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Casamento Uniao Estavel e casamento homoafetivo

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INTRODUÇÃO 
 
A união estável é uma situação de fato. Por essa razão, o fato de você não ter qualquer 
documento sobre essa união não quer dizer que ela não exista. Ela poderá ser provada 
de várias formas: contas correntes conjuntas, testemunhas, disposições testamentárias, 
apólice de seguro, entre outras, vide §3º, do art. 22, do decreto 3.048, de 06/05/99. 
Claro que se você tiver um documento, principalmente, se se tratar de documento 
público, realizado em cartório, isso facilitará muito a vida dos conviventes, haja vista 
que a escritura pública faz prova plena e se presumem verdadeiros os fatos ali 
relatados, mas é importante que se frise que a escritura tem caráter meramente 
declaratório e não constitutivo. Isso quer dizer que se "a união estável existir, seu 
registro apenas refletirá um fato anterior. Já se não houver verdadeiramente uma união 
estável, o registro não passará de uma declaração falsa, pois não servirá para criá-la". 
Por fim, é bom que se esclareça que, após a decisão do STF, nas ADI 4.277 e ADPC 132, 
não há mais que se diferenciar união estável homo e heteroafetiva, devendo o tema ser 
tratado simplesmente como união estável. 
A união estável é um estado civil? 
Não. Trata-se, como dito acima, de uma situação de fato, que não alterará o seu estado 
civil. Os estados civis são: solteiro, desquitado, separado, divorciado e viúvo. 
A pessoa casada pode ter uma união estável? 
Sim, depois do advento do CC de 2002, não resta mais dúvida. A pessoa casada, mas 
separada de fato, pode constituir união estável, vide §1º, do art. 1.723, do CC. 
O que a nossa ordem civil veda são as relações simultâneas, por força do disposto no 
art. 1.727, também do CC. 
Qual é o tempo necessário para se configurar uma união estável? 
Antigamente, exigia-se o prazo de 5 (cinco) anos ou a existência de prole para se 
configurar uma união estável. 
Atualmente, esse prazo não existe. O critério dessa avaliação é subjetivo. Ou seja, de que 
forma você apresenta essa pessoa à sociedade e a vontade de se constituir família e 
enfim, os requisitos do art. 1723, do CC e que não haja nenhum impedimento constante 
do art. 1.521, do CC. 
Vale lembrar que, apenas para fins previdenciários, a lei 13.135/15 exige o prazo de 2 
(dois) anos para se obter os benefícios previdenciários. No entanto, em se tratando de 
questão previdenciária, a motivação desse prazo é puramente econômica. 
Se eu não tiver nenhum documento, o que valerá em termos patrimoniais para a minha 
união estável? 
Caso não se tenha nenhum documento, valerá para aqueles conviventes a norma legal, 
prevista no art. 5º, da lei 9.278/96, ou seja, tudo o que for adquirido a título oneroso 
durante a união presumir-se-á que seja dos dois, meio a meio. Lembrando que os bens 
1 
 
recebidos por um dos conviventes por meio de doação, de herança, de sub-rogação de 
bens particulares ou de bens anteriores à união, não serão objeto de meação pelo outro 
companheiro, permanecendo como bens particulares. 
Qual a importância de ter um documento, ou seja, de se lavrar uma escritura 
pública de união estável? 
Apesar de a união estável ser uma situação de fato, a escritura é importante por 
oficializar alguns aspectos, em especial, o regime de bens aplicável à união. Se os 
companheiros vivem em união estável sem a elaboração de uma escritura pública ou se 
nela nada estiver estabelecido em relação ao regime de bens, na hipótese de dissolução 
da união serão aplicadas as regras da comunhão parcial. Se os conviventes quiserem 
que valha outro regime, é indispensável a lavratura da escritura com a indicação do 
regime de bens e de outros aspectos que os companheiros julguem relevantes. 
É importante também a escritura como meio de comprovação da existência da união, 
para fins de concessão de benefícios, inclusão dos companheiros como dependentes 
perante planos de saúde e órgãos previdenciários, pois a escritura pública é documento 
dotado de fé pública, fazendo prova plena, de acordo com o art. 215, do CC brasileiro. 
Ademais, outra vantagem da escritura pública é que, se as partes perderem ou o 
documento for deteriorado, basta se dirigir ao Cartório onde aquela escritura foi 
lavrada e pedir uma nova certidão, que tem o mesmo valor do documento original, vide 
inciso II, do art. 425, do CPC. 
É indispensável que os companheiros convivam debaixo do mesmo teto para se 
configurar uma união estável? 
Não, desde há muito tempo foi editada a súmula do STF 382 (1964), que determina o 
seguinte: "A vida em comum sob o mesmo teto, more uxorio, não é indispensável à 
caracterização do concubinato." 
Se eu quiser estipular outras regras patrimoniais para a minha união é possível? 
Sim, nesse caso, o aconselhável será fazer um documento, estipulando o regime 
patrimonial que os companheiros pretendem que seja instituído para a sua relação. 
Nossa legislação civil é bem flexível ao tratar de direitos patrimoniais privados, isso 
quer dizer que você poderá optar por um dos regimes patrimoniais de bens previstos 
no CC (como, por exemplo, comunhão universal de bens, separação absoluta de bens, 
participação final nos aquestos) ou optar por um regime misto, especialmente 
elaborado para aqueles conviventes. 
E se, depois de escolhido o regime patrimonial, os conviventes decidirem alterar 
o regime patrimonial. É possível? 
Diferentemente do que ocorre com o regime de bens no casamento, quando é 
necessária a autorização judicial para mudança de regime de bens, na união estável não 
se exige a autorização judicial, basta que se faça outro instrumento estipulando o novo 
regime patrimonial que regerá a relação daqueles conviventes. 
2 
 
