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RESSOCIALIZAÇÃO DOS PRESOS E A LEI DE EXECUÇÃO PENAL (1)

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RESSOCIALIZAÇÃO DOS PRESOS E A LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Liajara Sobral Braga do Espírito Santo
E-mail: liasobrall3@gmail.com
TCC I- Orientador: Geraldo Denissonn Costa Viana Júnior
Resumo
O presente trabalho tem como tema a Ressocialização dos presos e a lei de execução penal. Partindo do princípio que a educação é o método mais eficaz na busca da ressocialização dos detentos, cuja sua principal função é transmitir o conhecimento necessário para que, ao sair da casa de detenção, o mesmo possa buscar meios de conseguir uma vida digna. A forma que o Estado aplica ao infrator a pena, de certo não é muito eficaz, assim, buscando como principal mudança uma melhoria na execução da pena a aplicação de novos métodos e trazendo consigo a eficácia para humanizar a execução penal e contribuir para a construção da paz social, procurando inovar nos métodos para ajudar na inserção na sociedade. O método APAC (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) vem modificando o modo de executar a pena trazendo consigo uma nova perspectiva para objetivar uma verdadeira mudança na vida do preso. Tendo como principal pressuposto as cadeias públicas como locais onde o condenado possa refletir sobre seus atos, buscando a ressocialização do preso para que o mesmo não vá contra a legislação vigente e assim vindo a se reintegrar na sociedade. Com o novo sistema de aplicação de pena, as APACS vem diferenciando e modificando a real e verdadeira situação das medidas de privação de liberdade impostas pelo Estado, tendo como principal fundamento, a mudança do condenado para que este não volte ao crime e seja ressocializado no convívio social.
Palavras-chave: APAC. Execução da Pena. Ressocialização.
Abstract 
The present work has as its theme the Resocialization of convicts and the law of criminal execution. On the assumption that education is the most effective method in the search for the resocialization of the detainees, whose main function is to convey your knowledge necessary for that to get out of detention, the same can seek ways to achieve a dignified life. The way that the State applies to the infringer, of right is not very effective, so seeking as main change an improvement in execution of the sentence the application of new methods and bringing the effectiveness to humanize the penal execution and contribute to building of social peace, looking for innovation in methods to assist in the integration into society. The APAC method (Association for protection and assistance to Convicted) is modifying the run mode worth bringing a new perspective to construct a real change in the life of the prisoner. The main assumption public chains as places where the condemned can reflect on their actions, seeking the resocialization of the prisoner so that it does not go against the law and so come to reintegrate in society. With the new application system, the APACS comes differentiating and modifying the real and true situation measures of deprivation of liberty imposed by the State, having as main ground, the change of the condemned to this don't go back to crime and is ressocializado the social conviviality.
Keywords: APAC. Execution of the sentence. Resocialization.
1 Introdução
O presente trabalho é uma abordagem teórica a respeito da Ressocialização dos Presos e a Lei de Execução de Penal. Tem por objeto de estudo A Possibilidade de Controle dos índices de Criminalidade por meio da Ressocialização dos Presos. 
Há um grande questionamento que se observa em todas as partes do mundo relativo à pena de prisão, sua real necessidade e seus efeitos na pessoa do condenado. Tais questionamentos se deram devido ao estudo da evolução da pena de prisão desde seus primórdios, momento este, muito controverso entre os estudiosos, até a análise da sua aplicabilidade nos dias atuais. 
A prisão, como uma das formas de sanção penal, é atualmente considerada como um mal necessário, por ter-se comprovado que o condenado à pena privativa de liberdade não se ressocializa, e sim, mantêm ou cria valores negativos dentro do cárcere. Porém mesmo abraçando esta qualidade negativa, a prisão, ao invés de ser abolida, vem ao longo dos tempos se modificando, buscando uma reforma. Esta reforma é calcada no princípio de humanização que atingiu a sociedade no decorrer da história, refletindo no encarceramento visando à reinserção do condenado ao meio social, proporcionando assim uma gradativa e questionada reforma da pena privativa de liberdade.
Como consequência, a pena de prisão sempre que possível é evitada ou substituída por penas mais brandas. O que se vê na realidade é a implementação de diretrizes oriundas dos postulados de direitos humanos na pena de prisão, tendo como alvo a dignidade da pessoa humana do apenado.
O presente trabalho tem como objetivo principal analisar as funções da pena no Método APAC, com ênfase na ressocialização, fazendo a relação desse método com a realidade do sistema prisional brasileiro convencional que é muito diferente do previsto na legislação vigente, traçando um paralelo entre o texto legal e a realidade.
