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Apostila de Higiene Industrial

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Higiene Industrial
Introdução à higiene industrial
A humanidade, desde sua origem, progrediu no conhecimento dos fenômenos físicos e químicos do planeta.
A partir disso, as possíveis aplicações desse conhecimento foram deduzidas para melhorar o padrão de vida e fazer melhor uso dos recursos naturais. Este esforço, juntamente com o espírito de superação do ser humano, deu origem à aplicação tecnológica do conhecimento científico descoberto e, em consequência, ao grau de desenvolvimento industrial produzido ao longo do século XX ou início do século XXI.
Nesse processo, o ser humano não se limita ao uso de substâncias naturais, mas, ao contrário, tem feito progressos extremos no desenvolvimento de novos produtos com melhor qualidade e na aplicação prática de novas formas de energia. Essas ações, sem dúvida benéfica para as pessoas, também aumentaram a qualidade e a quantidade de novos riscos, que causaram a deterioração de sua saúde e o surgimento de novas doenças.
Simultaneamente a este processo de desenvolvimento científico e tecnológico, o ser humano evoluiu no campo social e tecnológico, o ser humano evoluiu no campo social e viu a necessidade e a obrigação de apostar em uma maior prevenção e proteção do ser humano a saúde.
No combate às doenças ocupacionais, existem duas soluções básicas: prevenir ou curar. Este último é uma missão específica da medicina. Na fase preventiva, a medicina, que sempre atua no homem, pode intervir no tratamento médico preventivo, na educação sanitária e, inclusive, na realização de uma seleção médica de pessoal para o trabalho; mas essa prevenção é insuficiente, pois a pessoa é obrigada a continuar em contato com o ambiente de trabalho e com os fatores ambientais ali encontrados. Se agirmos diretamente sobre esses fatores, conseguiremos uma prevenção verdadeiramente eficaz das doenças profissionais. Este é o campo de higiene industrial com o qual vamos lidar nesta disciplina.
Antecedentes históricos
O conceito de risco ocupacional teve um desenvolvimento lento e progressivo ao longo do tempo; o acidente de trabalho ou a doença ocupacional foram considerados, até pouco tempo atrás, como taxas que deviam ser pagas em troca das consequências de acidentes ou doenças, sem qualquer ação preventiva significativa. No entanto, é necessário destacar o surgimento de verdadeiros precursores da atual concepção preventiva, desde os primeiros tempos.
Assim, tanto em Grécia como em Roma, deram atenção especial à saúde individual, da mesma forma que à saúde coletiva. Escritos de Plantao, Plinio, Lucrécio e outros autores sobre doenças causadas pelo trabalho de mineração, na obtenção de enxofre e zinco e no manuseio de matérias corantes são preservados.
Hipócrates, que é chamado o pai da medicina, descreveu no século V a.C as doenças dos mineiros na extração de minério de chumbo em seu livro Morbus Vulgares. Plinio, em sua História Natural do século I a.C, refere-se ao uso de máscaras como meio preventivo contra o pó de metal.
Avecena (980-1037) fez um estudo das relações entre a cólica de Saturno e o uso de tintas de chumbo.
O primeiro livro geral sobre medicina ocupacional foi publicado pelo alemão Ulrico Ellemborg em 1475. Ele trata da ação tóxica do óxido de carbono, chumbo, antimônio e outros metais e seus vapores, e várias regras preventivas também são propostas. Georgius Agricola estuda vários aspectos relacionados aos acidentes e doenças dos mineiros e destaca especialmente o que ele chama de asma dos mineiros e os métodos pelos quais os couros foram colocados após sua morte. Dez anos depois, Paracelsus publica De morbis metalurgia.
Em 1512, o rei Ferdinando II ordenou que as mulheres grávidas de mais de quatro meses não fossem às minas ou ao trabalho da companhia e servissem nas propriedades dos espanhóis em trabalho de parto, como a criação de pão ou de cozinhar.
No entanto, com exceção de alguns aspectos muito específicos, o primeiro livro dedicado à higiene industrial que aparece na história é do morbis artificum diatriba, escrito pelo médico italiano Bernardino Ramazzini no século XVII, no qual as próprias doenças do 54 profissões e profissões da época, e as medidas para evitá-los. Os aspectos abordados por Ramazzini são aqueles que posteriormente formaram a chamada higiene industrial.
