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RESENHA TEORIA SOCIAL E AS TRANSFORMAÇÕES DA SOCIEDADE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS
DISCIPLINA: MEIO AMBIENTE, SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO
THIAGO FERREIRA ESTRELA
TEORIA SOCIAL E AS TRANSFORMAÇÕES DA SOCIEDADE
BECK, Ulrich. Sociedade de Risco: Rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2001.
GOLDBLAATT, David. A política ecológica do capitalismo. In: Teoria Social e Ambiente. Lisboa, PO: Instituto Piaget, 1996. Quinto capítulo.
SANSON, Leandro Carvalho. O Caráter Global da Questão Ambiental. Revista Interação. Universidade Federal de Santa Maria. v, 9, n.9, julho, 2015.
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 2008.p.p 37 – 108.
BECK, Ulrich. Sociedade de Risco: Rumo a uma outra modernidade. Tradução: Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2001.p.p 229 – 275.
Ulrich Beck foi um sociólogo alemão autor da obra Sociedade de Risco publicada inicialmente em 1986 onde coloca as origens e as consequências da degradação do meio ambiente no centro da sociedade moderna.
A primeira parte da obra é intitulada “No vulcão civilizatório: os contornos da sociedade de risco”. Em seu capítulo um, trata sobre a lógica da distribuição de riqueza e da distribuição de riscos, onde percebemos que a produção de riqueza, na modernidade tardia, tem total relação com a produção de riscos. Logo, a problemática da sociedade da escassez sobrepõe-se a problemática da produção. 
Destarte, em resumo, a primeira parte da obra de Beck, demonstra que enquanto na sociedade industrial a lógica da produção de riqueza predomina sobre a lógica da produção de riscos, na sociedade de risco essa relação é inversa. O amontoamento de poder do progresso tecnológico-econômico é cada vez mais diminuído pela produção de riscos. Com sua universalização, escrutínio público e investigação, cai por terra a ocultação e assume uma acepção nova e determinante nos debates sociais e políticos. 
Os riscos não mais podem ser restringidos de forma específica ou localizada, mostram uma globalização dos riscos, o universalismo de ameaças.
David Goldblatt foi um fotógrafo sul-africano nascido em 1930, uma de suas principais obras publicada em 1996 é intitulada Teoria Social e Ambiente
Nessa obra, Goldblatt, no quinto capítulo traz novamente a sociologia do risco introduzida por Beck, onde é pontuada a modernização da modernidade, evidenciando o processo crescente de individualização no mundo contemporâneo, assim como na variedade de riscos globais e pessoais, diferentes e mutuamente contraditórios.
A modernização gerou condições para a crise, a chamada transição da sociedade industrial para a sociedade de risco, mesmo assim, segundo o autor, os indivíduos tendem a enfrentar o risco, levando a perda de referencial e crescente individualismo.
São três os cenários para orientar uma política futura pautada em aprender com o risco, uma democracia ecológica e a democratização da ciência, como bem intitula Goldblatt, que seriam: voltar à sociedade industrial, a democratização do desenvolvimento tecnológico e a emergência de políticas diferentes.
Goldblatt em sua obra, admite que as bases da teoria social contemporânea do século XIX prestam uma ajuda bastante limitada nas respostas às suas perguntas e que, de qualquer modo, teremos de recorrer a outras disciplinas, a interdisciplinaridade seria um novo patamar p a ser almejado. 
Por sua vez, Leandro Carvalho Sanson, Mestre em Ciências Sociais pela UFSM em 2012 publicou artigo por título “O caráter global da questão ambiental”, onde o autor passa a analisar os processos de transformação e impacto nas relações sociais e políticas no ambiente do mundo globalizado, considerando aspectos referentes ao papel do Estado e sua relação com a sociedade civil. 
Partindo de elementos como democracia e meio ambiente, o autor retrata que o novo contexto social exige uma nova dinâmica social de níveis sociais, como política, costumes, economia. O estudo de Sanson vislumbra um novo ambiente social, gerado pelo avanço rápido das relações sociais e a necessidade de um novo “agir”. A política é percebida como esfera pública, dessa forma, os bens ambientais vêm se instituindo na esfera pública com o estado de bem comum. 
Esse processo de inter-relação social entre o Estado e Sociedade Civil sobre os problemas ambientais se dá em um espaço intermediário considerado público, onde envolve a participação de diversos interesses.