Em análise tratará do tema o sistema prisional e o poder de ressocialização, referindo-se mais especificamente na aplicação da pena no sistema atual e a sua falha na busca pela ressocialização do indivíduo preso, buscando esclarecer a dificuldade que o governo tem em investir em políticas públicas voltadas para a solução desse problema.
Assim, utilizou-se para a elaboração do presente trabalho pesquisa bibliográfica, utilizando-se dos método dedutivo, cercando diversos autores que discorrem sobre o assunto.
2 Processo Histórico da Lei de Execução Penal no Brasil
Em 1940 é promulgado o novo código penal que somente passou a vigorar em 1942, que coincidiu com a vigência do código de Processo Penal, podendo desse modo ser conhecido melhor nesse intervalo, entre a promulgação e a vigência. O Presidente Getúlio Vargas exigiu que reformasse o código, o que ocorreu em 1940 passando a vigorar em 1942. 
Este código trazia garantias fundamentais, deixando os crimes contra o Estado em ultimo plano, esse diploma não se absteve a nenhuma escola, teve como característica a técnica moderna e trazia o preceito da individualização da pena e a medida de segurança. A reforma nesse referido código trouxe inovações voltadas para o poder de apreciação dada ao juiz na aplicação da pena, tanto no quantum da pena, tanto para a escolha de qual pena seria aplicada, podendo ser feita cumulativamente, ou ate mesmo deixar de aplicar sanção. Neste se destacou a incorporação do principio da reserva legal, do sistema do duplo binário, a pluralidade das penas privativas de liberdade e o sistema progressivo das penas. 
Esse código visava resolver os problemas penais existentes, e melhorar sua aplicação, este, considerado como uma legislação eclética não assumiu nenhum compromisso com qualquer das escolas ou correntes que disputavam o acerto na solução dos problemas penais. Em 1981, foi publicado o anteprojeto, para receber sugestões em relação a novas mudanças na parte geral. Depois de discutido no Congresso, o projeto foi aprovado e promulgado à lei n.°7.209 de 11.07.1984, que alterou substancialmente a parte geral, principalmente adotando o sistema vicoriante (pena ou medida de segurança). Com a mudança da parte geral, foi promulgada a nova lei de execução Penal n° 7.210 de 11.07.1984. A lei de Execução Penal considerada como lei especifica para regular a execução das penas e das medidas de segurança.
No Brasil, é sabido que a tentativa de codificar normas a respeito de execução penal ocorreu em 1933 com o projeto de Código Penitenciário da República que teve como idealizadores Cândido Mendes, Lemos de Brito e Heitor Carrilho, que chegou a ser publicado no Diário do Poder Legislativo, no Rio de Janeiro, com edição datada de 25-02-1937. 
Depois de 1937, a necessidade de uma Lei de Execução Penal no ordenamento jurídico brasileiro cada vez mais se evidenciava, pornão constituírem o código penal e o código de processo penal, legislações adequadas para um regulamento da execução penal das penas privativas de liberdade.
A partir deste momento em 1951, surgiu um projeto que resultou na aprovação da Lei 3.274 de 1957, dispondo sobre normas gerais de regime penitenciário. No entanto, por não ter muita eficácia, não teve repercussão. No mesmo ano, foi apresentado ao Ministro da Justiça um anteprojeto de Código Penitenciário, que por diversos motivos acabou sendo também abandonado. Por conseguinte, em 1963, foi redigido por Roberto Lyra, um anteprojeto de Execuções Penais, que também não chegou a ser transformado em projeto. 
Após várias tentativas frustradas em instituir uma Lei de Execução Penal no Brasil, em 1981, uma comissão apresentou um anteprojeto da LEP, publicada pela portaria nº 429, de 22-07-1981, onde foi encaminhada à comissão revisora para os devidos trâmites legais. No entanto, em 1982 o trabalho da comissão revisora foi apresentado ao Ministro da Justiça. 
No ano de 1983, o então Presidente da República João Figueiredo, encaminhou o projeto ao Congresso Nacional. Por fim, a Lei que recebeu o nº 7.210 de 1984 foi aprovada, sendo promulgada em 11 de julho de 1984 e publicada no dia 13 de julho de 1984. 
Assim, nasce a Lei de Execução Penal, que encontrasse em pleno vigor no ordenamento jurídico brasileiro, sendo o Norte para um cumprimento das penas impostas na sentença penal condenatória.
Desta forma, apresenta-se como Problemática: A execução de uma pena branda face o sistema instituído pela APAC pode ajudar na ressocialização do preso para que não ocorra reincidência? 