Ressalte-se que direitos de terceiros estarão sempre resguardados, mormente, se a 
intenção dos companheiros tenha sido de lesar credores. 
Se eu tiver uma escritura pública de união estável, isso basta para eu requerer a 
inscrição do meu companheiro ou da minha companheira perante o INSS? 
Em termos previdenciários, o ideal é que se faça o requerimento de inclusão de 
dependente em vida, isso facilitará muito a vida do seu companheiro ou da sua 
companheira, após o seu falecimento. 
A lei 8.212, de 24/07/91, foi regulamentada pelo decreto 3.048, de 06/05/99, que no 
seu §3º, no art. 22, determina quais os documentos que poderão servir como prova da 
alegada união estável. Não basta a escritura pública. A escritura pública é uma forte 
prova, no entanto, não será a única. 
 
UNIÃO ESTÁVEL X CONCUBINATO 
 
Renato de Mello Almada 
 
"Companheira e Concubina – Distinção. Sendo o Direito uma 
verdadeira ciência, impossível é confundir institutos, expressões e 
vocábulos, sob pena de prevalecer a babel. 
União Estável – Proteção do Estado. A proteção do Estado à união 
estável alcança apenas as situações legítimas e nestas não está 
incluído o concubinato. (Ministro Marco Aurélio. Recurso 
Extraordinário nº 397.762-8 – Bahia)" 
Elogiável é a clareza da ementa acima, da lavra do eminente Ministro Marco Aurélio de 
Mello. Não poucas vezes temos nos deparado com situações em que a confusão entre os 
diferentes institutos se faz presente. 
Nada mais odiosa é a teimosia em não se reconhecer à confusão existente e com isso 
criar e perpetuar verdadeira "algazarra processual". 
Não há mais espaço para se confundir os institutos da união estável e do concubinato, 
bem assim os direitos de cada um deles derivados. 
Infelizmente, não são raros os casos nos quais, embora seja uma das partes legalmente 
casada, ingressa-se com ação objetivando o reconhecimento da união estável 
supostamente havida com uma pessoa impedida de se casar, tendo, por consequência 
lógica, o interesse na divisão do patrimônio e na fixação de alimentos, principalmente 
dado o caráter de irrepetibilidade deste. 
Temos presenciado casos em que não só há equívocona elaboração do pedido inicial 
como, também, na análise preliminar feita pelo juízo. Estando patente que uma das 
partes é casada, não existe possibilidade jurídica de ser reconhecida uma união estável, 
devendo de pronto ser o pedido repelido. Da mesma forma, se em uma análise inicial 
surge a dúvida quanto ao real estado civil de uma das pessoas da relação a que se busca 
dar o status de união estável, prematuro, no mínimo, é a fixação de alimentos 
provisórios em tais circunstâncias. O magistrado deve agir com prudência em casos 
dessa natureza, sob pena de criar um emaranhado que tende a se agigantar caso logo 
não seja resolvida a contenda. 
3 
 
Por isso que concordamos integralmente com o irretocável conteúdo da Ementa ora em 
comento. Ela é objetiva, clara e precisa. 
Não é demais lembrarmos que o artigo 1.723 do Código Civil estatui que "é reconhecida 
como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na 
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição 
de família". 
 