Higiene industrial: conceitos e objetivos
Como vimos à evolução com as doenças profissionais desenvolvidas pelos trabalhadores da indústria. Atualmente, o número de pessoas que trabalham no sector dos serviços está a aumentar e em certos países o número de trabalhadores excede os que trabalhavam nas fábricas; Na Espanha, 70% da população ativa atuam no setor de serviços e 15% no setor. A necessidade de evitar doenças relacionadas a pode afetar trabalhadores de serviços como um trabalhador de escritório, dependente de industriais, dá origem ao fato de que o conceito de higiene industrial é estendido a higiene ocupacional, ou higiene profissional, embora na prática continuem falando Higiene industrial.
O objetivo da higiene industrial é a prevenção das enfermidades professionais causadas por contaminantes físicos, químicos os biológicos que atua sobre os trabalhadores. A metodologia da aplicação da higiene industrial está baseada na identificação, medida, evolução e controle dos contaminantes presentes em ambiente de trabalho. 
Trata-se, portanto, de uma técnica preventiva, não médica, destinada a prevenir doenças ocupacionais que não se manifestam.
Uma das muitas definições que podemos encontrar para a disciplina de higiene industrial é a proposta pela Associação Americana de Higiene Industrial (AIHA) em 1959, que é muito ampla em sua natureza e a define da seguinte forma:
Higiene Industrial é a ciência e arte dedicada à identificação, medição, avaliação e controle dos fatores ambientais ou tensões emanadas ou causadas pelo local de trabalho e que podem causar doenças, destruir a saúde e o bem-estar ou criar algum desconforto significativo entre os trabalhadores ou os cidadãos da comunidade.
A definição da Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a seguinte:
A higiene industrial é a ciência da antecipação, identificação e controle dos riscos de riscos que se origina no local de trabalho ou em relação a ela, que podem colocar em risco a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, levando em consideração Explique seu possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral.
E, finalmente, outra definição possível é a que M.J. Falagan Rojo no seu manual "Applied industrial hygiene" expandido:
A higiene industrial é uma técnica não médica para a prevenção de doenças profissionais, controlando o ambiente de trabalho dos poluentes que as produzem. A higiene industrial trata das relações e efeitos que o contaminante no local de trabalho produz no trabalhador e deve contribuir para um desenvolvimento seguro, mas ao mesmo tempo sustentável, dando garantias no presente sem comprimir a capacidade das gerações futuras.
Do exposto para o que podemos destacar os seguintes aspectos mais significativos:
O objeto da higiene industrial é a prevenção de doenças ocupacionais.
Doenças profissionais são causadas por contaminantes presentes no local de trabalho.
Doenças ocupacionais são causadas por poluentes presentes no local de trabalho.
Sua metodologia é baseada na identificação, medição, avaliação e controle de contaminantes.
As ações de controle desses poluentes são realizadas no ambiente de trabalho.
Já que o objetivo principal da higiene industrial é prevenir doenças ocupacionais e, embora eu possa pensar que estes são o objetivo da medicina ocupacional, devemos diferenciar ambas as disciplinas.
A medicina ocupacional atua sobre o trabalhador e controla seu estado de saúde através de técnicas médicas.
A higiene industrial atua sobre os fatores ambientais causados ​​em decorrência do desenvolvimento da atividade laboral e seu meio ambiente.
Condições de trabalho
O ser humano está integrado na natureza e está ativamente relacionado a ele, demodo que há uma série de interações entre a pessoa e as condições ambientais do meio ambiente. Essas condições ambientais podem ser modificadas, como resultado do trabalho, com o advento de poluentes que podem determinar a saúde do indivíduo.
Este problema aumenta significativamente quando ocorre poluição no ambiente de trabalho, onde os poluentes estão concentrados e podem aumentar substancialmente sua ação prejudicial.
Nesse sentido, a condutos de trabalho expressam as reações do trabalhador com seu ambiente de trabalho, definem uma tarefa variável que define as condições físicas, químicas ou biológicas do ambiente de trabalho, das áreas de higiene industrial.