3 Teoria da Pena
As teorias da pena encontram-se relacionadas às suas finalidades, isto é, o delito é uma consequência jurídica, e como reação do controle social, formal e informal em face deste, e aplicados contra aqueles que cometam a infração à lei. As penas possuem o condão de privar o indivíduo de sua liberdade, bem como, a restrição dos bens jurídicos, imposta pelo Estado.
Há distintas teorias que visam explicar os fundamentos da sanção penal, estando divididas em três grupos. A primeira é a chamada, Teoria Absoluta, originou-se na Alemanha, conforme a teoria de Kant. É considerada como uma retribuição pelo delito cometido, isto é, o fim da pena é o castigo, repressão e estigmatizarão (PRADO, 2015). 
Nessa perspectiva, a finalidade da pena quanto à teoria retributiva, esta adstrita á punição pura e cruel é, portanto, a exigência da sociedade ao estado frente à criminalidade. Deste modo, sabe-se que a sociedade desde os tempos mais remotos busca pela devida efetividade da justiça. Entretanto, no que concerne a aplicabilidade da pena, está no ponto de vista social, deve ser interposta com rigidez e desproporcionalidade, visto que, o estado age coibido para dar respostas imediatas à população. 
O controle social é um modelo de reação ao delito negativo, pois impõe a rotulação em razão do crime praticado, posto que, a sociedade passa a distinguir o homem delinquente, do homem comum, por isso, a pena possui um status de seletividade e desigualdade. Conforme Silva (2012), o principal fim da sanção penal é retribuir o mal injusto, praticado pelo individuo, pelo mal justo, estando elencado no ordenamento jurídico.
Sendo assim, de acordo com Mirabete (2014), a seguinte teoria possui um caráter metafísico, logo, se insere entre o divino, jurídico e o moral. Em destarte, busca-se o fundamento de que se necessita do Estado para castigar os delitos, contudo, a punição por intermédio da pena, visa somente coibir o crime. A pena não possui outra finalidade, se não, punir o delinquente, pois o principal objetivo do poder estatal é concertar a ordem publica. O principal fim da sanção penal é retribuir o mal injusto, praticado pelo indivíduo, pelo mal justo, estando elencado no ordenamento jurídico. 
Outra teoria da pena é a Teoria Relativa, que de acordo com Mirabete e Fabbrini (2014), e PRADO, (2015) as teorias relativas fundamentam que a pena possui a finalidade preventiva, assim sendo, esta possui um caráter intimidatório. Em consoante com a mencionada teoria, esta se refere a pena com caráter de utilidade, não se tratando apenas como uma forma de servir á sociedade, mas também, um instrumento de prevenção e garantia da ordem publica. Consequentemente, seu objeto está descrito na utilidade social, evitando assim, os delitos futuros, e servindo como exemplo á todos os indivíduos. 
Cumpre ressaltar, que a teoria relativa é classificada em Prevenção Geral que atua diretamente na sociedade, isto é, age com efeito coercitivo aos seus destinatários ((MIRABETE e FABBRINI, 2014).
A prevenção também é conhecida como prevenção geral negativa ou prevenção geral positiva. A primeira, diz respeito ao uso da coação para intimidar os integrantes sociais, com o objetivo de que no futuro possa afastar a prática delituosa, também chamada de exemplificativa. Quanto à segunda, esta tem a finalidade de integrar o delinquente e ressocializa-lo para que volte ao convívio social. É importante frisar, a importância da sanção penal neste aspecto, uma vez que, possui autoridade, por isso, causam os efeitos da aprendizagem, confiança, paz social e a busca por uma vida digna. 
A Prevenção Especial age em torno do homem criminoso, pois visa o alcance da redução criminógena. Preconiza a periculosidade de cada individuo, isto é, a pena torna-se mais humanizada e proporcional. Cumpre dizer, que o seu principal fundamento é de que, pena justa é pena necessária (PRADO, 2015).
A chamada Teoria Unitária é conhecida como mista, intermediária, eclética ou conciliatória. Neste passo, tal teoria, busca a junção da teoria retributiva, bem como, preventiva. Mas, é necessário ressalvar que esta teoria, não deixa de ser aplicada, pois é a forma de efetivar a pena quanto à culpabilidade do agente, e garantia da ordem estatal. 
Conforme Prado (PRADO, 2015), a pena justa assegura melhores condições de prevenção geral e especial. Ressalta-se, portanto, a tripla função da pena, são estas: prevenção, reeducação, integração, ressocialização e intimidação coercitiva, segundo sua aplicação. 
