerebral;
Padrão respiratório ineficaz;
Risco de infecção;
Risco de aspiração;
Dor aguda;
Alteração sensorial perceptiva;
Perfusão do tecido cerebral alterada;
Risco para enfrentamento familiar ineficaz.
As intervenções de enfermagem e os resultados esperados nos casos de pacientes com TCE são apresentados no
Quadro 5, a seguir.
Quadro 5
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM E RESULTADOS ESPERADOS EM PACIENTES COM TRAUMA
CRANIENCEFÁLICO DE ACORDO COM OS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
DE Resultados esperados Intervenções de enfermagem
Capacidade adaptativa
intracraniana diminuída
Melhora do estado neurológico Administraçãode medicamentos; controle da sensibilidade
periférica; controle hídrico; controle de medicamentos; controle
do edema cerebral; cuidado com drenos: ventriculostomia/dreno
lombar; interpretação de dados laboratoriais; monitoração da
PIC; monitoração de sinais vitais; monitoração neurológica;
posicionamento: neurológico; promoção da perfusão cerebral;
supervisão: segurança.
Risco de perfusão tissular
cerebral ineficaz
Adequação do fluxo sanguíneo
nos vasos cerebrais para a
manutenção da função
cerebral
Monitoração dos sinais vitais, principalmente da PA; aplicação
constante da ECG para análise do nível de consciência;
monitoração da PIC.
Padrão respiratório ineficaz Monitoração dos padrões
respiratórios a níveis normais
Aspiração cautelosa da traqueia e da faringe, sempre que
necessária; manutenção da ventilação controlada, observação
dos alarmes; ausculta de sons respiratórios; monitoração da
respiração mecânica.
Risco para infecção Estado livre de processos de
infecção hospitalar durante a
Redução da entrada de organismos no indivíduo por meio da
lavagem meticulosa das mãos, técnica asséptica, minimização
23
24
25
25
26
27
22,26
infecção hospitalar durante a
hospitalização
lavagem meticulosa das mãos, técnica asséptica, minimização
dos procedimentos diagnósticos ou terapêuticos
desnecessários, redução de microrganismos transmitidos pelo
ar e observação de manifestações clínicas de infecção (por
exemplo, febre, urina turva, secreção purulenta).
Risco de aspiração Prevenção da aspiração Confirmação do posicionamento e aspiração da sonda gástrica
antes de infundir a dieta; observação da presença de distensão
abdominal e estase gástrica; exame do abdome; manutenção
em Fowler durante e por duas horas após a infusão da dieta;
observação da ocorrência de eliminações intestinais.
Dor aguda Controle da dor e promoção do
conforto
Promoção de alívio ideal da dor com os analgésicos prescritos;
após a administração da medicação para alívio da dor, retorno
em 30 minutos para avaliação da eficiência; fornecimento de
informações corretas para redução do medo de adição a
substâncias.
Alteração sensorial perceptiva Recuperação da percepção
sensorial
Solicitação de avaliação neurológica; manutenção do diálogo
com o paciente durante procedimentos; administração de
analgésicos que não mascarem o nível de consciência ao sinal
de dor.
Perfusão do tecido cerebral
alterada
Melhora da homeostasia
neurológica
Elevação da cabeceira a 30 graus; controle dos níveis da PIC
(quando houver cateter para monitoração invasiva
intracraniana); avaliação da gasometria (quando a saturação for
menor do que 85%).
Risco para enfrentamento
familiar ineficaz
Desenvolvimento de
mecanismos de
enfrentamento adaptativos por
parte dos familiares
Promoção de informação para a família a respeito do estado do
paciente; incentivo da espiritualidade; solicitação da presença de
líder religioso.
Fonte: Adaptado de Bulechek e colaboradores (2010); Moorhead e colaboradores (2010).
 
22. Sobre os possíveis DEs evidenciados para um paciente com TCE, analise as seguintes alternativas.
I — Agitação psicomotora
II — Padrão respiratório ineficaz
III — Dor aguda
IV — Risco para enfrentamento familiar ineficaz
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I e a III.
B) Apenas a II, a III e a IV.
C) Apenas a II e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
 