Doença ocupacional
A Lei de Prevenção de Riscos Ocupacionais define como doenças derivadas do trabalho as doenças, patologias ou lesões sofridas por motivo motor ou trabalho. Nesse sentido, o conceito de saúde evoluiu e foi substancialmente expandido, de modo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) o define da seguinte forma:
Saúde é o estado completo do bem-estar físico, psíquico e social e não apenas a ausência de doença do trabalhador como consequência da proteção contra o risco.
A figura 1 esquematiza o conceito de saúde ocupacional
Figura 1. Saúde ocupacionalSAÚDE
FÍSICO
MENTAL
SOCIAL
Vida: autônoma alegria solidária
Bem-estar
Máximo
Prevenção
Promoção
De acordo com essa definição de saúde como o equilíbrio físico, psicológico e social, podemos aceitar que o controle da saúde ocupacional é um pouco mais amplo do que apenas prevenir o surgimento da doença profissional definida de acordo com essas palavras.
Entende-se por doença profissional aquela contratada em decorrência do trabalho realizado por conta de outrem e das atividades especificadas na tabela que é aprovada pelas disposições de aplicação e desenvolvimento desta lei, e que esta procede pela ação de elementos ou substâncias que nesta tabela são indicados para cada doença ocupacional (artigo 116 da lei geral de seguridade social).
Relação entre doença ocupacional e acidente de trabalho
O técnico de higiene industrial estuda as doenças ocupacionais, entendidas do ponto de vista técnico. Isto é, não se limita apenas às doenças ocupacionais coletadas como tal na tabela correspondente, mas a qualquer deterioração lenta e gradual da saúde do trabalhador, produzida como resultado do trabalho.
Desta forma, do ponto de vista técnico, podemos definir a doença profissional da seguinte forma:
A doença ocupacional é uma redução lenta e gradual da saúde do trabalhador produzido pela exposição crônica a situações adversas, sejam elas produzidas pelo ambiente em que o trabalho é realizado ou pela maneira como ele é organizado.
O acidente de trabalho é definido, do ponto de vista técnico, como um evento anormal, que aparece inesperadamente, interrompe a continuidade do trabalho e causa danos ao trabalhador. Enquanto, de um ponto de vista. Entende-se por acidente de trabalho qualquer lesão corporal que o trabalhador sofra em decorrência do trabalho realizado por outra pessoa.
A Tabela 1 mostra os principais fatores que diferenciam a doença ocupacional do acidente de trabalho.
Tabela 1. Acidente de trabalho contra doença ocupacional
	Fator
	Acidente do Trabalho
	Doença do Trabalho
	Iniciação
	Repentina, subida 
	Lenta
	Manifestação
	Única e externa
	Repetida e interna
	Ração tem um efeito
	Claro e fácil
	Não imediato e difícil 
	Tratamento
	Traumatológico
	Médico
Risco higiênico
Risco, em geral, é entendido como a probabilidade de dano.
A probabilidade de que um trabalhador sofra danos ocasionalmente ou como resultado de seu trabalho é considerado um risco higiênico, em particular devido à exposição ambiental (agentes físicos, químicos e biológicos). 
A partir dessa definição, podemos concluir que cada situação de risco higiênico será caracterizada por um tipo de dano e uma série de fatores de risco relacionados ao ambiente de trabalho. Podemos diferenciar, em geral, dois fatores de risco que quantificam o contato; estes são:
a) interseção do contato do trabalhador exposto ao agente ambiental.
b) a duração deste contato. 
Metodologia de ação: no aspecto da higiene industrial
O desempenho da higiene industrial (ver Figura 2) é de natureza preventiva e técnica, e é baseado em um esquema metódico que é praticamente aplicável a qualquer situação na qual podemos encontrar um contaminante no ambiente de trabalho.