Compreende-se que a sanção penal, deve aderir ás duas teorias, uma vez que, a sanção penal deve manter seu aspecto tradicional para garantir sua concretização, mas, por consequência, o estado deverá firmar penas adequadas de acordo com o grau de periculosidade de cada agente e sua inimputabilidade, isto é, as medidas de segurança (MIRABETE; FABBRINI, 2014).
Outrossim, conforme Dullius e Hartmann (2011), a finalidade da pena concretiza-se em três momentos denominados de: Cominação legal em Abstrato: Parte da premissa de um Estado democrático de direito, assim sendo, age por meio da dignidade da pessoa humana como o principal objetivo do estado. Contudo, o direito penal deve ser visto como ultima racio, isto é, deve intervir somente pela proteção dos bens jurídicos tutelados mais importantes para a sociedade. Tem-se, portanto, a prevenção geral subsidiária. 
Quanto à aplicação da Pena, ocorre à aplicação da sanção penal, na medida da culpabilidade do criminoso, há depender do crime praticado de acordo com o fato concreto. Nesta fase, prevalece à prevenção especifica, pois intervém na pessoa do criminoso, objetivando sua reintegração social. Execução da Pena: Resta claro, que a finalidade da pena é a reintegração do apenado, porém, segundo, deverá ser assegurado á garantia constitucional no que diz respeito à autonomia da pessoa humana. Todavia, é exigida a proibição do poder coercitivo que possa intervir na estrutura física do homem delinquente (PENHA, 2013). 
Diante de tudo que foi exposto, é possível compreender que tais teorias são modelos de respostas para a solução dos delitos, mas, existem outras formas de prevenção ao delito mais efetivas do que as teorias elucidadas acima. Desta forma, entende-se que sanções penais condicionam a liberdade do criminoso há cumprir os castigos trazidos pelo direitopenal, assim como, garantem o bem-estar social (MOLINA, GOMES, 2013).
A teoria aplicada no Brasil é, portanto, a teoria mista ou unitária. Em consoante com Penha (2013), os demais estudiosos do direito penal, entendem que o artigo 59 do Código Penal, aborda de maneira implícita, a finalidade eclética da norma penal, uma vez que, não se adota somente a teoria da retribuição ou a teoria da prevenção. Desta forma, o referido artigo determina que o juiz faça uma análise ampla do crime, no que diz respeito ao delito, vítima, criminoso e seus antecedentes criminais, conduta social e conduta familiar. 
Em suma, a principal finalidade da pena é a igualdade, ressocialização, integração e o castigo severo, necessário para impor a efetividade da sanção penal. É válido salientar, que o estado deverá intervir por intermédio da norma penal, quando não houver outras formas de solucionar os conflitos, pois o direito penal é a ultima racio, isto é, considera-se a ciência penal tão severa e desigual, e por isso, devemos chama-la somente, quando os outros ramos do direito não tiver aplicabilidade (MOLINA, GOMES, 2013).
4 O Método de Associação de Proteção e Assistência aos Condenados - APAC
Por conta da realidade do nosso sistema, fica evidente a necessidade de mudança da aplicação da penalidade e que a inovação se faz imprescindível, por se chegar à conclusão de que à pena nos moldes em que está sendo aplicada, não é um método idôneo para a solução da criminalidade e da ressocialização dos presos, porque o modo de aplicação das mesmas encontra-se enfraquecido.
É necessário que o Estado, juntamente com a sociedade se unam em busca de soluções positivas que possam diminuir a criminalidade e a reincidência através de métodos que não isolem o indivíduo completamente do mundo.
Para isso, devem ser implementadas nas prisões, medidas como, por exemplo, a privatização dos presídios, capacitação profissional, educação, visita à família, a utilização do método APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), por algumas instituições penitenciárias entre outros, com o intuito de facilitar a reintegração social do condenado.
Mediante este quadro desrespeitoso no que se refere aos princípios constitucionais, observa-se a existência de impossibilidade do alcance do foco maior da pena, que nesse caso seria a ressocialização do sujeito, sendo que há múltiplas possibilidades de o mesmo retornar a praticar atos delinquentes. 
No que tange ao princípio da valorização humana salienta-se pelo seu caráter do respeito ao ser humano, analisando todos os direitos essenciais previstas pela Constituição Federal de 1988, a exemplo o direito da dignidade da pessoa humana. 
A dignidade da pessoa humana é dos princípios constitucionais tidos como fundamentais ao cidadão pelo ordenamento jurídico pátrio. Conforme Sarlet (2011, p.42)
A dignidade é uma qualidade integrante e irrenunciável da condição humana, que deve ser reconhecida, respeitada, protegida e promovida pelo Estado e pela sociedade, mas, ao mesmo tempo, não pode ser criada, concedida ou retirada por eles, visto que é inerente ao ser humano e em todos está presente.