■ CASOS CLÍNICOS
A seguir, são apresentados dois casos clínicos, com vistas ao exercício do conteúdo apresentado ao longo do artigo.
CASO CLÍNICO 1
M. N. O., 28 anos de idade, foi admitida em uma unidade de emergência como vítima de trauma no pós-operatório
imediato (POI) de microcirurgia intracerebral, gravíssimo, sob narcose, entubada em ventilação mecânica, com
pupilas em miose e fotorreagentes, não responsiva aos estímulos verbais e atendendo debilmente aos estímulos
álgicos.
28 29
ATIVIDADE
álgicos.
Ao exame físico, evidenciaram-se:
 
tórax simétrico, com creptos bilaterais;
murmúrio vesicular diminuído;
dispneia;
taquicardia e oscilações nos níveis pressóricos, tendendo a hipertensão diastólica e oscilações térmicas, com
três episódios de hipertermias nas últimas oito horas.
presença de acesso venoso central na veia subclávia esquerda (SCE);
presença de sonda nasogástrica (SNG) aberta, com débito de 100mL;
abdome distendido e timpânico, com ruídos hidroaéreos diminuídos;
diurese por sonda vesical de demora com volume urinário de 600mL em seis horas.
 
23. Elabore três DEs com base no quadro clínico descrito.
Confira aqui a resposta
 
24. Descreva duas intervenções que podem ser prescritas para os diagnósticos de Padrão respiratório ineficaz e
Risco para infecção.
Confira aqui a resposta
 
25. Para cada DE, é importante estabelecer um resultado esperado. Identifique o resultado esperado para os
diagnósticos de Risco de aspiração e Risco de perfusão tissular cerebral ineficaz.
Confira aqui a resposta
 
CASO CLÍNICO 2
M. H. G., 27 anos de idade, saiu com os amigos e ingeriu bebidas alcoólicas em grande quantidade e, em seguida,
foi dirigir com velocidade de aproximadamente 120km/h. Em determinada via pública, capotou por várias vezes e
bateu em um poste. O serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) foi acionado por quem presenciou a
cena.
Quando o SAMU chegou, encontrou o paciente parcialmente acordado, desorientado, com ferimento sangrante em
grande monta na face e discreta dificuldade respiratória. Foi imediatamente puncionado um acesso venoso
calibroso, e o paciente foi colocado em oxigenoterapia, sendo prestados todos os cuidados recomendados pelo
ATLS e acionada a regulação, que o encaminhou ao hospital de urgência e emergência.
Ao ser admitido no serviço intra-hospitalar, constaram-se:
 
ECG: 3+1+5 = 9;
SPO : 95%;
PA: 80x50mmHg;
FC:120 bat/min;
temperatura axilar (Tax): 36°C;
sangramento discreto na face;
pupilas anisocóricas — pupila do olho direito maior do que a do olho esquerdo (POD > POE);
ausência de déficit motor aparente;
ATIVIDADES
2
ausência de déficit motor aparente;
escoriações no tórax.
M. H. G. foi encaminhado imediatamente para rotina do trauma, e o exame de imagem de crânio evidenciou
hemorragia subdural.
 
26. O enfermeiro, membro da equipe multiprofissional do atendimento intra-hospitalar, juntamente com o médico
plantonista prestaram os primeiros cuidados e a assistência ao jovem M. H. G. e seguiram para a avaliação do
caso e a tomada de decisões e condutas. Após utilizar a ECG, o enfermeiro determinou a gravidade do trauma
como sendo um
A) TCE leve e de baixo risco.
B) TCE leve e de alto risco.
C) TCE moderado.
D) TCE grave.
Confira aqui a resposta
 
27. A conduta da equipe multiprofissional que assistiu o jovem M. H. G. de submetê-lo ao exame de TC de crânio
está correta? Justifique.
Confira aqui a resposta
 