Figura 2. Desempenho na higiene industrial.Poluentes 
Ou
Contaminantes
Identificação 
Medição 
Avaliação
Trabalhador
Experiência de informação
Método analítico
Critério de Avaliação
Correção
Situação perigosa (risco)
Situação segura (risco)
Controle
Periódico
 
 
Dada à perspectiva de um contaminante em um local de trabalho, o primeiro passo é determinar a identificação e localização do mesmo. Para fazer isso, devemos realizar uma pesquisa higiênica, como estudo prévio, e obter informações sobre produtos, processos, maquinário e organização, entre outros.
Essa identificação nem sempre é fácil.
Para realizar a identificação de risco, ele deve ser analisado sequencialmente:
As matérias-primas utilizadas,
Os processos tecnológicos utilizados,
Os métodos e instalações de trabalho;
As energias liberadas, e
Os produtos, subprodutos e resíduos.
Assim, por exemplo, frequentemente, percepções muito desagradáveis (amônia, por exemplo), não correspondem a um alto nível de risco e, inversamente, percepções agradáveis (benzeno e outras substâncias aramaicas) podem ser perigosas em concentrações muito baixas.
A localização consiste em localizar o poluente temporariamente e espacialmente, isto é, saber quando e onde e onde ocorre.
Uma vez que o contaminante tenha sido identificado e localizado, o próximo passo é descobrir sua concentração naquele ambiente de trabalho através da medição e, juntamente com o tempo de exposição, determinar a dose recebida pelo paciente exposto.
A medição de risco consiste em determinar a quantidade de contaminante presente no ambiente de trabalho. Esta quantidade é medida em magnitude energética no caso de poluentes químicos ou biológicos ou com alguma magnitude energética no caso de contaminantes físicos.
Esses medicamentos são submetidos a uma avaliação que consiste em comprar a situação ambiental estudada com critérios previamente definidos (padrões de referência), com o objetivo de determinar a necessidade de intervenção para evitar danos à saúde. Para avaliar, é necessário que cada agente higiênico tenha um valor de referência; caso contrário, na maioria dos casos, faz pouco sentido fazer medições.
Se, como resultado da avaliação, surgir uma situação perigosa, medidas devem ser tomadas para reduzir o risco a situações seguras, para que as correções sejam feitas.
Para reduzir a exposição a poluentes, ações que reduzam a concentração de poluentes e / ou o tempo de exposição dos trabalhadores devem ser desenvolvidas. As cópias de controle para conseguir isso podem ser de dois tipos:
Medidas técnicas: são ações que redistribuem a concentração do contaminante presente no ambiente de trabalho e, dessa forma, reduzem a exposição do trabalhador.
Medidas organizacionais: são aquelas que tentam reduzir o tempo de exposição dos trabalhadores a poluentes.
A Tabela 2 é um resumo dos contaminantes.
Tabela 2. Resumo da metodologia de ação na higiene industrial.
	Identificação
	Qual é o contaminante?
Como é apresentado?
Quando isso ocorre?
Onde aparece?
	Medição
	Quanto custa
	Avaliações 
	O limite estabelecido foi excedido?
Existe uma situação de risco?
	Controle
	São necessárias modificações para eliminar ou reduzir o risco?
As condições são mantidas em segurança?
A higiene industrial para avaliar e corrigir as condições ambientais com base em critérios de validade geral é desenvolvida por meio de quatroramos básicos com o objetivo de agilizar o trabalho. 
Estes são os seguintes:
higiene teórica;
higiene campo;
higiene analítica;
higiene operacional.
Como veremos a partir das funções que cada um tem que fazer, a ação conjunta de todos eles será necessária, pois estão intimamente ligados entre si e, além disso, seria impossível desenvolver o tratamento dos problemas de higiene que surgem se algum deles estiver faltando.
A seguir, vamos explicar qual é o escopo de cada um desses ramos da higiene industrial.
Higiene Teórica
Dedica-se a estudar os efeitos que os contaminantes têm sobre a pessoa com a finalidade de determinar quais são os valores que podem ser perigosos para a saúde dos trabalhadores expostos, ao analisar a relação existente entre a dose que o corpo recebe e sua resposta. Sua finalidade é, portanto, estabelecer os valores limites de exposição que garantem a saúde dos trabalhadores.