Os autores Ottoboni e Ferreira (2004) partem da ideia de que a APAC trabalha com base nos princípios a valorização humana, por meio desse princípio é proporcionado ao preso em recuperação o respeito à dignidade, pois lhe ofertam condições mínimas ao cumprimento da pena, e assim seus direitos são reconhecidos de acordo com os preceitos constitucionais. Deste modo, o Estado tem por obrigação ofertar condições humanas necessárias para que os condenados que fazem parte do sistema prisional, por meio da adoção de políticas públicas possam viabilizar um convívio social harmônico. 
Para Prado (2010, p.143) 
não existe liberdade onde as leis permitem que, em determinadas circunstâncias, o homem deixe de ser pessoa e se converta em coisa. O preso precisa ter seus direitos, princípios e valores respeitados, o Estado e a sociedade devem oferecer a ele a possibilidade de poder voltar ao convívio social de forma digna no mesmo patamar de igualdade dos demais cidadãos. Isso se dá nas Apac’s através da participação da comunidade e da família, do trabalho, da religião, do sentimento de cooperação entre os recuperandos, e acima de tudo da valorização humana, representando a possibilidade de uma nova chance para o preso, evitando que o mesmo volte a delinquir.
Frente a tais colocações, é perceptível que a APAC tem como objetivo principal gerar prisões mais humanitárias, sem esquecer a finalidade punitiva da pena. Sua função é tentar evitar que o preso reincida na vida criminal e propiciar condições favoráveis para que o apenado cumpra sua pena recuperado e consiga a reintegrar-se socialmente. 
Ao abordar os elementos que servem de base para a APAC, Ottoboni (2001) conclui que apenas quando os ideais apaqueanos se ajustarem à realidade social, é que se estará perante a humanização da pena. Atualmente, os brasileiros que estão cumprindo pena privativa de liberdade vivem em situação de miséria, ficam esquecidos e ignorados pela sociedade, e nesse sentido, enxerga-se uma sociedade cada vez mais penalizada, com criminosos ainda mais violentos e perigosos quando retornam ao ambiente social. 
Deste modo, a existência da APAC são uma opção viável ao sistema prisional, por ser um método que pode propiciar a ressocialização, colocando indivíduos menos violentos ao convívio social. Em um contexto pessimista, como aborda Silva (2012), nasce em Minas Gerais, o Método APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), executado pelo Programa Novos Rumos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, tendo como objetivo fundamental a reintegrar socialmente o indivíduo com problemas com a lei. 
O Método foi fundado na cidade paulistana de São José dos Campos/SP, no ano de 1972, sendo seu precursor/ fundador o advogado Ottoboni. A APAC, contempla diversos artigos da Lei de Execução Penal em seus princípios basilares, e apresenta-se como um sistema alternativo no intuito de garantir a efetividade e eficácia do tratamento penal. Além do mais, contrariamente ao que ocorre no sistema prisional brasileiro, com as superlotações, ambientes subumanos, rebeliões e etc., a estrutura física da APAC é um contraposto a este cenário habitual, por ter uma organização que contempla a distribuição de setores de atendimento e alojamento dos presos, proporcionando uma melhor dinâmica e acomodação (FARIA, 2011).
5 A Pena de Prisão X Ressocialização do Apenado
A ressocialização consiste na aplicação de medidas reeducadoras com o fim de regeneração do delinquente para que o mesmo possa ser inserido novamente no meio social. Porém, essa realidade fica cada vez mais distante uma vez que a atual condição do sistema carcerário brasileiro, não consegue atingir esse objeto.
A pena privativa de liberdade, cumprida em prisão fechada, inverte a expectativa de ressocialização, já que a nova realidade a qual o preso é obrigado a inserir-se, acarreta uma socialização “intramuros”, adaptando-o à vida carcerária.
Após o cumprimento de uma pena longa, o preso nada mais tem em comum com a sociedade “extramuros”, continua prisioneiro diante da sociedade que o segregou, continua acusado, onde os seus valores não são mais comuns ao restante da sociedade, como não são os seus costumes, seus interesses e seus objetivos.
Se a pena de prisão não cumpre sua função social, o jeito agora é voltar os olhos para a aplicação das medidas alternativas da prisão, talvez aplicadas a criminosos primários e de pouca periculosidade, evitando-se o contato destes com criminosos perigosos e violentos, e aí, já estamos falando das penas restritivas de direito, objeto deste estudo, com ênfase naquelas definidas no desenho do artigo 43 do Código Penal Brasileiro, com nova redação determinada pela Lei nº 9.714, de 1998. (PEREIRA, 2017, s/p)
Esses estabelecimentos que servem para cumprir as penas privativas de liberdade não direcionam os presospara uma vida digna e que seja socialmente produtiva. É evidente que o indivíduo depois de permanecer nas cadeias públicas e nas unidades penais, estará passando por um processo de deterioração e a dificuldade que sentirá de se reintegrar no contexto social será muito grande.