■ CONCLUSÃO
O TCE é um problema da sociedade atual, sendo responsável por vários danos à saúde dos indivíduos acometidos,
podendo resultar em invalidez e morte. Em se tratando de sua magnitude e relevância, é considerado um problema de
saúde pública.
É fundamental o trabalho de educação permanente para a equipe de saúde que presta atendimento às vítimas do trauma
no cenário intra-hospitalar. Protocolos institucionais devem ser elaborados, e cada profissional deve estar devidamente
treinado para garantir rápido atendimento. A qualificação contribuirá para o êxito do atendimento e do cuidado.
A literatura revisada neste artigo contribui para o desempenho profissional e assistencial do enfermeiro que exerce
atividades no cenário emergencial intra-hospitalar, além de possibilitar uma atitude de reflexão sobre as habilidades e as
competências na prestação de cuidados às vítimas de TCE.
No âmbito do atendimento intra-hospitalar, envolvido por situações de extremo riscode vida e integridade à saúde, é
importante assegurar-se uma assistência de enfermagem isenta de riscos, comprometida e planejada, de modo a
oferecer atendimento individualizado e adequado às necessidades afetadas.
É preciso reconhecer que o cuidar necessita ser realizado de forma sistemática e com o intuito de minimizar as
complicações decorrentes, que podem resultar em invalidez permanente. Nesse sentido, o processo de enfermagem
deve ser aplicado e conduzir o enfermeiro sobre o que diagnosticar, intervir e avaliar.
■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: O TCE é definido como qualquer agressão que acarreta lesão anatômica ou comprometimento funcional do
couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo e, de um modo geral, encontra-se dividido, de acordo com sua intensidade,
em grave, moderado e leve.
Atividade 2
Resposta: Em infantes, a causa predominante na maioria dos TCEs é a queda, seguida de atropelamento e acidente
ciclístico.
Atividade 3
Resposta: C
ATIVIDADES
Resposta: C
Comentário: A causa mais comum de TCE são os acidentes automobilísticos (especialmente nos adolescentes e adultos
jovens), seguidos das quedas (sobretudo na faixa pediátrica e geriátrica). Dados revelaram que, em relação a traumas e
lesões, o TCE ocupou a segunda posição, com 17,6% das mortes por vítimas relacionadas com acidentes por transporte
terrestre. Em relação à classificação do trauma, aproximadamente 75% das vítimas de TCE que recebem cuidados e
assistência da equipe de saúde são classificadas como vítimas de trauma leve; 15% como vítimas de trauma moderado e
10% como vítimas de trauma grave.
Atividade 4
Resposta: B
Comentário: Há três tipos de neuróglia no SNC: a micróglia, a oligodendróglia e os astrócitos. Algumas fibras nervosas
são revestidas pela bainha de mielina, ao passo que outras permanecem desmielinizadas.
Atividade 5
Resposta: B
Comentário: O espaço subaracnóideo fica entre as camadas aracnoide e pia-máter, e nesse espaço percorre o LCR.
Atividade 6
Resposta: B
Comentário: O LCR se localiza entre as camadas pia-máter e aracnoide.
Atividade 7
Resposta: B
Comentário: Para mais detalhes, ver o Quadro 1, no artigo.
Atividade 8
Resposta: C
Comentário: Os nervos cranianos são classificados como sensoriais, motores ou mistos. O SNP consiste em 12 pares de
nervos cranianos, e o nervo craniano hipoglosso, originário na medula oblonga, é responsável pelo movimento da língua.
Atividade 9
Resposta: B
Comentário: O mesencéfalo localiza-se entre o diencéfalo e a ponte. Ele contém os centros para os impulsos nervosos
auditivos e visualmente estimulados. Os nervos cranianos II, III e IV se originam no mesencéfalo.
Atividade 10
Resposta: A doença cerebelar pode produzir sintomas típicos, dos quais os mais proeminentes são os distúrbios da
marcha, a ataxia do equilíbrio, a incapacidade de realizar movimentos repetitivos rápidos e os característicos tremores
intencionais.
Atividade 11
Resposta: Em razão de sua irrigação abundante, a laceração do couro cabeludo pode levar a perdas sanguíneas
significativas, choque hemorrágico e até ao óbito. Como a base do crânio é irregular, é muito provável a ocorrência de
lesões quando o cérebro se desloca e desliza no interior do crânio em decorrência de movimentos de aceleração e
desaceleração proporcionados pelo trauma.
Atividade 12
Resposta: B
Comentário: A PIC normal no estado de repouso é de aproximadamente 10mmHg. O TCE grave pode prejudicar a
autorregulação pressórica de tal modo que o cérebro fica incapaz de compensar adequadamente as mudanças na PPC.
Atividade 13
Resposta: B
Comentário: A ECG é utilizada na prática como medida clínica objetiva, para avaliação. Indivíduos com escore de 9–12
são classificados como com TCE moderado.
Atividade 14
Resposta: B
Comentário: As contusões podem, em um período de horas ou dias, evoluir para formar um hematoma intracerebral ou
uma contusão coalescente, com efeito de massa suficiente para exigir evacuação cirúrgica imediata, portanto, indivíduos