Para estabelecer os valores padrão, procedemos experimentando em dois níveis:
Nível de laboratório: os seres vivos são submetidos aos efeitos do poluente a ser estudado e as alterações funcionais que experimentam são determinadas. Posteriormente, esses resultados são extrapolados para determinar aqueles que correspondem ao ser humano.
No nível de campo: nesta fase, a informação que as técnicas higiênicas e médicas fornecem de um determinado composto que é manipulado nos processos industriais é coletada. As informações obtidas no laboratório servem principalmente como um alerta para um novo contaminante ou para a suspeita de que um valor de referência pode ser estabelecido. Mas, para adquirir um verdadeiro significado, deve ser corroborado pela experiência no âmbito de campo.
Higiene de campo
A higiene de campo é destinada a realizar o estudo da situação higiênica que pode estar presente, medindo suas concentrações, avaliada em comparação com os limites estabelecidos e determinando o grau de risco que apresentam para o trabalhador.
Neste ramo, é essencial identificar corretamente os poluentes presentes no local de trabalho nas quantidades que podem representar risco à saúde, bem como os fatores que o condicionam. A investigação desses fatores é realizada de maneira metódica para poder coletar todas as informações necessárias. Este processo é conhecido como um levantamento higiênico. Esta coleta de dados leva em consideração os seguintes aspectos fundamentais:
Atividade da empresa.
Produtos que elabora e processos tecnológicos que utiliza.
Instalações utilizadas e condições em que se encontram.
Produtos que são usados, manipulados ou gerados. É necessário levar em conta as matérias-primas, produtos intermediários, produtos finais, em processo e resíduos.
Número de pessoas expostas, horário de trabalho e periodicidade da exposição, assim como os procedimentos de trabalho e o uso de proteções pessoais. 
Variáveis populacionais que podem ser de interesse em cada caso, como sexo ou idade, e dados epidemiológicos.
Horas e ciclos de trabalho.
Toda esta informação é obtida através dos seguintes fatores:
Informações fornecidas pela empresa e pelas pessoas afetadas.
Documentação disponível
Inspeção do local de trabalho e experiência higienista.
Na pesquisa higiênica, os diferentes fatores que mediam um problema de higiene são descobertos e analisados, o que permite a aplicação de medidas técnicas ou medidas de controle e a redução de situações de risco.
Podemos falar sobre diferentes tipos de pesquisa de higiene e o processo pode ser bastante complexo, portanto não devem ser tomadas posições simplistas que possam levar a um tratamento completamente errado do problema.
Depois de tudo isso ter sido feito, a estratégia de amostragem é projetada com os dados obtidos. Nesta estratégia, devemos considerar:
Áreas onde a medição será realizada.
Duração da medição, que depende dos ciclos de trabalho e dos processos utilizados.
Número de medidas necessárias em cada local de trabalho e número de pessoas na amostra.
Períodos de tempo em que você tem que tomar métodos e períodos em que você não tem.
Tipos de medidas: pessoais ou ambientais, contínuas, pontuais ou mistas.
Periodicidade com a qual a medição deve ser repetida.
Os dados obtidos desta forma, apenas com os valores fornecidos pela higiene analítica e contrastados pela higiene teórica devem fornecer uma medida representativa de exposição a contaminante no ambiente de trabalho.
Higiene analítica
A higiene analítica é responsável por determinar qualitativa e quantitativamente os contaminantes capturados no ambiente de trabalho.
Utiliza o conhecimento fornecido pela higiene teórica para avaliar as amostras obtidas no local de trabalho, aplicando técnicas de higiene de campo.
Dentro da higiene analítica, podemos destacar as seguintes funções:
Determinação de matérias-primas, produtos (intermediários ou finais) e resíduos que podem ser a fonte da contaminação.
Análise dos componentes químicos concorrentes no ambiente de trabalho.
Análise dos contaminantes concorrentes em fluidos biológicos de pessoas expostas a eles.
Pesquisa destinada à obtenção de métodos analíticos, melhorando os existentes e estudando os efeitos toxicológicos de diferentes poluentes.
Configurar e desenvolver métodos de análise e amostragem.
As técnicas utilizadas neste ramo de higiene têm que ser muito sensíveis e geralmente trabalham imersas na escala migro, uma vez que as quantidades de contaminantes presentes nos porta amostram que são manuseados são muito pequenas.