A forma com que o indivíduo é punido por cometer um crime não é com certeza a mais apropriada para a sua reeducação. Os crimes continuam cada dia com mais intensidade e a reincidência é tida como certa na maior parte das vezes. Conclui-se então que a forma como vem sendo aplicada esta pena não é mais correta.
Fica evidente então, que urge uma mudança da aplicação da penalidade e que a inovação é necessária, por se chegar à conclusão de que à pena de prisão nos moldes em que está sendo aplicada, não é um método idôneo para a solução da criminalidade e da ressocialização dos presos.
Dessa forma nota-se a necessidade urgente de mudança das medias punitivas, pois a pena privativa de liberdade, da maneira que está sendo aplicada, não conseguirá chegar ao fim colimado, sendo que o resultado disso é o elevado índice de reincidência que aliado a outros fatores gera o aumento aterrorizante da criminalidade. Sob esse prisma, podemos analisar:
A ressocialização não pode ser conseguida numa instituição como a prisão. Os centros de execução penal, as penitenciárias, tendem a converte-se num microcosmo na qual se reproduzem e se agravam as graves contradições que existem no sistema social exterior. A pena privativa de liberdade não ressocializa, ao contrário, estigmatiza o recluso, impedindo sua plena reincorporarão ao meio social. A prisão não cumpre uma função ressocializadora, serve como instrumento para manutenção da estrutura social de dominação. (MIRABETE, 2014, p.31)
A resposta para a recorrente crise deste sistema, dada a sua magnitude, como se pode inferir, não é de modo algum simples. Na busca de medidas mais eficientes, muitas vezes o Estado acaba por tomar atitudes indevidas e desorganizadas de estratégias, metas e perspectivas, diversas e pouco congruentes, que acabam por dificultar a visualização de reais soluções desse problema.
A sensação de impunidade que a ineficácia desse sistema produz não pode se tornar motivo para se ter ainda mais pena duras. Pois esse tipo de atitude já se mostrou ineficiente, já que consome recursos públicos, para implementação de “novas e falhas e penas”, sem, contudo conseguir atuar de fato nas raízes do problema.
Rogério Greco (2015, p.493) preceitua que:
[...] os critérios preventivos apesar de passíveis de crítica, ainda poderão servir á sociedade, bem como ao agente que cometeu a infração penal, principalmente no que diz respeito à prevenção especial ou à ressocialização do condenado. Pois que, mais que um simples problema de Direito Penal, a ressocialização, antes de tudo, é um problema político-social do Estado, e enquanto não houver vontade política, o problema da ressocialização será insolúvel.
Diante o explanado, pode-se verificar que a ressocialização deve ser o resultado de todo um processo re-educacional. E como todo fim, é necessário para se chegar a esse resultado, que o Estado gerenciador desse sistema, não faça apenas políticas públicas voltadas para a solução do “problema”, mas acima de tudo que ofereça condições físicas e intelectuais, para uma mudança de verdade.
A atividade laboral estimula no ser humano diversos efeitos positivos. Segundo salienta Maurício Kuehne (2013, p. 32):
O trabalho, sem dúvida, além de outros tantos fatores apresenta um instrumento de relevante importância para o objetivo maior da Lei de Execução Penal, que é devolver a Sociedade uma pessoa em condições de ser útil. É lamentável ver e saber que estamos no campo eminentemente pragmático, haja vista que as unidades da federação não têm aproveitado o potencial da mão de obra que os cárceres disponibilizam.
O trabalho faz parte de um direito social atribuído a todos os cidadãos e está expressamente previsto na Constituição Federal em seu art. 6º. Com o intuito de não deixar que esse direito seja esquecido dentro das prisões, a Lei de Execução Penal em seu artigo 41, inciso II, também o elencou o trabalho como sendo direito do preso, porém infelizmente são poucos os estabelecimentos que fornecem vagas de trabalho aos reclusos.
O trabalho prisional além de ser um importante mecanismo ressocializador, evita os efeitos corruptores do ócio, contribui para a formação da personalidade do indivíduo, permite ao recluso dispor de algum dinheiro para ajudar na sobrevivência de sua família e de suas necessidades, e dá ao detento uma maior oportunidade de ganhar sua vida de forma digna após adquirir liberdade.