com esse padrão de lesão devem ser submetidos a TCs repetidas, para avaliar mudanças.
Atividade 15
Resposta: A
Comentário: Com concussões, o doente tem um distúrbio neurológico não focal que frequentemente inclui perda de
consciência. Lesões difusas graves resultam mais frequentemente de agressão hipóxica, isquêmica ao cérebro, em
virtude do choque prolongado ou da apneia que ocorrem imediatamente após o trauma.
Atividade 16
Resposta: A
Comentário: Os hematomas epidurais são menos comuns do que os hematomas subdurais — ocorrem em cerca de 30%
dos TCEs graves.
Atividade 17
Atividade 17
Resposta: B
Comentário: Os resultados no TCE dependem das condições prévias do indivíduo e de sua idade, bem como de sua
função cardiorrespiratória. A taxa de mortalidade das vítimas de TCE grave pode variar de 25 a 45%, dependendo da
gravidade do trauma, da qualidade do resgate pré-hospitalar e do tratamento recebido na UTI.
Atividade 18
Resposta: C
Comentário: Os pacientes assintomáticos com escore 15 na ECG não apresentam indicação de realização de TC de
crânio. A sonolência excessiva é um dos sinais que indicam necessidade de o paciente retornar ao serviço de
emergência. Deve-se realizar TC de crânio sem contraste nos pacientes com TCE moderado.
Atividade 19
Resposta: B
Comentário: Em casos de necessidade de intubação endotraqueal, o medicamento recomendado é o midazolam. O
propofol é contraindicado a pacientes hipotérmicos e, além disso, apresenta complicações, como hiperlipidemia, colapso
cardiovascular, acidose metabólica, rabdomiólise e bradicardia.
Atividade 20
Resposta: C
Comentário: As duas soluções recomendadas no tratamento da HIC é o manitol a 20% e a solução salina hipertônica de
3 a 23,4%. Porém, na presença de hipotensão, o manitol não pode ser utilizado, pois exacerba a hipotensão, levando a
isquemia cerebral, efeito esse que não é observado com o uso da solução salina.
Atividade 21
Resposta: B
Comentário: A solução glicosada não é indicada para reposição volêmica, pelo risco de hiperglicemia, prejudicial ao
tecido cerebral lesado.
Atividade 22
Resposta: B
Comentário: O DE Agitação psicomotora não está entre os diagnósticos evidenciados em um caso de TCE.
Atividade 23
Resposta: São DEs possíveis para o quadro apresentado no caso clínico 1: Capacidade adaptativa intracraniana
diminuída, Risco de perfusão tissular ineficaz cerebral, Padrão respiratório ineficaz, Risco de infecção e Risco de
aspiração.
Atividade 24
Resposta: As intervenções que podem ser prescritas para o DE de Risco para infecção são redução da entrada de
organismos no indivíduo por meio da lavagem meticulosa das mãos, técnica asséptica, minimização de procedimentos
diagnósticos ou terapêuticos desnecessários, redução de microrganismos transmitidos pelo ar e observação de
manifestações clínicas de infecção (por exemplo, febre, urina turva, secreção purulenta). E as intervenções que podem
ser prescritas para o DE de Padrão respiratório ineficaz são aspiração cautelosa de traqueia e faringe, sempre que
necessário; manutenção da ventilação controlada, observação dos alarmes; ausculta de sons respiratórios; monitoração
da respiração mecânica.
Atividade 25
Resposta: O resultado esperado para Perfusão do tecido cerebral alterada é a melhora da homeostasia neurológico, e
para o Risco de aspiração é a prevenção da aspiração.
Atividade 26
Resposta: C
Comentário: Os pacientes com TCE moderado apresentam escore entre 9 e 12 na ECG, além de confusão mental ou
sonolência e déficit neurológicos focais.
Atividade 27
Comentário: Sim, a conduta da equipe multiprofissional que assistiu o jovem M. H. G. de submetê-lo ao exame de TC de
crânio está correta. Todos os pacientes com TCE moderado devem ser submetidos à TC de crânio sem contraste, sendo
recomendado segmento em 12 a 24 horas se o exame de imagem inicial apresentar alterações ou em caso de piorado
quadro neurológico do paciente. Deve-se também coletar informações acerca do paciente por meio de uma breve
anamnese, realizar avaliação neurológica e assegurar a estabilidade dos parâmetros hemodinâmicos, respiratórios e
metabólicos e, posteriormente, transferi-lo para uma UTI ou unidade onde haja observação rigorosa, cuidados de
enfermagem críticos e frequentes reavaliações neurológicas.
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Como citar a versão impressa deste documento
 
D’Eça Júnior A, Santos EM, Nunes FDO, Azevedo PR. Trauma craniencefálico: implicações para a assistência de
enfermagem nos cenários de emergência intra-hospitalar. In: Associação Brasileira de Enfermagem; Unicovsky MAR,
Spezani RS, Waldman BF, organizadores. PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Urgência e Emergência:
Ciclo 4. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2017. p. 11–54. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4).

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