Para desenvolver sua ação em dois níveis:
Ao nível de campo: realizando a identificação qualitativa e quantitativa do contaminante no mesmo ponto em que foi produzido, sem a necessidade de realizar uma amostragem prévia. Isto requer o uso de equipamento de análise portátil e, se possível, a leitura direta em geral é de aplicação específica.
No nível do laboratório: é o campo mais utilizado, porque é o que tem mais possibilidades de determinação e porque é com o qual são obtidos resultados mais exatos. Além disso, é a base para a definição dos parâmetros exigidos pelas análises no laboratório, exigindo que uma amostra do contaminante seja coletada no mesmo local de trabalho.
Higiene Operacional
O objetivo da higiene operacional é corrigir as situações de risco detectadas por meio da implementação de ações de controle que possibilitem a eliminação ou a reexposição de trabalhadores a contaminantes, para que não tenham efeitos nocivos à sua saúde.
Para alcançar a eliminação do risco higiênico ou, se não for possível, reduzi-lo a limites aceitáveis (não prejudiciais à saúde), a higiene operacional deve atuar sobre os diferentes fatores envolvidos no processo de acordo com a ordem indicada abaixo (ver Figura 3): No foco emissor de poluentes, no meio de difusão do poluente e no indivíduo (trabalhador exposto).
Figura 3. Ações de Higiene Operacional
MEDIDAS CORRETIVAS
Protege o trabalhador
Impedir a propagação
Evitar emissões
3° Atuando no indivíduo
2° Atuando no meio de difusão
1° Ação sobre a fonte poluidora
Das diferentes medidas apresentadas na Tabela 2, as mais efetivas do ponto de vista da higiene operacional são aquelas que atuam sobre a fonte de emissão do contaminante, o meio difusor atuando quando a remoção do foco não foi possível e Finalmente, somente em trabalhadores expostos, quando não foi possível atuar sobre as sentenças anteriores ou como medida complementar de outra adotada.
Tabela 3. Ações na higiene operatória
	
Ação sobre a fonte emissora do contaminante
	- Métodos de substituição
- Modificação de processo
- Isolamento ou confinamento do processo
- Extração localizada
- métodos de retenção
- Manutenção
- Seleção de equipamentos e projetos adequados
	
Ação no meio de difusão de contaminantes
	- Ventilação geral
- Separação entre foco de emissão e trabalhador exposto
- Fechamentos
- Sistemas de alarme
- Manutenção
	
Ação sobre trabalhadores expostos
	- Treinamento e informação
- Rotação no local de trabalho
- Bloqueio de trabalhadores- Controle e exame médico periódico dos trabalhadores
- Equipamento de proteção individual
O relatório técnico de higiene industrial
A última etapa do estudo higiênico termina com a elaboração do relatório técnico, que deve responder a uma apresentação lógica, simples e compreensível, usando a terminologia correta para que não resulte em confusão. 
Nele eles devem ser contemplados pelo menos.
Antecedentes: Dados relacionados à identificação da empresa e atividade, motivação do estudo, etc. serão incluídos.
Metodologia: serão fornecidas informações sobre dias e horas de presença na empresa para a realização, com indicações das pessoas consultadas e dos dados coletados, medições realizadas com instrumentos de leitura direta, análise de risco, etc.
Amostragem: Você deve explicar todas as circunstâncias da amostragem, características das instalações, descrição do processo e os pontos analisados, fazendo referência para cada um deles aos trabalhadores expostos, resultados das medições e instrumentos das amostras técnicas utilizadas, tempo de exposição e concentração média ponderada para cada contaminante.
Conclusões: Esta seção deve conter a avaliação dos riscos existentes, comparando as concentrações obtidas com os valores de referência legais ou universalmente aceitas quando os regulamentos legais não o contemplam e as sugestões sugeridas para seu controle, sejam elas individuais ou coletivas.
Seria conveniente o suporte documental do relatório com a inclusão de planos, diagramas, registros de dados, fotografias etc. seria conveniente.