Deve-se considerar também que o trabalho prisional é um meio de remissão de pena previsto no art. 126, parágrafo 1º, inciso II, onde para cada três dias de trabalho, um será descontado. Além de todos os benefícios trazidos ao preso, o trabalho também é uma forma de ressarcir o Estado pelas despesas advindas da condenação, sendo, portanto, ambos favorecidos
6 A Lei de Execução Penal e o Método APAC
Existem muitos questionamentos no que diz respeito à eficácia na execução da pena privativa de liberdade no sistema prisional brasileiro atual. Conforme Ottoboni (2001) o objetivo do sistema prisional é praticamente prender para recuperar, contudo, se a finalidade da pena não encontra-se voltada para a recuperação do apenado que encontra-se cumprindo a pena privativa de liberdade, seria mais ideal que nem houvesse a prisão.
Ainda para Ottiboni (2001), o Estado não está preocupado em garantir a segurança social, pois, se o sistema convencional não consegue exercer seus papel ressocializador, por consequência entregará para a sociedade condenados sem a mínima condição de convívio social. Por este motivo, é que no Método APAC, a comunidade se envolve, possibilitando à sociedade ter uma visão mais generalizada do problema relacionado a violência, criminalidade e principalmente da real situação dos presídios e dos que nele residem.
Os artigos 82 a 104, que abordam sobre estabelecimentos prisionais e as condições adequadas ao cumprimento da pena e medida de segurança. Assim, a LEP em seu art. 83 dispõe que: “O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade”. Contudo, o sistema prisional apresenta cadeias superlotadas, sem nenhuma ou quase nenhuma condição de higiene. Também, o condenado não tem resguardado alguns direitos expressos na Lei de Execução Penal, a exemplo, das condições dignas de alojamento e fora a frequente violação dos direitos humanos. 
Mediante as dificuldades enfrentadas pelo sistema prisional brasileiro, Santos (2011, p. 192 e 193) disserta sobre a questão das APAC no cumprimento da pena:
Sua importância econômica, social e política, de vez que se trata de sistema prisional que funciona com no mínimo três vezes menos recursos financeiros, 99% menos pessoal do serviço público, atendendo igual demanda de sentenciados e com resultados em média setenta vezes melhor do que o sistema convencional (80% de reincidência aqui, contra 10% lá).
A heterogeneidade que existe entre o sistema prisional brasileiro e as APAC, está caracterizado pelas formas de operacionalizar o cumprimento da pena. Santos (2011, p. 194) concorda afirmando: 
As únicas coisas em comum entre os dois sistemas é que ambos lidam com pessoas que cometeram crimes e sofreram sanção penal por parte do Estado. É uma diversidade total o que vigora entre os parâmetros e condições existentes nos dois sistemas. É como querer comparar o bem com o mal. Na verdade, é como querer comparar o céu com o inferno, onde metaforicamente podemos nos aproximar mais do tema aqui em voga.
Nesse sentido, a APAC ter ser analisada como uma política que visa a redução dos impactos ocasionados pelo sistema prisional, deixando a prisão apenas para casos extremos. É nessa linha que a execução penal deve ser mais rígida em alguns casos, levando-se em conta a periculosidadedo agente. Assim, salienta-se que a pena privativa de liberdade deve ser uma exceção e não uma regra, uma vez que, deva ser executada apenas em casos que justifiquem essa medida, analisando-se o seu nível de rigidez caso a caso. 
Silva (2012, p. 194 e 195), ainda completa: 
Basta ver que nos centros de recuperação administrados pelas APAC’s, temos um índice de reincidência próximo a 10%, disparado o menor índice do mundo, e com um detalhe importantíssimo, todos os reincidentes neste último caso cometem o mesmo delito ou delito de menor potencial ofensivo do que aquele que os levou ao cárcere.
O foco maior da pena privativa de liberdade, quando empregada, não deve se restringir em diminuir a liberdade do sujeito, mas, também em cumprir o seu objetivo de ressocializar, questão que as APAC estão cumprindo, por meio da adesão da valorização humana, da participação comunitária dentre ouros fatores. 
De acordo com as afirmativas de Santos (2011, p.195):
A construção de uma vaga no sistema convencional apresenta um custo médio de R$ 45.000,00, no sistema APAC o custo dessa vaga gira em torno de R$ 15.000,00. A mesma vaga, para o mesmo preso, com resultados significativamente mais satisfatórios.
Frente ao déficit de vagas, do elevado custo e do crescente número de presos pelo sistema convencional, considera-se o sistema inoperante pelo Estado, sendo que, o mesmo não consegue resolver os problemas enfrentados pela depreciação dos presídios de maneira que se tenha respeito pelas garantias individuais. 