De outro lado, prevê o artigo 1.727 do Código Civil que "as relações não eventuais entre 
o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato". 
Ora, a lei é clara e não dá margens a diferentes interpretações. 
Para caracterização da união estável é indispensável que entre homem e mulher haja 
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de 
constituir família. 
 
Por ter como objetivo a constituição de família é que a lei previu expressamente 
(conforme § 1º do art. 1.723 do CC) que "a união estável não se constituirá se ocorrerem 
os impedimentos do art, 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a 
pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente". 
Em razão disso, existindo prova de uma das partes ser casada e com seu cônjuge 
sempre ter convivido, nunca dele tendo se separado, seja de fato ou de direito, 
impróprio é rotular de união estável uma eventual relação simultânea ao casamento. 
Em tal situação, nada obstante estarmos diante de um fato que contraria a boa moral, 
em termos jurídico, quando muito, poderíamos dizer tratar-se de um concubinato 
impuro ou impróprio, nunca de uma relação de união estável. E por se tratar de 
concubinato, não há que se falar em direito a alimentos. 
Nesse diapasão, farta é a jurisprudência. Tomemos por exemplo as seguintes: 
"APELAÇÃO CÍVEL. DECLARAÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. ÔNUS DA 
PROVA. RELAÇÃO EXTRA MATRIMONIAL. AUSÊNCIA DE PROVA 
INSUFICIENTE DA SEPARAÇÃO DE FATO. IMPEDIMENTO LEGAL. O 
reconhecimento da união estável exige que, além da 
demonstração da convivência pública, contínua e duradoura 
entre o homem e a mulher, estabelecida com o objetivo de 
constituição de família, inexistam impedimentos à constituição 
dessa relação. Os casados estão impedidos de constituir união 
estável, ressalvada apenas a hipótese em que estiverem 
separados de fato. Demonstrado que convivência afetiva era 
mantida concomitantemente com o casamento, não sendo o 
consorte separado de fato, cuida-se de caso de relacionamento 
extraconjugal em que descabe o reconhecimento de união 
estável. Recurso improvido. A prova da separação de fato deve 
ser cabal e substanciosa, hábil a demonstrar o rompimento do 
vínculo matrimonial, estabelecido de modo formal, público e 
solene". (TJ/MG – Rel. Dês. Heloisa Combat; data do julgamento 
14.10.2008; data da publicação 3.11.2008; Processo nº 
1.0398.06.000889-1/001). 
 
4 
 
"CIVIL. UNIÃO ESTÁVEL. ALIMENTOS. COMPANHEIRO CASADO. No 
caso de pessoa casada a caracterização da união estável está 
condicionada à prova da separação de fato. Agravo regimental 
não provido". (AgRg no Agravo de Instrumento nº 670.502 – RJ – 
2005/0053159-3 -; Rel. Ministro Ari Pargendler, j. 19 de junho de 
2008). 
 
"UNIÃO ESTÁVEL – MATRIMÔNIO - HÍGIDO – CONCUBINATO – 
Relacionamento simultâneo. Embora a relação amorosa, é vasta a 
prova de que o varão não se desvinculou do lar matrimonial, 
permanecendo na companhia da esposa e familiares. Sendo o 
sistema monogâmico e não caracterizada a união putativa, o 
relacionamento lateral não gera qualquer tipo de direito". (TJ/RS, 
Ap. 70010075695, 2002, maioria). 
 
Como visto, a questão é pacífica nos Tribunais e na melhor doutrina, até porque decorre 
da Lei - "As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, 
constituem concubinato". 
 