AULA 000
RISCOS AMBIETAIS
RISCOS AMBIENTAIS NO POSTO DE TRABALHO
Definição 
Segundo Cardella (1999), os sinônimos de perigo e de risco são por vazes confundidos. O perigo diz respeito a um acondimento natural 	que causa ameaça aos seres humanos e aos bens matérias, como por exemplo, avalanches, cheias, deslizamentos ou terremotos. O risco já diz respeito à interação de um perigo, como um objeto ou pessoa que se encontra exposto a esse perigo e a sua vulnerabilidade.
																																				SAIBA MAIS 
Segundo Barbosa Filho (2010), os primeiros trabalhos realizados sobre o perigo focavam-se no aspecto físico das perdas, visto em trabalhos ligados à engenharia. Os trabalhos tinham com objetivo reduzir os impactos por meio de medidas estruturais. 
Para saber mais consulte o livro: BARBOSA FILHO, , Antônio Nunes. Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental. São Paulo: Atlas, 2010.
O risco não depende apenas dos fatores físicos, mas também de fatores socioeconômicos, que são integrados na vulnerabilidade de uma população. O grau de preparação, de alerta e as medidas cautelosas podem ser vitais para alterar o risco. Um mesmo acontecimento em locais bem preparados tem consequências mais leves do que num local em que não existe qualquer plano de preparação. 	
	Fique alerta 
O risco, embora não sendo sinônimo de perigo, está intimamente ligado ao perigo. O nível de risco difere do nível de perigo, como também da exposição e da vulnerabilidade ao perigo. O risco pode ser visto como a probabilidade de ocorrência de perigo e da perda prevista. 
	
Após conhecer a definição de risco, você pode conhecer quais são os fatores que podem minimizar os riscos de uma situação perigosa. Por fim, viu que um ambiente preparado tem maiores chances de apresentar consequências menos grave do que um local despreparado.
Tipos de Riscos
Vamos conhecer agora os tipos de riscos ambientais e como compreender os seus agentes: 
Químico, Físicos, Biológico, Ergonômicos e de Acidentes.
Risco Físico
Riscos físicos são aqueles ocasionados por agentes que tem a capacidade de modificar as características físicas do meio ambiente, que no momento seguinte causará agressão em quem estiver nele imerso. Para clarificar o que vem a ser um risco, imagine um compressor de ar que em seu funcionamento não tiver proteção adequada produzirá ruídos acima do seu limite de tolerância (LT).
Este equipamento produz um ruído elevado ao ambiente, alterando a pressão acústica que incide diretamente no ouvido dos trabalhadores. Desta forma, deverá providenciar mecanismo de proteção coletiva ou individual, para assim minimizar os riscos de lesão no aparelho auditivo. 
 
 
 
 
 De acordo com Mattos et al. (2011, p 38), os risco físicos se caracterizam por “exigir um meio de transmissão (em geral o ar) para propagar a nocividade. Agem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte de risco e, em geral ocasionam lesões crônicas, imediatas”.
São exemplo de riscos físicos:
A – ruído geram danos ao aparelho auditivo, como a surdez (ex.: maquinas e equipamentos acima d 85db); 
B – calor (ex.: trabalho em fornos);
C – Vibrações (ex.: britadeira);
D – radiações ionizantes ou não ionizantes [1: Radiação ionizante é a radiação que possui energia suficiente para ionizar átomos e moléculas, ou seja, é capaz de arrancar um elétron de um átomo ou molécula. Ex.: raio X, raio Gama...,][2: A radiação não ionizante é um fenômeno de origem eletromagnética, proveniente tanto de fontes naturais (sol) quanto artificiais (dispositivos eletrônicos).]
E – pressões anormais (ex.: trabalho em altura, mergulhador).
 É importante destacar que a gravidade, ou a existência de riscos desse tipo, depende da sua concentração no ambiente de trabalho. Uma forte de ruído, por exemplo, pode não constituir um problema, mas torna-se fonte geradora de surdez progressiva, ou até mesmo surdez instantânea, como no caso de um ruído de impacto que perfure o tímpano. Essa circunstância irá depender da intensidade e das demais características físicas por ela geradas.
 Os riscos físicos se caracterizam por:
Exigir um meio de transmissão (em geral o ar) para propagar na nocividade.