7 As Relações das Políticas Governamentais
Em seu primeiro congresso, realizado em Genebra, a ONU aprovou as “Regras Mínimas para o Tratamento dos Reclusos”, editando normas humanitárias relativas, entre outras, à personalidade do criminoso, sua organização em categorias, celas ou quartos destinados a isolamento noturno, higiene pessoal, roupas de cama, alimentação, exercícios físicos, assistência médica, disciplina, sanções, informação escrita sobre o regime da categoria, direito de reclamação, contato com o mundo exterior, biblioteca, assistência religiosa, regalias, trabalho compatível, instrução, recreação, e várias outras normas pertinentes que desde então vem sendo aperfeiçoadas e implementadas. O princípio do Estado Social que está elencado na Constituição incorpora expressamente e aplica aos presos, tendo os seus efeitos imediatos sobre a execução.
O preso é quem está privado da liberdade, submetido ao poder estatal que resulta do direito de executar a sanção aplicada. O conteúdo do jus puniendi é dado pela faculdade de impor ao réu a perda ou diminuição de bens jurídicos, nos limites fixados pela sentença, obrigando o réu a submeter-se a pena.
A Constituição Federal de 1988 traz em seus artigos os direitos e garantias fundamentais, os quais foram consagrados de maneira moderna, a contar do seu início, onde está incluso os direitos civis e políticos, como também os sociais. Embora não estejam limitados àqueles previstos pelo texto constitucional, CF de 88, que permite a verificação de outros direitos e garantias fundamentais, decorrentes de princípios, leis ou tratados internacionais. Dentre esses direitos e garantias fundamentais, está a proibição das penas cruéis (art. 5º, XLVII, CF/88).
A CF em seu artigo 5º XLIX, garanti aos presos o respeito à integridade física e moral, e a Lei de Execuções Penais determina que o Estado tem obrigação e deverá prestar ao preso:
I – Assistência Material: fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas; II - Assistência Saúde: atendimento médico, farmacêutico e odontológico, tanto preventivo, quanto curativo; III - Assistência Jurídica: destinada àqueles que não possuem recursos para contratar um advogado; IV - Assistência Educacional: o ensino do primeiro grau é obrigatório e é recomendada a existência de ensino profissional e a presença de bibliotecas nas unidades prisionais. V - Assistência Social: deve amparar o preso conhecendo seus exames, acompanhando e auxiliando em seus problemas, promovendo sua recreação, providenciando a obtenção de documentos e amparando a família do preso. A assistência social também deve preparar o preso para o retorno à liberdade. VI - Assistência Religiosa: os presos devem ter liberdade de culto e os estabelecimentos deverão ter locais apropriados para as manifestações religiosas. No entanto, nenhum interno será obrigado a participar de nenhuma atividade religiosa. VII - Assistência ao egresso: orientação para reintegração em sociedade, concessão (quando necessário) de alojamento e alimentação por um prazo de dois meses e auxílio para a obtenção de um trabalho.
A regra que prevalece, ao menos no papel, após a promulgação da lei das execuções é a de que ao preso só podem ser impostas as limitações previstas em lei, conservando o direito do preso, devendo a execução assemelhar-se as relações de vida normais.
A maioria da população tem o preso como um ser que não possuem direitos, passando a ser tratado como coisa, que não vive na mesma realidade que os demais, onde a força bruta do Estado anula o ser dotado de razão à medida que passa a intimidá-lo com o pretexto de manter a ordem e a segurança social.
8 Considerações Finais
O trabalho, ora apresentado, tenta mostrar de forma geral a necessidade urgente de mudança da aplicação da pena no sistema prisional atual, que ao invés de cumprir com seu objetivo principal, que é o da ressocialização do detento, acaba por estragá-lo ainda mais. Além de descrever a contribuição do Método APAC para ressocialização dos presos.
Contudo mesmo com essa contribuição bastante significativa, infelizmente o problema ocorre há muito tempo, mas precisamente desde o século XVIII, quando surgiu o suplício, onde as penas eram aplicadas através de castigos corporais e em praças públicas. 
Apesar de algumas mudanças na aplicação da pena ao longo desses anos, como por exemplo, com relação ao local, como as penitenciárias, muita coisa ainda precisa ser revista e ajustada. Atualmente, na maioria dos estabelecimentos prisionais espalhados pelo país, o que se encontra é a falta de compromisso do Estado, onde os presos são “jogados” em verdadeiros depósitos humanos, sem nenhum respeito aos princípios basilares da Constituição Federal (1988). A estrutura, alimentação, sistema, enfim tudo funcionando de forma precária.
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