Dessa forma, Sanson conclui que na esfera pública ambiental estão expostos interesses e conflitos, garantindo as condições para o acesso de grupos de interesses, e a possível omissão de outros, mas com a inevitável repercussão na esfera política. Assim, as políticas públicas ambientais adquirem um caráter estatal ao inserirem-se nas relações entre Estado e Sociedade, sendo que as ações ou omissões sobre certas demandas vinculam ambos na construção deste processo.
Zygmunt Bauman foi um sociólogo e filósofo nascido em 1925 na Polônia, sua obra aqui analisada é “Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias” publicada em 2007.
No capítulo um da referida obra é tratado o tema Consumismo versus consumo, o autor refere que o consumo tem origens tão antigas quanto os próprios seres vivos, sendo parte integrante de toda forma de vida. Mas, enquanto o consumo constitui uma característica e ocupação de todos os seres humanos enquanto indivíduos, o consumismo, alerta o estudioso, é um atributo da sociedade.
Bauman em sua obra, afirma ser o consumismo um tipo de arranjo social que chega quando o consumo assume papel exercido pelo trabalho na sociedade de produtores. Passa a ser central como bem cita o autor, “a capacidade profundamente individual de querer, desejar e almejar deve ser, tal como a capacidade de trabalho na sociedade de produtores, destacada (“alienada”) dos indivíduos e reciclada/reificada numa força externa que coloca a “sociedade de consumidores” em movimento e a mantém em curso como uma forma específica de convívio humano, enquanto ao mesmo tempo estabelece parâmetros específicos para as estratégias individuais de vida que são eficazes e manipula as probabilidades de escolha e conduta individuais. (...)”.
Assim, para os indivíduos, a posse de um grande volume de bens garantiria uma existência segura, no entanto, encontram a melancolia, apontado por Bauman como aflição genérica do consumidor.
 No segundo capítulo “Sociedade de consumidores”, Bauman afirma que para que a cultura do consumo seja cumprida, tem que haver um novo produto. A sociedade de consumidores estabelece padrões que determinam a identidade de cada indivíduo. Logo, não há espaço para quem não cumpre seu papel principal, consumir. 
Para eliminar qualquer risco de que existam membros defeituosos, estabelece-se, na modernidade líquida, uma cultura consumista na qual o consumo não só é uma vocação como também um direito e um dever humano universal.
No entanto, com o passar do tempo, as pessoas começam a ficar insatisfeitas pois as novidades não se esgotam e todos devem usufruir de tudo que é fornecido pelo mercado ao mesmo tempo. E sendo o indivíduo ao mesmo tempo mercadoria e consumidor, a mercadoria pode ser descartada a qualquer momento, basta que não satisfaça mais os interesses do consumidor. Logo, Bauman observa que é levado como regra na sociedade de consumidores as mesmas premissas das leis de mercado. 
Como a sociedade de consumidores estabelece padrões de consumo que determinam a identidade de cada indivíduo, sendo este identificado pelo que consome e pela sua capacidade de ser também consumido, aquele que não consegue assumir plenamente este papel torna-se invisível socialmente, é substituído.
Retornando para a obra de Ulrich Beck, “Sociedade de Risco” em sua terceira parte intitulada “Modernização reflexiva: sobre a generalização da ciência e da política”. O conceito de sociedade de risco permitiriaa compreensão da modernização reflexiva e, por isto, também entender o caminho pelo qual as soluções devem ser formuladas.
A modernização reflexiva, também denominada por Beck como segunda modernidade, é a fase de radicalização dos princípios da modernidade. Enquanto a primeira modernidade caracterizou-se pela confiança no progresso e controlabilidade do desenvolvimento científico-tecnológico, pela procura de pleno emprego e pelo controle da natureza, a modernidade reflexiva é uma fase na qual o desenvolvimento da ciência e da técnica não pode dar conta da predição e controle dos riscos que ele contribuirá para criar.
O movimento de transição entre modernidade simples e modernidade reflexiva se dá pelo questionamento sobre os avanços do progresso tecnocientífico que é substituído por representações de risco, ou seja, surge uma nova racionalidade que começa a questionar a irracionalidade dominante em relação ao patrimônio ambiental herdado e aos riscos e danos ambientais fabricados. A sociedade em paralelo com os efeitos do que ela própria produziu.
 Portanto, a reflexividade da modernidade surge da necessidade de se resguardar o ambiente natural dos efeitos negativos do progresso, projetados no tempo e no espaço. Esse vínculo com o futuro precisa ser administrado pelas gerações presentes como um elo de solidariedade com as gerações futuras. O progresso não pode estar desacoplado das preocupações ambiental e social.

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