Como bem demonstrado no julgamento do Recurso Extraordinário 397.762-8, Relatado 
pelo eminente Ministro Marco Aurélio, em julgamento ocorrido em data de 3 de junho 
de 2008, cuja Ementa ilustra nosso artigo, "a proteção do Estado à união estável 
alcança apenas as situações legítimas e nesta não está incluído o concubinato." 
Disso deriva ser imprópria a fixação de alimentos em casos em que não esteja 
cabalmente demonstrada a convivência em união estável e, ao invés, ao menos em um 
primeiro momento, esteja tipificada a existência de concubinato que, à evidência, não 
gera direito à obtenção de alimentos. 
Assim, não só as partes, mas também o próprio Estado-Juiz – que deve zelar pela rápida 
solução do litígio – devem estar atentos aos institutos, expressões e vocábulos 
empregados no caso posto em juízo, sob pena de a babel se configurar marca registrada 
daquela lide, ocasionando desdobros outros, que contribuirá para atravancar ainda 
mais nosso judiciário. 
CASAMENTO HOMOAFETIVO E SUAS CONSEQUÊNCIAS JURIDICAS 
Uma recente sentença preferida em primeiro grau no Estado de São Paulo, mais 
precisamente em uma das varas de Família da cidade de São Carlos, indeferiu a 
conversão de união estável homoafetiva em casamento. Com todo o respeito do qual é 
credor o ilustre prolator da decisão acima noticiada, entendemos ter ela sido 
profundamente equivocada. 
Com efeito, o nosso Código Civil traz insculpido no artigo 1.725 a categórica afirmação 
de que, para efeitos patrimoniais, a união estável encontra-se equiparada ao casamento 
pelo regime da comunhão parcial de bens. O texto infraconstitucional supra referido 
somente acompanhou a lição estampada no §3º do artigo 226 nossa Carta Magna. Essa 
questão já havia sido superada em 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada a nova 
Constituição Federal. Portanto, tendo em face o reconhecimento da união estável por 
nossa Corte Suprema, automaticamente se franqueou o enlace entre pessoas do mesmo 
sexo. 
5 
 
Ora, no momento em que nossa carta constitucional traz a dignidade humana como um 
dos princípios fundamentais da nação, alargando o seu espectro por meio da lição 
emanada do inciso IV do artigo 3º desse mesmo "Codex" dizendo ser seu dever 
"promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça e sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação", espancou definitivamente a tese 
desagasalhadora dos amplos direitos daqueles que vivem uma relação homoafetiva. 
Desde a vigência da nova Carta, deveriam nossos sodalícios conferir garantias de 
natureza civil e patrimonial àqueles que fizeram e fazem a opção de manter vida 
comum com pessoas do mesmo sexo. 
Já passou da hora de cessarem as discussões a respeito desse assunto. Aquilo que 
somente agora está se aplicando nas decisões judiciais deveria já estar valendo, porque 
esta vigente desde 1988. Desde os idos de 1986, eu modestamente propugnava para 
que a união homoafetiva gerasse direito à partilha de bens, independentemente da 
prova de esforço comum. 
Quanto ao texto constitucional, este falou ser incabível o preconceito sexual, chancelou 
a legalidade de todas as uniões conjugais existentes com escopo de constituir família, 
fossem ou não entre pessoas de sexos diferentes. Diante desse entendimento, válido 
tanto para o casamento como para a união estável homoafetiva, resta dispensada a 
prova do esforço comum para que haja partilha dos bens amealhadospor forma 
onerosa, na constância da relação, salvo aqueles advindos de herança, doação, legados e 
sub-rogados. 
No que tange ao direito de herança, nossa doutrina e jurisprudência quase unânime já 
consagrou a inconstitucionalidade do segregativo artigo 1.790, onde o direito dos 
companheiros restou diferenciado daqueles atribuídos às pessoas legalmente casadas. 
Acompanho o entendimento de ser inconstitucional o citado dispositivo legal, tudo em 
razão da igualdade de direitos que deve prevalecer entre os cidadãos civilmente 
casados e aqueles que constituem união estável. 
A ATUAÇÃO DO STJ NA GARANTIA DOS DIREITOS DAS PESSOAS HOMOAFETIVAS 
A possibilidade de reconhecimento do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, a 
partir do julgamento de um recurso especial pela Quarta Turma do Superior Tribunal de 
Justiça (STJ), em 25 de outubro de 2011, está entre as principais conquistas jurídicas da 
comunidade LGBTI (como se designam lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, 
intersexuais e os que têm outras orientações). 
Pouco antes, em maio daquele ano, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar duas 
ações constitucionais, havia decidido que as uniões estáveis de pessoas do mesmo sexo 
deveriam ter o mesmo tratamento legal dado àquelas formadas por heteroafetivos. 
Em maio de 2013, o Conselho Nacional de Justiça publicou a Resolução 175, que 
regulamenta a celebração de casamento civil e a conversão da união estável em casamento 
entre pessoas do mesmo sexo. 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2013 e 2016, foram 
registrados 19,5 mil casamentos homoafetivos nos cartórios brasileiros, com média de 
6 
 