Agir mesmo sobre pessoas que têm contato direito com a fonte de risco.
Ocasionar, em geral, lesões crônicas mediatas.
Agentes Químicos 
 São os provocados por agentes que modificam a composição química do meio ambiente. Por exemplo, a utilização de tintas à base de chumbo introduz no processo de trabalho um risco do tipo aqui enfocado, já que a simples inalação dessa substância pode ocasionar doenças como o saturnismo. 
Tal como físicos, os risco químicos podem atingir também pessoas que não estejam em contato direto com a fonte e, em geral, provocam lesões mediatas (doença). No entanto, eles não demandam necessariamente a existência de um meio para a propagação de sua nocividade, uma vez que algumas substancia são nocivas por contato direto. 
Tais agentes podem se apresentar segundo distintos estados: gasoso, liquido, solida ou na forma de partículas suspensa no ar; sejam elas sólidas (poeira e fumos) ou liquidas (neblina e névoas). Os agentes suspensos no ar são chamados de aerodispersoides.
 
 As principais vias de penetração dessas substâncias no organismo humano são a pele e os aparelhos respiratórios e digestório. 
 
 As características do processo tecnológico têm elevado à importância desse tipo de risco, já que cada vez mais os processos industriais lançam mão de tecnologia química (e, por decorrência, de substancia tóxicas). Alguns autores estimam em 3.000 o numero de substâncias novas lançadas anualmente pelo manuseio de varias delas.
Risco Biológico 
MATTOS et al. (2011, p 39) aponta que os riscos biológicos são aqueles introduzidos nos processos de trabalho pela utilização de seres vivos (em geral, micro-organismo) como parte integrante do processo produtivo, tais como vírus, bacilos, bactérias etc., potencialmente nocivos ao ser humano.
Esse tipo de risco pode ser decorrente, também, de deficiência na higienização do ambiente de trabalho. Tal problema pode viabilizar, por exemplo, a presença de animais transmissores de doenças (ratos, mosquitos etc.) ou de animais peçonhentos(como cobras, escorpião) nos locais de trabalho.
 
Atualmente, os riscos biológicos se fazem presentes com mais frequência em alguns setores como a indústria farmacêutica e de alimentos, unidades de prestação de serviços hospitalares e laboratórios de análises clinicas, centrais de tratamento de dejetos, e em algumas atividades agroindustriais. 
No enteando, o desenvolvimento recente de biotecnologia tende a fazer com que esse tipo de risco ocorra com mais frequência. (MATTOS et al 2011, p. 39)
Risco Ergonômico 
Segundo Cardella (1999, p 58) e Mattos et al. (2011 e p 326-353), os riscos ergonômicos são aqueles introduzidos no processo de trabalho por agentes (máquinas, métodos, etc.) inadequados às limitações de seus usuários. Por exemplo, a realização da atividade de levantamento manual de cargas com o método das “costas curvadas” pode vir a provocar problemas lombares. Os riscos ergonômicos se caracterizam pela ação em pontos específicos do ambiente, e pela atuação somente sobre quem utiliza o agente gerador do risco. Em geral, esses riscos provocam lesões crônicas, que podem ter origem psicofisiológica. 
Alguns exemplos de riscos ergonômicos: 
Postura viciosa de trabalho, em razão do uso de equipamentos projetados sem levar em conta os dedos antropométricos da população usuária; dimensionamento e arranjo inadequados das estações de trabalho, provocando movimentação corpórea excessiva; conteúdo mental do trabalho inadequado às características do trabalhador seja por gerar sobrecarga (estresse), ou por ser desprovido de conteúdo (monotonia) etc.·.[3: Antropometria é um ramo da antropologia que estuda as medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano.]
Risco Sociais (Psicossociais) 
São aqueles ocasionados pela forma de organização do trabalho adotada na empresa, que podem provocar comportamentos sociais (dentro e/ou fora do ambiente de trabalho) incompatíveis com a preservação da saúde. 
O empregado de turnos de trabalho alternados entre equipes (em pessoas trabalhe em primeira semana no horário das 22 às 6 horas; na segunda, das 6 às 14 horas; e na terceira, das 14

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