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conduta. Delitos em que o legislador não prevê a ocorrência de qualquer resultado naturalístico para a sua consumação. Ex. invasão de domicílio (art. 150 do CP); c) Omissivos puros ou próprios. Aqueles em que, para a sua caracterização, basta a inação do agente, mesmo que em virtude disso não advenha qualquer resultado naturalístico. Ex. omissão de socorro (art. 135 do CP). CONCAUSAS, O QUE SÃO? São as cusas que concorrem com a conduta humanda pra a produção do resultado. As causas, assim consideradas são aquelas que interfiram na produção do resultado, podem ser absoluta ou relativamente independentes. Das primeiras cuida o caput do artigo 13 do CP. O artigo 1°, deste mesmo dispositivo legal, cuida das causas supervenientes relativamente independentes, não tendo o código cuidado de forma expressa das causas preexistentes e concomitantes, relativamente independentes, que ficou a cargo da doutrina. Desta forma, assim classifica a doutrina pátria as concausas: 1) Absolutamente independentes: São as que têm origem totalmente diversa da conduta; a causa provocativa do resultado não se originou na conduta do agente; em todas as hipóteses rompe-se o nexo causal, já que o resultado decorre dessa causa independente e não da conduta do agente. Elas podem ser: a) Preexistentes – Quando anteriores à conduta - ex.: “A” quer matar “B” e o esfaqueia; acontece que, anteriormente, “C” já tinha envenenado “B”, que morre em razão do envenenamento; “A” responde apenas por “tentativa de homicídio” e “C” por “homicídio consumado”. Pergunta-se, qual a causa da morte da vítima, o ferimento ou o veneno? se foi o veneno a não responde pelo resultado, uma vez que não o produziu, em que pense a intenção de produzi-lo. Está rompido o nexo causal e por isso ele só responde por tentativa. O mesmo ocorre com as demais concausas absolutamente independentes. b) Concomitantes – Quando a concausa se verifica ao mesmo tempo em que a conduta do agente - ex.: uma pessoa está envenenando a vítima, quando entram bandidos no local e matam esta com disparos de arma de fogo; o agente responde por “tentativa de homicídio”. Exame de Ordem Direito Penal – Parte Geral e Especial Profs. Geibson Rezende e Kheyder Loyola redejuris.com 34 PROTEGIDO PELA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS – LEI 9.610/98 c) Supervenientes – Quando posteriores à conduta - ex.: após o envenenamento, cai um lustre na cabeça da vítima, que morre por traumatismo craniano; o agente responde por “tentativa de homicídio”. 2 – Relativamente independentes Será relativamente independente a concausa que somente tem possibilidade de produzir o resultado se for conjugada com a conduta do agente. Existe uma relação de dependência entre a conduta do agente e a causa que também influencia na produção do resultado. A ausência de qualquer delas, faz com que o resultado seja modificado. a) Preexistentes – quando anteriores à conduta; o agente responde pelo crime, pois não se rompe o nexo causal - ex.: “A” querendo matar “B”, lhe desfere um golpe de faca, golpe este que, por sua localização, por si só seria insuficiente para provocar a morte de uma pessoa comum, mas em razão de “B” ser hemofílico (causa preexistente), acaba falecendo pela grande perda de sangue. b) Concomitantes – Quando se verifica ao mesmo tempo em que a conduta do agente; o agente responde pelo crime, pois não se rompe o nexo causal - ex.: no exato instante em que o agente dispara contra a vítima, vem esta a sofrer um enfarto (decorrência do susto e, por isso, ligada à conduta do sujeito). c) Supervenientes – Aquelas ocorridas posteriormente à conduta do agente, e que com ela tenha ligação. Podemos citar como exemplo a conduta do agente que esfaqueia a vítima quem vem a falecer meses depois em um hospital em razão de ter contraído infecção hospitalar. Obs.: Quando falamos em concausas relativamente independentes importante frisar que nas duas primeiras hipóteses (preexistentes e concomitantes) o agente só responderá pelo resultado à título de dolo se da concausa tiver ciência , ou seja, nos exemplos citados deve saber que o agente é portador de hemofilia ou tem problemas cardíacos, caso contrário não responde pelo resultado na modalidade dolosa, entretanto nas causas supervenientes ele responderá pelo resultado se ela estiver no desdobramento causal natural da conduta do agente, como ocorre na hipótese de contração de infecção hospitalar Código Penal, no parágrafo 1° de seu artigo 13, ao tratar das causas supervenientes relativamente independentes, disse que estas somente podem excluir a imputação quando, por si sós, produzirem o resultado, o que significa dizer somente aqueles resultados que se encontrarem como um desdobramento natural da ação é que poderão ser imputado ao agente, caso contrário só responderá pelos atos praticados segundo o seu dolo. Em que pese entendimentos doutrinários em contrário, entendemos que o artigo acima citado não trata de concausa relativamente independente, mas sim de conconcausa absolutamente independente, uma vez que há rompimento do nexo causal e, em razão disso, o agente só responderá pelo delito na modalidade tentada. Neste ponto interessante é o posicionamento do professor Marcelo André: "…entendo que não se trata de rompimento de nexo causal (causação material) uma vez que se não fosse a conduta do agente a vítima não teria sido atingida pela causa superveniente. Na verdade a conduta do agente é causa do resultado (nexo causal naturalístico), mas a lei exclui a imputação do Exame de Ordem Direito Penal – Parte Geral e Especial Profs. Geibson Rezende e Kheyder Loyola redejuris.com 35 PROTEGIDO PELA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS – LEI 9.610/98 resultado final." De se verificar, entretanto, que a corrente majoritária é no sentido de que há rompimento do nexo causal nesta hopótese. 17.4 DO RESULTADO 17.4.1. Teoria naturalística. Para esta teoria, resultado é a modificação do mundo exterior provocada pelo comportamento humano voluntário. Nem todo crime produz resultado naturalístico, porquanto certas infrações penais não produzem qualquer alteração no mundo natural. a) Crimes materiais: Aqueles que a consumação só ocorre com a produção do resultado naturalístico (ex. homicídio, estelionato, etc). b) Crimes formais: Aqueles que se consumam independentemente da produção do resultado naturalístico (ex. arrebatamento da vítima no crime de extorsão mediante seqüestro). c) Crimes de mera conduta: Aqueles que não prevêem a ocorrência de resultado naturalístico (ex. invasão de domicílio). 17.4.2. Teoria jurídica ou normativa. Para esta teoria, o resultado da conduta é a lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal. Resultado, portanto, é a simples violação do ordenamento jurídico-penal. 17. 5. TIPICIDADE 17.5.1. Conceito de tipicidade. É o nome que se dá ao enquadramento da conduta humanae o descrito na norma penal em abstrato; para que haja crime é necessário que o sujeito realize, no caso concreto, todos os elementos componentes da descrição típica. Em suma, é a correspondência, a adequação perfeita entre o fato natural, concreto, e a descrição contida na lei. 17.5.2. Tipo penal. É o modelo, o padrão de conduta que o Estado, por meio de seu único instrumento, a lei, visa impedir que seja praticada ou determinada que seja levada a efeito por todos nós. Tipo, portanto, é a descrição precisa do comportamento humano (incluindo-se aí a pessoa jurídica), feito pela lei penal. 17.5.3. Tipicidade