aproximadamente 5 mil por ano, o que representa cerca de 0,5% do total anual de uniões 
do país. 
A jurisprudência do STJ apresenta uma série de julgados que refletem as mudanças da 
sociedade em relação aos direitos dos homoafetivos e dos transexuais em temas diversos, 
como a possibilidade de mudança no registro civil e a adoção de crianças. 
 Casamento 
Depois de três anos vivendo juntas, duas mulheres requereram habilitação para se casar 
em Porto Alegre, mas o pedido foi negado em dois cartórios. Na Justiça, a pretensão 
também foi indeferida em primeira e segunda instância, ao argumento de que o Código 
Civil de 2002 só admitia o casamento entre homem e mulher. 
Em julgamento histórico concluído em 25 de outubro de 2011, a Quarta Turma do STJ deu 
provimento ao recurso das mulheres para declarar que nenhum dispositivo do Código 
Civil veda expressamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
Ao contrário, conforme assinalou o relator, ministro Luis Felipe Salomão, não haveria 
como enxergar uma vedação implícita ao casamento homoafetivo sem afronta aos 
princípios constitucionais da igualdade, da não discriminação, da dignidade da pessoa 
humana, do pluralismo e do livre planejamento familiar. 
“Se é verdade que o casamento civil é a forma pela qual o Estado melhor protege a família, 
e sendo múltiplos os arranjos familiares reconhecidos pela Carta Magna, não há de ser 
negada essa via a nenhuma família que por ela optar, independentemente de orientação 
sexual dos partícipes”, disse o ministro. 
“Não obstante a omissão legislativa sobre o tema, a maioria, mediante seus representantes 
eleitos, não poderia mesmo ‘democraticamente’ decretar a perda de direitos civis da 
minoria pela qual eventualmente nutre alguma aversão”, acrescentou. 
“Nesse cen|rio, em regra é o Poder Judici|rio – e não o Legislativo – que exerce um papel 
contramajoritário e protetivo de especialíssima importância, exatamente por não ser 
compromissado com as maiorias votantes, mas apenas com a lei e com a Constituição, 
sempre em vista à proteção dos direitos humanos fundamentais, sejam eles das minorias, 
sejam das maiorias. Dessa forma, ao contrário do que pensam os críticos, a democracia se 
fortalece, porquanto esta se reafirma como forma de governo, não das maiorias ocasionais, 
mas de todos”, concluiu Salomão. 
 Registro civil 
Em maio de 2017, a Quarta Turma do STJ entendeu ser possível a alteração do gênero 
constante no registro civil de transexual, independentemente da realização de cirurgia de 
adequação de sexo. A decisão foi resultante do pedido de modificação de prenome e de 
gênero de transexual que apresentou avaliação psicológica pericial para comprovar sua 
identificação social como mulher. 
7 
 
Ao pedir a retificação de registro, a autora ressaltou que, mesmo sem ter se submetido à 
operação de transgenitalização, passou por outras intervenções cirúrgicas e hormonais 
para adequar a aparência física à realidade psíquica, o que gerou evidente dissonância 
entre sua imagem e os dados apresentados no assentamento civil. 
Em seu voto, o relator do recurso, ministro Luis Felipe Salomão, ressaltou que o STJ já 
permitia a alteração de nome e gênero nos registros dos transexuais submetidos a cirurgia 
de transgenitalização. O ministro assinalou que a extensão desse direito aos que não 
passaram pelo procedimento cirúrgico representa uma evolução da jurisprudência. 
“A citada jurisprudência deve evoluir para alcançar também os transexuais não operados, 
conferindo-se, assim, a máxima efetividade ao princípio constitucional da promoção da 
dignidade da pessoa humana, cláusula geral de tutela dos direitos existenciais inerentes à 
personalidade, a qual, hordiernamente, é concebida como valor fundamental do 
ordenamento jurídico, o que implica o dever inarred|vel de respeito {s diferenças”, 
afirmou Salomão. 
 Exposição ao ridículo 
A Terceira Turma confirmou o entendimento da Quarta Turma e do STF ao analisar o caso 
de transexual não submetido à cirurgia de transgenitalização que conseguiu a alteração do 
prenome por decisão judicial, mas não obteve deferimento para que o gênero fosse 
alterado para feminino nos documentos. 
O relator do recurso, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, esclareceu que a Lei de 
Registros Públicos “não contém norma que autorize a modificação do sexo civil, contendo 
apenas autorização para se modificar o prenome, nos casos de substituição por apelidos 
públicos notórios, ou no caso de exposição ao ridículo”. 
No entendimento do relator, a discrepância entre o prenome de um determinado gênero e 
o sexo indicado nos documentos expõe a pessoa ao ridículo, o que enquadra a situação em 
uma das possibilidades indicadas pela Lei dos Registros Públicos. 
Em seu voto, Sanseverino citou precedente de relatoria da ministra Nancy Andrighi sobre 
a situação dos transexuais. “A relatora também alertou que esse transtorno, segundo a 
literatura médica, além de causar intenso sofrimento psíquico, pode levar a pessoa a 
praticar tentativas de automutilação e até mesmo de autoextermínio”, destacou. 
 Adoção 
O STJ também já tomou decisões favoráveis a pessoas homoafetivas em matéria de adoção. 
A Terceira Turma concluiu que um casal em união homoafetiva há 12 anos apresentou as 
condições necessárias para permanecer com a guarda de um bebê de dez meses até a 
finalização do processo regular de adoção. 
Em 2016, o bebê, de apenas 17 dias, foi encontrado dentro de uma caixa de papelão em 
frente à casa da mãe de um dos companheiros. Após acolher a criança, o casal procurou a 
Polícia Civil para reportar o ocorrido e contratou um detetive particular para descobrir 
8 
 
quem era a mãe da criança. Ao ser encontrada, a mãe alegou ter escolhido o casal para 
cuidar do bebê por não ter condições financeiras de criá-lo. 
O relator do processo, ministro Villas Bôas Cueva, ressaltou a existência nos autos de um 
relatório da equipe de adoção do Juizado da Infância e Juventude demonstrando que o 
casal mantinha lar estruturadoe apresentava o desejo genuíno de permanecer com a 
criança de forma definitiva. Além disso, não foi apontada nenhuma das hipóteses de 
violação dos direitos do menor previstas no artigo 98 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
“Admitir-se a busca e apreensão de criança, transferindo-a a uma instituição social como o 
abrigo, sem necessidade alguma, até que se decida em juízo sobre a validade do ato 
jurídico da adoção, em prejuízo do bem-estar físico e psíquico do infante, com risco de 
danos irreparáveis à formação de sua personalidade, exatamente na fase em que se 
encontra mais vulnerável, não encontra amparo em nenhum princípio ou regra de nosso 
ordenamento”, concluiu o relator. 
 Limite de idade 
Em agosto de 2015, a Terceira Turma analisou recurso do Ministério Público do Paraná 
(MPPR) que contestava o pedido de habilitação de inscrição para adoção de criança com 
idade entre três e cinco anos por uma pessoa homoafetiva solteira. 
O MPPR alegou que, nas hipóteses de adoção por pessoa homoafetiva, o adotando deveria 
ter o mínimo de 12 anos de idade para poder manifestar a concordância ou não com a 
adoção. 
O relator do recurso, ministro Villas Bôas Cueva, ressaltou que o artigo 50 do Estatuto da 
Criança e do Adolescente “não veda a adoção de crianças por solteiros ou casais 
homoafetivos, tampouco impõe qualquer restrição et|ria ao adotante nessas hipóteses”. 
A Terceira Turma concordou com o posicionamento do Tribunal de Justiça do Paraná 
(TJPR), que reconheceu, com base na documentação juntada aos autos, que o interessado 
na adoção reunia as condições psíquicas, sociais, econômicas, jurídicas, físicas e 
habitacionais, além da motivação legítima em sua pretensão. 
“Não se vislumbra, portanto, nenhum impedimento legal para que o recorrido figure no 
registro de pessoas interessadas na adoção de crianças e adolescentes, inclusive, sem 
qualquer restrição et|ria”, confirmou Villas Bôas Cueva. 
 Proteção integral 
Em março de 2017, a Quarta Turma, em caso semelhante, reforçou o entendimento de que 
é possível a inscrição de pessoa homoafetiva no cadastro de interessados em adoção de 
menores de qualquer idade. Na ocasião, a pessoa interessada em adotar buscava uma 
criança de até três anos. No entanto, o MPPR alegou que o possível adotante deveria ter, 
pelo menos 12 anos, em atendimento ao princípio da proteção integral. 
9 
 
“A Terceira Turma desta corte já teve a oportunidade de analisar o tema, tendo igualmente 
decidido, por unanimidade, pela inexistência de previsão legal para a limitação etária 
pretendida pelo Ministério Público em razão da orientação sexual do candidato a 
adotante”, explicou o relator do processo, ministro Raul Araújo. 
 Varas competentes 
Ao julgar caso de reconhecimento de dissolução de união estável homoafetiva, em maio de 
2013, a Terceira Turma reforçou que não deve existir diferenciação no tratamento das 
uniões homoafetivas e heteroafetivas, inclusive no que diz respeito às varas competentes. 
Segundo o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o caso em 
análise, de reconhecimento e dissolução de união estável homoafetiva, seria de 
competência do juízo cível. 
No entanto, a relatora do recurso no STJ, ministra Nancy Andrighi, concluiu ser o tema de 
competência da vara de família, em razão da equiparação das uniões estáveis 
homoafetivas às uniões estáveis heteroafetivas, independentemente das limitações 
apresentadas no Código de Organização e Divisão Judiciária. 
“Se a prerrogativa de vara privativa é outorgada ao extrato heterossexual da população 
brasileira, para a solução de determinadas lides, também o será à fração homossexual, 
assexual ou transexual, e todos os demais grupos representativos de minorias de qualquer 
natureza”, ressaltou a ministra Nancy Andrighi. 
 Partilha de bens 
Em junho de 2015, a Terceira Turma analisou o pedido de partilha de bens de um ex-casal 
formado por duas mulheres que viveram juntas por 12 anos. Segundo o relator do recurso, 
ministro João Otávio de Noronha, os bens adquiridos durante a união deveriam ser 
partilhados, independentemente da real contribuição de cada uma na construção do 
patrimônio. 
“Nos autos, é incontroverso que as partes tiveram uma relação de parceria por longos anos 
– 28 de agosto de 1994 a dezembro de 2006 –, não havendo dúvidas de que houve 
aquisição de patrimônio comum pelo esforço e contribuição de cada uma das conviventes. 
Mesmo que uma tivesse melhores condições financeiras que a outra, é certo que também 
esta exercia atividade remuneratória e, evidentemente, dava seu contributo para o bem da 
relação e formação do patrimônio comum”, ressaltou o relator. 
Esse entendimento havia sido adotado previamente, em fevereiro de 2014, quando a 
Terceira Turma concluiu que o direito à partilha nas uniões homoafetivas não depende da 
comprovação do esforço comum para a aquisição dos bens. No caso em análise, o 
reconhecimento da união estável, pelo tribunal de origem, ocorreu após a morte de um 
dos integrantes do casal. 
“Ao assim decidir, o tribunal local se coaduna com a jurisprudência tanto desta corte, 
como do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que a dignidade de uma pessoa não 
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pode ficar atrelada à sua orientação sexual, superando-se toda a carga preconceituosa que 
recai sobre as relações homossexuais, fato que não pode ser renegado pelo direito”, 
concluiu o relator do recurso, ministro Villas Bôas Cueva. 
A ATUAÇÃO DO STF - RECONHECE UNIÃO HOMOAFETIVA 
Os ministros do STF, ao julgarem a ADIn 4277 e a ADPF 132, reconheceram, por 
unanimidade, a união estável para casais do mesmo sexo. As ações foram ajuizadas na 
Corte, respectivamente, pela PGR e pelo governador do RJ, Sérgio Cabral . 
O julgamento começou na tarde do último dia 4, quando o relator das ações, ministro 
Ayres Britto, votou no sentido de dar interpretação conforme a CF/88 para excluir 
qualquer significado do artigo 1.723, do CC, que impeça o reconhecimento da união 
entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. 
 
O ministro Ayres Britto argumentou que o artigo 3º, inciso IV, da CF/88 veda qualquer 
discriminação em virtude de sexo, raça, cor e que, nesse sentido, ninguém pode ser 
diminuído ou discriminado em função de sua preferência sexual. "O sexo das pessoas, 
salvo disposição contrária, não se presta para desigualação jurídica" , observou o 
ministro, para concluir que qualquer depreciação da união estável homoafetiva colide, 
portanto, com o inciso IV do artigo 3º da CF. 
Os ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco 
Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso, bem como as ministras Cármen Lúcia Antunes 
Rocha e Ellen Gracie acompanharam o entendimento do ministro Ayres Britto, pela 
procedência das ações e com efeito vinculante, no sentido de dar interpretação 
conforme a CF para excluir qualquer significado do artigo 1.723, do CC, que impeça o 
reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar. 
Na sessão de quarta-feira, antes do relator, falaram os autores das duas ações – o 
procurador-geral da República e o governador do Estado do RJ, por meio de seu 
representante –, o advogado-geral da União e advogados de diversas entidades, 
admitidas como amici curiae. 
 
 Ações 
A ADIn 4277 foi protocolada na Corte inicialmente como ADPF 178. A ação buscou a 
declaração de reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade 
familiar. Pediu, também, que os mesmos direitos e deveres dos companheiros nas 
uniões estáveis fossem estendidos aos companheiros nas uniões entre pessoas do 
mesmo sexo. 
Já na ADPF 132, o governo do Estado do RJ alegou que o não reconhecimentoda união 
homoafetiva contraria preceitos fundamentais como igualdade, liberdade e o princípio 
da dignidade da pessoa humana, todos da CF. Com esse argumento, pediu que o STF 
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aplicasse o regime jurídico das uniões estáveis, previsto no artigo 1.723 do CC, às 
uniões homoafetivas de funcionários públicos civis do RJ. 
POSICIONAMENTO DOS MINISTROS 
“Se o reconhecimento da entidade familiar depende apenas da opção 
livre e responsável de constituição de vida comum para promover a 
dignidade dos partícipes, regida pelo afeto existente entre eles, então 
não parece haver dúvida de que a Constituição Federal de 1988 permite 
seja a união homoafetiva admitida como tal." 
Marco Aurélio 
 
“Daremos a esse segmento de nobres brasileiros, mais do que um 
projeto de vida, um projeto de felicidade." 
Luiz Fux 
 
“Aqueles que fazem sua opção pela união homoafetiva não podem ser 
desigualados em sua cidadania. Ninguém pode ser de uma classe de 
cidadãos diferentes e inferiores, porque fizeram a escolha afetiva e 
sexual diferente da maioria." 
Cármen Lúcia 
 
"Entendo que as uniões de pessoas do mesmo sexo que se projetam no 
tempo e ostentam a marca da publicidade, na medida em que 
constituem um dado da realidade fenomênica e, de resto, não são 
proibidas pelo ordenamento jurídico, devem ser reconhecidas pelo 
Direito, pois, como já diziam os jurisconsultos 
romanos, ex facto oritur jus." 
Ricardo Lewandowski 
 
“Estamos diante de uma situação que demonstra claramente o 
descompasso entre o mundo dos fatos e o universo do direito." 
Joaquim Barbosa 
 
“Talvez contribua até mesmo para as práticas violentas que de vez em 
quando temos tido notícias em relação a essas pessoas, práticas 
lamentáveis, mas que ocorrem.” 
Gilmar Mendes 
 
"O Supremo restitui [aos homossexuais] o respeito que merecem, 
reconhece seus direitos, restaura a sua dignidade, afirma a sua 
identidade e restaura a sua liberdade." 
Ellen Gracie 
 
"E assim é que, mais uma vez, a Constituição Federal não faz a menor 
diferenciação entre a família formalmente constituída e aquela 
existente ao rés dos fatos. Como também não distingue entre a família 
que se forma por sujeitos heteroafetivos e a que se constitui por pessoas 
de inclinação homoafetiva. Por isso que, sem nenhuma ginástica mental 
ou alquimia interpretativa, dá para compreender que a nossa Magna 
Carta não emprestou ao substantivo 'família' nenhum significado 
ortodoxo ou da própria técnica jurídica." 
Ayres Britto 
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"É arbitrário e inaceitável qualquer estatuto que puna, exclua, 
discrimine ou fomente a intolerância, estimule o desrespeito e a 
desigualdade e as pessoas em razão de sua orientação sexual." 
Celso de Mello 
 
“Da decisão da Corte folga um espaço para o qual, penso eu, que tem 
que intervir o Poder Legislativo”, disse o ministro. Ele afirmou que o 
Legislativo deve se expor e regulamentar as situações em que a 
aplicação da decisão da Corte será justificada também do ponto de vista 
constitucional." 
Cezar Peluso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referencias: 
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C
3%ADcias/A-atua%C3%A7%C3%A3o-do-STJ-na-garantia-dos-direitos-das-pessoas-
homoafetivas 
https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI132610,11049-
STF+reconhece+uniao+homoafetiva 
http://www2.stf.jus.br/portalStfInternacional/cms/destaquesNewsletter.php?sigla=newsletter
PortalInternacionalDestaques&idConteudo=238515